ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO EM DIFERENTES SETORES DE UM SUPERMERCADO

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1 UniSALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Fisioterapia Lara Leal da Costa Saulo de Souza Soares ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO EM DIFERENTES SETORES DE UM SUPERMERCADO LINS SP 2017

2 LARA LEAL DA COSTA SAULO DE SOUZA SOARES ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO EM DIFERENTES SETORES DE UM SUPERMERCADO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Fisioterapia sob a orientação do Prof. Me Marco Aurélio Schiavon Gabanela e orientação técnica da Profª Ma. Jovira Maria Sarraceni. LINS SP 2017

3 Costa, Lara Leal; Soares, Saulo de Souza C873a Análise ergonômica do trabalho em diferentes setores de um supermercado / Lara Leal da Costa; Saulo de Souza Soares. Lins, p. il. 31cm. Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium UniSALESIANO, Lins-SP, para graduação em Fisioterapia, Orientadores: Jovira Maria Sarraceni; Marco Aurélio Schiavon Gabanela 1.Saúde do Trabalhador. 2. Ergonomia 3. Ferramentas Ergonômicas. 4. Postura. I Título. CDU 615.8

4 LARA LEAL DA COSTA SAULO DE SOUZA SOARES ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO EM DIFERENTES SETORES DE UM SUPERMERCADO Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia. Aprovada em: / / Banca Examinadora: Prof. Orientador: Marco Aurelio Gabanela Schiavon Titulação: Mestre em Ensino em Saúde Faculdade de Medicina de Marília. Assinatura: Prof. Antonio Henrique Semençato Júnior Titulação: Assinatura: Profª Bárbara Fiori Brandão Titulação: Assinatura:

5 Dedico este trabalho a minha família que acreditou em mim e ao meu parceiro de pesquisa, que estiveram comigo nos momentos mais difíceis me amparando, apoiando e me passando confiança. Aos meus amigos que sempre me motivaram e me incentivaram, e que de uma certa forma me ajudaram neste trabalho. Amo vocês e obrigada! Lara Leal da Costa

6 Minha eterna gratidão a Deus, quero dedicar esse trabalho aos meus pais, e a minha família que sempre estiveram do meu lado em minhas decisões, a minha parceira Lara Leal e ao Supermercado pela imensa cooperação, e confiança em nosso trabalho. Saulo de Souza Soares

7 AGRADECIMENTOS Primeiramente gostaria de agradecer a Deus, por iluminar meu caminho, me proteger, dar força para sempre continuar e nunca desistir, serenidade, confiança, e por me amparar, nunca me abandonar. Pela minha vida, saúde e sabedoria, e por ter me proporcionado tantas coisas boas. Aos meus pais por sempre ter escolhido o melhor para mim. Me incentivado estudar, pelos princípios e valores que carrego até hoje comigo e pelos puxões de orelhas que foram necessários (as vezes) rs. Se hoje estou concluído mais uma etapa da minha vida são graças a vocês. A minha irmã que me auxilio na pesquisa através de opiniões e sugestões. Por ter comprido seu papel de irmã da melhor maneira possível, fique tranquila Jesus está vendo rs. Aos tios e tias, primos e cunhado pela força, amor, afeto e apoio moral no decorrer da pesquisa. A universidade e aos professores que forram de grande importância na minha formação profissional e pessoal. Ao meu orientador obrigado pela paciência, confiança, competência profissional, por acreditar no trabalho, dedicação, pelos os conhecimentos passados e puxões de orelha. Ao meu parceiro de TCC que acreditou no trabalho e ajudou bastante. Obrigado pelos momentos compartilhados, paciência e dedicação. Aos colaboradores do Supermercado pela disposição, comprometimento dedicação, pela recepção calorosa, compressão e participação ativa do trabalho. Muito obrigado a todos foi de grande importância para mim a realização do trabalho uma oportunidade única e satisfatória que agregou muito conhecimento. Lara Leal da Costa

8 AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar, eu gostaria de agradecer a Deus acima de tudo, que iluminou meu caminho, me dando coragem, força e fé, e o que me fez crescer durante essa jornada, aos meus pais por cada suor derramado, a cada ensinamento, altos e baixos que passamos juntos durante todos os anos da minha vida, que idealizaram esse sonho junto comigo e nunca desistiram de mim, eles mudaram a minha história, a cada joelho dobrado em orações constantes, a cada choro sem motivo que minha mãe suportava em minhas ligações para ela, quando eu não ia bem em uma prova, quando se desesperava de medo de reprovar, e eles ali me incentivando, me lembro quando fui fazer a matricula, não sabíamos nem como íamos pagar, pensei em desistir, minha mãe trabalhando, eu fui no serviço dela e ela me disse, vai que vai dá certo, pois bem, sem vocês nada disso seria possível, a minha família que mantiveram me incentivando em todo momento, tios e primos, a minha vó que sempre me coloca em suas orações, me protege e a admiro muito, ao meu irmão que durante essa jornada passou por momentos difíceis de saúde e renasceu outra vez, a minha cunhada Sandra pelos incentivos, pelas sabias conversas, a minha amiga de infância Geovana Regassini, que iniciou essa jornada junto comigo, me trouxe para a fisioterapia na verdade, e sempre foi minha confidente, as pessoas que conheci durante esses anos que me incentivavam a nunca desistir e me colocavam para cima, sempre que pensava em desistir ou sentia medo, agradeço a Deus mais uma vez por tudo o que passei, sim por tudo mesmo, não foram anos fáceis, foram 6 anos, onde precisei abandonar a faculdade para seguir outro caminho, e foi a fase mais precisa até hoje, onde tudo foi se encaixando logo em seguida com a graça de Deus eu pude enfrentar o mundo de outra forma, e amadurecer. Meus agradecimentos é resumido em gratidão eterna, a cada vivência durante o ano acadêmico os funcionários do unisalesiano, aos professores, aos pacientes incríveis que sempre mantiveram uma paciência, confiança em nós, é uma formação jamais esquecida, a minha parceira de TCC Lara Leal, pelo convite feito ainda nas férias, pela responsabilidade e comprometimento com cada detalhe, as noites mal dormidas por causa do TCC, muito obrigado. Saulo de Souza Soares

9 RESUMO Com os avanços tecnológicos, são exigidos dispositivos mais modernos, sincronizados para multitarefas, de baixo custo e com maior performance, deixando de oferecer condições de conforto ou segurança, resulta em indisposição, desmotivação e postura incorreta do funcionário, interferindo diretamente na queda de seu rendimento, acarretando lesões e afastamentos decorrente do posto de trabalho. A ergonomia trouxe um novo conceito para as empresas, por meio do qual podem buscar um auxílio sem perder a produtividade, melhorando as condições de trabalho já existentes, introduzindo conhecimento ao homem sobre o serviço através de treinamentos, conscientização, entre outros. Acredita-se que as atividades exercidas em um supermercado podem apresentar sobrecarga física e postura incorreta. Desta forma, o presente estudo tem como objetivo analisar diversos postos de trabalho e apresentar melhorias para a vida do trabalhador. Este estudo trata de uma pesquisa de campo de caráter quantitativa. Para isso foram utilizadas dois tipos de ferramentas ergonômicas: a primeira um questionário de censo de ergonomia e a análise ergonômica do trabalho, por meio da ferramenta RULA (Rapid Upper Limb Assessment). Para a realização do questionário e a análise ergonômica, foram coletados os dados de 31 colaboradores de um supermercado distribuídos em diversos setores. Os resultados mostraram que dos entrevistados 93,5% apresentaram queixas dolorosas. Desses, 89,65% relacionaram as dores com o trabalho, com relação a prevalência de dor, 55% apresentaram dor no ombro, enquanto 52%, dor na coluna, foram os principais locais apresentados. Com relação à análise ergonômica pela ferramenta RULA, pode-se observar que a maioria dos setores apresentou risco com necessidade de intervenção rápida ou imediata, mostrando que existe uma relação de causalidade entre o posto de trabalho e as queixas apresentadas. Alguns setores ainda apresentaram todos os postos de trabalho com máxima pontuação e risco, como foi o caso do açougue, repositores, limpeza e hortifrúti. Após a realização da pesquisa, podese concluir que o censo de ergonomia mostrou uma realidade da empresa e que a ferramenta de análise se mostrou muito eficiente para mapear os riscos ergonômicos apresentados. É necessário, agora, que a empresa coloque em prática as propostas de intervenção que foram traçadas, a fim de que os riscos ergonômicos sejam eliminados. Palavras-chave: Saúde do Trabalhador. Ergonomia. Ferramentas Ergonômicas. Postura.

10 ABSTRACT With technological advances, more modern devices are required, synchronized for multitasks, of low cost and with greater performance, being no longer to offer conditions of comfort or security, result in an indisposition, demotivation and incorrect posture of the employee, interfering directly in the fall of his performance, resulting in injuries and withdrawals from the job. Ergonomics has brought a new concept for companies, through which they can seek help without losing productivity, improving existing working conditions, introducing knowledge about service through training, awareness, among others. It is believed that the activities carried out in a supermarket may present physical overload and incorrect posture. Thus, the present study aims to analyze several jobs and present improvements to the worker's life. This study deals with a quantitative field research. For this, two types of ergonomic tools were used: the first an ergonomic census questionnaire and the ergonomic analysis of the work, through the RULA (Rapid Upper Limb Assessment) tool. For the accomplishment of the questionnaire and the ergonomic analysis, the data of 31 employees of a supermarket distributed in several sectors were collected. The results showed that 93.5% of the interviewees had painful complaints. Of these, 89.65% related pain with work, in relation to the prevalence of pain, 55% presented shoulder pain, while 52%, pain in the spine, were the most reported. Regarding the ergonomic analysis by the RULA tool, it can be observed that most of the sectors presented a risk with the need for rapid or immediate intervention, showing that there is a causal relationship between the job and the complaints presented. Some sectors still presented all the jobs with maximum score and risk, as was the case of butchers, repositories, cleaning and fruits and vegetables sector. After conducting the research, it can be concluded that the ergonomics census showed a reality of the company and that the analysis tool was very efficient to map the presented ergonomic risks. It is now necessary for the company to implement the intervention proposals that have been drawn up so that the ergonomic risks are eliminated. Key words: Worker's Health. Ergonomics. Ergonomic tools. Posture.

