UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE AGRONOMIA PEDRO HENRIQUE RAMOS MACHADO
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1 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE AGRONOMIA PEDRO HENRIQUE RAMOS MACHADO CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DA MASSA DE FORRAGEM DE CAPIM PIATÃ, MANEJADO SOB LOTAÇÃO CONTÍNUA SUBMETIDOS A DIFERENTES ALTURAS DE MANEJO E DIFERENTE DOSES DE NITROGÊNIO Uberlândia-MG 2015
2 2 PEDRO HENRIQUE RAMOS MACHADO CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DA MASSA DE FORRAGEM DE CAPIM PIATÃ, MANEJADO SOB LOTAÇÃO CONTÍNUA SUBMETIDOS A DIFERENTES ALTURAS DE MANEJO E DIFERENTE DOSES DE NITROGÊNIO Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Agronomia, da Universidade Federal de Uberlândia, para obtenção do Título de Engenheiro Agrônomo. Orientador: Prof. Leandro Martins Barbero Uberlândia-MG 2015
3 3 PEDRO HENRIQUE RAMOS MACHADO CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DA MASSA DE FORRAGEM DE CAPIM PIATÃ, MANEJADO SOB LOTAÇÃO CONTÍNUA SUBMETIDOS A DIFERENTES ALTURAS DE MANEJO E DIFERENTE DOSES DE NITROGÊNIO Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Agronomia, da Universidade Federal de Uberlândia, para obtenção do grau de Engenheiro Aprovado pela banca examinadora em 19 de junho de 2015 Prof. Dr. Leandro Martins Barbero Orientador Luara Cristina de Lima Membro da Banca Jairo Gonçalves Pinheiro Membro da Banca
4 4 RESUMO A pecuária brasileira é caracterizada pela exploração extensiva de pastagens, sendo necessárias medidas pra manter uma homogeneidade do pasto durante todo ano. A aplicação de nitrogênio (N) e a altura de condução dos pastos relacionam-se com a capacidade de crescimento e interceptação luminosa da forrageira, melhorando sua nutrição. O objetivo do presente trabalho foi determinar o teor de massa de forragem e sua composição morfológica em pastos de Brachiaria brizantha cv. BRS Piatã manejados com lotação contínua sob doses de 50 e 300 Kg ha -1 por ano e submetidos a diferentes alturas de manejo, sendo 20 e 40 cm de altura, em diferentes estações do ano, seca e chuvosa. O delineamento foi de blocos casualisados, com um fatorial de 2 por 2, totalizando quatro tratamentos. Os dados foram submetidos ao teste de Tukey a 5% de probabilidade. Os parâmetros avaliados foram massa e percentual de colmos, folhas e material morto, massa de forragem, teor de matéria seca e relação folha:colmo. Durante a estação seca, a forrageira se manteve estável e homogênea para os componentes morfológicos. Durante a estação chuvosa, a forrageira quando submetida a dose de 300 kg ha -1 de N por ano apresentou uma maior taxa de crescimento dos componentes morfológicos, e quando associada a uma altura de manejo de 40cm aumenta sua massa de forragem. PALAVRAS-CHAVE: Pecuária, Braquiária, Nitrogênio, Altura de manejo, Estação seca, Estação chuvosa
5 5 SUMÁRIO INTRODUÇÃO... 6 REVISÃO DE LITERATURA... 8 MATERIAL E MÉTODOS RESULTADOS E DISCUSSÃO CONCLUSÕES REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 20
6 6 INTRODUÇÃO A pecuária de corte brasileira caracteriza-se pela exploração extensiva das pastagens, com baixos índices zootécnicos e de produtividade, em comparação aos países exportadores de carne. Entretanto, o Brasil abateu no ano de 2013 cerca de 26 milhões de cabeças, com destaque de alguns estados brasileiros como o Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás (IBGE, 2013). Dentro desse cenário, o Brasil leva algumas vantagens perante aos demais exportadores de carne, sendo ela a grande disponibilidade de áreas pastejáveis, tendo uma vantagem competitiva em relação a países onde predomina os confinamentos. As gramíneas que mais se destacam dentre as pastagens disponíveis são as do gênero Brachiaria, agrupando as cultivares de gramíneas mais importantes para a produção de carne bovina. Neste grupo, o capim-marandu (Brachiaria brizantha cv. Marandu) é o mais representativo, especialmente por suas qualidades agronômicas e pela grande aceitação dos produtores. O capim-piatã (Brachiaria brizantha cv. BRS Piatã), primeira forrageira protegida lançada pela Embrapa, em 2006, surgindo como mais uma opção de diversificação de pastagens. As plantas são de crescimento ereto e cespitoso (formam touceiras), de porte médio, com altura entre 0,85 e 1,10m. O capim-piatã é apropriado para solos de média fertilidade, adapta-se muito bem a solos