UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA CAEN MESTRADO PROFISSIONAL EM ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO TONY COELHO MAGALHÃES

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA CAEN MESTRADO PROFISSIONAL EM ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO TONY COELHO MAGALHÃES SUSTENTABILIDADE FISCAL DO ESTADO DO CEARÁ NO PERÍODO DE 2002 A 2011 FORTALEZA 2013

2 TONY COELHO MAGALHÃES SUSTENTABILIDADE FISCAL DO ESTADO DO CEARÁ NO PERÍODO DE 2002 A 2011 Disseração submeida à Coordenação do Curso de Pós-Graduação em Economia (CAEN), da Universidade Federal do Ceará, como requisio parcial para obenção do grau de Mesre em Economia. Área de concenração: Economia do Seor Público Orienador: Prof. Dr. Fabrício Carneiro Linhares FORTALEZA 2013

3 Dados Inernacionais de Caalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará Biblioeca de Pós Graduação em Economia - CAEN M169s Magalhães, Tony Coelho Susenabilidade fiscal do Esado do Ceará no período de 2002 a 2011 / Tony Coelho Magalhães f. il. color., enc. ; 30 cm. Disseração (Mesrado Profissional) Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós Graduação em Economia, CAEN, Foraleza, Orienação: Prof. Dr. Fabrício Carneiro Linhares 1. Dívida Pública 2. Resrição orçamenária emporal I. Tíulo. CDD

4 TONY COELHO MAGALHÃES SUSTENTABILIDADE FISCAL DO ESTADO DO CEARÁ NO PERÍODO DE 2002 A 2011 Disseração submeida à Coordenação do Curso de Pós-Graduação em Economia (CAEN), da Universidade Federal do Ceará, como requisio parcial para obenção do grau de Mesre em Economia. Área de concenração: Economia do Seor Público Aprovada em 22/02/2013 BANCA EXAMINADORA Prof. Dr. Fabrício Carneiro Linhares (Orienador) Universidade Federal do Ceará (UFC) Prof. Dr. Andrei Simonassi Universidade Federal do Ceará (UFC) Prof. Dr. Ricardo Brio Universidade Federal do Ceará (UFC)

5 Aos meus pais, por sempre me incenivarem a aprender um pouco mais. À minha família, Mariana, Diego e Hugo, por me darem a alegria e o amor que me incenivam nos momenos de desânimo.

6 AGRADECIMENTOS Em especial, ao meu orienador, Prof. Dr. Fabrício Linhares, pela paciência, pela preciosa orienação, e pelos inúmeros conhecimenos ransmiidos a cada minuo de conversa. Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Economia da UFC, pelas ricas aulas, cheias de experiências e informações valiosas. Aos funcionários da Secrearia do CAEN, em especial à Márcia, pela aenção e educação dispensadas sempre que necessário. À Secrearia da Fazenda do Esado do Ceará, pela colaboração financeira para a consecução dese imporane objeivo. Aos colegas de curso, pelas rocas de experiências e companheirismo.

7 RESUMO Considerando o aendimeno à resrição orçamenária ineremporal do governo, analisa-se a solvência da dívida pública conraual no Esado do Ceará a parir da proposa de Bohn(1998). Nesse conexo, a dívida é considerada susenável se o governo demosrar uma preocupação em reagir a aumenos da relação dívida/pib com incremenos nos superávis primários. Para o exercício empírico, são realizados eses de coinegração baseadas na função de resposa fiscal do governo sobre os dados mensais do período de 2002 a Consaam-se indícios de que o governo não em reagido ao aumeno no nível de endividameno verificado no período, apesar da dívida apresenar um comporameno explosivo (não-esacionário), consaado por meio do ese de raiz uniária. Palavras-chave: Resrição Orçamenária Ineremporal; Função de Resposa Fiscal; Dívida Pública.

8 ABSTRACT Considering he governmen's ineremporal budge consrain is fulfilled, his work analyzes he solvency of conracual public deb in he sae of Ceará using he Bohn's (1998) approach. In his conex, he deb is considered susainable if he governmen demonsraes concern o increases in he deb/gdp raio wih increases in primary surpluses. For he empirical exercise, coinegraion ess are performed based on he reacion funcion over he fiscal monhly daa for he period They found evidences ha he governmen has no reaced o he increasing of deb level recorded in he period, despie is explosive behavior (non-saionary), evidenced by uni roo ess. Keywords: Ineremporal Budge Consrain; Fiscal Reacion Funcion; Public Deb.