11 LISTA DE FIGURAS Figura 1: As seis áreas metodológicas da Biomecânica Ocupacional Figura 2: A resposta do organismo as condições de trabalho e estímulos Figura 3: Doenças crônicas não transmissíveis Figura 4: As principais doenças com maior número de pessoas referente a encargo de trabalho em Figura 5: Número de acidentes de trabalho em abril de 2016 comparando com o ano de Figura 6: Pontuação do risco do método RULA Figura 7: Interior do supermercado LISTA DE QUADROS Quadro 1: Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo, relacionadas ao trabalho Quadro 2: As posições e movimentos realizados no trabalho que proporcionam_. alterações nos tecidos e evolução para distúrbios e lesões Quadro 3: Os riscos ergonômicos encontrados em diversas áreas de um açougue de Supermercado Quadro 4: Os riscos ergonômicos encontrados em diversas áreas de uma padaria de Supermercado Quadro 5: Os riscos ergonômicos encontrados em diversas áreas de um depósito e área externa de Supermercado LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Queixas de desconforto e relação com o trabalho Gráfico 2: Queixas por regiões do corpo Gráfico 3: Tempo que sente desconforto Gráfico 4: Caracterização do desconforto Gráfico 5: Intensidade do desconforto Gráfico 6: Período em que o desconforto aumenta Gráfico 7: Período em que o desconforto melhora com repouso... 44

12 Gráfico 8: Tem usado medicação para trabalhar Gráfico 9: Fizeram tratamento médico osteomuscular LISTA DE TABELAS Tabela 1: Pontuação RULA, por setor administrativo Tabela 2: Pontuação RULA, por setor check out (caixa) Tabela 3: Pontuação RULA, por setor hortifrúti Tabela 4: Pontuação RULA, por setor padaria Tabela 5: Pontuação RULA, por setor açougue Tabela 6: Pontuação RULA, por setor repositores Tabela 7: Pontuação RULA, por setor limpeza LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS BO: Biomecânica Ocupacional CEP: Comitê de Ética em Pesquisa CEREST: Centro de Referência Regional em Saúde do Trabalhador DO: Doenças Ocupacionais DORT: Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística INSS: Instituto Nacional do Seguro Desemprego LER: Lesões por Esforço Repetitivo LMR: Lesão do Manguito Rotador NR: Norma Regulamentadora OIT: Organização Internacional do Trabalho PNS: Pesquisa Nacional em Saúde RULA: Rapid Upper Limb Assessment (Avaliação Rápida dos Membros Superiores) SINAN: Sistema de Informações de Agravos de Notificações

13 SUMÁRIO INTRODUÇÃO CAPÍTULO I ERGONOMIA HISTÓRICO DA ERGONOMIA Conceito Tipos de ergonomia Benefícios Postura no trabalho CAPÍTULO II DOENÇAS OCUPACIONAIS BIOMECÂNICA OCUPACIONAL LER/DORT Formas de aparecimento Epidemiologia Estatística Lesões em supermercado CAPÍTULO III A PESQUISA METODOLOGIA O supermercado Técnicas RESULTADOS Censo de ergonomia Análise ergonômica dos setores (RULA) Administração Operador de check out - (caixa) Hortifrúti Padaria Açougue Repositores Limpeza DISCUSSÃO... 49

14 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO CONCLUSÃO REFERÊNCIAS APÊNDICES ANEXOS... 64

15 13 INTRODUÇÃO A ergonomia se caracteriza a partir da adaptação de um objeto para seu próprio manuseio. Ou seja, a ergonomia tem como objetivo adaptar e estudar os postos de trabalho para o trabalhador e também a atividade de produção, com a finalidade de promover saúde nos postos de trabalho, conforto, proteção, efetividade, prevenção de lesões e doenças no trabalho (IIDA, 2005). Segundo Abrantes (2004), é muito importante orientar os trabalhadores sobre as posições adquiridas na realização do trabalho, pois após um tempo chega-se à acomodação das estruturas trazendo riscos à saúde, prejuízos e diminuindo sua produção. Quando a postura não enquadra com os padrões exigidos assegurando segurança e bom desempenho, são necessárias mudanças, nas ferramentas, na realização e modo de execução das atividades (COUTO; NICOLETTI; LECH, 2007). As posturas, manuseios incorretos e tempo prolongado numa determinada posição adotada pelos funcionários predispõem a doenças e danos à saúde, levando a atitudes corporais antálgicas, piorando o quadro do indivíduo. O organismo, no início do estresse, manda informações através de dor com o objetivo de proteger o local como um pedido de descanso e repouso. Caso este sinal não seja respeitado, este estresse evolui para um caso crônico, posteriormente avançando para incapacidades e perda da função (RANNEY, 2000). Se tratando das Lesões por Esforço Repetitivo (LER), atual DORT Distúrbio Osteomusculares Relacionados ao Trabalho, as mesmas foram reconhecidas como doença ocupacional pela Previdência Social e atualmente são a 2º causa de afastamento do trabalho no Brasil (ABRANTES, 2004, p. 11). Deste modo, a fisioterapia e a ergonomia têm um papel importante na preservação da saúde e qualidade de vida do funcionário, sem perder a mão de obra através da assistência e reabilitação (FERREIRA; SHIMANO; FONSECA, 2009). Diante disso, surgiu a pergunta: A análise ergonômica do trabalho pode demonstrar soluções para os problemas averiguados em diversos postos de trabalho de um supermercado?

16 É muito importante destacar a necessidade da orientação aos trabalhadores, passando para os mesmos o porquê de se fazer o esforço da forma correta, considerando-se então as más práticas como não conformidade e, portanto, sujeita às devidas medidas administrativas de correção de desempenho (COUTO, 2007, p.27). 14 Acredita-se que, por meio do levantamento dos dados observados através da análise ergonômica, esclarecimento de dúvidas e informações com relação aos problemas apresentados, podendo a fisioterapia oferecer métodos e ferramentas para minimizar e reestabelecer disfunções dos postos de trabalho, através da análise ergonômica. Desta forma, o presente estudo tem como objetivo analisar diversos postos de trabalho e apresentar melhorias para a vida do trabalhador, baseandose em resultados obtidos no questionário de censo de ergonomia e na análise ergonômica do trabalho por meio da ferramenta RULA. O primeiro capítulo contém os conceitos, a história e a aplicabilidade da ergonomia. O segundo, busca expor a formas e meios da doenças ocupacionais e a estatística no Brasil. O terceiro capítulo expõe os resultados obtidos através da pesquisa, os métodos e técnica. Após, vêm a discussão comparando os resultados de outras pesquisas com a do estudo, a proposta de intervenção com meios para melhorar a saúde do trabalho e as conclusões finais.

17 15 CAPÍTULO I ERGONOMIA 1 HISTÓRICO DA ERGONOMIA Segundo Nascimento e Moraes (2000), acredita-se que a ergonomia vem desde os tempos pré-históricos, quando os seres humanos daquela época, independentemente de conhecimentos e com uma crescente capacidade de raciocínio, realizavam a escolha e uma adaptação de um artifício natural para seu próprio manuseio, durante suas atividades diárias, como o ato de caçar, cortar, entre outros. Em meados do século XIX, surgiu um grande crescimento de maquinários, trabalhos que exigiam mais do corpo humano, incluindo as crianças, sendo que, importava-se mais com a produtividade. A jornada de trabalho chegava 16 horas! Um médico, chamado Backer, recomendou que fosse feito uma investigação criteriosa, em relação ao impacto do trabalho sobre a saúde do trabalhador. Essa investigação disseminou-se para outros países (PEREIRA, 2001). De maneira histórica, a primeira menção sobre ergonomia foi durante o ano de 1857, publicado por um professor polonês, chamado W. Jastrzebowski do Instituto Agronômico de Varsóvia. A matéria chamada Ensaios de ergonomia, ou ciência do trabalho, baseada nas leis objetivas da ciência sobre a natureza. A expressão ergonomia vem do grego: ergo significa trabalho, e nomo regras, significando a expressão, estudo das leis do trabalho (ABRANTES, 2004). Há 27 séculos, o poeta grego Hesíodo escreveu os versos do Erga (Os Trabalhos e os Dias). Naquela obra, Érgon é enaltecido como o trabalho relacionado a subsistência e dignificação do homem. Pónos, um dos males que sai da jarra de Pandora, é o trabalho árduo, fatigante, que humilha o homem. Foi na raiz grega érgon que se inspirou o engenheiro inglês Murrel para, em 1949, cunhar o termo ergonomia, para significar o estudo sistemático do trabalho tendo como referência o bem estar do homem (OLIVEIRA e COLS., 1998, p. 125).

18 Ao oposto de muitas outras ciências, que perdem suas origens durante o tempo, a ergonomia se oficializou em 12 de julho de 1949, na Inglaterra, quando um grupo de cientistas e pesquisadores reuniram-se, a fim de debater e oficializar a efetividade dessa nova especialidade interdisciplinar da ciência e, em uma segunda reunião, realizada em 16 de fevereiro de 1950, foi apresentada uma modernização da ergonomia (IIDA, 2005). A ergonomia passou a ter relevância a partir da década de 1950, com a fundação da Ergonomics Research Society, na Inglaterra. Inúmeros pesquisadores pioneiros, adjuntos a esse grupo, começaram a expandir seus conhecimentos, tendo em vista sua aplicação industrial, e a ergonomia passou a ser aplicada nos principais países europeus, suprindo velhas intitulações, como fisiologia do trabalho e psicologia do trabalho (IIDA, 2005). No período do século XX, Frederick Winslow Taylor, apresentou uma técnica administrativa intitulada: administração científica. Paralelamente outros estudos foram aparecendo, como um denominado engenharia de métodos, e Henry Ford apresentou três aperfeiçoamentos relacionados à produção: a linha de produção, o ritmo do trabalho ditado pela máquina e a produção em série, os quais não apresentaram resultados positivos, e sim desencadearam uma série de outros problemas, pois o trabalhador em uma posição estática terá sérios danos em seu corpo (COUTO, 1995). Nos tempos atuais, vem-se valorizando mais a saúde do trabalhador, atendendo as características de cada um, em relação ao seu posto de trabalho exercido, adotando um sistema autônomo, promovendo conhecimento, dando maior conforto à execução do trabalho exercido, com cargas horárias mais inferiores, respeitando a individualidade do trabalhador. Em assim sendo, os resultados serão, seguramente, melhores (IIDA, 2005) Conceito A inspeção criteriosa da movimentação funcional é a chave principal da ergonomia, para que se possa proporcionar ao trabalhador uma melhor adequação física preventiva e produtiva, em relação ao seu posto de trabalho, possibilitando um melhor método para que ele o execute (OLIVEIRA e COLS., 1998).

19 A ergonomia é uma ciência que visa à habituação e prevenção à saúde, levando-se em conta as características do homem ao trabalho, com uma interpretação extensa, não relacionada somente com maquinários ou outras ferramentas, mas sim ao envolvimento entre o homem e a suas ocupações, que também devem apresentar resultados positivos como trabalhador, realizando uma transmissão de conhecimentos antes, durante e após haver a execução do trabalho. A finalidade é que se alcance o objetivo almejado, com uma equipe multidisciplinar, no sistema homem-máquina-ambiente (IIDA, 2005). Usada de forma mais condizente, a ergonomia por meio de conhecimentos como a fisiologia, psicologia, antropometria e biomecânica, promove uma melhor adequação para execução de um excelente desempenho do trabalhador em seu posto de trabalho (PEREIRA, 2001). 17 A Ergonomia pode ser aplicada em todos os locais; no trabalho, em qualquer posto de trabalho; em todos os cômodos das residências; em todos os ambientes da escola; em vias públicas e transportes e em qualquer outro ambiente em que o homem esteja presente (PEREIRA, 2001, p.45). A ciência da ergonomia é bastante abundante, antes era voltada somente as indústrias. Em seguida, na agricultura, mineração e, hoje em dia, expandiuse para todos os locais possíveis, reivindicando conhecimentos tecnológicos, organizacionais, econômicos e sociais (ABRANTES, 2004). A Associação Brasileira delimita a ergonomia também como ciência, relacionada ao ser humano com a tecnologia e o ambiente, promovendo saúde do trabalhador, desempenhando suas funções de forma produtiva e segura. Concedendo ao praticante ergonomista a responsabilidade e compromisso desse planejamento, desenvolvendo planos de ergonomia física, cognitiva e organizacional, tanto preventivo entre o homem e seu ambiente de trabalho, quanto resultantes de diminuição de fadiga, estresse, acidentes, entre outras decorrências que podem acontecer, priorizando sempre a saúde, segurança e satisfação do trabalhador (IIDA, 2005). A norma regulamentadora NR17, voltada para ergonomia, prioriza as medidas relacionadas às características psicofisiológicas do trabalhador, considerando o bem-estar e ótimo desempenho do trabalhador (BRASIL, 1977).