bem drenados e apresenta maior tolerância a solos com má drenagem que o capim-marandu. É resistente às cigarrinhas típicas de pastagem, Notzulia entreriana e Deois flavopicta, por um lado, e por outro, não foi constatada resistência à cigarrinha de cana-de-açúcar, Mahanarva fimbriolata, limitando sua utilização em áreas com histórico de problemas com cigarrinhas desse gênero (EMBRAPA GADO DE CORTE, 2007) Grande parte das restrições à produção animal em pastagens tropicais pode ser resolvida com práticas de manejo que aumentem a eficiência de utilização ou colheita da forragem produzida (BARBOSA, 2007). A adubação tem sido indispensável na formação, na manutenção e na recuperação das pastagens e, de modo particular, a adubação nitrogenada tem sido uma das maiores necessidades nos casos de pastagens exclusivas de gramíneas (BOMFIM- SILVA, 2006), pelo fato de gerar um aumento imediato e visível de produção nas gramíneas, além de gerar uma série de alterações fisiológicas.
7 7 Outro manejo que pode refletir o sucesso da gramínea no ambiente, é a presença de animais no pasto e a frequência de pastejo dos mesmos. O superpastejo, faz com que o crescimento da parte aérea e do sistema radicular seja reduzido, diminuindo a capacidade de absorção de nutrientes, o que implica em queda do potencial produtivo e no surgimento de invasoras. Já o sub pastejo favorece a seletividade dos animais por determinadas espécies, que sendo pastejadas novamente e constantemente, acabam eliminadas, enquanto outras, de menor aceitabilidade, passam a dominar o estande (SANTOS & VIEIRA, 2012). A altura de pasto também influência na captação de forragem pelo animal, posteriormente convertendo-a em produto animal. Devido a importância do sistema de produção animal a pasto no Brasil, e os manejos adequados para que esse possa expressar sua máxima conversão animal, o objetivo do presente estudo é determinar a massa de forragem e a composição morfológica de pastos de Brachiaria brizantha cv. BRS Piatã manejados sob lotação contínua, submetidas a diferentes doses de nitrogênio e manejadas a diferentes alturas da forrageira.
8 8 REVISÃO DE LITERATURA A adubação em pastagens, principalmente a nitrogenada, está entre os fatores mais importantes a determinar a produção por área (PRIMAVESI, 2004). Este fato se deve pois, o nitrogênio (N) exerce um papel de extrema importância no desenvolvimento de plantas forrageiras, pois favorece a recuperação de seu aparato fotossintético após a desfolhação, reduzindo o tempo para o aparecimento de duas folhas consecutivas. Isso evidencia a importância do N em uma série de processos fisiológicos (NABINGER, 2001). Parte do nitrogênio (N) do fertilizante aplicado à pastagem é frequentemente perdida do sistema, o que reduz a eficiência de uso do N aplicado e, potencialmente, diminui a lucratividade dos empreendimentos de pecuária baseados na exploração de pastagens adubadas com fertilizantes nitrogenados (MARTHA JR., 2004). O fertilizante nitrogenado mais utilizado é a uréia e também pode ser o que mais sofre com perdas seja por lixiviação ou volatilização. Ela apresenta alta concentração de N, é de fácil manipulação e causa menor acidificação no solo, quando comparada ao sulfato e nitrato de amônio, tornando-a potencialmente superior a outras fontes, do ponto de vista econômico. Isto encoraja estudos com uréia, principalmente sobre sua eficácia em pastagens manejadas intensivamente, sob condições climáticas com alto potencial evapotranspirativo (PRIMAVESI, 2004). Um dossel bem estruturado ajuda a minimizar as perdas por volatilização, onde matem um microclima favorável quando manejados em altura correta. Segundo Primavesi (2001) em sistemas intensivos de produção de bovinos, a aplicação de N na forma de uréia, em pastagens de gramíneas tropicais, pode ser competitiva com outras fontes, em razão de seu menor custo por quilograma de N, bem como do menor custo no transporte e na aplicação. Segundo Alexandrino (2004) adubação nitrogenada e o tempo de rebrotação são componentes importantes que afetam o crescimento da Brachiaria brizantha cv. Marandu e, por isso, devem ser considerados na determinação de estratégias de manejo da pastagem. A adubação ainda influencia no acumulo de forragem como é demonstrado por Martuscello (2005) onde exerce efeito positivo nas taxas de alongamento e aparecimento foliar, no número de perfilhos, de folhas vivas e no comprimento final da lâmina em plantas de capimxaraés. Porém segundo Martuscello (2005) o processo de senescência foliar nesta forrageira é acelerado com o aumento das doses de nitrogênio, reduzindo a duração média de vida das
