DESEMPENHO AGRONÔMICO DE HÍBRIDOS DE MILHO SAFRINHA EM DUAS ÉPOCAS DE SEMEADURA EM AQUIDAUANA, MS.

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1 DESEMPENHO AGRONÔMICO DE HÍBRIDOS DE MILHO SAFRINHA EM DUAS ÉPOCAS DE SEMEADURA EM AQUIDAUANA, MS. Elisa Pereira de Oliveira (1), Matheus Gustavo da Silva (2), Anne Mellisse Diaz Oliveira (3) Introdução O milho (Zea mays) é um cereal de grande importância econômica no cenário brasileiro e no mundo em função do seu rendimento de grãos, composição química e valor nutritivo, constituindo base para a alimentação humana e animal (NERI et al., 2005). De acordo com a CONAB (2013), a produção nacional de milho na safra de 2011/12, atingiu um volume de aproximadamente 73 milhões de toneladas, das quais 39,1 milhões de toneladas foram produzidos na segunda safra. Na segunda safra de 2012/13 alcançou-se uma produção recorde de ,5 milhões de toneladas, apresentando um incremento de 18,1% comparado com safra 2011/12. O milho de segunda safra ou milho safrinha é produzido, principalmente, pelos estados do Mato Grosso, Paraná, Mato Grosso do Sul e Goiás. Por ser plantado no final da época de verão, tem sua produtividade bastante afetada pelo regime de chuvas e por fortes limitações de radiação solar e temperatura na fase final de seu ciclo (CRUZ et al., 2011). No que se refere ao solo, não existe nenhum fator restritivo da época de plantio uma vez que já existem tecnologias para as mais diferentes condições. Por outro lado, o fator clima, tem um papel muito importante no comportamento da cultura, uma vez que este define não somente a época de plantio, mas principalmente, a produtividade (SANS, 2010). O objetivo deste trabalho foi avaliar o desempenho agronômico de cinco híbridos de milho em duas épocas de plantio na safrinha, em Aquidauana, MS. 1 Engenheira-Agrônoma, Mestranda pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, Rodovia Aquidauana-UEMS, km 12, Aquidauana, MS. elisa_oliveiraagro@hotmail.com, mellisse_ovelar@hotmail.com. 2 Engenheiro Agrônomo, Dr., docente em Agronomia pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, Rodovia Aquidauana-UEMS, km 12, Aquidauana, MS. matheus@uems.br. 2 [1]

2 Material e Métodos O experimento foi conduzido na área experimental da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, Unidade Universitária de Aquidauana, durante os meses de janeiro a julho de A região apresenta as seguintes coordenadas geográficas 20º20 Sul e 55º48 Oeste, com altitude de 207 m. O clima é classificado segundo Köppen-Geiger como AW, tropical sub úmido, com verão chuvoso e inverno seco, precipitação média anual mm e temperaturas máximas e mínimas de 33 e 19ºC, respectivamente. O solo é classificado como Argissolo Vermelho-Amarelo distrófico, de textura arenosa (SCHIAVO et al., 2010). O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados em esquema de parcelas subdivididas, com três repetições. As parcelas consistiram das épocas de semeadura (31/01 e 15/02) e as subparcelas dos cinco híbridos (Tabela 1). Tabela 1. Características dos cinco híbridos cultivados em Aquidauana/MS no ano de Híbrido Tipo de híbrido Ciclo Textura do grão Finalidade Época de Plantio Defender Simples modificado Precoce Duro Grãos Cedo, Normal, Safrinha Maximus Simples Precoce Duro Grãos Cedo, Normal, Safrinha Feroz Duplo Precoce Duro Grãos Cedo, Normal, Tarde, Safrinha Garra Triplo Precoce Duro Grãos Normal, Tarde, Safrinha Truck Simples modificado Precoce Duro Grãos Cedo, Normal, Safrinha Cada parcela foi constituída de 3,5 m de comprimento por 3,0 m de largura onde foram semeadas seis linhas utilizando-se espaçamento de 0,45 m, sendo que para as avaliações consideraram-se como área útil as quatro linhas centrais da subparcela, desconsiderando-se 0,5 m das extremidades das linhas. Foram distribuídas três sementes por metro nas linhas de plantio para estabelecimento de plantas ha -1. Foi realizada adubação por ocasião da semeadura com 200 kg ha -1 de NPK, e realizou-se adubação de cobertura com 100 kg ha -1 de nitrogênio (N) na forma de ureia no estágio V6 da cultura, para as duas épocas de semeadura e híbridos. [2]

3 Foram feitas avaliações do número de dias para germinação, o número de dias da germinação à emergência e estimativa da população inicial e final. Por ocasião do florescimento foram realizadas as avaliações de altura da planta (AP), altura de inserção da espiga (AIE), diâmetro do colmo (DC) e massa seca das plantas (MS). A colheita das espigas de milho foi realizada manualmente em dez metros de linha de cada subparcela, sendo determinado o comprimento da espiga (CE) e a produtividade de grãos (PG). Os dados foram submetidos à análise de variância e sendo constatada significância, observado significância, os dados qualitativos (híbridos) e os quantitativos (épocas de semeadura) serão submetidos ao teste de Tukey a 5%, utilizando o aplicativo computacional Sisvar (FERREIRA, 2003). Resultados e Discussão Conforme os resultados apresentados na Tabela 2, a altura da planta e a altura de inserção da espiga não foram influenciadas pelas épocas de plantio e pelo híbrido utilizado. Houve interação significativa entre híbridos e épocas para o diâmetro de colmo (DC), massa seca das plantas (MS), comprimento de espiga (CE) e produtividade de grãos (PG). O número médio de dias da semeadura à emergência foi de cinco dias, o número médio de dias da emergência à emissão da inflorescência masculina foi de 56 dias e o número de plantas acamadas e quebradas foi de 9 %, porém, estes parâmetros não apresentaram diferença estatística significativa entre épocas e híbridos. A época de semeadura afetou o DC das plantas de milho para o híbrido Garra, sendo que na segunda época as plantas apresentaram maiores valores com relação à primeira época. Não houve diferença para MS dentro das épocas de semeadura, porém os híbridos Maximus e Truck foram os que apresentaram as maiores médias com relação aos demais, independente da época em que foram semeados (Tabela 2). [3]