20 Tipos de ergonomia De acordo com Abrantes (2004), a ergonomia atua em vários lugares estuda e analisa, ou seja, onde o trabalhador estiver, ela se fará presente. Dividese em 3 tipos, sendo: ergonomia de correção, de concepção e de conscientização. A ergonomia de correção caracteriza-se pela reparação mínima nos postos de trabalho, ações moderadas. A ergonomia de concepção procura implantar informações necessárias para os funcionários sobre todo o ambiente de trabalho. A ergonomia de conscientização busca a manutenção e capacitação dos trabalhadores para as atividades a serem realizadas. Ergonomia de Conscientização informação, treinamento e capacitação. Geralmente através de palestras, cursos e orientações individuais. Ergonomia de Correção é realizada a partir de uma situação de referência já existe, com investimentos em adaptações e pequenas mudanças, com consequente custo menor. É a ergonomia mais pratica, devido a possibilidade de alterações mais rápidas e de facial acesso devido ao custo. Ergonomia de Concepção está etapa é o sonho dos ergonomistas, quando abordando uma empresa com muitas alterações a serem feitas sob vários aspectos, poder sofrer mudanças radicais, criando novos conceitos, desde a localização, lay out, iluminação, cores, som, equipamentos, etc. Procura avaliar para interferir os aspectos: homem, a máquina, ambiente, informação, organização e consequências do trabalho (BAÚ, 2002 p. 127). Segundo Iida (2005), a ergonomia de concepção é realizada durante o projeto do produto. A ergonomia de correção empregada em condições efetivas, para se estabelecer a segurança, em relação à fadiga, doença do trabalhador ou quantidade e qualidade geração do produto. A ergonomia de conscientização procura instruir o trabalhador, a discernir e corrigir os problemas durante sua rotina de trabalho. A ergonomia de participação: inclui o trabalhador na resolução das atribulações ergonômicas, de forma mais participante. Conforme Oliveira e Cols. (1998), a ergonomia de concepção está mais voltada para as exigência e carência do trabalho, focando mais na insuficiência do indivíduo, bem como seu bem-estar. 1.3 Benefícios

21 A ergonomia só é bem aceita quando consegue apresentar um custobenefício a empresa economicamente. Os benefícios com o projeto proposto, calcula a economia de material, mão-de-obra e energia, reduz os acidentes, descarta a necessidade de monitorando contínuo, aumenta a qualidade e a produtividade e resulta em economia. Um exemplo deste benefício pode ser evidenciado através de uma simples palestra, que gera um aumento de 10% na produção e traz um rápido retorno financeiro que, geralmente, obtêm-se em 5 anos (IIDA, 2005). A ergonomia agrega conhecimento ao trabalhador, motiva-o, proporcionalhe conforto, integração entre o grupo de trabalhadores, segurança e desempenho, assegurando o pleno funcionamento humano em seu local de trabalho (IIDA, 2005). Segundo Pereira (2001, p.32), pode-se esperar da ergonomia menos gastos por absenteísmo, maior produtividade, menos lesões, melhoria da qualidade de vida no trabalho e comprimento da legislação, evitando multas, sendo uma aquisição de resposta através dos resultados, pela queda dos gastos e aumento do lucro. De acordo com Vieira (1997), a ergonomia proporciona benefícios à empresa, adotando soluções para as dificuldades encontradas, bem-estar humano, proporcionando um bom ambiente e a produtividade do trabalho, objetivando a saúde e a segurança dos trabalhadores. Conforme Couto (1995), a ergonomia cria padrões novos para os problemas encontrados, realizando adequações nos postos de trabalho com a finalidade de diminuir os riscos ergonômicos e melhorar o trabalho, apresentando inovações, informação sobre a qualidade do serviço, durante o processo, gerando pontos positivos e importantes para as empresas Postura no trabalho Abrantes (2004) considera a postura um fator importante nas empresas, uma vez que depois de um certo tempo de acômodo em um cargo, o trabalhador adota uns padrões irregulares, deixando de apresentar produtividade. Quando se criam os postos de trabalho, não se pensa nas características dos trabalhadores, fato que deve ser levado em consideração, pois a postura

22 adequada irá conservar a saúde e promover maiores benefícios, inclusive em relação à produtividade. Segundo Couto, Nicoletti e Lech (2007), é relevante adotar-se uma postura correta do trabalhador, para que se execute da melhor forma a sua função, considerando-se a mudança da ferramenta ou a forma de manusear, mudar o objeto, adaptar-se evitando posição estática em relação ao maquinário, trabalhar sempre em posições neutras, preservando sempre a postura. Uma postura correta irá garantir melhores condições do corpo em relação a alguma tarefa que exija força, flexibilidade, equilíbrio entre outras, do que uma má postura, que poderá desencadear cansaços mais rápidos, entre outros desgastes psicofisiológicas (PEREIRA, 2001). A postura vem sendo cada vez mais estudada para realização de movimentos com menor gasto energético. O corpo, por sua vez, pode adotar várias posturas consideradas confortáveis, exigindo um mínimo esforço e sobrecarga, levando a falhas no relacionamento entre as várias partes do corpo como a estrutura corporal, os músculos e ossos, o que pode causar alterações posturais, levando a disfunções osteomusculares, limitando as atividades de vida diária, exigindo mais esforços para executar uma tarefa, promovendo más condições biomecânicas, afetando tanto a força dinâmica quanto a força estática de um indivíduo (PERES, 2002). 20 Um dos grandes desafios da ergonomia aplicada ao trabalho é conceber ou adaptar postos de trabalho e ferramentas a grande diversidade morfológica das populações. Esse problema é mais crítico quando uma população é composta por diferentes raças, como no nosso caso. A medição acurada dos diversos segmentos é feita segundo as técnicas da antropometria, que é o estudo das medidas físicas do corpo humano. O prévio conhecimento dessas medidas é fundamental para projetos de postos de trabalho que proporcionem uma boa postura, conforto, segurança e eficiência dos trabalhadores (OLIVEIRA e COLS., 1998, p. 128). Se as condições ergonômicas forem inadequadas podem levar a graves acometimentos osteomusculares. Assim, é importante orientar o trabalhador sobre a postura e movimento adequado para levantamento, manuseio e transporte de uma carga, considerando a avaliação desta, um espaço livre e seguro para o seu acesso, pés posicionado corretamente, evitando-se

23 movimentos de torção em torno do eixo vertical do corpo, alterações de posição durante a atividade entre outras orientações posturais. O trabalhador deve manter o espaço, os equipamentos ajustáveis de acordo com cada indivíduo, evitar movimentos repetitivos, entre outras orientações existentes, que consideram fatores organizacionais e psicossociais participantes da ergonomia (ALEXANDRE, 2007). 21

24 22 CAPÍTULO II DOENÇAS OCUPACIONAIS As Doenças Ocupacionais (DO) são enfermidades que podem levar à incapacidade ou alterações anatômicas, geradas pela má execução do trabalho, ou por lesões causadas por movimentos feitos de forma contínua e repetitiva. As DO desencadeiam um grau de sensibilidade ao trabalhador e a determinadas zonas de trabalho, trazendo danos e reduzindo a qualidade de vida (RANNEY, 2000). Para Veronezi e Branco (2007, p. 26): Há um conjunto de doenças ocupacionais que atinge um grande número de trabalhadores e tem causas diversas como uma má postura, tensão muscular e emocional. Para Baú (2002), as DO equivalem a cargas excessivas e atitudes corporais incorretas que promovem pequenas lesões no tecido, destruindo o trabalhador aos poucos. Com muita frequência os laudos periciais nas ações indenizatórias por doenças ocupacionais indicam que o trabalho atuou como concausa, ou seja, o trabalho contribuiu para o adoecimento ou agravou doença já estabelecida. Pode ocorrer também de o trabalho contribuir para a eclosão, antecipação ou agravamento de doença degenerativa ou doença inerente a grupo etário (OLIVEIRA, 2013, p. 34). Através da associação e conceito de saúde e doença, pode-se trabalhar, realizando a prevenção e intervir, sabendo que as atividades exercidas de forma intensa no trabalho causam prejuízos as estruturas e aos órgãos do corpo humano, evitando a diminuição da produtividade e rendimento (PEREIRA, 2001). As doenças ocupacionais são aquelas que estão diretamente ligadas a alterações no estado de saúde do trabalhador. Elas são originadas devido às condições de trabalho, atividade desempenhada pelo trabalhador e até mesmo situações pessoais enfrentadas pelo indivíduo que interferem na atividade desempenhada; estas doenças podem acarretar em pagamentos de auxílio, indenizações entre outros direitos que devem ser garantidos ao trabalhador caso ele seja vítima de uma doença ocupacional (GALVÃO, 2012, p.16).

25 O Brasil ocupa a 4ª colocação em acidentes no trabalho, segundo BRASIL OCUPA (2017). De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) (apud BRASIL OCUPA..., 2017), estima-se que 2,34 milhões de pessoas morrem a cada ano no mundo em acidentes de trabalho e doenças relacionadas a ele. Os acidentes de trabalho e DO causam prejuízos para todos os envolvidos dentro da empresa. Para o empregado traz consequências físicas, psicológicas e profissional. Já ao empregador, os efeitos negativos são na mão de obra e financeiramente (PEREIRA, 2001). As DO têm causas possíveis de se prever, no entanto são difíceis de se obter o diagnóstico. Incide no trabalho, porém através de posturas e biomecânica incorretas, proporcionam o aparecimento de LER e DORT, fatores que contribuem para o processo de adoecimento (VERONEZI; BRANCO, 2007) BIOMECÂNICA OCUPACIONAL Segundo Iida (2005), a Biomecânica Ocupacional (BO) é um dos segmentos da biomecânica. Esta exerce o papel de analisar a influência do trabalho ao trabalhador. A BO acompanha desde o início as atividades, aconselhando o aquecimento antes da adaptação do organismo, auxilia as posturas e posições e orienta a empresa sobre as devidas medidas de trabalho. Para Pereira (2001), a (BO) examina o trabalhador através atividades realizadas, com ênfase nas atitudes e posicionamento do indivíduo, por meio de ferramentas e máquinas e o direcionamento de forças. Já para Chaffin, Andersson e Martin (2001), a BO abrange várias faculdades, para entender e acompanhar o processo e as funções trabalhistas, e danos ao funcionário. Tem por propósito diminuir as lesões e incapacidades geradas pela falta de preparo e conhecimento do empregado. Ainda conforme Chaffin, Andersson e Martin (2001), os avanços científicos e a base metodológica para BO têm sido ampliados rapidamente para dar apoio à variedade de aplicações práticas solicitadas atualmente. A atividade remunerada exercida pelo trabalhador pode ser dividida em duas formas: trabalho estático, (em que o indivíduo fica apenas em uma determinada posição) e trabalho dinâmico (quando há períodos de contração e

26 relaxamento). O trabalho estático deve ser evitado. Caso isso não seja possível, devem ser tomadas certas providências, como uma pausa. Já no trabalho dinâmico, ocorre um favorecimento fisiológico no funcionamento do organismo, sendo assim é considerado o ideal para o trabalhador, uma vez que não causa qualquer tipo de desconforto para o mesmo (IIDA, 2005). A figura a seguir (Figura 1) retrata os principais avanços metodológicos, seis áreas metodológicas da BO e cinco das principais áreas de aplicação. 24 Figura 1: As seis áreas metodológicas da biomecânica ocupacional Fonte: Adaptada de Chaffin; Andersson; Martin, 2001, p. 6. A BO possui um extenso número de utilidades e recursos voltados para trabalho e homem, dando ênfase no movimento, na forma, biótipo, mecânica na análise e aperfeiçoamento, prevenindo esforços e fadigas musculares, sem prejudicar a estrutura humana ou estiramento (CHAFFIN; ANDERSSON; MARTIN, 2001). 1.1 LER/DORT

27 As Lesões por Esforço Repetitivo (LER) e os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) são doenças provocadas pelo pouco tempo de repouso e recuperação do sistema músculo-esquelético e que levam inutilidade ao trabalhador provisório ou duradouro (O NEILL, 2003 e OLIVEIRA e COLS., 1998). De acordo com Couto, Nicoletti e Lech (2007), os DORT são caracterizados por disfunções causadas pelo desequilíbrio e estresse na saúde física, devido à utilização biomecânica incorreta. Proporcionam uma tensão e vulnerabilidade a doenças ósseas, musculares, nervos, tendões e ligamentos, progredindo para casos crônicos. Para Oliveira e Cols. (1998), as causas de LER ocorrem devido a esforço e repetitividade, sendo difícil mensurar um significado especifico à fase de doença. Não são as principais causas, porém são as mais significativas. Segundo O Neill (2003, p.100), LER e DORT podem ser definidas pela ocorrência de vários sintomas, concomitantes ou não, tais como dor, paresia, sensação de peso, fadiga de aparecimento insidioso, geralmente nos membros superiores. Pode-se afirmar que as atividades trabalhistas feitas de forma incorreta, causam reações fisiológicas no trabalhador. Estas reações podem causar danos a longo prazo, caso não sejam recuperadas de forma correta (Figura 2). 25 Figura 2: A resposta do organismo às condições de trabalho e estímulos Fonte: Adaptada de Ranney, 2000, p. 23.