9 9 folhas. Tendo em vista que o nitrogênio traz benefícios torna-se necessário um melhor manejo do pastejo, como, a altura da forrageira, disponibilidade de animais a pasto, estrutura do dossel, dentre outras. A partir de um experimento conduzido com a espécie Brachiaria brizantha cv. Marandu manejado sobre lotação contínua em diferentes alturas de 10, 20, 30 e 40 cm, Molan (2004) percebeu que durante 360 dias as alturas medianas de 20 e 30 cm demonstraram um melhor desempenho quanto à interceptação luminosa, o interfere diretamente na produção de novas folhas. Ainda no mesmo trabalho com a Avaliação da estrutura do dossel, revelou-se, que a densidade de forragem e de IAF dos pastos aumentou do topo em direção ao nível do solo, com maior proporção de folhas e área foliar localizada na porção mediana superior, e de colmos e de material morto na porção mediana inferior do dossel. Segundo Nantes (2013) o capim piatã apresenta grande flexibilidade de manejo sob lotação contínua e pode ser manejado entre 15 e 45 cm de altura. Porém para a melhor utilização da forragem produzida, o capim piatã, sob lotação contínua, deve ser manejado entre 15 e 30 cm de altura, sem prejuízo para a produção animal. Segundo Andrade & Assis (2010) o estabelecimento de pastagens de capim-piatã pode ser realizado seguindo recomendações semelhantes às utilizadas para os capins brizantão e xaraés, ambos da espécie Brachiaria brizantha, quanto à época de plantio, taxa de semeadura e método de plantio. Quanto ao manejo e adubação na Brachiaria brizantha cv. Piatã tem seus dados escassos e necessitam de uma maior frente de estudo para expor resultados.
10 10 MATERIAL E MÉTODOS A parte experimental do presente trabalho foi realizada na Fazenda Experimental Capim Branco, setor de Agrostologia, da Faculdade de Medicina Veterinária, de propriedade da Universidade Federal de Uberlândia. A fazenda estava localizada na cidade de Uberlândia MG, situada aproximadamente a ,07 S de latitude e a ,16 O de longitude de Greenwich apresentando altitude média de 790 a 800 metros. O relevo da área era semelhante ao da região, que constituía a presença de chapadas levemente onduladas, provindas de solos antigos de característica de latossolo, de alto processo de intemperizaçao, onde a acidez natural e extremamente elevada. O clima predominante é o tropical de altitude, com estações do ano bem definidas entre seca e úmida e temperatura média relativamente amena em torno de 23 C. O regime pluviométrico é de clima tropical iniciando nos meses de outubro/novembro estendendo-se até os meses de março/abril, compreendidos na estação úmida, tendo uma precipitação acumulada de 1870 mm. A área experimental teve seu pastos estabelecidos com a espécie Brachiaria brizantha cv. BRS Piatã, em novembro de 2012 com um total de 5kg de sementes puras viáveis por hectare. Antes da implantação foi efetuada uma análise de solo para verificar os níveis de acidez e nutrientes disponíveis para que fosse feita as respectivas correções, de acordo com as recomendações para pastagens para o estado de Minas Gerais. Os tratamentos foram determinados a partir de duas variáveis onde uma é a altura de manejo do pasto, seja de 20 cm ou 40 cm de altura, ou ainda, por duas condições de adubação, sendo uma dose de 300 kg ha -1 de N por ano a qual é parcelada em quatro aplicações durante a primavera e verão, ou uma dose de 50 kg ha -1 de N por ano no final da primavera, ambas aplicadas sempre após uma precipitação de 30mm. Foram alocados às unidades experimentais (piquetes de m 2 ) segundo arranjo fatorial 2x2 e delineamento em blocos completos casualizados, com três repetições, totalizando 12 unidades experimentais. O período experimental foi entre os meses de julho de 2014 e dezembro de 2014, para que fosse avaliado o padrão de resposta da forrageira a estação seca e ao período de início das chuvas. Para tal, foram feitas avaliações bimestrais durante a estação seca, abrangendo os meses de transição para estação de chuva, onde foram feitas avaliações mensais, perdurando até
