DOW AGROSCIENCES CONVERT HD364: UMA PROPOSTA PARA A INCREMENTAR A PRODUÇÃO DE BOVINOS EM PASTAGENS DO ECÓTONO AMAZÔNIA-CERRADO
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1 DOW AGROSCIENCES CONVERT HD364: UMA PROPOSTA PARA A INCREMENTAR A PRODUÇÃO DE BOVINOS EM PASTAGENS DO ECÓTONO AMAZÔNIA-CERRADO MANEJO DO PASTEJO: AVALIAÇÃO AGRONÔMICA, COMPORTAMENTO ANIMAL E DESEMPENHO Carlos Alberto Vicente Soares 1 ; Regis Luis Missio 2 1 Aluno do curso de Zootecnia, Campus de Araguaína; carlosalbertovicente@zootecnista.com. PIBIC/UFT. 2 Orientador do Curso de Zootecnia, Campus de Araguaína; regisluismissio@gmail.com. RESUMO: Objetivou-se avaliar o desempenho animal, o comportamento ingestivo e as características do pasto de capim Convert HD 364 manejado sob lotação contínua em diferentes alturas do dossel forrageiro. Foram utilizados 32 bezerros da raça Nelore distribuídos aleatoriamente nas alturas de 20, 30, 40 e 50 cm. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso, em esquema de parcelas subdivididas 4x3 (quatro alturas e três ciclos de avaliação). A massa de forragem e lâminas foliares aumentou (P<0,05), enquanto o tempo de pastejo reduziu pelo incremento da altura. O ganho de peso médio diário aumentou e a lotação reduziu com a elevação da altura do dossel forrageiro. O manejo da altura de pastejo do dossel forrageiro, em sistemas de lotação contínua, indica que a altura de 40 cm possibilita que o animal apresenta melhor condições de colheita de forragem. Palavras-chave: bezerros; massa de lâminas foliares; tempo de pastejo. INTRODUÇÃO Entre as opções para a diversificação do monocultivo de capim Marandu, destaca-se o Convert HD 364, um híbrido que alia a qualidade de várias espécies forrageiras em apenas um material forrageiro. Apesar de apresentar grande potencial em regiões da América Central, pouco se sabe sobre sua adaptação desse capim em condições brasileiras, principalmente na região do ecótono Amazônia Cerrado. Assim, a avaliação das características de crescimento em resposta ao pastejo, e como essas características irão afetar o comportamento ingestivo e desempenho animal, são primordiais para o uso correto desse acesso forrageiro. Dessa forma, objetivou-se avaliar o desempenho animal, o comportamento ingestivo e as características do pasto de capim Convert HD 364 manejado com lotação contínua em diferentes alturas.
2 MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido na Escola de Medina Veterinária e Zootecnia/UFT, localizada a 07º12 28, Latitude Sul e 48º12 26, Longitude Oeste, com altitude de 236 m. O clima da região, segundo a classificação de Köppen (1948), é AW Tropical de verão úmido com estação seca e chuvosa bem definida com período de estiagem no inverno. Na área experimental a adubação de base consistiu em 40 kg/ha de N e K do formulado 20:0:20 ao início do experimento e, duas adubações de manutenção ao longo do período experimental com 45 kg/ha de N utilizando ureia, e 40 kg/ha de N e K utilizando o formulado 20:0:20. Os tratamentos foram constituídos das alturas de manejo do dossel forrageiro (20, 30, 40 e 50 cm), onde o sistema de pastejo foi o de lotação contínua, com carga animal variável. Os tratamentos foram dispostos em delineamento em blocos ao acaso, sob esquema de parcelas subdivididas 4x3, em que nas parcelas foram distribuídas as quatro alturas de manejo, e nas sub-parcelas, os três ciclos de pastejo (28 dias), sendo utilizadas duas repetições de piquetes por altura, totalizando-se oito piquetes experimentais. Foram utilizados quatro animais de prova por tratamento, totalizando-se 32 animais. Além