9 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 PIB rimesral / IBCR-CE rimesralizado...22 Gráfico 2 Receias líquidas/ibcr e depesas/ibcr...23 Gráfico 3 Resulado primário/ibcr...23 Gráfico 4 Esoque da dívida/ibcr...23 Gráfico 5 Esoque da dívida...24 Gráfico 6 desvios da receia e despesa em relação às suas endências...24

10 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Teses de raiz uniária em nível...25 Tabela 2 Teses de raiz uniária em 1ª diferença...25 Tabela 3 - Tese de coinegração de Johansen...27 Tabela 4 Coeficienes da equação...27 Tabela 5 Tese de coinegração de Johansen incluindo variáveis exógenas...28 Tabela 6 Coeficienes da equação com variáveis exógenas...29

11 SUMÁRIO 1. Inrodução Aspecos Teóricos Ouros esudos baseados em Bohn(1998) Base de Dados Meodologia e Resulados Conclusão Referências Bibliográficas... 33

12 11 1. INTRODUÇÃO O endividameno por pare do Esado é um insrumeno fundamenal para a dissociação emporal enre a arrecadação das receias e os gasos do governo para a consecução das políicas públicas. Porém, para que esse insrumeno possa cumprir de forma adequada seu papel, é necessário que os credores do Esado creiam que sua políica de endividameno é susenável e que os valores conraualmene esipulados serão honrados. A susenabilidade da dívida pública aconece quando a resrição orçamenária do governo pode ser saisfeia sem rupura nas políicas moneária e fiscal. Como veremos mais adiane, para que isso ocorra, a resrição orçamenária ineremporal do governo (ROI) deve ser respeiada, o que aconece quando o valor da dívida pública não supera o valor presene do somaório de odos os superávis primários fuuros. A grande dificuldade, no enano, é que essa não é uma arefa livre de subjeividades. Para que a resrição orçamenária do governo seja saisfeia, devemos levar em consideração uma gama de possíveis variáveis, como, por exemplo, admiir alerações unilaerais de conraos diminuindo axas de juros, uilização de receias de senhoriagem, incereza sobre os resulados primários fuuros ou aé mesmo a disposição políica do governo em maner a dívida sob conrole. [Da Cosa (2009)] Da mesma forma, Goldfajn (2002) considera imporane discuir susenabilidade fiscal com base na probabilidade de ocorrerem ceras hipóeses omadas como possíveis. Por exemplo: qual seria a probabilidade de se observar uma depreciação real da axa de câmbio ainda maior no Brasil nos próximos 5 a 10 anos? Ou, quais seriam as chances de que as axas de juros reais de equilíbrio permaneçam alas? Esas seriam quesões relevanes, considerando a sensibilidade da dívida pública brasileira a essas variáveis. Ele argumena que ambas as probabilidades naquele momeno eram pequenas, considerando um período de 5 a 10 anos, uma vez que a axa de câmbio real aual esava provavelmene depreciada, e as axas de juros reais esavam muio alas e apresenavam endência declinane. Já exrapolar para o fuuro o comporameno da relação dívida/pib no Brasil em um passado recene, principalmene na década de 90, é incorreo, uma vez que os faores que conribuíram para o aumeno da relação dívida/pib nessa época podem

13 12 não ser recorrenes, enre eles: dívidas não expliciadas (chamados esqueleos ), superávis primários do seor público menores anes de 1998, depreciação real significaiva a parir de 1999 e axas de juros reais elevadas. Todos esses faores deveriam ser excluídos de uma análise prospeciva da susenabilidade fiscal no Brasil. O auor considera que a posura fiscal no país melhorou consideravelmene e que, fazendo uma análise insiucional das políicas vigenes, há razões para assegurar que coninuará a ser seguida, uma vez que alguns ponos colaboram para ano. Primeiramene, a geração de receias no país não cosuma ser um problema, uma vez que o percenual de carga ribuária em relação ao PIB é relaivamene alo. Segundo, a disciplina fiscal foi alcançada por odos os níveis de governo, devido a acordos bem sucedidos enre o governo federal e os governos esaduais e municipais, os quais esão aualmene gerando superávis primários esruurais. Terceiro, a Lei Complemenar 101/2000, conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), assegura um regime fiscal sólido e mais permanene, onde há limies de endividameno, e a capacidade dos governos esaduais e municipais de conrair emprésimos foi significaivamene resringida, dado o fechameno da maioria dos bancos esaduais. Quaro, há uma proibição consiucional de criarem-se leis que modifiquem conraos financeiros exisenes ou que possam ser inerpreadas como reesruuração forçada. A Consiuição esabelece que a lei não prejudicará o direio adquirido, o ao jurídico perfeio e a coisa julgada Por ouro lado, as formas de se reduzir o endividameno, segundo Luporini (2006), são: repúdio, imposo sobre aivos represenados pelos íulos governamenais, redução do endividameno via imposo inflacionário e pagameno via produção de superávis primários. Ainda segundo a auora, as duas primeiras opções razem, a poseriori, prejuízos em ermos de credibilidade, que ameaçam a capacidade da obenção de novos emprésimos ou podem precipiar uma fuga de aivos. A erceira opção envolve o engajameno em políicas inflacionárias. Assim, a úlima opção em sido seguida pela maior pare dos governos com suposos problemas de susenabilidade fiscal, efeuando core de gasos e/ou aumeno de imposos. Ainda sobre a uilização da esraégia do defaul ou renegociação da dívida pública como forma de diminuir o endividameno e equilibrar ineremporalmene o orçameno público, Gamboa (2005) ressala os prejuízos para