11 11 dezembro, totalizando quatro avaliações ao final do projeto. As adubações nitrogenadas foram realizadas durante a estação chuvosa, iniciadas em outubro de A pastagem foi manejada sob lotação continua com taxa de lotação variável, utilizandose da técnica do put and take, proposta por (MOTT; LUCAS, 1952), que determina a quantidade de animais de acordo com a taxa de desfolha e rebaixamento dos pastos. Adjacente à área experimental há uma área reserva de 2 ha utilizada para manejo dos animais reguladores. Esta área é composta com a mesma gramínea forrageira da área em estudo. A utilização dos animais reguladores tem como objetivo manter os pastos nas metas de altura de cada tratamento onde, duas vezes por semana serão tomadas 100 medidas de altura em pontos aleatórios em cada unidade experimental, com auxílio de uma régua graduada. Para coleta da massa de forragem foi utilizado, um esquadro metálico com 1,00 x 0,50m que é disposto em contato com o solo, e toda a forragem que esta compreendida nele e cortada com o auxílio de uma roçadeira motorizada com a mesma função de um tesourão de poda, em quatro pontos por piquete. Esta avaliação foi realizada a cada 56 dias, ou seja, a cada dois meses, no período seco. Após a primeira chuva, as avaliações foram feitas a cada 28 dias, ou seja, mensalmente. A partir do corte desses quatro pontos foi obtida uma amostra total, a qual foi acondicionada em sacos plásticos e levadas ao laboratório. No laboratório as amostras vindas do campo são pesadas e homogenizadas, onde foram tomadas duas sub-amostras ao acaso, as quais foram devidamente pesadas também, onde uma foi destinada para avaliação de teor matéria seca, e a segunda foi tirada para avaliação dos componentes morfológicos presentes na pastagem, separando-a em folhas (lâminas foliares), colmos (bainhas foliares e colmos) e material morto (parte senescente das plantas). Após a retirada de ambas as amostras, estas foram levadas para secar à estufa de circulação forçada de ar com uma temperatura de 65ºC por um período de 72 horas. Após a retirada das sub-amostras da estufa, estas foram pesadas novamente, e um dos dados foi utilizado para o cálculo de massa de forragem, expresso em kg/ha de matéria seca, e a outra sub-amostra de composição morfológica teve seus dados expressos em porcentagem de componentes em relação à massa total. O cálculo do teor de matéria seca foi feito a partir de sua devida sub-amostra, a qual foi pesada antes de ser levada para estufa (Peso Verde PV) e depois de retirada da estufa (Peso Seca PS), executando uma relação percentual descrita a seguir:
12 12 (% de MS) = PS PV 100 (% de MS) = Percentual de Matéria Seca... % PS = Peso seco da sub-amostra... gramas (g) PV = Peso Verde da sub-amostra... gramas (g) Extrapolando o cálculo para a área inteira, é necessário achar a Matéria Verde de toda a área, a partir da relação: AT 10000m 2 = MV 2m 2 AT = Amostra total advinda do campo... gramas (g) MV = Massa Verde Total da área... gramas/hectare (g ha -1 ) Por fim, para obter a matéria seca da área utiliza-se a seguinte fórmula: MV (% de MS) = MS MV = Massa Verde Total da área... gramas/hectare (g ha -1 ) (% de MS) = Percentual de Matéria Seca... % MS = Matéria Seca Total da área... gramas/hectare (g ha -1 ) Para facilitar os cálculos anteriores foram utilizadas as medidas de massa em Kg (quilogramas) ou ainda em T (Toneladas). Para fins estatísticos, foram agrupados os dados em período de seca, com dados representativos dos meses de julho a outubro, demonstrados através das médias de dois cortes de forrageiras executados nos dias 2 de agosto e 13 de outubro, ambos do ano de Os dados representativos do início das chuvas foram dos meses de novembro e dezembro, demonstrados através de dois cortes de forrageiras executados nos dias 19 de novembro e 10 de dezembro de Foram avaliados os seguintes parâmetros, nas duas épocas de avaliação: Massa de forragem (kg ha -1 ) Massa de folhas (kg ha -1 )
13 13 Percentual de folhas (%) Massa de colmos (kg ha -1 ) Percentual de colmos (%) Massa de material morto ou senescente (kg ha -1 ) Percentual de material morto ou senescente (%) Relação entre folhas: colmos Teor de matéria seca (%) O conjunto de dados foi testado de forma a assegurar que as prerrogativas básicas da análise de variância fossem atendidas utilizando-se o SISVAR (FERREIRA, 1998) e, quando necessário, os dados foram transformados antes de serem analisados. A comparação entre os resultados das amostras foi realizada por meio do teste de TUKEY, adotando-se um nível de significância de 5%.