28 O corpo físico tem a capacidade de suportar as cargas até um determinado limite. Passando deste limite, o corpo envia sinais através do sistema nervoso, avisando que o seguimento está sobrecarregado. Como resposta, o organismo tenta proteger o membro. Caso não tenha o descanso e o repouso necessário, aliados às atividades pesadas, estas combinações ocasionarão o desenvolvimento de DORT (RANNEY, 2000). As LER e DORT qualificam-se pela sobrecarga dos segmentos corporais, impedindo a realização de suas atividades normalmente, gerando incapacidades e padecimento do indivíduo. Através da biomecânica correta, organização do trabalho e ajuste ambiental podem ser evitadas (RANNEY, 2000) Formas de aparecimento Com aumento do mundo corporativo, houve também um aumento da competitividade, ou seja, as empresas estão se tornando cada vez mais competitivas. Decorrente disso, elas aumentaram suas produções, turnos e estão exigindo mais de seus colaboradores. Um trabalho rigoroso, atividades excessivas, com movimentos repetitivos, que necessitam o uso de forças, afetam diretamente o sistema osteomuscular do empregado, que exerce suas funções, almejando um retorno financeiro, sem se preocupar com sua saúde e prevenção da mesma. As práticas gerenciais que mais contribuem para o aparecimento epidêmico dos distúrbios e lesões são: a pressão exagerada pelos resultados (muitas vezes, descoordenada, sem ser acompanhada do respectivo plano de trabalho) e sobrecarga para os trabalhadores, dando-lhes uma carga excessiva de trabalho sem a devida condição de execução. Essa pratica costuma ser seguida de aumento do número de horas extras, dobras de turno, retrabalho e mais pressão e ritmo acentuado, alimentando o ciclo vicioso da pressão excessiva (COUTO; NICOLETTI; LECH, 2007, p. 65). Os graus de acessibilidade dos locais de trabalho, materiais e mobiliários influenciam diretamente a forma de trabalho e ocorrências de lesões/distúrbios, proporcionando posturas e biomecânica impróprias para a estrutura humana. Entretanto, para o trabalhador, acredita-se ser mais confortável a realização daquela tarefa (RIBEIRO et al., 2011).

29 O homem é capaz de adotar várias posturas, formas e métodos que sejam eficazes para a realização do trabalho, sem pensar na arquitetura e fisiologia humana, no custo benefício, e se vale a pena a curto/longo prazo (PERES, 2002). Tudo isso acaba favorecendo o aparecimento de doenças/distúrbio/lesão relacionadas a ocupação do trabalhador, conforme o quadro Quadro 1 Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo, relacionadas ao trabalho Doenças Artroses Transtornos articulares não classificados em outra parte: Dor Articular (continua) Agente etiológico ou fatores de risco de natureza ocupacional Posições forçadas e gestos repetitivos Posições forçadas e gestos repetitivos Vibrações (afecções dos músculos, tendões, ossos, articulações, vasos sanguíneos periféricos ou dos nervos periféricos) Síndrome Cervicobraquial Dorsalgia: Cervicalgia; Ciática; Lumbago com Ciática. Sinovites e Tenossinovites: Dedo em Gatilho; Tenossinovite do Estiloide Radial (De Quervain); Outras Sinovites e Tenossinovites; e, não especificadas Transtornos dos tecidos moles relacionados com o uso, o uso excessivo e a pressão, de origem ocupacional: Sinovite Crepitante Crônica da Mão e Punho; Bursite da Mão Olecrano, Cotovelo, pré rotulianas e Joelhos. Fibromatose da Fascia Palmar: Contratura ou Molestia de Dupuytren Lesões do Ombro: Capsulite Adesiva do Ombro; Síndrome do Manguito Rotatório ou Síndrome do Supraespinhoso; Tendinite Bicipital; Tendinite Calcificante do Ombro; Bursite do Ombro; outras lesões do ombro e não especificada Posições forçadas e gestos repetitivos Vibrações Localizadas Posições forçadas e gestos repetitivos Ritmo de trabalho penoso Condições difíceis de trabalho Posições forçadas e gestos repetitivos Ritmo de trabalho penoso Condições difíceis de trabalho Posições forçadas e gestos repetitivos Ritmo de trabalho penoso Condições difíceis de trabalho Posições forçadas e gestos repetitivos Vibrações Localizadas Posições forçadas e gestos repetitivos Ritmo de trabalho penoso Vibrações Localizadas

30 28 Doenças Outras entesopatias: Epicondilite Medial; Epicondilite Lateral ( Cotovelo de Tenista ); Mialgia Transtornos especificados dos tecidos moles Doença de Kienböck do Adulto (conclusão) Agente etiológico ou fatores de risco de natureza ocupacional Posições forçadas e gestos repetitivos Vibrações Localizadas Posições forçadas e gestos repetitivos Vibrações Localizadas Vibrações Localizadas Fonte: Adaptado de BRASIL, 2005, p.127 a 130. As formas de aparecimento caracterizam-se pela observação do modo de execução, conscientização, estímulo e grau de percepção do funcionário, ou seja, uma ciência aplicada à função e feedback do homem às exigências e pressões de trabalho (COUTO; NICOLETTI; LECH, 2007; PERES, 2002). 1.3 Epidemiologia Os principais distúrbios e lesões relacionadas ao trabalhador geralmente acontecem devido à anatomia do segmento, movimentações bruscas e falta de conhecimento dos trabalhadores na realização do trabalho, sem comprometer a biomecânica. O número de doentes pertencentes ao trabalho vem aumentando (BAÚ, 2002; COUTO; NICOLETTI; LECH, 2007). As articulações do pescoço, ombro, cotovelos, antebraços, punhos e mãos apresentam uma estabilidade anatômica suportável até um determinado limite. Caso passem deste limite, seja por força, vibrações, movimentação, amplitude, impacto por uso excessivo e repetitivos, compressão e pinçamentos podem acarretar processos inflamatórios, aumento ou diminuição da sensibilidade, queimação, choque, dormência, fraqueza, radiações, dormências, dores e patologias sendo estas: síndrome do desfiladeiro torácico, tensão dos músculos cervicais, síndrome da raiz cervical, doença degenerativa cervical, lesão do manguito rotador (LMR), tendinite supra ou ruptura da cabeça longa do bíceps, síndrome do impacto, tenossinovite bicipital, síndrome dolorosa irradiada, compressão dos músculos supinadores e extensores de punho, sobrecarga do tríceps, síndrome do pronador redondo, bursite olecraniana, síndrome do túnel e canal cubital, tendinite estenosante, compressão do nervo

31 ulnar, tendinite e tenossinovite do punho e antebraço e síndrome do túnel do carpo (COUTO; NICOLETTI; LECH, 2007). Baú (2002) descreve, que oposicionamento dos braços estendidos com muita força ou movimento contínuo no trabalho pode ser uma forma para o desenvolvimento da síndrome do desfiladeiro torácico e síndrome do impacto. A síndrome do túnel do carpo e tenossinovite dos extensores dos dedos são distúrbios motivados pela biomecânica incorreta de punho e mão, agitações repetitivas, pouco tempo para recuperação, baixa temperatura, carga pesada. As cervicalgias, lombalgias e fibromialgias são quadros dolorosas caracterizados principalmente em trabalhadores que adotam uma postura imóvel ou inadequada do segmento, permanecendo por muito tempo ou para transporte de peso. 29 Quadro 2 As posições e movimentos realizados no trabalho que proporcionam alterações nos tecidos e evolução para distúrbios e lesões Fatores de Risco Presentes no Trabalho Altas forças/momento Possíveis Teciduais Alterações Tensão em tendões ou músculos; altas forças de curta duração podem levar à ruptura tecidual; forças moderadas de longa duração podem levar a deslizamento dos tendões ou fadiga muscular Exemplos Diagnósticos (continua) de Tendinite Estiramento muscular Exercício de força em Posturas inadequadas Aumenta a fadiga Dor muscular, mialgia do antebraço Posturas extrema Compressão de vasos sanguíneos ou nervos Síndrome do túnel do carpo Trabalho com levantamento acima da cabeça Vibração em todo corpo Aumento da pressão intramuscular no supraespinhoso com redução do fluxo sanguíneo Aumento de contração dos discos intervertebrais Mialgia do trapézio e/ou supra-espinhoso e tendinite do supraespinhoso Lombalgia inferior

32 Fatores de Risco Presentes no Trabalho Vibração da mão/braço Postura imóvel Movimentos de alta frequência Possíveis Teciduais Alterações Aumento da força de preensão para manter o controle do objeto Dano ao tecido nervoso Contração estática dos músculos Alta velocidade do deslizamento do tendão combinada com contração estática dos músculos mais proximais 30 (conclusão) Exemplos de Diagnósticos Aumento da fadiga e dor muscular Síndrome do túnel do Carpo Doença de Raynaud Mialgia/ síndrome da tensão cervical Tenossinovite Mialgia/ Síndrome da tensão cervical Fonte: Adaptado de Ranney, 2000, p. 43. Aspectos individuais relacionados à constituição física, sexo, perfil comportamental psíquico, condições estressantes no ambiente de trabalho e familiar, reforço da condição de incapacidade e negação da condição de bem-estar, ganhos pessoais, dentre outros, estão envolvidos nos eventos que induzem a ocorrência e agravam a condição dos doentes com LER. (OLIVEIRA E COLS., 1998). Por mais simples que seja a atividade realizada no trabalho, deve-se refletir e analisar os riscos naquele determinado local, policiar com relação às atitudes e comportamento corporal, atenção e concentração. O trabalhador e os profissionais da equipe multidisciplinar devem almejar, pelos mesmos propósitos, a saúde em primeiro lugar (RANNEY, 2000). 1.4 Estatística Por meio de pesquisas e estatística torna-se possível analisar, compreender a realidade e aprender a entender dados e os surgimentos de diversos fatores de acometimentos. Cada vez mais as pesquisas de saúde vêm aumentando, com o objetivo de informar a população e auxiliá-los na busca da prevenção e promoção da saúde (COUTO; NICOLETTI; LECH, 2007). O Ministério da Saúde realiza a Pesquisa Nacional em Saúde (PNS) de

33 cinco em cinco anos, sendo elaborada desde Em 2013, foram coletadas amostras de 80 mil domicílios, de ambos os sexos, maiores de 18 anos. De acordo com a PNS (apud BRASIL, 2014): 31 No Brasil, 2,4% referiram diagnóstico médico de DORT. Na área urbana a proporção foi de 2,7%, enquanto na área rural o percentual foi de 0,9%. Este indicador só difere do nível nacional na Região Sul, que apresentou o maior nível percentual (3,9%), e nas Regiões Nordeste (1,4%) e Norte (0,7%), com as menores proporções de casos estimados. As mulheres apresentaram a maior proporção (3,3%) em relação aos homens (1,5%). O indicador confirmou a maior proporção de diagnósticos no grupo de idade em que se concentram mais pessoas economicamente ativas: de 30 a 59 anos (3,2%). Por cor ou raça, o maior percentual foi verificado para pessoas de cor branca (2,9%). No que tange ao nível de instrução, a proporção foi maior entre pessoas com o ensino superior completo (3,8%). Nesta pesquisa da PNS (apud BRASIL, 2013), os próprios participantes relatavam as doenças crônicas que eram acometidos. Figura 3: Doenças crônicas não transmissíveis Fonte: PNS (apud BRASIL, 2013). Segundo PNS (apud IBGE, 2016), os trabalhadores que sofreram acidentes de trabalho obtiveram sequelas depois deste evento: Em 2013, 12,4% das 4,9 milhões de pessoas de 18 anos ou mais que sofreram acidente de trabalho ficaram com alguma sequela ou incapacidade (613 mil) e 32,9% deixaram de realizar atividades habituais (1,6 milhão). Já entre as 4,5 milhões de