14 13 os países que nela incorrem: (1) enfraquecimeno das insiuições políicas; (2) aumeno da probabilidade de incorrer novamene numa siuação de defaul ou renegociação e, principalmene, (3) o aumeno do risco-país com a consequene redução do fluxo de capiais inernacionais. Com relação ao iem 2, Reinhar e Rogoff (2004) evidenciam que o cuso do primeiro defaul seria maior que o dos subsequenes, pois a credibilidade do defauler fica compromeida já no primeiro episódio de cessação de pagamenos, o que, em ese, ornaria mais fácil recorrer a esse suberfúgio ouras vezes, ornando-o um serial defauler. Com relação ao iem 3, essa redução de fluxo de capiais reduz as possibilidades de se financiar o crescimeno econômico. Reinhar e Rogoff enconram evidência de uma correlação inversa enre o PIB real per capia ajusado pela paridade do poder de compra dos serial defaulers e a porcenagem de anos em defaul desde Assim, esses auores concluem que as principais explicações para o paradoxo do menor fluxo de capiais desde os países desenvolvidos para os países em desenvolvimeno (ainda que o reorno do capial seja maior nesses úlimos) seria o maior risco de defaul apresenado por esses úlimos, além do menor desenvolvimeno de seus mercados de capiais. Na visão desses referidos auores, o verdadeiro paradoxo é por que os capiais inernacionais, principalmene aqueles relacionados a endividameno exerno, coninuam fluindo para os serial defaulers. Assim, o presene rabalho se propõe a esudar a susenabilidade da dívida pública do Esado do Ceará, após as ações omadas pelo governo federal no final da década de 90 com o inuio de resolver os problemas de desequilíbrios financeiros dos Esados. Para ano, será uilizada a função de resposa fiscal de Bohn (1998) com o inuio de perceber como o governo reage ao aumeno da dúvida pública. Simonassi e al. (2010) esudaram o ema para os municípios do Esado do Ceará, porém o rabalho aual é pioneiro ao uilizar os dados do governo Esadual. Uilizaremos para ano os dados mensais da dívida conraual fundada, uma vez que (1) o Esado não possui dívida mobiliária; (2) o aumeno de precaórios não esá sob o conrole do Esado e sua conabilização veio sofrendo mudanças durane o período esudado, gerando inconsisências enre os anos; e (3) as garanias

15 represenam uma dívida puramene conábil, levadas em cona pelo princípio conábil da prudência De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal em seu ar. 29, dívida pública fundada é o monane oal das obrigações financeiras do ene da Federação, assumidas em virude de leis, conraos, convênios ou raados e da realização de operações de crédio, para amorização em prazo superior a doze meses; Dívida pública mobiliária é a dívida represenada por íulos emiidos pela União, Esados e Municípios; Concessão de garania é o compromisso de adimplência de obrigação financeira ou conraual assumida por ene da Federação ou enidade a ele vinculada.

16 15 2. ASPECTOS TEÓRICOS Basicamene, a crença de que uma dívida é susenável é saisfeia se se puder demonsrar que o seu valor não é maior que o valor presene dos superávis primários esperados no fuuro. Assim, a expressão que represena o valor da dívida pode ser represenada por: B ( 1 r ) B G T (1) 1 onde B represena o valor da dívida no momeno, r é a axa de juros e G e T são respecivamene os gasos e a ribuação do governo, odos no mesmo momeno. Uma condição de ransversalidade que devemos impor para avançarmos na idéia de susenabilidade é a de que o valor de B, quando um empo suficienemene grande for considerado, deverá ser não posiivo. Dessa forma eviase o que se conhece na lieraura por jogos de Ponzi, onde um Esado paga sua dívida com ouras dívidas, indefinidamene. Por ouro lado, e seguindo a mesma lógica, as pessoas não podem empresar dinheiro ao Esado indefinidamene, e em cero momeno devem receber udo o que foi empresado. Podemos assim igualar esses dois lados, dívida e crédio, e junando-se essa igualdade à condição de ransversalidade, chegamos novamene à condição de susenabilidade, onde o valor presene em dos superávis primários esperados no fuuro deve ser o suficiene para se pagar a dívida nesse período. Os esudos sobre o aendimeno à resrição orçamenária ineremporal êm como marco inicial o rabalho de Hamilon e Flavin (1986), baseado nos dados da dívida esadunidense no período de 1962 a Supondo axa de juros consane, uilizaram um ese de raiz uniária para esar a esacionariedade da dívida e dos déficis orçamenários. Segundo o esudo, a rejeição da hipóese de raiz uniária seria suficiene para garanir o cumprimeno da resrição orçamenária ineremporal. Issler e Lima (2000) uilizam esse ese para o caso brasileiro no período de 1947 a 1992 e verificam que a dívida só é susenável quando é incluída