14 14 RESULTADOS E DISCUSSÃO Durante o período seco a forrageira apresentou padrão de resposta de forma semelhante para quase todos os parâmetros de avaliação, mesmo submetida a diferentes doses de nitrogênio e diferentes altura de manejo. Para os parâmetros de percentual e massa de folhas, e de colmos não houve diferenças estatísticas, nem interação entre os tratamentos para os valores apresentados (P>0,05), sendo as médias apresentadas de 20,38% e 1269,98 kg/ha de folhas, 20,70% e 1289,37 kg/ha de colmos, respectivamente. A relação entre folha:colmo também não apresentou diferenças estatísticas, tendo uma relação média de 0,9941, determinando que a quantidade dos componentes da massa de forragem, folhas e colmos, é semelhante quantitativamente no período de estiagem. Para a variável do percentual de matéria seca houve interação entre altura do pasto e doses de N. Para a adubação com 50 kg ha -1 de N por ano, os pastos que foram manejados a 40 cm de altura apresentaram maior valor de percentagem de matéria seca se comparados aos adubados manejados a 20 cm. Da mesma forma, os pastos manejados a 40 cm de altura, quando adubados com 50 kg ha -1 de N por ano, apresentaram maior teor de matéria seca que os adubados com 300 kg ha -1 de N por ano. Já os manejados a 20 cm de altura, não apresentaram diferenças quanto ao teor de matéria seca, independente da dose de N (Tabela 1). Isto ocorreu pelo fato de que a menor dose de nitrogênio apresenta menor recuperação do aparato fotossintético, fazendo com que os pastos tenha uma maior parte de material senescente na sua massa de forragem, que associado a uma altura mais elevada, incrementa o teor de matéria seca, mesmo sem conferir qualidade à forrageira disponível para o animal. Tabela 1 Teor de matéria seca (%) na massa de forragem de capim-piatã no período seco, submetidas a diferentes alturas de manejo e diferentes doses de nitrogênio. * ALTURA (cm) DOSES DE N (kg/ha) , ba 60,16000 aa 40 69, aa 60,62000 ab *- Médias seguidas de letras maiúsculas iguais nas linhas e minúsculas na colunas não diferem entre si (P>0,05)
15 15 O percentual e massa de material morto apresentaram diferença estatística, porém não houve interação significativa entre doses de N e altura de manejo, respectivamente. Sendo que as maiores médias foram apresentadas nos pastos adubados com a dose de 50 kg ha -1 de N por ano e altura de manejo de 40 cm, separadamente (Tabelas 2 e 3). Para esses parâmetros as médias menores se destacam pelo fato de que quanto menos material morto, melhor a qualidade da forrageira oferecida para os animais. Tabela 2 Percentual de material morto (%) na massa de forragem de capim-piatã no período seco, submetidas a diferentes alturas de manejo e diferentes doses de nitrogênio. ALTURA (cm) DOSES DE N (kg/ha) MÉDIAS 20 58, , , b 40 65, , , a MÉDIAS 61,85 a 56,00 b 58, Tabela 3 Massas de material morto (kg/ha) na massa de forragem de capim-piatã no período seco, submetidas a diferentes alturas de manejo e diferentes doses de nitrogênio. ALTURA (cm) DOSES DE N (kg/ha) MÉDIAS , , ,59 b , , ,60333 a MÉDIAS 3853, a 3489, b 3671, A massa de forragem total no período seco, apresentou diferença significativa apenas para a altura de manejo, sendo a altura de 40cm a que apresentou maior massa, estimando-se uma média de 5924,41 kg ha -1 de foragem, em contrapartida, a altura de 20cm apresentou uma média de 3196,65 kg ha -1. Isto ocorreu pelo simples fato de que quando mantida mais alta, a forrageira apresenta maior número de componentes da massa de forragem, refletindo em maior peso por área. No período chuvoso a aplicação de N demonstrou uma resposta positiva da forrageira, onde associado a água do período, produz um efeito sinérgico, consequentemente produzindo melhores médias em todos os parâmetros.