4 Tabela 2. Resumo da análise de Variância e valores médios para altura de planta (AP), altura de inserção da espiga (AIE), diâmetro do colmo (DC), massa seca das plantas (MS), comprimento da espiga (CE) e produtividade de grãos (PG) na cultura do milho safrinha, cultivado em diferentes épocas de semeadura em Aquidauana, MS. Fonte de variação AP AIE DC MS CE PG (cm) (kg) (cm) (kg/ha) Época de semeadura (E) Primeira época 2,16 0,97 23,34 b 8,81 16,56 7,16 a Segunda época 2, ,71 a 8,20 16,82 5,55 b DMS 0,106 0,16 1,07 2,91 0,4 0,1 Híbridos (H) Feroz 2,14 23,58 0,97 6,60 b 16,06 c 6,84 Maximus 2,15 23,89 0,96 9,58 a 16,80 a 6,57 Defender 2,17 23,80 0,98 9,0 ab 17,11 a 6,65 Truck 2,15 24,87 0,98 8,82 ab 16,46 b 5,91 Garra 2,14 24,81 1,01 8,84 ab 17,01 a 5,52 DMS 0,11 2,92 0,12 2,76 0,32 1,45 Média geral 2,15 24,02 0,98 8,57 16,69 6,3 E 0,001 ns 0,001 ns 14,17 * 1,78 ns 0,48 ns 22,10 * Teste F H 0,005 ns 0,010 ns 5,86 ns 31,20 * 4,43 * 7,49 ns ExH 0,040 ns 0,011 ns 13,38 ns 5,80 ns 1,40 * 7,20 ns C.V% parcela 4,63 9,40 4,18 31,93 2,28 5,93 subparcela 3,54 8,07 7,83 20,73 1,25 14,83 * e ns : significativo e não significativo a 5% pelo teste de Tukey, respectivamente. DMS: diferença mínima significativa. C.V: coeficiente de variação. De maneira geral, para a variável CE, a segunda época de semeadura apresentou maiores valores com relação à primeira (Tabela 2). Os híbridos Garra, Maximus e Defender apresentaram maiores médias dentro da primeira época com relação aos demais, sendo que na segunda época de plantio apenas o Defender se destacou. Para ambas as épocas de semeadura o tamanho das espigas mostrou-se satisfatório para comercialização, que segundo Pereira Filho & Cruz (2002), este valor encontra-se acima de 15 cm. Quanto à produtividade de grãos, houve diferença para as épocas de semeadura, com a primeira época mostrando-se mais satisfatória que a segunda (Tabela 2). Esse comportamento pode ser explicado pela melhor distribuição de chuvas durante o início do ciclo da cultura semeada na primeira época. Segundo Weismann (2007) é nos estádios iniciais que a planta começa a formar e a definir a quantidade de folhas e as inflorescências [4]

5 femininas, bem como o seu potencial produtivo, sendo que condições ambientais desfavoráveis nesse período acarretam em redução na produtividade final. Dentre os híbridos, houve diferença apenas na primeira época de semeadura, sendo que os híbridos Garra e Truck foram inferiores aos demais, destacando-se os híbridos Defender e o Maximus, e o Feroz. Conclusão A primeira época de semeadura (31/01) mostrou-se mais viável para a produtividade do milho safrinha, com destaque para os híbridos Maximus, Defender e Feroz. Referências CONAB: Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento da safra brasileira: grãos, décimo segundo levantamento, setembro, CRUZ, J. C.; SILVA, G. H.; PEREIRA FILHO, I. A.; GONTIJO NETO, M. M.; MAGALHÃES, C. Sistema de produção de milho safrinha de alta produtividade. Sete Lagoas: Embrapa Milho e Sorgo, p. (Circular técnica 160). DARÓS, R.; OLIVEIRA, M. D. X. de; ARIAS, E. R. A. Milho safrinha época de semeadura e ciclo de cultivares. Campo Grande, MS: EMPAER-MS, p. (EMPAER-MS. Comunicado técnico, 21). FERREIRA, D. F. Sisvar. Lavras: DEX/UFLA, NERI, D. K. P.; MORAES, J. C.; GAVINO, M. A. Interação silício com inseticida regulador de crescimento no manejo da lagarta-do-cartucho Spodoptera frugiperda (J.E. Smith, 1797) (Lepidoptera: Noctuidae) em milho. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v.29, n.6, p , PEREIRA FILHO, I. A.; CRUZ, J. C. Cultivares de milho para consumo verde. Embrapa: Sete Lagoas, 2002, 7 p. (Circular Técnica, 15). SANS, L. M. A. Influência dos atributos climáticos na implantação do milho e sorgo em safrinha. In: SEMINÁRIO NACIONAL DO MILHO SAFRINHA, 10., Rio Verde, p , SCHIAVO, J. A.; PEREIRA, M. G.; MIRANDA, L. P. M.; DIAS NETO, A. H.; FONTANA, A. Caracterização e classificação de solos desenvolvidos de arenitos da formação Aquidauana-MS. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v.34, n.03, p , WEISMANN, M. Fases de desenvolvimento da cultura do milho. Tecnologia e Produção de Culturas: safrinha e inverno, [5]