17 16 a receia com senhoriagem, evidenciando a forma de financiameno em uma economia com inflação elevada. Ouros rabalhos poseriores rouxeram aperfeiçoamenos à meodologia pioneira. Trehan e Walsh (1988) esaram a susenabilidade fiscal do governo dos Esados Unidos em um período mais amplo a e concluíram que se o défici orçamenário, incluindo o pagameno de juros, for esacionário, a resrição orçamenária ineremporal do governo esará sendo respeiada. Além disso, oura relação que igualmene saisfaz a resrição orçamenária ineremporal é a de que as séries de receia e gasos (incluindo pagameno de juros) e dívida sejam coinegradas. Essa coinegração enre as séries é um indicador de que o movimeno dos gasos com juros são acompanhados por superávis primários. Convém noar que a coinegração enre gasos e receias governamenais não garanem que odo o esoque posiivo de dívida seja pago, mas sim que o endividameno não irá crescer indefinidamene. Hakkio e Rush (1991) esam dados semelhanes dos EUA, porém para o período de 1952 a 1988 e com uma freqüência rimesral. Assumindo uma axa de juros esacionária, esaram a seguine equação: R. (2) GG onde R e GG são respecivamene a receia e os gasos (inclusive com pagameno de juros). Para que os déficis orçamenários sejam susenáveis, R e GG devem ser coinegrados e ε deve ser esacionário. Rocha (1997) uiliza esse modelo para esar a susenabilidade da dívida brasileira no período de 1980 a 1993, e chega à conclusão, corroborando com o rabalho de Issler e Lima (2000), de que a receias e gasos coinegram, de forma que a susenabilidade ocorre quando a receia inclui o imposo inflacionário. Bohn (1991) propõe a seguine equação para esar a coinegração enre receia, gaso e dívida: B G T ( 1 r). B (3) 1

18 17 onde B, G e T são respecivamene o esoque da dívida, o gaso e a receia de ribuos no empo, e r é a axa e juros. Em rabalhos poseriores, Bohn (1998 e 2006) sugere uma nova meodologia baseada na função de reação do esouro que muda a perspeciva em relação aos esudos de susenabilidade da dívida pública, aé enão baseados em eses de raiz uniária e coinegração enre receia, gasos e dívida. Ele procura verificar como a geração de superávi primário, por pare do governo, reage de forma correiva, ao aumeno da dívida pública. Essa meodologia em como vanagens ser independene de qualquer hipóese sobre a axa de juros, além de ser mais confiável, pois, segundo o auor, os eses de raiz uniária são passíveis de falha ao enderem a aceiar a hipóese nula de raiz uniária em alguns casos, principalmene em séries com poucos dados ou quando ocorrem quebras esruurais (Simonassi, 2007). Os esudos de susenabilidade da dívida baseados em coinegração enre esoque da dívida, gasos e receias, ambém são passíveis de críicas. Não há como saber exaamene quais serão os resulados primários fuuros nem as suas axas de descono, primeiro pela incereza das variáveis econômicas no fuuro, mas ambém pela necessidade de se acrediar que o governane erá a inenção de produzi-los. A comparação enre superávis primários e o esoque da dívida, calculados em valor presene, dependem da informações inceras como axa de juros e do faor de descono, ese úlimo, de grande complexidade de cálculo por envolver dealhes sobre a esruura dívida e faores de risco disinos para cada um de seus componenes (Luporini, 2001). Como pono de parida, Bohn (1998) analisa da equação da resrição orçamenária do governo: D D S ).(1 R ) (4) 1 ( 1 assim, o esoque da dívida em +1 é igual ao esoque da dívida no período anerior menos o superávi primário muliplicado pela axa de juros. Em uma economia com produo crescene, é imporane que deflacionemos as variáveis, reescrevendo-a da seguine forma: d 1 x 1.[ d s ] (5)

19 18 onde d e s são o esoque da dívida e o superávi primário divididos pelo PIB e x 1 ( 1 R 1). Y / Y 1 1 r 1 y 1 onde r e y denoam a axa de juros real e a axa de crescimeno real da economia, respecivamene. Para enconrar uma relação enre o superávi primário e a relação dívida/pib, Bohn uiliza o modelo de suavização de imposos proposo por Barro (1979) - ese afirma que os imposos cobrados pelo governo causam disorções na economia, e que para minimizar al impaco, o ideal seria suavizar as alerações marginais desse imposo aravés do empo. Desse modo, o governo incorreria em déficis nos períodos de maior gaso, acumulando dívida para eviar o aumeno das disorções decorrenes da oscilação da políica fiscal. Por ouro lado, nos períodos de menor gaso se acumulariam superávis. O modelo de suavização de imposos leva à seguine equação para o superávi primário: s. b. Z. b (6) onde ε é o ermo de erro, μ = α.z + ε e Z é um veor de com as ouras variáveis além da dívida que deerminam o superávi primário - Bohn uilizou 2 variáveis descrias em Barro (1986a, 1986b): as despesas emporárias do governo (GVAR ) e os ciclos de negócios (YVAR ). Assim, a equação esimada por Bohn foi: s. b 0. GVAR. YVAR (7) G Y Combinando as equações (5) e (6) podemos esabelecer o relacionameno enre a resposa fiscal do governo e as mudanças no nível de endividameno: d. (8) 1 d 1 d [ 1 x 1.(1 )]. d x 1 Assumindo x +1 e μ esacionários, a razão dívida/pib deve ser esacionária, com endência de reverer à média, se x.( 1 ) 1, pois nesse caso, o