desses, mais 18 animais reguladores estiveram disponíveis para o controle da altura do pasto, sendo manejados em pastagem de capim Brachiaria adjacente à área experimental. Os animais foram pesados no início do experimento e a cada 28 dias após jejum completo de 12 horas. A taxa de lotação levou em consideração o número de dias que os animais reguladores permaneceram na pastagem. O ganho de peso por área foi obtido pela multiplicação da taxa de lotação média (nº de animais/dia) pelo ganho de peso diário dos animais de prova. As avaliações do pasto foram realizadas no início do experimento e a cada 28 dias, referentes aos ciclos de avaliação. A estimativa da altura média do pasto foi obtida com auxílio de um cano de PVC graduado em 100 pontos por piquete, sendo utilizada para direcionar o ponto de amostragem para estimar a massa de forragem, de colmo e material morto, massa seca total, bem como a relação folha/colmo. Para tanto, realizou-se o corte de todo material contido dentro da moldura de amostragem (0,6m 2 ), em que após a separação estrutural (folha, colmo e material morto), as amostras foram secas em estufa de ventilação forçada a 60ºC por 72 horas. O comportamento ingestivo foi avaliado por observação visual em dois períodos de 12 horas. No período de 12 horas as atividades de pastejo diurno; tempo de ruminação diurno,
3 tempo de ócio diurno; número de bocados por minuto e total de bocados foi avaliado em intervalos de 10 minutos. Para as avaliações de taxa de bocado e estações alimentares, quatro animais por tratamento foram escolhidos aleatoriamente, sendo conferidas oito observações por animal nos períodos de maior ocorrência das atividades de pastejo (quatro pela manhã e quatro à tarde). A taxa de bocado (bocados/minuto) foi considerada o tempo gasto pelos animais para a realização de 20 bocados, registrados por cronômetro digital. O número total de estações alimentares foi determinado como o quociente entre tempo de pastejo e tempo de permanência na estação alimentar; número total de passos como o produto entre o número total de estações alimentares e número de passos entre estações alimentares; e o número de bocados por estação alimentar como o quociente entre número de bocados diários pelo número de estações alimentares diárias. Os dados foram submetidos à análise de variância e regressão, utilizando-se nível crítico de significância de 10%. RESULTADOS E DISCUSSÃO Não houve interação (P>0,10) entre as alturas de manejo do dossel forrageiro e os períodos de pastejo, sendo os resultados apresentados em função das alturas de manejo do dossel forrageiro. A massa de forragem (MF), massa de lâminas foliares (MLF) e a massa de material morto (MMM) aumentaram linearmente (P<0,10) com o avanço da altura (Tabela 1), em função da menor lotação do pasto para manutenção da altura. O aumento da MMM refletiu a maior taxa de senescencia das lâminas foliares com o aumento da altura do pasto. Tabela 1 Características do pasto de capim Convert HD364 manejado em diferentes alturas sob pastejo contínuo Variáveis Altura de manejo (cm) CV(%) Massa de forragem, t de MS/ha 4,53 5,48 7,23 7,62 11,14 Massa de colmo, t de MS/ha 1,69 2,26 3,27 3,09 20,44 Massa de lâmina foliar, t de MS/ha 1,04 1,31 1,84 2,13 20,31 Material morto, t de MS/ha 1,80 1,91 2,10 2,39 12,91 Folha/colmo 0,69 0,61 0,63 0,73 26,60 Massa de forragem = 2, ,1104x; R 2 = 0,95; P<0,05; Massa de colmo = -1,328+0,184x - 0,00188x²; R 2 = 0,92; P<0,05; massa de lâminas foliares = 0, ,0382x; R 2 = 0,98; P<0,05; massa de material morto = 1, ,0196x; R 2 = 0,96; P<0,05; Folha/colmo = 0,66; MS = matéria seca.
