AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE DE MILHOS HÍBRIDOS CONSORCIADOS COM Brachiaria brizantha cv. MARANDÚ

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1 AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE DE MILHOS HÍBRIDOS CONSORCIADOS COM Brachiaria brizantha cv. MARANDÚ Luanna de Andrade Silva¹; Aurélio Vaz-de-Melo²; 1 Aluna do Curso de Agronomia da UFT; Campus de Gurupi; luanna.andrade31@hotmail.com ; UFT/Permanência 2 Professor do Curso de Química Ambiental da UFT; Campus de Gurupi; vazdemelo@uft.edu.br. RESUMO: O objetivo deste trabalho foi avaliar a resposta de híbridos experimentais de milho submetidos a diferentes densidades de Brachiaria brizantha cv. Marandú em casa de vegetação. Com delineamento experimental em blocos inteiramente casualizados, em esquema fatorial 6 x 5 (seis híbridos experimentais de milho, sob cinco densidades de plântulas de capim Brachiaria Brizantha cv. Marandú), em quatro repetições. A parcela experimental foi constituída por uma planta de milho combinada com uma das densidades de capim Brachiaria (0, 2, 4, 6 e 8 plantas por vaso). Foram avaliadas as seguintes características: Massa fresca da parte aérea (MFPA) e massa seca da parte aérea (MSPA). Os híbridos de milho diferem na sua resposta em cultivo consorciado ao aumento da densidade de plantas de capim. O híbrido milho UFT-40 foi o mais influenciado negativamente pelo aumento da densidade de plântulas de capim, em ambas as características, sendo o mesmo não indicado para o sistema consorciado. Diferentemente, o híbrido UFT-25 é recomendado para o sistema de consorcio devido o mesmo apresentar maior tolerância à elevação da densidade de Brachiaria Brizantha. Palavras-chave: Zea mays; Brachiaria Brizantha; Cultivo consorciado. INTRODUÇÃO Dentre as atividades agrícolas mundiais, a cultura do milho se apresenta em uma posição de destaque, sendo uma das mais importantes também no Brasil, que é o segundo maior produtor desse grão, ficando atrás apenas dos Estados Unidos (ALVES e AMARAL, 2011). Enquanto o rendimento médio mundial é de 6890 kg ha -1, a média nacional é de 4483 kg ha -1, valores que refletem a necessidade de intensificação de pesquisas e de adoção de tecnologia na cultura (CONAB, 2012). A pecuária tradicional em regiões de cerrado brasileiro, na qual as pastagens são implantadas com pouca ou nenhuma tecnologia, é caracterizada pelo extrativismo, e, salvo casos isolados de manejo sustentável, composta por pastagens degradadas e o solo com baixos níveis de

2 fertilidade e excessiva toxidez por alumínio (Al 3+ ). Incrementos nos índices produtivos exigem a recuperação de áreas marginais através da adoção de sistemas de produção diferenciados, como os cultivos consorciados e a integração lavoura-pecuária (MACEDO, 2009). O consorcio entre culturas produtoras de grão e forrageiras é possível graças ao diferencial de tempo e espaço, no acúmulo de biomassa entre as espécies (KLUTHCOUSKI e YOKOYAMA, 2003). De acordo com Jakelaitis et al. (2004), a competição existente entre as espécies pode inviabilizar o cultivo consorciado. Porém, o conhecimento no comportamento das espécies, pela competição por fatores de produção, torna-se de grande importância no êxito da formação de pastagem no período de outono inverno, e na produção satisfatória de cultura produtora de grãos. Diante do exposto, o presente trabalho teve por objetivo avaliar a influência da produtividade de consorciação da Brachiaria brizantha cv. Marandú com a cultura do milho, e identificar híbridos tolerantes à competição com Brachiaria brizantha cv. Marandú. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi conduzido na Universidade Federal do Tocantins (280 m de altitude, coordenadas S e W), no Campus Universitário de Gurupi, em Gurupi TO. O experimento foram instalado em casa de vegetação com delineamento experimental em blocos inteiramente casualizados, em esquema fatorial 6 x 5 (seis híbridos experimentais de milho oriundos do grupo de Melhoramento de Forrageiras Tropicais, sob cinco densidades de plântulas de capim Brachiaria Brizantha cv. Marandú), em quatro repetições. As unidades experimentais foram constituídas de sacos plásticos de cinco dm -3. Cada parcela experimental foi constituída por uma planta de milho combinada com uma das densidades de capim Brachiaria (0, 2, 4, 6 e 8 plantas por vaso). No estádio de seis folhas de milho completamente desenvolvida (25 dias após a germinação) foram realizadas as seguintes avaliações ambas as espécies cultivadas: Massa fresca da parte aérea (MFPA), em g planta -1. Após determinação da massa verde, a mesma foi acondicionada em estufa de ventilação forçada a 65 C por 72 horas, para posterior determinação da massa seca da parte aérea (MSPA), em g planta -¹. Após a coleta de dados, os mesmos foram submetidos a análise de regressão utilizando o aplicativo computacional SigmaPlot.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Todos os híbridos apresentaram resposta linear em função do acréscimo na densidade de plântulas de Brachiaria por vaso. Os coeficientes de determinação foram significativos (p 0,01) em todos os genótipos. A mesma significância foi observada no coeficiente de regressão. A MSPA de milho foi influenciada de forma negativa pelas diferentes densidades de B. brizantha (Figura 1), onde o aumento na densidade promoveu redução no peso da massa seca do milho em todos os híbridos, mais com maior influencia no híbrido UFT-40, ao qual teve uma redução de 1,84 g planta -1 comparando-se a menor com a maior densidade (0 e 8 plântulas de Brachiaria por vaso, respectivamente). Já o híbrido UFT-25, apresentou a menor redução na massa seca à medida que se aumentava a densidade, sendo essa redução na ordem de 0,96 g planta -1, podendo assim classificar esse híbrido com o mais tolerante à competição com a Brachiaria. Os presentes resultados apresentados pela pesquisa contrariam os de Bulegon et al. (2012), que analisando a interferência das densidades 8; 16 e 24 kg ha -1 de sementes de B. brizantha, observou que não houve efeito destes tratamentos sobre a massa seca do milho em consórcio. Figura 1. Massa seca da parte aérea de híbridos de milho em função da densidade de Brachiaria brizantha em cultivo consorciado, aos 25 dias após a germinação, Gurupi-TO, 2013.

