AVALIAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS DO BOTÃO DE OURO (TITHONIA DIVERSIFOLIA) EM DIFERENTES IDADES DE CORTE NO PRIMEIRO ANO DE IMPLANTAÇÃO

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1 AVALIAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS DO BOTÃO DE OURO (TITHONIA DIVERSIFOLIA) EM DIFERENTES IDADES DE CORTE NO PRIMEIRO ANO DE IMPLANTAÇÃO Gabriel Augusto do Livramento¹, Gustavo Henrique Barramansa 2, Wellyngton Tadeu Vilela Carvalho 3, Renata Vitarele Gimenes Pereira ³ 1. Estudante do curso técnico em agropecuária integrado ao ensino médio; 2. Bacharel em Agronomia pelo IF Sudeste MG - Câmpus Barbacena; 3. Professor do IF Sudeste MG - Câmpus Barbacena 1. Introdução Segundo dados do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento MAPA (2014), a carne bovina juntamente com a cadeia produtiva do leite, gera uma produção bruta estimada em R$ 67 bilhões, aliado a presença da atividade em todos os estados brasileiros. Desta forma evidencia a importância econômica e social da bovinocultura em nossa balança comercial. O Brasil possui um rebanho bovino (leiteiro e de corte) de mais de 209 milhões de cabeças, em uma área de 172 milhões de pastagens nativas e cultivadas (IBGE, 2010). O país ocupa o segundo lugar no ranking mundial de produção de carne de origem bovina, 9,1 milhões de toneladas em 2010, sendo somente superado pelos Estados Unidos. O Brasil é um país que apresenta clima tropical e subtropical em sua extensão territorial, consequentemente suas pastagens encontram-se em algum estágio de degradação. Esta degradação muita das vezes é causada por manejo inadequado, o superpastejo, a erosão, a perda de fertilidade do solo, o estabelecimento de plantas daninhas e o ataque de pragas e doenças. Desta forma estes comportamentos interferem de forma negativa na produtividade dos rebanhos criados a pasto, gerando assim questionamentos se o Brasil conseguirá ser o maior produtor mundial de carne. As plantas arbóreas e arbustivas têm um papel preponderante por seu elevado valor nutritivo superior às gramíneas, e natureza multipropósito, possuindo a capacidade de fixação

2 simbiótica de nitrogênio da atmosfera, contribuindo com a fertilidade do solo (MAURÍCIO et al., 2009). O botão de ouro é uma espécie com uma boa capacidade de produção biomassa e rápida recuperação após o corte, o que depende da densidade plantio, o solo e o estado vegetativo NAVARO e RODRÍGUEZ (1990)..Assim, este trabalho teve como objetivo avaliar a Tithonia diversifolia, de potencial forrageiro, com base em aspectos agronômicos, adquirindo, desta forma, informações sobre a planta e avaliar aspectos de manejo, para que possa resultar em recomendações de manejo mais eficientes para sua produção. Palavras chave: rebanho bovino, estado vegetativo, aspectos agronômicos. Categoria/Área: BIC (graduação) / Ciências Agrárias e Ciências Ambientais. 2. Objetivo Conhecer o crescimento e desenvolvimento do botão de ouro (Tithonia diversifolia) em diferentes idades de corte, visando sua melhor utilização como forrageira. 3. Material e métodos O experimento foi desenvolvido no Instituto Federal do Sudeste de Minas, Campus Barbacena, no núcleo de zootecnia situado no município de Barbacena (Latitude: S, Longitude: W e altitude de 1164 m) mesorregião do Campo das Vertentes, região centro-leste de Minas Gerais, Brasil.