34 pessoas nessa faixa etária que sofreram algum acidente de trânsito com lesões corporais, 32,2% foram no deslocamento para o trabalho (1,4 milhão) e 9,9% trabalhando (445 mil). É o que mostra o quarto volume da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2013: Indicadores de Saúde no Mercado de Trabalho. A pesquisa mostra, ainda, que o percentual de pessoas que sofreram acidentes de trabalho era maior entre homens (5,1%) do que entre mulheres (1,9%) (PNS apud IBGE, 2016). 32 Também foram analisadas, na PNS (apud IBGE, 2016), as três principais doenças que continham um maior número de pessoas, houve a tentativa de uma investigação mais profunda com o objetivo de se identificar a causa. Figura 4: As principais doenças com maior número de pessoas referente a encargo de trabalho em 2013 Fonte: PNS (apud IBGE, 2016). Segundo Instituto Nacional do Seguro Desemprego (INSS) (apud BASTOS, 2016), foram constatados 805 casos de acidente de trabalho nos primeiros três meses de 2016, em Alagoas. O Sistema de Informações de Agravos de Notificação (Sinan) (apud Em RR..., 2015), apurou através de pesquisas que as LER e DORT ocuparam a quarta colocação de problemas aos trabalhadores de Roraima no período entre 2010 a O Centro de Referência Regional em Saúde do Trabalhador (CEREST) de Campina Grande (apud TORQUATO, 2016), em abril de 2016, havia

35 33 constatado 92 casos de acidentes no trabalho (Figura 5). Figura 5: Número de acidentes de trabalho em abril de 2016, comparando-se com o ano de 2015 Fonte: Cerest (apud TORQUATO, 2016). A cada dia que passa, aumenta o número de trabalhadores acometidos pelo trabalho seja por acidente ou doenças ocupacionais, LER ou DORT. Todas das pesquisas acima citadas acreditam que esta quantidade é ainda maior do que as notificadas, porém os trabalhadores sentem-se ameaçados pelos chefes e encarregados devido à necessidade do trabalho para sustento da família e moradia (INSS apud BASTOS, 2016; Sinan apud Em RR..., 2015; CEREST apud TORQUATO, 2016). 1.5 Lesões em supermercado

36 Em meio aos vários eventos de acometimento de doenças/distúrbio/ lesões, encontram-se os colaboradores da rede de supermercados. Com os avanços e atualizações da tecnologia e aparatos com curto tempo de adequação, padrão acelerado, aumento das horas de serviços prestados, carga e descarga irregular para o biótipo do trabalhador, mobiliários desfavoráveis a biomecânica, o aumento de empresas concorrentes da mesma área de atuação, influencia diretamente a multiplicação de ocorrências de acidentes, doenças ocupacionais, distúrbios relacionados ao trabalho e lesão por esforço repetitivo (SCHAMNE, 2014; PANDOLPHI; VASCONCELOS; ALMEIDA, 2016). Através da análise de cada setor de um supermercado é possível delimitar os riscos, prevenir distúrbios e promover a saúde. Nos locais de trabalho, encontram-se negligência dos funcionários ou da empresa, falta de proteção ou sinalização e as lesões que, normalmente, acontecem pelo contato físico (SCHAMNE, 2014). Devido ao fluxo de giro de um supermercado, os operadores de caixa são os mais acometidos, devido ao uso excessivo dos membros superiores com curto tempo de descanso. Eles são designados para registrar a saída de mercadoria, receber dinheiro e dar troco, o que se torna um trabalho complicado (MELO JUNIOR; RODRIGUES, 2005). Os funcionários do administrativo são encarregados normalmente pelas compras de mercadoria, tanto para venda, quanto para consumo e manutenção da empresa, pagamento e recebimento de contas, lançamento de notas fiscais, e prestações de serviço no sistema, e atendimento ao público. Costumam ficar na posição sentada, utilizando os computadores para realização das atividades. As pessoas que trabalham com o computador são mais propensas a posições incorretas, o que resulta em distúrbios na coluna e perigo de DORT (PERES, 2002; FERREIRA; SHIMANO; FONSECA, 2009). No açougue, os profissionais realizam o atendimento ao cliente, preparam as mercadorias e condimentos para a venda, com o domínio e contato direto com o manuseio de máquinas, arma branca e acesso à câmera fria para conservação dos produtos. De acordo Santana e Rodrigues (2014) e Fernandes et. al. (2016), os estabelecimentos que trabalham com carnes apresentam uma predisposição para acidentes de trabalho e DORT. 34

37 Quadro 3 Os riscos ergonômicos encontrados em diversas áreas de um açougue de supermercado Risco Causa Efeito Máquina de moer Manuseio incorreto ou desatento da Esmagamento carne máquina; limpeza da máquina membros Máquina serra fita Manuseio incorreto ou desatento da Corte, amputações máquina Falta de EPI Não utilização de avental de aço Cortes Máquina de Manipulação de máquina quente Queimadura embalagem Baixa Poucas lâmpadas e de baixa potência Acidente com Luminosidade máquinas; muito esforço da visão para adaptação à luminosidade Bactérias e fungos Câmara fria Doenças de pele, alergias, infecções como Verminoses Luminárias expostas Falta de proteção nas luminárias contra queda de lâmpadas. Queda Corte Contaminação Exposição ao calor Deficiência na ventilação do local Fadiga, Cansaço Maior o risco de acidentes Piso escorregadio Falta de fita antiderrapante Queda, Fraturas Fonte: Adaptado de Schamne, 2014, p de O setor da padaria atua na produção e confecção de doces e guloseimas, pães e salgados, atendimento ao cliente, utilização de màquinas e ferramentas. Operam na posição em ortostática, sendo que a monotonia promove fadigas dos músculos estabilizadores e a utilização dos membros superiores sem intervalo, de forma frequente e pesada, o que acarreta como consequência o aparecimento de DORT e LER (COUTO; NICOLETTI; LECH, 2007; PERES, 2002). Quadro 4 Os riscos ergonômicos encontrados em diversas áreas de uma padaria de supermercado Risco Causa Efeito Luminárias expostas Falta de proteção nas luminárias contra queda de lâmpadas. Queda Corte Contaminação (continua)

38 (conclusão) Risco Causa Efeito Óleo de máquinas em Práticas de higiene deficientes Queda excesso e exposto em relação a equipamentos Contaminação 36 Surgimento de agentes biológicos Uso do forno elétrico ou materiais assados recentemente Exercer a atividade em má postura e excesso de esforço muscular Exposição ao calor por períodos prolongados Acúmulo de lixo, Lixeiras desprovidas de pedal Manuseio de materiais com temperatura elevada. Postura inadequada nas bancadas de trabalho; Levantamento de cargas em excesso Manipulação de materiais e equipamentos em alta temperatura Desenvolvimento de doenças, infecções, alergias Queimadura Dores musculares, problemas na coluna, surgimento de varizes Fadiga Desatenção Baixa luminosidade Poucas lâmpadas e com baixa potência Cansaço Visão Forçada Aumento acidentes de Poeira da farinha dispersa no ar Dispersão no processo de fabricação dos produtos Alergias; Problemas respiratórios Batedeira Laminadora Máquina de enrolar pães Utilização inadequada das máquinas Cortes, Esmagamentos Amputações Permanecer por muito tempo em pé Preparo e modelagem da massa Pisos e escadas escorregadias Realização da maior parte das atividades por longos períodos em pé Repetitividade do processo Falta de fitas antiderrapante ou falta de manutenção das mesmas Dores Musculares, Varizes, Dor na coluna LER/DORT Quedas Fraturas Contusões Fonte: Adaptado de Schamne, 2014, p. 57. A equipe de repositores e estoquistas realizam recebimento de mercadoria e reposição da loja, trabalham de forma variada de em pé a sentado e de parado, oscilando para andando. Carregam e deslocam-se com bastante peso, exigindo dos grupos musculares fortemente e resistência as cargas. Peres (2002) afirma... que os distúrbios posturais em profissionais são decorrentes de sobrecarga postural.

39 Quadro 5 Os riscos ergonômicos encontrados em diversas áreas de um depósito e área externa de supermercado Riscos Causa Efeito Agente biológicos Vetores no depósito Ambiente mal ventilado e iluminado; umidade 37 Doenças de pele, alergias, infecções como verminoses Levantamento e transporte manual de carga Baixa luminosidade Excesso de levantamento de carga na reposição e transporte de produtos do estoque Uso de lâmpadas incandescentes com baixa potência Queda de materiais Retirada de material das prateleiras mais altas Bloqueio da saída de emergência Bloqueio do reservatório de incêndio Excesso de materiais na casa de máquinas Acúmulo de lâmpadas queimadas sem proteção Material acumulado de forma inadequada na saída de emergência Material acumulado de forma inadequada e em excesso na área externa Acúmulo de materiais Lâmpadas queimadas acumuladas em ambiente externo e em local inadequado (encima da câmara fria) no depósito Dores musculares, problemas de coluna e cansaço Quedas Fraturas Contusões Quedas Fraturas Contusões Quedas Fraturas Contusões Incêndio Quedas Surgimento de vetores Fraturas Incêndio Queda Explosão Incêndio Corte Contaminação Alergias Fonte: Adaptado de Schamne, 2014, p. 60. Para Pandolphi, Vasconcelos e Almeida (2016), uma maior efetividade nas ações é necessária participação e engajamento dos gestores da empresa, bem como conscientização dos colaboradores para realizar as orientações propostas e cuidar de sua saúde também fora da empresa. O conhecimento sobre biomecânica, distúrbios posturais, LER e DORT, são relevantes para compreensão das lesões em supermercados. Existem vários estímulos para a ocorrência de acidentes e doenças ocupacionais.

40 38 CAPÍTULO III A PESQUISA 1 METODOLOGIA O presente estudo foi submetido para o Comitê de Ética do UniSalesiano, na plataforma Brasil, do Ministério da Saúde e foi aprovado por meio do Parecer Consubstanciado do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), no dia 18 de maio de 2017 (ANEXO A). O trabalho relata uma pesquisa de campo de caráter quantitativa. Para isso, foram utilizadas dois tipos de ferramentas ergonômicas: a primeira, um questionário censo de ergonomia (ANEXO B). A segunda, análise ergonômica de cada setor, foi elaborada pela ferramenta RULA (ANEXO C). O Censo de Ergonomia adaptado pelos autores Couto e Cardoso [s.d.], baseia-se em um questionário com 11 perguntas sobre as queixas osteomusculares e sua relação com o posto de trabalho. O trabalhador aponta os desconfortos, regiões, tempo, característica e intensidade, meios para minimizar e melhorar o setor, para que se possa agregar na coleta de dados e intervenções, gerando informações relevantes sobre a ergonomia na empresa. A ferramenta RULA apresenta uma graduação dos ângulos articulares e dos segmentos, por meio da amplitude dos movimentos durante o período de trabalho. Ou seja, classifica-se o posicionamento do membro de acordo com as atividades realizadas nos postos de trabalho. Esta ferramenta divide-se em 2 grupos A e B. O grupo A analisa os membros superiores: o braço, antebraço e punho. Após, quantificam-se os valores encontrados para a tabela A. O grupo B analisa pescoço, tronco e pernas, após quantificar os valores encontrado para a tabela B. Os dois grupos terão um valor, o qual será somado com a contração muscular, força e carga. Por último, estes valores são inclusos na tabela C. Em seguida, ter-se-á o resultado final do método RULA e nível de intervenção (Figura 6) para aquele determinado posto de trabalho (CAPELETTI, 2013). Figura 6: Pontuação do risco do método RULA

