OBJETIVOS O objetivo dessa pesquisa foi avaliar a massa de forragem e a carga animal de
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- Vasco Tuschinski Chagas
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1 MASSA DE FORRAGEM DE PASTAGENS DE CAPIM ELEFANTE SUBMETIDAS A DISTINTOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO NO PERÍODO ESTIVAL Gabrielle Serafim¹, Clair Jorge Olivo², Michelle Schalemberg Diehl³, Cláudia Marques de Bem³, Gilmar Roberto Meinerz³, Daiane Cristine Seibt³ INTRODUÇÃO O capim-elefante vem sendo utilizado em diferentes regiões do Brasil, especialmente por apresentar elevado potencial de produção de forragem. Sem uso, em condições de pastejo, tem se intensificado devido à melhoria na qualidade do volumoso ofertado e redução na mão-de-obra envolvida quando comparada com sua utilização como capineira. Considerando-se o sistema de produção, nas propriedades em que o capim-elefante é usado, faz-se uso da estratégia de produção convencional, baseada na produtividade, sendo estabelecido de forma singular e a reposição dos nutrientes do solo é feita com fertilizantes químicos, especialmente. Na atividade leiteira, notadamente, o capimelefante tem representado uma alternativa na alimentação dos animais. Em diferentes regiões do País, tem-se obtido lotações elevadas, entre 4 e 6 vacas/ha (DERESZ et al., 2001). Embora esse desempenho, várias pesquisas tem apontado problemas como a elevação dos custos de produção, especialmente dos fertilizantes nitrogenados e degradação dos pastos (DERESZ, 2006; DALL AGNOL et al. 2004). Também se destaca que nessa sistemática a utilização concentra-se no período estival, havendo grande variabilidade na produção de forragem entre os ciclos de pastejo. Na estratégia agroecológica, baseada na otimização da produção, são usadas formas de manejo, insumos e tecnologias, normalmente mais adequadas à preservação da base dos recursos naturais, proporcionando maior estabilidade ao sistema produtivo. Nesse tipo de agricultura destaca-se a perenização total ou parcial das áreas, mistura de espécies, adubação orgânica, não sendo usados pesticidas. O uso de pastagens nessa sistemática é muito baixo bem como das pesquisas. OBJETIVOS O objetivo dessa pesquisa foi avaliar a massa de forragem e a carga animal de ¹Apresentador, ²Orientador, ³Co-autor.
2 pastagens de capim elefante submetidas aos sistemas de produção agroecológico e convencional no período estival. METODOLOGIA O experimento foi conduzido no Laboratório de Bovinocultura de Leite do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), localizado na região fisiográfica denominada Depressão Central do Rio Grande do Sul, com altitude de 95 m, latitude 29º43 Sul e longitude 53º42 Oeste. O solo das áreas experimentais é classificado como Argissolo Vermelho Distrófico Arênico, pertencente à unidade de mapeamento São Pedro (STRECK et al., 2002). O clima da região é o Cfa (subtropical úmido), conforme classificação de Köppen (MORENO, 1961). As médias climáticas para temperatura e precipitação média são de 18,5 C e 141,8 mm, respectivamente. Foram utilizadas duas áreas experimentais, cada qual dividida em dois piquetes de 0,12 ha. As áreas foram manejadas de forma distinta, cada uma em seu sistema de produção, entre 2006 e 2009, sendo um no agroecológico e outro no convencional, constituindo-se nos tratamentos do presente trabalho. No sistema agroecológico, manejado segundo princípios contidos na Instrução Normativa 46/2011 do Ministério da Agricultura e Abastecimento, o capim elefante (Pennisetum purpureum Schum.), cultivar Merckeron Pinda foi estabelecido em linhas afastadas a cada 3 m. No espaço entre as linhas do capim elefante, no período estival, permitiu-se o desenvolvimento de espécies de crescimento espontâneo. A adubação utilizada, correspondendo a kg/ha/ano de nitrogênio, P 2 O 5 e K 2 O foi constituída por esterco bovino, coletado da mangueira de espera, com 35% de MS. A composição química, com base na MS, foi de 1,2; 0,45 e 0,62% de nitrogênio, P 2 O 5 e K 2 O, respectivamente. No sistema convencional, o capim elefante foi estabelecido singularmente em linhas afastadas a cada 1,4 m. Anualmente, no mês de setembro, fez-se a adubação de base, conforme análise do solo, sendo usados em média kg/ha; a adubação nitrogenada usada em cobertura, à base de uréia, foi de 110 kg de N/ha, fracionada em quatro aplicações, perfazendo 150 kg de N/ha/ano. O método de pastejo adotado foi o rotacionado, com tempo de ocupação entre um e dois dias. O critério de entrada dos animais nas pastagens foi a altura do capim elefante, no sistema convencional, quando esse apresentava cerca de 1,2 m. Antecedendo a entrada 2