4 A massa de colmo (MC) variou de forma quadrática (P<0,10), com ponto de máxima na altura de 40 cm (Tabela 1). Dosséis manejados menos intensivos, apresentam maiores percentagens de folhas, porém com grande participação de colmo, o que pode interferir no comportamento animal, resultando em menor consumo de forragem (CÂNDIDO et al., 2005). A relação folha colmo não foi alterada (P>0,10) pelas alturas de manejo, reflexo da variação na MLF e MC. O tempo de pastejo diminuiu (P<0,10) e o de ruminação aumentou com o avanço da altura (Tabela 2). Segundo Trindade et al. (2007) pastejos menos severos proporcionam aos animais obtenção de elevada proporção de folhas e maior valor nutritivo. O tempo de ruminação foi associado ao consumo de forragem e ao teor de fibra, já que nas maiores alturas as folhas eram maiores e mais velhas. Tabela 2. Variáveis referentes ao comportamento ingestivo e aos padrões de deslocamento de acordo com as diferentes alturas Variáveis Alturas, cm CV Pastejando, min 480,4 427,2 328,8 398,4 6,53 Ruminando, min 126,6 133,2 168,0 189,6 6,45 Outras atividades, min 113,4 159,0 223,2 191,4 22,13 Taxa de bocado/min 47,2 45,4 41,45 39,0 17,85 Total de bocados 22639, , , ,1 19,46 Total de estações 4467,4 3195,2 2222,8 2258,0 12,71 Total de passos 5639,0 4178,4 2989,1 2702,3 15,32 Bocados/estação 5,4 6,7 6,9 6,2 16,63 Pastejando = 430,967-0,2351x; R 2 = 0,85; P<0,05; Ruminando = 160,5 + 0,0367x; R 2 = 0,25; P<0,05; Outras atividades = 110,1 + 0,2495x - 0,00284x 2 ; R 2 = 0,55; P<0,05; taxa de bocado = 53,193-0,2837x; R² =0,98; P<0,05; total de bocados = ,86x, R² =0,81; P<0,05; total de estações = 9088,46-291,27x + 3,075x 2, R² =0,99; total de passos = 7489,05-103,19x, R² =0,93; bocados/estação = -0,4058+0,3982x -0,0053x 2, R² =0,9993, P<0,05. O tempo destinado para outras atividades apresentou variação quadrática (P<0,10) com o avanço da altura (Tabela 2), indicando que apesar do aumento da disponibilidade de folhas nas maiores alturas, a altura de 40 cm proporcionou melhores condições de colheita de forragem e disponibilizar maior tempo de descanso, o que ficou evidenciado pela variação quadrática (P<0,10) do número de bocados/estação, o qual apresentou ponto de máxima para a altura de 40 cm.
5 A taxa de bocados, número total de bocados e o número total de passos apresentaram redução linerar (Tabela 2), demontrando menor distância percorrida e maior facilidade de colheira da forragem. O número total de estações alimentares apresentou variação quadrática (P<0,10) com avanço da altura (Tabela 2), apresentando ponto de mínima para a altura de 40 cm, refletindo a melhor oportunidade de colheita de forragem pelos animais, em função da disponibilidade de folhas e sua densidade. O ganho de peso diário (GMD) aumentou linearmente (P<0,10) com o incremento das alturas (Tabela 3), concordando com os de Flores et al. (2008). Tabela 3 Desempenho animal em pastos de capim Convert HD364 manejado em lotação contínua em diferentes alturas Variáveis Altura de manejo (cm) CV(%) Ganho de peso médio diário, kg 0,719 0,712 0,856 0,962 29,92 Lotação, UA/ha 3,65 2,93 2,38 2,11 17,28 Ganho de peso/área, kg de PV/ha/dia 3,38 2,64 2,91 2,51 21,59 Ganho de peso médio diário = 0,506+0,0087x; R 2 = 0,88; P<0,05; lotação = 4,58-0,0518x; R 2 = 0,96; P<0,05; Ganho de peso/área = 2,85; PV = peso vivo. A taxa de lotação (TL) reduziu linearmente (P<0,10) com o avanço da altura (Tabela 3), com valor médio de 2,77 UA/ha. Apesar dessa redução, não houve diferença (P>0,05) entre os ganhos de peso por área (GPA) para as diferentes alturas de manejo (Tabela 3), resposta atribuída aos resultados opostos encontrados para GMD e TL. LITERATURA CITADA CÂNDIDO, M.J.D; GOMIDE, C.A.M.; ALEXANDRINO, E. et al. Morfofisiologia do dossel de Panicum maximum cv. Mombaça sob lotação intermitente com três períodos de descanso. Revista Brasileira Zootecnia, v.34, n.2, p , FLORES, R.S.; EUCLIDES, V.P.B.; ABRÃO, M.P.C. et al. Desempenho animal, produção de forragem e características estruturais dos capins marandu e xaraés submetidos a intensidades de pastejo. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 37, n.8, p , TRINDADE, J.K.; SILVA, S.C.da.; SOUZA JÚNUOR, S.J.de. et al. Composição morfológica da forragem consumida por bovinos de corte durante o rebaixamento do capim-marandu submetido a estratégias de pastejo rotativo. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.42, n.6, p , AGRADECIMENTOS O presente trabalho foi realizado com o apoio da UFT.
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