4 A redução da MSPA em função do aumento na densidade de plântulas de Brachiaria pode ser justificada pela intensificação da competição entre as espécies por água, luz e nutrientes, conforme exposto por Forsthofer et al. (2006), onde os autores afirmam que o rendimento de milho depende da quantidade, eficiência de interceptação e da conversão da radiação solar absorvida em massa seca. Similar redução foi observada na MFPA (Figura 2), onde o híbrido que se destacou com a menor redução foi o UFT-18 (6,56 g planta -1 ) o que induz a dizer que o mesmo é o híbrido mais tolerante à competição com a Brachiaria para essa característica. O híbrido UFT-40 foi o que apresentou a maior redução de MFPA comparando-se com a menor e maior densidade (0 e 8 plântulas de B. brizantha). Figura 2. Massa fresca da parte aérea de híbridos de milho em função da densidade de Brachiaria brizantha em cultivo consorciado, aos 25 dias após a germinação, Gurupi-TO, Conclui-se que os híbridos de milho diferem na sua resposta em cultivo consorciado ao aumento da densidade de plantas de capim. O híbrido de milho UFT-40 sofreu maior detrimento pelo aumento da densidade de plântulas de Brachiaria em ambas as características. Desta forma, o mesmo não é indicado para o sistema de consorcio entre gramíneas. Diferentemente, o híbrido UFT-25 é recomendado para o sistema de consorcio devido o mesmo apresentar maior tolerância à elevação na densidade de Brachiaria Brizantha.

5 LITERATURA CITADA ALVES, H. C. R.; AMARAL, R. F. Produção, área colhida e produtividade do milho no Nordeste. Informe Rural Etene, n. 16, CONAB. Acompanhamento de safra brasileira: grãos, oitavo levantamento, maio MACEDO, M.C.M. Integração lavoura e pecuária: o estado da arte e inovações tecnológicas. Revista Brasileira de Zootecnia, v.38, p , BULEGON, L. G.; CASTAGNARA, D. D.; BERTÉ, L. N.; SERGIO, P.; OLIVEIRA, R.; NERES, M. A. Efeito do consórcio de milho com Brachiaria brizantha em diferentes taxas de semeadura sobre a incidência de ervas daninhas. Cultivando o saber, v.5, n.4, p.72-86, FORSTHOFER, E. L.; SILVA, P. D.; STRIEDER, M. L.; MINETTO, T.; RAMBO, L.; ARGENTA, G.; SILVA, A. D. Desempenho agronômico e econômico do milho em diferentes sistemas de manejo e épocas de semeadura. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.41, n.3, p , JAKELAITIS, A.; SILVA, A. A.; FERREIRA, L. R.; SILVA, A. F.; FREITAS, F. C. L. Manejo de plantas daninhas no consórcio de milho com capim-braquiária (Brachiaria decumbens). Planta Daninha, v.22, p , KLUTHCOUSKI, J.; YOKOYAMA, L.P. Opções de integração lavoura-pecuária. In: KLUTHCOUSKI, J.; STONE, L.F.; AIDAR, H. Integração lavoura-pecuária. 1.ed. Santo Antônio de Goiás: Embrapa Arroz e Feijão, P