16 16 Para os parâmetros massa e percentual de colmos, somente as doses de N demonstraram diferenças estatísticas, sendo a dose de 300 kg ha -1 de N por ano apresentou as maiores médias, sendo 2600,4 kg ha -1 e 31,91%, respectivamente (Tabela 4). O efeito do nitrogênio faz com que haja alongamento de colmos, à medida que se aumenta a dose de N, aumenta-se a quantidade e o tamanho destes componentes. Tabela 4 Massa e percentual de colmos (kg/ha e %) na massa de forragem de capim-piatã no período chuvoso, submetidos a diferentes alturas de manejo e diferentes doses de nitrogênio Doses de N (kg/ha/ano) Massa de colmos (kg/ha) 2179,29500 b 2600,4000 a Percentagem de colmos (%) 26, b 31, a Em contrapartida, a massa e percentual de folhas, também apresentaram maiores médias para a dose de 300 kg ha -1 de N por ano, sendo 2606,38 kg ha -1 e 31,98% de folhas, respectivamente. Porém, a altura de manejo também influenciou nestes parâmetros, onde a altura de 20cm apresentou as melhores médias. As médias foram de 2595,25 kg ha -1 e 31,85% de folhas, respectivamente (Tabelas 5 e 6). Este evento ocorreu pelo fato de que a menor altura de manejo, estimulou a forrageira a produzir mais folhas, já que ocorreu um constante rebaixamento de seu meristema, fazendo com que ela melhore a taxa de surgimento de novas folhas, ao invés de quando mantida a uma altura superior e submetida a uma alta dose de nitrogênio, ela possui uma característica de alongamento de colmos. Tabela 5 - Massas de folhas (kg/ha) na massa de forragem de capim-piatã no período chuvoso, submetidos a diferentes alturas de manejo e diferentes doses de nitrogênio. ALTURA (cm) DOSES DE N (kg/ha) MÉDIAS , , , a , , , b MÉDIAS 2082, b 2606, a 2344,
17 17 Tabela 6 - Percentual de folhas (%) na massa de forragem de capim-piatã no período chuvoso, submetidos a diferentes alturas de manejo e diferentes doses de nitrogênio. ALTURA (cm) DOSES DE N (kg/ha) MÉDIAS 20 28, , , a 40 22, , , b MÉDIAS 25, b 31, a 28, Tendo em vista os resultados anteriores, a relação folha:colmo apresentou diferenças estatísticas apenas para a altura de manejo, onde a altura de 20 cm apresentou uma relação média de 1,12, e a altura de 40cm uma relação média de 0,85. O material morto também foi avaliado no período chuvoso, onde os parâmetros de massa e percentual apresentaram diferenças estatísticas, e as maiores médias foram apresentadas pela dose de N de 50 kg ha -1 de N por ano, e também pela altura de 40cm. Estas médias foram de 3888,15 kg ha -1 e 47,71% de material morto para a dose de 50 kg ha -1 de N, e 3600,79 kg ha -1 e 44,18% para a altura de 40cm (Tabelas 7 e 8). Estes resultados demonstram que a dose maior de N estimula a recuperação do aparato sintético da planta, demonstrando menos material morto ou senescente, já a maior altura influi de forma a impedir a entrada de luz no dossel forrageiro, favorecendo uma maior parte de material morto. Tabela 7 Massas de material morto (kg/ha) da massa de forragem de capim-piatã no período chuvoso, submetidos a diferentes alturas de manejo e diferentes doses de nitrogênio. ALTURA (cm) DOSES DE N (kg/ha) MÉDIAS , , , b , , , a MÉDIAS 3888, a 2942, b 3415,420833