41 39 Pontuação Nível de Ação/Intervenção 1 ou 2 - Postura aceitavel, desde que nao seja mantida por longos periodos 3 ou 4 - É necessário investigar. Podem ser necessárias mudanças. 5 ou 6 - É necessário mudar logo. 7 - É necessário investigar e mudar imediatamente. Fonte: Adaptada de Mcatmney et al. (apud CAPELETTI, 2013, p. 21). 1.1 O supermercado A empresa especializada em supermercado, foi inaugurada em 3 de dezembro de 1995, em uma área de 87 m 2, sendo que os familiares formavam o grupo de funcionários do empreendimento, localizado no Município de Lins, Estado de São Paulo. Aos poucos a empresa foi crescendo e se desenvolvendo. Hoje com mais de 20 anos no ramo, possui 3 redes e totaliza 67 funcionários. Divide-se nos seguintes setores: administrativo (financeiro e recursos humanos, atendimento ao público, fiscais de nota e compras), fiscais e operadores de caixa, hortifrúti, padaria e produção, açougue, entregadores, repositores e estoquistas e auxiliar da limpeza. Figura 7: Interior do supermercado Fonte: arquivo pessoal, Técnicas

42 As ferramentas utilizadas foram: Questionário Censo de Ergonomia e o método RULA. O Censo de Ergonomia baseia-se nas queixas osteomusculares e sua relação com o posto de trabalho. O profissional (fisioterapeuta, terapeuta ocupacional ou enfermeiro do trabalho) acompanha o preenchimento do formulário para possíveis dúvidas. As informações devem ser mantidas em sigilo. O método RULA baseia-se na análise da postura e exposição tomada pelos trabalhadores perante seu cargo. Este método é realizado pelo profissional, no local do trabalho sem a percepção funcionário, para que os resultados não sejam alterados. Foi aplicado um questionário, o Censo de Ergonomia aos funcionários que aceitaram participar da pesquisa, após o esclarecimento, leitura e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO D), no local e período de trabalho, em um lugar separado. O critério de exclusão foi utilizado aos funcionários com histórico de DORT, em período de experiência e que não aceitaram assinar o termo de consentimento. Após esse momento, os autores juntaram-se aos trabalhadores e acompanharam o processo para realização da análise ergonômica do posto de trabalho e a utilização da ferramenta RULA RESULTADOS 2.1 Censo de ergonomia Os resultados do censo de ergonomia foram analisados com a finalidade de identificar as causas das dores relacionadas com a má postura e outras condições. Após a coleta de dados, os resultados foram passados para no Microsoft Excel 2013, para elaboração de gráficos e tabelas. Foi possível observar que, dos 31 participantes, a divisão por setor acontece da seguinte maneira: 19% administrativo, 29% caixa, 6% hortifrúti, 23% padaria, 6% açougue, 13% estoque e 3% limpeza. A idade girava entre 18 e 55 anos. Do total de 31 participantes, 93,5% apresentam queixas de desconforto. Dois funcionários não relataram dor, o que corresponde a 6,5%. Dos 29

43 participantes que relataram queixa, 26 relacionaram as queixas com o trabalho realizado o que significa 89,65% de queixas relacionadas ao trabalho, como pode ser observado no gráfico Gráfico 1 Queixas de desconforto e relação com o trabalho Fonte: elaborado pelos autores, Com relação às regiões de desconforto, 55% relataram o ombro, 52% a coluna, 45% pernas, 34% punho e 28% pescoço e braço. O ombro e o pescoço obtiveram maior queixa no setor de caixa, a coluna no setor de reposição, as pernas e os braços no setor da padaria e os punhos no setor de administrativo, observado no gráfico 2). Gráfico 2 Queixas por regiões do corpo OMBRO COLUNA PERNAS PUNHO PESCOÇO BRAÇO JOELHO TORNOZELOS/PÈS MÃO COXA QUADRIL ANTEBRAÇO COTOVELO OUTROS Fonte: elaborado pelos autores, Com relação ao tempo de desconforto 62% relataram que sentem o desconforto há pelo menos um mês, 31% de 3 a 6 meses, e 7% de 1 a 3 meses,

44 mostrando que as queixas estão acometendo os funcionários no início de suas atividades a um curto espaço de tempo, conforme observado no gráfico Gráfico 3 Tempo que sente desconforto Fonte: elaborado pelos autores, Com relação á caracterização do desconforto, listando-se as principais, pode-se observar que 73,1% relataram dor como principal sintoma, 65,4% cansaço, que é uma característica especifica pós dor, 42,3% sentiram o membro acometido pesado, 30,8% relataram dolorimento, que é uma sensação que se assemelha à dor, 19,2% limitação dos movimentos, porém com características diferentes, conforme gráfico 4. Gráfico 4 Caracterização do desconforto DOR PESO LIMITAÇÃO DE MOVIMENTOS FORMIGAMENTO CHOQUES CANSAÇO DOLORIMENTO ESTALOS PERDA DA FORÇA Fonte: elaborado pelos autores, A intensidade do desconforto mostra que os sintomas ainda não são o principal item a ser investigado 92,3% relataram a intensidade das dores de

45 forma moderada, ou seja, isso indica que o problema não está no seu ápice de acometimento, o que mostra um bom prognóstico, conforme pode ser observado no gráfico Gráfico 5 Intensidade do desconforto Fonte: elaborado pelos autores, No gráfico 6, foi apurado o período em que o desconforto aumenta, 48% dos entrevistados apontaram desconforto à noite, o que corresponde a 15 pessoas. Gráfico 6 Período em que o desconforto aumenta Fonte: elaborado pelos autores, No gráfico 7, segundo informações colhidas, 57,7% relatam que o desconforto apresentado pelos funcionários melhora no período noturno em

46 repouso, isso representa ainda mais a condição do nexo com o trabalho, pois, no momento do repouso, os sintomas claramente diminuem. 44 Gráfico 7 Período em que o desconforto melhora com repouso Fonte: elaborado pelos autores, O gráfico 8 mostra uma noção do número de funcionários que necessitam de tomar medicamento para trabalhar. 59% não necessitam tomar medicamentos, o que corrobora com a condição do gráfico 5, que se relaciona à intensidade do desconforto, ou seja, a intensidade de dor baixa não necessita tanto de medicamentos para diminuir a dor. Gráfico 8 Tem usado medicação para trabalhar Fonte: elaborado pelos autores, O útlimo gráfico, o número 9, mostra que a grande maioria dos funcionários do mercado nunca fizeram tratamento osteomuscular (81%). Esse dado pode demonstrar que as queixas não estão perturbando os funcionários a

47 ponto de procurar ajuda médica ou que pode haver algum tipo de resistência com relação a essa assistência. 45 Gráfico 9 Fizeram tratamento médico osteomuscular Fonte: elaborado pelos autores, Análise ergonômica dos setores (RULA) Os setores de trabalho do supermercado foram avaliados por meio de uma ferramenta ergonômica especifica, chamada RULA. Por essa avaliação, observa-se o risco ergonômico ao qual o funcionário possa estar exposto ao realizar suas atividades. O método RULA é de fácil aplicabilidade e é útil na avaliação dos riscos de lesões músculo esqueléticas ligadas ao trabalho. Através de um escore final, detecta-se a identificação dos principais fatores de risco envolvidos na tarefa (AGUIAR, 2009). Serão apresentados agora os resultados das avaliações de acordo com as análises. A intenção da pesquisa era de realizar a avaliação em todos os funcionários do setor, porém, por motivos específicos que serão apresentados, isso não foi possível Administração Todos os funcionários do setor administração foram avaliados, apresentando a seguinte configuração:

48 46 Tabela 1: Pontuação RULA, por setor administrativo Administrativo Funcionários RULA A1 3 A2 3 A3 3 A5 3 A6 3 A7 5 Fonte: elaborada pelos autores, Pode-se obervar que a grande maioria teve como resultado 3. Assim, a interpretação sugere que é preciso investigar e podem ser necessárias mudanças, porém houve uma condição de risco 5 que significa mudar logo. Esse posto de trabalho sugere que são imprescindíveis modificações para prevenir o aparecimento de doenças Operador de check out - (caixa) Nesse setor, todos os funcionários também foram avaliados, apresentando a seguinte configuração de risco: Tabela 2: Pontuação RULA por setor check out (caixa) Funcionários Fonte: elaborada pelos autores, Caixa RULA C1 6 C2 7 C3 7 C4 6 C5 7 C6 7 C7 6 C8 7 C9 7 Nesse setor, pode-se observar que a grande maioria apresentou risco ergonômico alto, com necessidade de mudar logo ou até mesmo imediatamente. Tal pontuação sugere que uma boa parte dos funcionários desse setor pode ter uma jornada de trabalho com queixas dolorosas.

49 Hortifrúti Todos os funcionários avaliados (total de 2 pessoas) apresentaram a seguinte configuração: Tabela 3: Pontuação RULA, por setor hortifrúti Funcionários Fonte: elaborada pelos autores, Hortifrúti RULA H1 7 H2 7 Os dois funcionários avaliados apresentaram risco alto e necessidade de mudança imediatamente. Da mesma forma, podem estar expostos a índices altos de queixas relacionadas ao trabalho Padaria De um total de 8 funcionários, somente uma não participou da pesquisa, em virtude de estar em período de experiência, sendo um dos fatores de exclusão, pois o funcionário em questão poderia subnotificar a pesquisa em razão de pouco tempo na atividade analisada. A análise mostrou que a maioria dos funcionários apresenta risco, em que é necessário mudar logo ou imediatamente. Observa-se: Tabela 4: Pontuação RULA, por setor padaria Funcionários Fonte: elaborada pelos autores, Padaria RULA P1 4 P2 5 P3 6 P4 6 P5 7 P6 7 P7 7

50 Açougue Dos funcionários do setor açougue, somente um não foi avaliado pela mesma justificatuiva anterior, estava em período de experiência. De acordo com o avaliado, foi observado o seguinte: Tabela 5: Pontuação RULA, por setor açougue Funcionários Fonte: elaborada pelos autores, Açougue RULA AÇ1 7 AÇ2 7 A análise mostrou que todos apresentam risco alto, com necessidade de mudança imediata Repositores Quatro repositores fazem parte do quadro de funcionários do supermercado avaliado e todos participaram da pesquisa: Tabela 6: Pontuação RULA, por setor repositores Funcionários Fonte: elaborada pelos autores, Repositores RULA R1 7 R2 7 R3 7 R4 7 A iminência de risco também cerca os repositores do supermercado, com necessidade de mudança imediata Limpeza

51 O setor limpeza foi avaliado em sua totalidade, já que somente uma funcionária é responsável pela limpeza de todos os setores do supermercado. 49 Tabela 7: Pontuação RULA, por setor limpeza Limpeza Funcionários RULA L1 7 Fonte: elaborada pelos autores, Mais uma vez, houve a necessidade de mudança imediata das funções avaliadas, mostrando a urgência em realizar alterações. De um modo geral, foi observado que as pontuações obtidas no RULA mostram que existe uma necessidade importante de readequação ergonômica nos postos de trabalho. Na maioria das avaliações, houve pontuação 7, a pior que a ferramenta poderia apresentar e que sugere mudanças rápidas, as quais podem estar associados ao surgimento de doenças ocupacionais. 3 DISCUSSÃO Baseado nos resultados encontrados, com relação às queixas dolorosas e em relação as análises ergonômicas, realiza-se a partir desse momento um confronto com a literatura específica para avaliar as possíveis contradições e semelhanças. De acordo com Couto, Nicoletti e Lech (2007), os membros superiores e a coluna são as principais regiões agredidas por DORT, em todo o mundo. O ombro, devido à sua ampla utilidade e funcionalidade, desde os movimentos mais finos até os grosseiros. A coluna, por ser sobrecarregada através do manuseio incorreto de objetos e movimentos repetitivos. O presente trabalho corroborou com esta informação, visto que obteve maior índice de queixas nos ombros com 55%, na coluna com 52% e, nas pernas, com 45% dos funcionários do supermercado, mostrando queixas nos mesmos locais apresentados pelo autor. Nos resultados da pesquisa Silva et al. (2012), observou-se que todos os funcionários, no total de 300 trabalhadores de 4 redes de supermercado,