3 dos animais, em cada pastejo, foram feitas amostragens, determinando-se a massa de forragem através da técnica com dupla amostragem (WILM et al., 1944). O capim elefante foi cortado a 50 cm do solo. No sistema sob manejo agroecológico, nas entrelinhas, os cortes foram feitos rente ao solo. As amostras foram pesadas e homogeneizadas, sendo retirada uma subamostra para determinação da composição botânica das pastagens e dos componentes estruturais do capim elefante sendo, posteriormente, secas em estufa de ar forçado a 55 C até peso constante para determinação do teor de matéria seca. Para cálculo da carga animal procurou-se manter a oferta de forragem de 10 e 4 kg de MS/100 kg de peso vivo para a massa de forragem presente na entrelinha e para a massa de lâminas foliares do capim elefante, respectivamente. Como animais experimentais foram usadas vacas da raça Holandesa com peso médio de 543 kg e produção de leite de 20,43 kg/dia, tendo recebido como complementação alimentar individual em média de 4,5 kg de concentrado/dia. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado com dois tratamentos (sistemas convencional e agroecológico), duas repetições (piquetes). Para a análise considerou-se os valores médios dos pastejos no decorrer do período. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste F a nível de 5% de probabilidade do erro. As análises foram feitas com auxílio do pacote estatístico SAS (1997). RESULTADOS E DISCUSSÃO Os valores correspondentes às médias de quatro anos de avaliação demonstram que nas pastagens foram conduzidos cinco ciclos de pastejo. Avaliando-se o desempenho das pastagens, verificou-se que os ciclos de pastejo variaram de 30 a 37 dias, sendo considerados adequados (FONSECA et al., 1998). Ciclos com tempos de ocupação de dois a três dias, para espécies tropicais, associados a períodos de descanso de 30 dias, estão relacionados à melhor qualidade de forragem e ao melhor desempenho animal (DERESZ et al., 2001). Para massa de foragem de pré-pastejo (Tabela 1), observa-se que houve diferença (P<0,05) entre os sistemas, com maior valor para o sistema convencional. O mesmo comportamento foi observado para a biomassa de capim elefante, resultado naturalmente 3
4 esperado, devido ao maior potencial dessa forrageira, estabelecida singularmente no sistema convencional. Quanto à composição estrutural do capim elefante, não houve interferência do sistema para as frações lâmina foliar e colmo+bainha. Para a fração material morto houve diferença, com maior valor no sistema agroecológico, possivelmente devido ao maior tamanho e densidade das touceiras, implicando em maior sombreamento das plantas, predispondo à senescência das lâminas foliares localizadas mais próximas ao solo. Para carga animal, não houve diferença entre os sistemas. Esse resultado indica que o sistema agroecológico, mesmo apresentando menor massa de forragem, apresenta capacidade de suporte similar ao convencional, sendo, portanto, mais eficiente. Os valores com lotação média de 1,99 UA/ha são inferiores aos obtidos por Olivo et al. (2009), de 3,01 UA/ha, em pastagem consorciada de capim-elefante, amendoim forrageiro (Arachis pintoi Krap. & Greg.) submetida ao manejo de transição agroecológica. CONCLUSÕES Os resultados demonstram que o capim elefante pode ser usado em ambos os sistemas de produção no período estival. No sistema agroecológico há melhor distribuição da forragem no decorrer dos pastejos. REFERÊNCIAS DALL AGNOL, M.; et al. Produção de forragem de capim-elefante sob clima frio. Curva de crescimento e valor nutritivo. Revista Brasileira de Zootecnia, v.33, n.5, p , DERESZ, F.; et al.. Influência de estratégias de manejo em pastagem de capim elefante na produção de leite de vacas Holandês X Zebu. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.53, n.4, p , DERESZ, F. et al. Composição química, digestibilidade e disponibilidade de capimelefante cv. Napier manejado sob pastejo rotativo. Revista Brasileira de Zootecnia, v.35 n.3, p , FONSECA, D.M. et al. Produção de leite em pastagem de capim-elefante sob diferentes períodos de ocupação dos piquetes. Revista Brasileira de Zootecnia, v.27, n.5, p ,
5 MORENO, J.A. Clima do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Secretaria da Agricultura, p. OLIVO, C.J. al. Valor nutritivo de pastagens consorciadas com diferentes espécies de leguminosas. Revista Brasileira de Zootecnia, v.38, n.8, p , SAS INSTITUTE, SAS, Statistical analysis user's guide. Version 8.2, Cary: SAS Institute, Cary, NC, p. STRECK, E.V.; et al. Solos do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: EMATER/RS, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, p. WILM, H.G.; COSTELLO, D. F.; KLIPPE, G. E. Estimating forage yield by the double sampling method. Journal of the American Society for Agronomy. 36, n. 1, p , Tabela 1 Massa de forragem de pré pastejo e carga animal em pastagens manejadas de forma agroecológica (Agro) e convencional (Conv). Médias de quatro anos de avaliação ( ). Parâmetros MF do pasto MFCE - Lâmina foliar(%) - Colmo + bainha (%) - Material morto (%) MF EL Pastejos Sistemas 1 (dez) 2 (jan) 3 (fev) 4 (mar) 5º (abr) Média CV (%) Agro b Conv a 5,59 Agro b 6,39 Conv a Agro 39, ,71 41,06 40,00 47,59a 9,04 Conv 48, ,32 54,66 52,02 51,38a Agro 42,52 34,76 33,64 47,90 46,64 41,13a 13,04 Conv 40,88 33,02 36,98 38,08 35,82 37,24a Agro 17,47a 12,55 9,57 10,97 13,34 12,76a 22,47 Conv 10,70b 11,07 4,04 7,20 12,14 8,74b Agro Agro a 8,48 Conv a Carga animal (kg PC/ha) Médias seguidas por letras distintas, nas colunas, diferem entre si pelo teste F a 5% de probabilidade do erro. MF=massa de forragem; CE=capim elefante; EL= entrelinha; PC=peso corporal. 5
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