20 19 coeficiene de d será negaivo. Em Bohn (1998) essa condição é saisfeia para os EUA e, porano a razão dívida/pib é esacionária, diferenemene do resulado enconrado quando o ese é feio aplicando-se a raiz uniária. Simonassi (2007) apresena uma variação da função de resposa fiscal de Bohn (1998): s. b 1. g. y (9) em que as ouras variáveis, além da dívida, que deerminam o superávi primário são os desvios dos gasos do governo e da receia em relação aos valores obidos via filro de Hodrick-Presco. Os sinais esperados são β < 0, indicando que o superávi diminui à medida que o gaso aumena, e γ > 0, indicando que o superávi aumena quando a receia aumena. A condição de susenabilidade é que α > 0, indicando que exise uma reação posiiva do governo, em ermos de geração de superávi primário, ao aumeno no esoque da dívida Ouros esudos baseados em Bohn(1998) Luporini (2001) uilizou dados anuais da dívida brasileira de 1966 a 2000 para concluir que os superávis fiscais não êm respondido sisemaicamene a variações na relação dívida/pib, nem essa razão ende a reverer à média. Por esses moivos, a dívida em um padrão não susenável. O FMI publicou, em 2003, um esudo com os dados anuais de uma ampla gama de países emergenes e indusrializados de 1970 a 2002 e verificou que (1) o grupo formado pelos países emergenes, em média, respondem menos com a formação de superávi primário que os países indusrializados, em qualquer nível de endividameno, e que (2) a resposa do superávi primário é menor à medida que a razão dívida/pib aumena nos países emergenes, e essa resposa para quando o a razão ulrapassa 50% do PIB. Isso sugere que, em média, a condução da políica fiscal nessas economias não é consisene com um padrão susenável, quando esse eo de endividameno é ulrapassado. Por ouro lado, o grupo de países indusrializados responde foremene ao aumeno da dívida quando esa alcança um nível elevado. (Callen e al., 2003)

21 20 Mendoza e Osry (2007) uilizaram várias bases de dados de países indusrializados e em desenvolvimeno de períodos a parir de 1970 aé 2005 e eceu algumas criicas ao rabalho do FMI (2003), pelo fao de ele fazer exclusões ad-hoc de alguns países e de não corrigir uma significaiva auocorrelação serial nos dados. Corrigindo esses problemas, o esudo não enconra evidências que países indusrializados aumenam sua resposa quando ulrapassam o eo de endividameno de 50% do PIB, mas sim que em países emergenes essa resposa diminui. Além disso, mosra que o ese de susenabilidade falha para países de quaisquer grupos com alo endividameno. Greiner e al. (2005) Uiliza os dados da dívida alemã do período de 1960 a 2003 e sugere que a relação de resposa do superávi primário ao aumeno da relação dívida/pib segue uma forma de U, uma vez que o esforço na formação de superávi é aumenado à medida que a dívida ulrapassa cero limie e diminuído quando cai abaixo desse limie. Conclui assim que o governo alemão parece er presado aenção à susenabilidade apenas em momenos em que a dívida se maneve elevada. Conclui ambém que o esudo apresena evidências empíricas significanes de que a dívida alemã em sido susenável. Coloca, no enano, quesões que podem pôr em xeque essa susenabilidade no fuuro, principalmene pelo aumeno da expecaiva de vida e a diminuição da axa de naalidade, levando a um esperado aumeno da dívida pública. Piergallini e Posigliola (2011) uilizam dados de longo prazo da dívida ialiana no período de 1861 a O esudo deles afirma que o ese de raiz uniária para a razão dívida/pib no período selecionado é inconclusivo quano à hipóese nula de esacionariedade. Assim, uiliza a meodologia Barro-Bohn e enconra uma endência da razão dívida/pib reverer à média. Mosra ambém que essa reversão não é devido somene ao crescimeno nominal do produo, mas ambém pela resposa posiiva do superávi primário às variações da dívida. Dessa forma, considera haver evidência de que as medidas correivas para a susenabilidade de longo prazo foram omadas. Shizume (2007) analisou a susenabilidade do Japão pré II Guerra Mundial uilizando dados de 1885 a 1943 e verificou que a dívida pública japonesa foi susenável aé 1931 e não-susenável após 1932 e compara a resposa da políica fiscal durane 2 períodos no qual o Japão sofreu dificuldades financeiras: a