3 A área utilizada foi de 0,8 ha, para preparo do solo foi feita aração mais gradagem obedecendo às curvas de nível. As estacas utilizadas no plantio apresentam cerca de 40 cm de comprimento, onde foram retiradas da parte basal e do terço médio da planta. O plantio foi realizado em sulcos espaçados em 1,2 m, onde as estacas foram posicionadas de forma sequencial a 40 cm umas das outras e enterradas a 20 cm de profundidade. A implantação do banco forrageiro foi realizada no dia 24 de janeiro de 2014, época em que apresentou um elevado índice pluviométrico, evitando assim a perda de materiais propagativos. A adubação utilizada no plantio foi de 15 gramas da formulação do adubo por unidade de estaca. Após a implantação e desenvolvimento inicial da forrageira, foram delimitados 25 canteiros com o espaçamento de 2 m de comprimento por 1 m de largura, totalizando 2 m 2 de área por canteiro. Neste experimento não foi feito calagem nem adubação de cobertura, portanto a adubação só foi feita no momento do plantio. O corte das plantas foi realizado em cinco idades diferentes, sendo 70, 100, 130, 160 e 190 dias após o plantio. Para análises estatísticas foi utilizado o delineamento inteiramente casualisado (DIC), com cinco tratamentos (idades de corte) e cinco repetições (canteiros). A análise dos dados foi realizada através do programa SISVAR (FERREIRA, 2006). A comparação das médias foi feita utilizando o teste Tukey, em nível de significância de 5% pela seguinte análise de variância: FONTES DE VARIAÇÃO gl. Total 24 Idade de corte 4 Erro Resultados e discussão

4 Conforme os dados apresentados na tabela 1 observa-se que não houve diferença significativa no número de plantas (NP) número de brotações (NB) e diâmetro (DI). Porém, à altura variou de 0,83m a 1,65m, sendo que a altura referente à idade de corte de 70 dias foi inferior em relação às demais idades (α <0,05). Já a diferença não observada entre as demais idades de corte pode estar relacionada ao baixo índice pluviométrico ocorrido após os 70 dias de implantação. Tabela 1 - Características agronômicas do botão de ouro em diferentes idades de corte no ano de implantação Idade de Corte (dias) C.V. (%) NP (un) 4,8a 4,6a 5,0a 4,4a 5,4a 19,81 NB (un) 13,6a 15,4a 17,0a 13,4a 19,6a 26,73 DI (cm) 0,96a 1,20a 1,38ª 1,40a 1,50a 24,73 AL (m) 0,83a 1,45b 1,46b 1,48b 1,65b 18,23 Médias seguidas da mesma letra, na mesma linha, não diferem pelo teste Tukey (α>0,05). CV (Coeficiente de Variação), NP (número de plantas), NB (número de brotações), DI (diâmetro) e AL (altura). Com relação ao baixo desenvolvimento da Tithonia diversifolia na sua fase inicial, o mesmo foi constatado por NAVARRO e RODRÍGUEZ (1990) em que a altura de corte e seu desenvolvimento vegetativo tiveram menor rendimento, devido à baixa precipitação ocorrida durante a fase de estabelecimento. 5. Conclusão De acordo com os dados apresentados pode-se concluir que a Tithonia diversifolia é uma planta que tolera o déficit hídrico no seu estabelecimento e desenvolvimento vegetativo, podendo ser implantada em regiões com pouca oferta d água.

5 6. Referências bibliográfica FERREIRA, D. F. SISVAR Sistema de análise de variância, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE, Rio de Janeiro. Censo Agropecuário. Disponível em: < em: 20 de jan MAURÍCIO, R.M., SOUZA, L.F., FERREIRA, A.L., MOREIRA, G.R., GONÇALVES, L.C.,. Alimentação de bovinos leiteiros em sistemas silvipastoris. In: Alimentação de Gado de Leite. FEPMVZ, Belo Horizonte, MG, Brasil, MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Bovinos e bubalinos. Ministério da Agricultura. Disponível em: < Acesso em: 24 set NAVARRO, F. e RODRÍGUEZ, E. F. Estudio de algunos aspectos bromatológicos del Mirasol (Tithonia diversifolia Hemsl y Gray) como posible alternativa de alimentación animal. Tesis Universidad del Tolima. Ibagué, Tolima Apoio financeiro: IF Sudeste MG Câmpus Barbacena.