52 apresentam sintomatologias nos últimos 12 meses. As dores predominam nos membros inferiores, coluna torácica e lombar, e que a função exercida tem relação com as dores referidas pelos trabalhadores. Os resultados da pesquisa atual mostraram que 62% dos funcionários sentem desconforto há mais de 6 meses, com maiores queixas nos ombros, coluna e nas pernas. Acredita-se, também, que exista uma relação do trabalho com as regiões dolorosas exibidas pelos trabalhadores. Um estudo realizado por Ferreira, Shimano e Fonseca (2009), com 10 funcionários no setor financeiro, obteve maior índice de queixas nos ombros, pescoço, braço e a coluna, justificando que, mesmo com o ambiente adequado, os funcionários estão expostos às lesões, devido à má postura, manejo e organização incorreto dos objetos e das tarefas. O setor administrativo neste estudo, obteve maior índice de queixas no punho, seguido por coluna, mão e joelhos, expondo resultados diferentes do que os apresentados pelos autores. Neste estudo, os setores administrativo e caixa que trabalham sentados, estaticamente, apontou a região do punho, ombro e coluna. Já os setores padaria, hortifrúti, açougue e reposição, que trabalham em pé e dinamicamente retratou as pernas, a coluna e os ombros. Minghini (2017) comparou duas empresas em diferentes áreas de atuação, dividindo em dois grupos, de acordo com sua função. O grupo sedentário, em que os funcionários permaneciam sentados, em posturas estáticas e repetitivas e grupo dinâmico, em que exerciam atividades dinâmicas em pé, sem repetições. Ambos os grupos apresentaram queixas osteomusculares, sendo que o grupo dinâmico apresentou mais dores na região inferior da coluna, mãos e punhos. Já o grupo sedentário apresentou sintomas no pescoço, parte inferior das costas e ombros. A posição sentada acarreta sobrecarga nos discos intervertebrais principalmente a coluna lombar, devido à pouca movimentação, o que pode-se levar à fadiga (BAÚ, 2002). Segundo Pereira (2001), o trabalho estático apresenta menos resistência contra a fadiga, devido ao grande período de tempo em um determinado posicionamento. Battisti et al. (2004) elaboraram um estudo em quatro filiais de uma rede de supermercado, com 40 funcionárias operadoras de caixa. Como resultado, 61% apresentaram dores no corpo durante o período de trabalho, sendo o movimento de erguer o braço com maior sintomatologia. Pereira et al. (2017) 50

53 realizaram um estudo, com objetivo de conhecer a prevalência de tendinite do ombro em operadores de caixa, através do exame físico especifico. Foram avaliados 44 trabalhadores, com idade entre 28 a 47 anos, identificando-se dor no ombro em 26 funcionárias, no lado direito e 16 funcionárias no lado esquerdo, com a abdução resistida do ombro preditiva de tendinite manguito rotador. Nesta pesquisa, 48% dos funcionários, apresentaram desconforto à noite, diferente do estudo acima. Com base nos resultados obtidos, o ombro foi maior queixa das operadoras de caixa, comprovando-se os trabalhos acima apresentados. Os resultados apresentados na pesquisa Lima (2016), com o método RULA, em profissionais da limpeza de uma universidade, foi nível de ação 3 implicando a necessidade de mudanças urgentes para prevenção de lesões e doenças futuramente. O presente estudo avaliou a seção de limpeza, que obteve nível de ação 7 de intervenção, sugerindo mudanças imediatas das funções avaliadas, apontando a urgência em realizar alterações. Outra pesquisa realizada no setor de limpeza, em uma instituição de ensino público, avaliou 19 funcionários. Mais da metade apresenta dores que sempre voltam, localizadas nos braços, pernas, ombros e costas de intensidade moderada a alta (NEVES et al., 2015). O setor de limpeza não apresentou queixas osteomusculares neste estudo contradizendo o estudo acima. Mazini Filho et al. (2015) elaboraram um estudo, com o objetivo de analisar os postos de trabalho de 14 funcionários do setor de transportadores de produtos, para o estoque e repositores de mercadoria de um supermercado, na cidade de Cataguases, Minas Gerais. Os autores obtiveram, na pesquisa, maior queixa na coluna: 21,4%, nos braços: 21,4%, nos antebraço: 19,6%, nas pernas19,6% e nos ombros: 17,9%. Concluíram que há uma carência de informações e necessidade de orientações, devido às atividades realizadas de maneira incorreta, posturas antiergonômicas, com o objetivo de preservar a saúde do trabalhador. O departamento de reposição neste trabalho, com quatro funcionários indicou a coluna: 75%, ombro: 50%, punho: 50%, pernas: 25% e coxa: 25% corroborando com as informações acima. 51

54 52 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO Propõe-se a prática de atividades físicas regularmente, ginástica laboral, realização de alongamento antes, durante e após o período de trabalho, para diminuição da retração muscular, melhora da flexibilidade, da postura e diminuição da dor. Propõe-se, também, a orientação aos funcionários sobre a importância das pausas, carregamento de forma correta das cargas e organização do trabalho. Deve-se, ainda instrui-lo a permanecer na posição neutra e alternar sua postura de em pé para sentado. A realização de palestras com o objetivo de passar conhecimento aos funcionários sobre os riscos de LER e DORT, faz-se necessária. A manutenção da regulagem e implantação das cadeiras, em alguns setores, deve ser feita com rapidez. Por fim a utilização de cinta lombar, para levantamento de pesos, é a indicação correta para a saúde do trabalhador.

55 53 CONCLUSÃO Após a aplicação do questionário, das queixas osteomusculares e análise ergonômica, a partir dos resultados obtidos conclui-se que as regiões de desconforto apresentadas pelos funcionários do supermercado são especificas, de acordo com a função exercida nos postos de trabalho. O alto índice da análise ergonômica está relacionada com a má postura, tornando-se necessárias as mudanças. Vale ressaltar que foi possível mapear os riscos e trazer meios para minimizá-los. No supermercado em que a pesquisa foi realizada, nunca foi feita análise ergonômica, nem a realização de palestras. Constatou-se, portanto, uma carência de informações. As dificuldades encontradas na realização da pesquisa foram intimidação e o receio no preenchimento do Censo de ergonomia, em grande parte, na pergunta em que se sugerem ideias para solucionar problemas nos postos de trabalho e alguns funcionários, na primeira pergunta, em que se pede para assinalar as regiões de desconforto do corpo. Após a execução do presente estudo, pode-se concluir que a análise ergonômica se mostrou eficiente em relação ao levantamentos dos riscos ergonômicos aos quais os funcionários estão expostos. Através dessa análise, as soluções foram apresentadas para a empresa que, em conjunto com os funcionários, devem encontrar uma melhor condição de trabalho.

56 54 REFERÊNCIAS ABRANTES, A. F. Atualidades em ergonomia: logística, movimentação de materiais, engenharia industrial, escritórios. São Paulo: Imam, AGUIAR, J. J. Análise da fiabilidade e repetibilidade de ferramenta de análise ergonómica: o exemplo simplificado do RULA Dissertação (Mestrado Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais) - Faculdade de Engenharia Universidade do Porto, Portugal. Disponivel em: < > Acesso em: 15 set ALEXANDRE, N. M. C. Aspectos ergonômicos e posturais e o trabalhador da área de saúde. Londrina, v. 28, n. 2, p , jul./dez Disponivel em: < > Acesso em: 22 set BASTOS, L. Alagoas registra 805 acidentes de trabalho apenas no primeiro trimestre de Gazeta Online, Alagoas, 18 de junho de Disponível em: < Acesso em: 31 mai BATTISTI, H. H. et al. Atividade física e qualidade de vida de operadores de caixa de supermercado. Revista Bras. Ciência e Movimento. Brasília, v.13. n.1. p Mai Disponível em: < M/article/download/614/626> Acesso em:10 set BAÚ, L. M. S. Fisioterapia do Trabalho: ergonomia, legislação, reabilitação. Curitiba: Clãdosilva, BRASIL. Decreto-Lei nº 6514, de 22 de dezembro de Segurança e medicina do trabalho, São Paulo, SP, nº 3214, p Brasil ocupa 4º lugar em acidentes no trabalho e médica aponta prevenção como caminho para mudar cenário. A Crítica. Campo Grande, 29 de abril de Disponível em: < Acesso em: 21 mai BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção a Saúde. Departamento de Ações Programáticas e Estrategicas. Lista de Doenças Relacionadas ao

57 Trabalho: Portaria nº 1.339/GM, de 18 de novembro de ed. Brasília: Editora Ministério da Saúde, BRASIL, Ministério da Saúde. Instituto Brasileiro de Geografia e Pesquisa. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Pesquisa Nacional de Saúde 2013: Panorama da saúde brasileira em múltiplos aspectos. Disponivel em: < pdf> Acesso em: 31 mai Ministério da Saúde. Instituto Brasileiro de Geografia e Pesquisa. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Pesquisa Nacional de Saúde 2013: Percepção do estado de saúde, estilo de vida e doenças crônicas. Rio de Janeiro, Disponivel em: <ftp://ftp.ibge.gov.br/pns/2013/pns2013.pdf> Acesso em: 31 mai CHAFFIN, D. B.; ANDERSSON, B. J.; MARTIN, B. J. Biomecanica Ocupacional.Tradução Fernanda Saltiel Barbosa da Silva. Belo Horizonte: Ergo, CAPELETTI, B. H. G. M. Aplicação do método Rula na investigação da postura adotada por operador de balanceadora de pneus em um centro automotivo Monografia (Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho) Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba. Disponivel em: < XXVI_2014_03.pdf > Acesso em: 14 set COUTO, H. A. Ergonomia aplicada ao trabalho: o manual técnico da máquina humana. 2.ed. Belo Horizonte: Ergo, Ergonomia aplicada ao trabalho: conteúdo básico guia prático. Belo Horizonte: Ergo Editora, COUTO, H. A.; NICOLETTI, S. J.; LECH, O. Gerenciando a L.E.R. e os D.O.R.T. nos tempos atuais. Belo Horizonte: Ergo, COUTO, H. A.; CARDOSO, O. S. Censo de ergonomia. Disponível em: < Acesso em: 19 set Em RR, Dia Internacional de combate a LER/DORT é lembrado com ação. G1, Rede Amazônia, 27 fev Disponível em: < ticia/2015/02/em-rr-dia-internacional-de-combate-ler-dort-e-lembrado-com-acao

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59 Produção, , Porto Alegre. Disponivel em: < Acesso em: 26 mai MINGHINI, B. V. Comparação dos sintomas musculoesqueticos e exposição postural da coluna vertebral entre trabalhadores de atividades sedentárias e dinâmicas Dissertação (Mestrado em Fisioterapia) Universidade do Sagrado Coração, Bauru. Disponível em: < dos sintomas musculoesqueleticos e exposicao postural da coluna vertebral entre trabalhadores de atividades sedentarias... (204245).pdf> Acesso em: 14 de set NASCIMENTO, N. M.; MORAES, R. A. S. Fisioterapia nas empresas. 3. ed. Rio de Janeiro: Taba, NEVES, R. M. et al. Análise postural de funcionários de limpeza de uma instituição de ensino pública. Anais do VII Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão Universidade Federal do Pampa, Alegrete, nov Disponível em: <seer.unipampa.edu.br/index.php/siepe/article/download/16944/ 5992> Acesso em: 13 set O NEILL, M. J. LER/ Dort Lesões por esforços repetitivos/ Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho: O desafio de vencer. São Paulo: Madras, OLIVEIRA, C. R. E COLS. Manual Prático de LER: Lesões por esforços repetitivos. Belo Horizonte: Heath, OLIVEIRA, S. G. Doutrina gradação das concausas nas ações indenizatórias decorrentes das doenças ocupacionais. In: Congresso Internacional de Direito do Trabalho, 3., 2013, São Paulo. Disponivel em: < s.pdf?sequence=1> Acesso em: 26 mai PANDOLPHI, A.; VASCONCELOS, E. F. L.; ALMEIDA, I. A. D. L. Gestão de um programa de prevenção das ler/dort em uma rede de supermercados: um relato de experiência. In: Congresso Internacional de Ergonomia Aplicada. 1., 2016, Recife. Disponível em: < engineeringproceedings/conaerg2016/7766.pdf> Acesso em: 27 mai