22 21 guerra Rússia-Japão ( ) e no início da década de 30. Explica ambém os moivos pelo qual o país perdeu sua disciplina fiscal nesse segundo período. Haber e Neck (2006) esaram a susenabilidade da dívida ausríaca no período de 1960 a 2003 e concluíram que exise uma resposa mais fore no aumeno do superávi ao aumeno da dívida em um primeiro período que se esende aé 1974, quando enão a primeira crise do peróleo aingiu o país. A parir de enão, verifica ainda a resposa posiiva do superávi, porém de forma mais fraca. Alberola e Monero (2006) esudaram os dados de 1981 a 2004 de nove dos principais países da América Laina para esar a relação enre a políica fiscal de ais países e os ciclos de suas economias. Verificaram uma fore evidência de que a políica fiscal dos países da região é procíclica. A parir daí, uilizaram uma variação da função de resposa fiscal de Bohn (1998) para capurarem as percepções na variação emporal da susenabilidade da dívida e, dessa forma, enconrarem evidência de que essa políica fiscal esá ligada de forma muio próxima à vulnerabilidade financeira das economias, em paricular, à percepção sobre a susenabilidade das suas dívidas. Ballabriga e Marinez-Mogay (2005) esaram a susenabilidade dos países da União Européia uilizando dados do período Os auores uilizaram uma variação da função de resposa fiscal de Bohn (1998) e verificaram que em alguns países o Traado de Maasrich influenciou uma melhoria na susenabilidade da dívida, sendo que: (1) Na Bélgica, Grécia, Iália, Irlanda, Alemanha e Porugal, e na Dinamarca e Suécia, fora do Euro, houve uma gerência susenável da sua dívida no período esudado; (2) nesses países, exceo Alemanha e Porugal, a solvência foi melhorada a parir de meados da década de 90; (3) uma quebra esruural ocorreu por vola de 1996 na Bélgica, Grécia, Iália e Irlanda; (3) a solvência das dívidas na Espanha, França, Holanda e Áusria foi assegurada somene a parir de e que nesses países a reação ao aumeno da dívida foi nula aé meados da década de 90; (4) na Finlândia e no Reino Unido, a dívida não pode ser classificada como susenável nem como insusenável. Já Afonso (2005) uilizou dos dados de 1970 a 2003 para esar a exisência de regimes fiscais Ricardianos nos países da União Européia. Uilizou uma função de resposa fiscal para chegar à conclusão de que os governos europeus endem a usar o superávi primário para reduzirem a relação dívida/pib,

23 22 evidenciando assim a adoção do regime Ricardiano. Verificou ambém que essa resposa parece ser mais fore à medida que a dívida pública aumena. Wiers (2007) fez uma re-análise da susenabilidade fiscal dos países da UE. Para ano, uilizou uma variação mais robusa da função resposa de Bohn (1998), inroduzindo uma variável para o nível limie para a dívida (a parir do qual começa a ser preocupane) de forma a inroduzir uma checagem explícia para a condição de susenabilidade, bem como oura para a diferença enre a axa de juros e a axa de crescimeno, que impacaria no desenvolvimeno da dívida de forma independene ao superávi primário, e que, por isso, deveria ser levada em consideração. Finalmene, confirma a resposa posiiva na esabilização das dívidas brua e líquida. Fouad e al. (2007) analisaram os dados de 19 países do oriene médio, no período de 1990 a Dividiram os países em dois grupos: produores e não produores de peróleo e, para o segundo grupo, uilizaram uma variação da função de resposa onde incluíram uma variável explicaiva para o valor dos esoques de peróleo. As variáveis de conrole usadas nesse caso foram o hiao do PIB, excluindo-se o peróleo, e o hiao no preço do peróleo, para conrole dos faores cíclicos e esruurais. Nos países produores, as políicas fiscais em sido procíclicas com relação ao preço do peróleo e ao crescimeno da economia. Na média, as políicas fiscais êm reagido bem ao alo endividameno, eviando defaul, no enano, em alguns países, principalmene não produores, o nível de endividameno permanece alo, exigindo ajuses subsanciais nos seus superávis primários.

24 23 3. BASE DE DADOS Para o presene rabalho, usaremos a função de resposa fiscal especificada pela equação (9). Para ano, foram exraídos do sisema SIC (Sisema Inegrado de Conabilidade) as séries de receia líquida, despesa e superávi primário e do SISDIV (sisema que conrola os conraos de emprésimo do Esado do Ceará) foi exraído o esoque da dívida de emprésimos. Ambos os sisemas são manidos sob responsabilidade da Secrearia da Fazenda do Esado do Ceará. Foram considerados dados mensais do período de janeiro de 2002 a dezembro de Como o modelo esado uiliza o PIB para deflacionar as séries e al índice somene exise com freqüência rimesral e anual, uilizamos uma variável proxy para o PIB mensal baseado no índice de aividade econômica regional - IBCR- Ceará. Assim, os valores de aproximados do PIB mensal foram calculados endo-se como pono de parida o valor absoluo do PIB de 2002, e assim, a série foi calculada a parir das variações percenuais mensais do IBCR-CE. Abaixo vemos uma comparação enre o PIB Trimesral x IBCR rimesralizado, onde é possível visualizar que ambas as variáveis em comporamenos semelhanes ao longo do empo - o que não é de se esranhar, viso que o IBCR enra como subsídio para o cálculo do PIB. Gráfico 1 PIB rimesral / IBCR-CE rimesralizado A seguir, emos o gráfico das séries de receias, despesas e resulado primário, odos deflacionados pelo PIB:

25 24 Gráfico 2 Receias líquidas/pib e depesas/pib Receias Despesas Fone: elaboração própria Gráfico 3 Resulado primário/pib Resulado Primário Fone: elaboração própria Percebe-se que as receias e despesas apresenam crescimeno acima do índice de aividade econômica. Já o gráfico do resulado primário mosra um padrão de déficis ou superávis em deerminadas épocas do ano. Com relação ao esoque da dívida, podemos observar no gráfico a seguir que houve um aumeno do endividameno no início da década passada, com uma leve diminuição nos anos seguines, aé que nos anos recenes ese endividameno volou a crescer:

26 25 Gráfico 4 Esoque da dívida/pib Fone: elaboração própria E a seguir os dados absoluos do esoque da dívida: Gráfico 5 Esoque da dívida (em R$) , , , , , , , Fone: Sisema Inegrado de Conabilidade O esoque da dívida no período alcançou ao fim de 2011 o oal de R$ 4,9 BI, maior valor do período. Mesmo assim, é uma dívida baixa, uma vez que

27 26 represena aproximadamene 44% da receia correne líquida 2. Para fins de comparação, o limie auorizado pela LRF e definido pela resolução do senado nº 40/01 é de 200%. Em relação ao PIB esadual, levando-se em cona o PIB de 2011 que oalizou R$ 85 BI, o percenual de endividameno é de aproximadamene 5,7%. Para eviar discrepâncias enre as diferenças nas grandezas dos dados, odos foram ransformados em índices de mesma grandeza. Gráfico 6 desvios da receia e despesa em relação às suas endências Fone: elaboração própria No gráfico 6, vemos os desvios da despesa e receia em relação às suas endências, capuradas via filro de Hodrick-Presco as variáveis g e y do modelo esudado. Previamene, devido à enorme sazonalidade enconrada nos dados da despesa, foi uilizado o méodo X-12-ARIMA para a dessazonalização desa série. Execuando eses de raiz uniária ADF sobre as séries, verificamos que a hipóese nula de raiz uniária em nível não pode ser rejeiada para as séries de esoque da dívida/pib (b) e resulado primário/pib (s), indicando que as séries não são esacionárias, mas que as séries de desvios da receia e da despesa em relação às suas endências são esacionárias, conforme a abela a seguir: 2 De acordo com a LRF, receia correne líquida do Esado é o somaório das receias ribuárias, de conribuições, parimoniais, indusriais, agropecuárias, de serviços, ransferências correnes e ouras receias ambém correnes, deduzidas as parcelas enregues aos Municípios por deerminação consiucional;

28 27 Tabela 1 Teses de raiz uniária em nível Variável b (com inercepo e sem endência) y (sem endência nem inercepo) g (sem endência nem inercepo) s (sem endência nem inercepo) Esaísica de -1, , , , Dickey-Fuller Valores críicos 1% 5% 10% -3, , , , , , , , , , , , Fone: elaboração própria Tabela 2 Teses de raiz uniária em 1ª diferença Variável b s Esaísica de Dickey-Fuller -11, , Valores críicos 1% 5% 10% -2, , , , , , Fone: elaboração própria Execuando novamene os eses de raiz uniária em 1ª diferença, rejeiamos a hipóese nula de não-esacionariedade aos 3 níveis de significância para as séries não esacionárias em nível, indicando que a variação nesas variáveis é esacionária (Tabela 2).

29 28 4. METODOLOGIA E RESULTADOS Conforme pudemos consaar pelos eses de raiz uniária, denre as variáveis uilizadas no modelo da equação (9), emos que g ~ I(0), y ~ I(0), b ~ I(1) e s ~ I(1). Uma regressão múlipla enre esas séries, de ordens de inegração diferenes, pode vir a produzir uma regressão espúria, e, porano, a meodologia apropriada a ser empregada nesse caso é o ese de coinegração. Como a idéia por rás da função de resposa fiscal é verificar o comporameno do resulado primário ane o aumeno da dívida, a coinegração enre as séries s e b significaria que essas séries possuem relação de equilíbrio de longo prazo, o que sugeriria uma preocupação do governo com a susenabilidade fiscal. Bohn(1998, p. 951) corrobora com a escolha dessa meodologia, ao comenar a equação (6): [ ] If deb and he primary surplus are boh non-saionary while μ is saionary, one could inerpre a simple regression of s on d as a coinegraing regression wihou having o model he μ process explicily. Bu if s and d do no have uni roos, as I will argue below, a regression of s on d ha omis oher deerminans of he primary surplus will produce inconsisen esimaes due o omied variables bias [...]. Primeiramene, esamos a coinegração enre as séries uilizando a meodologia de Engle-Granger. A equação esada, s. b é esimada por Mínimos Quadrados Ordinários, e em seguida, a esacionariedade dos resíduos foi esada. As séries seriam coinegradas se 1 ˆ ~ I(0), no enano o ese de raiz uniária mosrou um p-valor de -0,9587. Tal valor, comparado com os valores críicos de Engle-Granger (-3,33 e -3,04 para níveis de significância de 5% e 10% respecivamene) mosrou que os resíduos não são esacionários, indicando que as séries s e b não são coinegradas e, logo, não possuem comporameno de equilíbrio no longo prazo. Verificando o valor esimado de, ampouco a variável em significância esaísica. Foi esado ambém a coinegração pelo ese de Johansen para a mesma equação. O procedimeno de Johansen uiliza eses de razão de verossimilhanca para deerminar o numero r de relações de coinegração em um modelo veorial auoregressivo inegrado. O ese do raço compara a hipóese nula de que exisem r ou menos relações de coinegração com a hipóese alernaiva de que há mais de r relações de coinegração. O ese do máximo auovalor compara a hipóese nula de