18 18 Tabela 8 Percentual de material morto (%) da massa de forragem de capim-piatã no período chuvoso, submetidos a diferentes alturas de manejo e diferentes doses de nitrogênio. ALTURA (cm) DOSES DE N (kg/ha) MÉDIAS 20 45, , , b 40 50, , , a MÉDIAS 47, a 36, b 41, O teor de matéria seca (%) no período chuvoso, teve uma redução drástica se comparado ao período seco, onde apresentou diferenças estatísticas apenas para as doses de N, sendo que a de 50 kg ha -1 apresentou um teor de 39,88%, e a dose de 300 kg ha -1 demonstrou um teor de 31,85%. Para explicar este fato, pode-se observar que com a presença de água, a planta já recupera parte de seu aparato fotossintético reduzindo o teor de matéria seca, consequentemente reduzindo as partes mais velhas e lignificadas, assim a presença do nitrogênio em doses mais concentradas, fez com que a massa de forragem acelerasse o processo de recuperação das partes fotossintetizantes. A massa de forragem (kg ha -1 ) semelhante ao período seco apresentou diferenças estatísticas apenas para as diferentes alturas de manejo, onde a altura de 40cm proporcionou uma massa de 6798,70 kg ha -1, e a altura de 20cm proporcionou 3643,38 kg ha -1 de massa de forragem. Semelhante ao período seco, essas médias sofreram a simples influência de que quanto mais alto mantido a forrageira, mais componentes da massa de forragem ele irá apresentar.
19 19 CONCLUSÕES A Brachiaria brizantha cv. BRS Piatã submetida a diferentes doses de nitrogênio, e diferentes alturas de manejo, apresenta um padrão de resposta positivo para parâmetros ligados a massa de forragem e aos componentes morfológicos da mesma. Na estação seca os componentes morfológicos são estáveis, dentro do padrão esperado para a época, refletindo em uma massa de forragem homogênea, diferida apenas no fator altura de manejo que confere maior peso às parcelas manejadas mais altas. Durante o início da estação de chuvas, a adubação nitrogenada faz com que a forrageira melhore seus índices de componentes morfológicos e massa de forragem, demonstrando que a dose de 300 kg ha -1 de N por ano, quando parcelada, apresenta em média uma melhora significativa em quase todos os parâmetros avaliados, recomendando a utilização da mesma para que a forrageira expresse a máxima conversão animal dentro do sistema de manejo abordado.
20 20 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALEXANDRINO, Emerson et al. Características morfogênicas e estruturais na rebrotação da Brachiaria brizantha cv. Marandu submetida a três doses de nitrogênio. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 33, n. 6, p , ANDRADE, C. M. S.; ASSIS, G. M. L. Brachiaria brizantha cv. Piatã: Gramínea recomendada para solos bem-drenados do Acre. Circular Técnica, Rio Branco, p.8, BARBOSA, Rodrigo Amorim et al. Capim-tanzânia submetido a combinações entre intensidade e freqüência de pastejo. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 42, n. 3, p , BONFIM-SILVA, Edna Maria; MONTEIRO, Francisco Antonio. Nitrogênio e enxofre em características produtivas do capim-braquiária proveniente de área de pastagem em degradação. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 35, n. 4, p , FERREIRA, D. F. SISVAR Sistema de análise de variância para dados balanceados. Lavras: UFLA, p. EMBRAPA GADO DE CORTE, Piatã: cultivar de Brachiaria brizantha. Campo Grande, MS, Disponível em: < > Acesso em: 21 mai INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Disponível em: < > Acesso em: 21 mai JÚNIOR, Martha et al. Perda de amônia por volatilização em pastagem de capim-tanzânia adubada com ureia no verão. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v. 33, n. 6, p , MARTUSCELLO, Janaina Azevedo et al. Características morfogênicas e estruturais do capimxaraés submetido à adubação nitrogenada e desfolhação. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 34, n. 5, p , 2005.
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