60 PEREIRA, E. R. Fundamentos de ergonomia e fisioterapia do trabalho. 2.ed. Rio de Janeiro: Taba Cultural, PEREIRA, R. S. et al. Tendinite do manguito rotador em operadores de caixa de supermercado: contributos para a vigilância de saúde. Revista Brasileira de Medicina. São Paulo, v.15, n. 2, p , mai Disponível em:< a-de-supermercado--contributos-para-a-vigil-acirc-nciade-sa-uacute-de> Acesso em: 28 ago PERES, C. P. A. Estudo das sobrecargas posturais em fisioterapeutas: uma abordagem biomecânica Dissertação (Mestrado em Engenharia De Produção) Programa De Pós-Graduação em Engenharia De Produção, Universidade Federal De Santa Catarina, Florianópolis. Disponível em: < epositorio.ufsc.br/bitstream/handle/ /84479/ pdf?sequence=&i sallowed=y > Acesso em: 04 de ago RANNEY, D. Distúrbios osteomusculares crônicos relacionados ao trabalho. São Paulo: Roca, RIBEIRO, N. et al. Prevalência de distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho em profissionais de enfermagem. Revista Brasileira de Epidemiologia. São Paulo. v.15 n.2, p , set Disponível em: <htt ps://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/16179/1/natália Fonseca Ribeiro.pdf> Acesso em: 16 mai SANTANA, N. I. L.; RODRIGUES, G. R. S. Acidentes de trabalho em frigoríficos. Revista Científico. Fortaleza. v. 14, n.29, p.75-92, jul./dez Disponivel em: < Acesso em: 15 mai SCHAMNE, A. N. Análise dos riscos potenciais em um supermercado Monografia (Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho) - Departamento de Construção Civil, Universidade Federal do Paraná, Curitiba. Disponivel em : < _CEEST_XXIX_2015_02.pdf > Acesso em: 20 mai SILVA, B. A. M. et al. Distúrbios osteomusculares autorreferidos em funcionários de supermercado. Revista Brasileira em Promoção da Saúde. Fortaleza, v.27, n. 1, p.13-20, jan./mar Disponível em: < RBPS/artic le/view/2362/pdf> Acesso em: 28 ago. 2017

61 TORQUATO, S. Campina Grande contabiliza 92 vítimas de acidentes de trabalho este ano. Jornal Paraíba, Paraíba, 28 de abril de Disponível em: < de-contabiliza-92-vitimas-de-acidentes-de-trabalho-este-ano> Acesso em: 31 mai VERONEZI, C.; BRANCO, M. Ginástica laboral na prevenção de Dort. FisioBrasil. Vitoria, n. 84 p , junho/agosto de Vieira, S. D. G. Estudo caso: análise ergonômica do trabalho em uma empresa de fabricação de móveis tubulares Dissertação (Mestrado Engenharia de Produção) Universidade Federal de Santa Catarina, Florianopolis. Disponivel em: < /77303/ pdf?sequence=1&isAllowed=y > Acesso em: 03 mar

62 APÊNDICES 60

63 61 APÊNDICE A RESULTADO DA COLETA DE DADOS DO CENSO DE ERGONOMIA TOTAL SIM NÃO QUEIXAS DE DESCONFORTO RELACIONA O DESCONFORTO AO TRABALHO LOCAL ONDE O DESCONFORTO É MAIS FREQUENTE - 29 PESCOÇO 8 OMBRO 16 BRAÇO 8 COLUNA 15 COTOVELO 0 ANTEBRAÇO 2 PUNHO 10 MÃO 6 QUADRIL 3 COXA 5 JOELHO 7 PERNAS 13 TORNOZELOS/PÈS 7 OUTROS TEMPO QUE SENTE DESCONFORTO ATÉ 1 MÊS 0 DE 1 A 3 MESES 2 DE 3 A 6 MESES 9 ACIMA DE 6 MESES 18 CARACTERIZAÇÃO DO DESCONFORTO CANSAÇO 17 CHOQUES 2 ESTALOS 4 DOLORIMENTO 8 DOR 19 FORMIGAMENTO 4 PESO 11 PERDA DA FORÇA 4 LIMITAÇÃO DE MOVIMENTOS 5 INTENSIDADE DO DESCONFORTO MUITO FORTE / FORTE 2 MODERADO 24 LEVE / MUITO LEVE 3 PERÍODO EM QUE O DESCONFORTO AUMENTA DURANTE A JORNADA NORMAL 11 DURANTE AS HORAS EXTRAS 0 À NOITE 15 NÃO AUMENTA 5 PERÍODO EM QUE O DESCONFORTO MELHORA COM O REPOUSO À NOITE 15 NOS FINAIS DE SEMANA 5 DURANTE O REVEZAMENTO EM OUTRAS TAREFAS 2 FÉRIAS 4 NÃO MELHORA 3

64 62 SIM NÃO AS VEZES TOMA MEDICAÇÃO PARA TRABALHAR JÁ FIZERAM TRATAMENTO MÉDICO OSTEOMUSCULAR SIM NÃO APÊNDICE B LOCAL ONDE O DESCONFORTO É MAIS FREQUENTE POR SETORES ADM CAIXA LIMP. PAD. HORT. AÇO. REP. TOTAL % TOTAL DE FUNCIONÁRIOS OMBRO % COLUNA % PERNAS % PUNHO % PESCOÇO % BRAÇO % JOELHO % TORNOZELOS/PÈS % MÃO % COXA % QUADRIL % ANTEBRAÇO % COTOVELO % APÊNDICE C RESULTADO DO MÉTODO RULA POR SETORES Administrativo Caixa Funcionários RULA Funcionários RULA A1 3 C1 6 A2 3 C4 6 A3 3 C7 6 A5 3 C2 7 A6 3 C3 7 A4 5 C5 7 C6 7 C8 7 C9 7 Hortifruti Açougue Funcionários RULA Funcionários RULA H1 7 AÇ1 7 H2 7 AÇ2 7

65 63 Padaria Repositores Funcionários RULA Funcionários RULA P1 4 R1 7 P2 5 R2 7 P3 6 R3 7 P4 6 R4 7 P5 7 P6 7 P7 7 Limpeza Funcionários RULA L1 7

66 ANEXOS 64

67 65 ANEXO A PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICO SALESIANO AUXILIUM - UNISALESIANO/SP PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP DADOS DO PROJETO DE PESQUISA Título da Pesquisa: Análise Ergonômica do trabalho em diferentes setores de um supermercado Pesquisador: Marco Aurélio Gabanela Schiavon Área Temática: Versão: 1 CAAE: Instituição Proponente: MISSAO SALESIANA DE MATO GROSSO Patrocinador Principal: Financiamento Próprio DADOS DO PARECER Número do Parecer: Apresentação do Projeto: Clara, objetiva e em conformidade com a resolução. Objetivo da Pesquisa: Claros e bem dimensionados. Avaliação dos Riscos e Benefícios: Riscos e benefícios bem determinados e explicados. Comentários e Considerações sobre a Pesquisa: Nada a comentar Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória: Todos os termos foram apresentados a contento Recomendações: Nada a recomendar. Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações: Nada a recomendar. Considerações Finais a critério do CEP: Continuação do Parecer: Este parecer foi elaborado baseado nos documentos abaixo relacionados: Tipo Documento Informações PB_INFORMAÇÕES_BÁSICAS_D 28/03/2017 Básicas O_PROJETO_ pdf 17:53:57 do Projeto Folha de Rosto FolhadeRosto.pdf 28/03/ :53:40 Arquivo Postagem Autor Situação Marco Aurélio Gabanela Schiavon Aceito Aceito Projeto Detalhado / Brochura Investigador Outros Declaração do Patrocinador Projeto.pdf 27/03/ :00:36 Carta_de_informacao_ao_participan te_de_pesquisa.pdf AnexoVTermo_de_Responsabilida de_patrocinador.pdf 27/03/ :00:06 27/03/ :59:09 Marco Aurélio Gabanela Schiavon Marco Aurélio Gabanela Schiavon Marco Aurélio Gabanela Schiavon Aceito Aceito Aceito

68 Outros Outros Declaração de Instituição e Infraestrutura Declaração de Pesquisadores Declaração de Pesquisadores Declaração de Pesquisadores AnexoVITermo_de_compromisso_i nstituicao_proponente.pdf AnexoVIITermo_de_compromisso_l ocal da_coleta.pdf AnexoVIIITermo_de_responsabilida de_da_instituicao.pdf AnexoIVTermo_de_Compromisso_ PA2.pdf AnexoIVTermo_de_Compromisso_ PA1.pdf AnexoIIITermo_de_Compromisso_ PR.pdf 27/03/ :58:58 27/03/ :58:10 27/03/ :57:40 27/03/ :55:44 27/03/ :55:04 27/03/ :54:55 Outros Anexo_I.pdf 27/03/ :53:45 Outros AnexoIIColeta_de_dados.pdf 27/03/ :53:18 TCLE / Termos de Assentimento / Justificativa de Ausência Situação do Parecer: Aprovado Necessita Apreciação da CONEP: Não termo_de_consentimento.pdf 27/03/ :50:55 ARAÇATUBA, 18 de Maio de 2017 Marco Aurélio Gabanela Schiavon Marco Aurélio Gabanela Schiavon Marco Aurélio Gabanela Schiavon Marco Aurélio Gabanela Schiavon Marco Aurélio Gabanela Schiavon Marco Aurélio Gabanela Schiavon Marco Aurélio Gabanela Schiavon Marco Aurélio Gabanela Schiavon Marco Aurélio Gabanela Schiavon 66 Aceito Aceito Aceito Aceito Aceito Aceito Aceito Aceito Aceito Assinado por: CLAUDIA LOPES FERREIRA (Coordenador) Endereço: Rodovia Teotônio Vilela 3821 Bairro: Alvorada CEP: UF: SP Município: ARACATUBA Telefone: (18) Fax: (18) claudialopes@salesiano-ata.br

69 67 ANEXO B CENSO DE ERGONOMIA Censo de Ergonomia Nome: Matricula: Setor: Função: Equipamento: 1- Você sente atualmente algum desconforto nos membros superiores, coluna ou membros inferiores? Marque com um X, na figura abaixo, o(s) local(is). ( O ) Outros: ( P ) Não sinto nesse caso, vá direto à questão O que você sente e que referiu na questão anterior está relacionado ao trabalho no setor atual? o Sim o Não 3- Há quanto tempo? o Até 1 mês o De 1 a 3 meses o De 3 a 6 meses o Acima de 6 meses 4- Qual é o desconforto?

70 68 o Cansaço o Choques o Estalos o Dolorimento o Dor o Formigamento ou adormecimento o Peso o Perda da força o Limitação de movimentos 5- O que você sente, você classifica como o Muito forte/forte o Moderado o Leve/muito leve 6- O que você sente aumenta com o trabalho? Durante a jornada normal Durante as horas extras À noite Não 7- O que você sente melhora com o repouso? À noite Nos finais de semana Durante o revezamento em outras tarefas Férias Não melhora 8- Você tem tomado remédio ou colocado emplastros ou compressas para poder trabalhar? Sim Não Às vezes 9- Você já fez tratamento médico alguma vez por algum distúrbio ou lesão em membros superiores, coluna ou membros inferiores? Sim Para qual distúrbio? Não 10- Quais são as situações de trabalho ou postos de trabalho, tarefas ou atividades que, na sua opinião, contém dificuldade importante ou causam desconforto

71 69 importante; ou causam fadiga ou mesmo dor? (Caso a resposta esteja relacionada a um e quipamento, incluir o tipo do mesmo e, se possível, o número deste). 1- Qual é a sua sugestão para melhorar o problema desse posto de trabalho ou dessa atividade ou tarefa?

72 ANEXO C MÉTODO RULA 70

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