30 29 que o modelo coném r relações de coinegração com a hipóese alernaiva de que exisem r+1 relações de coinegração. Na ocorrência de discrepância enre os eses, há indicações para a preferência sobre o resulado do máximo auovalor, pois apresena hipóese alernaiva mais específica. A especificação do ese assumida foi sem endência linear ano para as series de dados quano para as equações de coinegração. Isso porque (1) a endência da série do esoque da dívida foi removida ao dividi-la pelo PIB, (2) a série de resulado primário normalmene não em uma endência esperada, podendo ser superaviário em um período e deficiário no período seguine e (3) porque nossa função de resposa fiscal possui um inercepo. O resulado apresenado indica que não exise coinegração ao nível de 5%, como podemos ver abaixo: Tabela 3 - Tese de coinegração de Johansen Tese do Traço Hipóese nº de veores de coinegração Auovalor Esaísica do raço Valor críico nível de 5% p-valor Nenhum 0, , , ,0825 No máximo 1 0, , , ,5492 Tese do raço indica não haver coinegração ao nível de 0,05 Tese do máximo auovalor Hipóese nº de veores de coinegração Auovalor Esaísica Valor críico nível de 5% p-valor None 0, , , ,0584 A mos 1 0, , , ,5492 Tese do máximo-auovalor indica não haver coinegração ao nível de 0,05 Fone: elaboração própria Mesmo se resolvêssemos aceiar um nível de significância maior para o ese, ainda assim emos valores para os coeficienes que não condizem com um

31 comporameno susenável, uma vez que indicam que o resulado primário em reação inversa ao aumeno da dívida: 30 Tabela 4 Coeficienes de coinegração normalizados (erro padrão enre parêneses) S B C 1, , , Fone: elaboração própria (1,03311) (1,19589) Ouro ese efeuado foi considerar as variáveis g e y como variáveis exógenas ao modelo de coinegração. Iso pode fazer senido, uma vez que essas variáveis influenciam o resulado primário no curo prazo (abelas 5 e 6). Tabela 5 Tese de coinegração de Johansen incluindo variáveis exógenas Tese do Traço Hipóese nº de veores de coinegração Auovalor Esaísica do raço Valor críico a 5% p-valor None * 0, , , ,0001 A mos 1 0, , , ,5455 Tese do raço indica 1 equação de coinegração ao nível de 0,05 Tese do máximo auovalor Hipóese nº de veores de coinegração Auovalor Esaísica Valor críico a 5% p-valor None * 0, , , ,0000 A mos 1 0, , , ,5455 Tese do máximo-auovalor indica 1 equação de coinegração ao nível de 0,05 Fone: elaboração própria

32 31 O resulado do ese de Johansen desa vez passou a apresenar uma equação de coinegração ao nível de 5%, ano no ese do raço, como no ese do máximo auovalor. Uma vez deecada a exisência de um veor de co-inegracao, e possível ober as relações de longo e de curo prazo enre as variáveis do modelo uilizando o veor de correção de erros VEC, conforme a abela 6 Tabela 6 Coeficienes de coinegração normalizados, incluindo variáveis exógenas (erro padrão enre parêneses) S B Y G C 1-0, , Fone: elaboração própria (0,79344) ( ) ( ) (0,91795) O modelo enconrado, no enano, não corresponde ao que deveríamos esperar: o coeficiene do esoque da dívida é negaivo, quando deveria ser posiivo, e não é esaisicamene significane, indicando que não podemos rejeiar a hipóese de que variações no esoque da dívida não enham nenhuma influência no resulado primário.

33 32 5. CONCLUSÃO O presene esudo buscou esar a susenabilidade da dívida pública conraual do Esado do Ceará, no período de 2002 a 2011, por meio da função de resposa fiscal de Bohn (1998). Segundo o auor idealizador da meodologia, al função visa a perceber o comporameno do governo em aumenar o superávi primário, em resposa a incremenos na dívida pública, como forma de garanir que a resrição ineremporal do governo seja saisfeia. Teses de raiz uniária mosraram que o esoque da dívida no referido período em comporameno explosivo (não-esacionário). Por esse moivo, eses de coinegração enre o resulado primário e o esoque da dívida foram efeuados a fim de esar o movimeno de longo prazo dessas variáveis e deecar se elas possuem uma relação de equilíbrio. Os eses conduzidos nesse rabalho indicaram que essa relação, no enano, não exise. Assim, enconramos evidências empíricas de que o governo, durane o período esudado, não eve uma preocupação especial em aumenar os superávis primários em decorrência do aumeno da dívida pública. Aconece que o ese da função de resposa fiscal é apenas um indício de que a dívida não seria susenável, como discuido no decorrer do rabalho. Vários ouros faores podem influenciar nessa susenabilidade e um deles é a relação dívida-rcl (receia correne líquida) ou dívida-pib. Por meio desses indicadores, podemos visualizar que a dívida do Esado do Ceará é ainda muio baixa, da ordem de 44% da RCL, enquano a Lei de Responsabilidade Fiscal, criada com o inuio de melhorar a gesão financeira dos enes públicos, auoriza um endividameno de aé 200% da RCL. Conudo, esa discussão esá além do objeivo dese rabalho, podendo ser alvo de novos esudos.

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