ENSINO COLABORATIVO: POSSIBILIDADES PARA INCLUSÃO ESCOLAR NO ENSINO FUNDAMENTAL
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- Nelson Sebastião Monsanto Amaro
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1 1003 ENSINO COLABORATIVO: POSSIBILIDADES PARA INCLUSÃO ESCOLAR NO ENSINO FUNDAMENTAL Cristina Angélica Aquino de Carvalho Mascaro Carla Fernanda Siqueira Vanessa Cabral Amanda Carlou Andrade Santos Fundação de Apoio à Escola Técnica- Faetec Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ Eixo Temático: Formação de professores e processos de inclusão/exclusão em educação Categoria: Pôster INTRODUÇÃO O projeto proposto visa desenvolvimento de uma pesquisa sobre inclusão escolar de alunos com deficiência intelectual na escola regular por meio da bidocência que, de acordo com Beyer (2010) é uma estratégia que tem sido empregada nas experiências europeias de inclusão e tem como princípio a parceria entre o professor da classe comum e o professor da Educação Especial. A pesquisa propõe o estabelecimento do trabalho com a bidocência em turmas do primeiro ano do Ensino Fundamental na Escola Estadual de Ensino Fundamental República, nas quais estejam matriculados alunos com deficiência intelectual, que até o ano de 2012 encontravam-se matriculados no Caep/ Escola Especial Favo de Mel. A finalidade é realizar um estudo que envolva a equipe técnico-pedagógica, docentes e demais funcionários das unidades escolares com o apoio do Programa de Pós-Graduação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e o Instituto Multidisciplinar da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Objetivos O objetivo geral é investigar o processo de ensino e aprendizagem por meio da bidocência de uma turma de primeiro ano de Ensino Fundamental que possua alunos, com deficiência intelectual, matriculados. Sendo objetivos específicos: Favorecer o processo de educação
2 1004 na diversidade; capacitar docentes na elaboração de estratégias para o ensino colaborativo no contexto da educação inclusiva; desenvolver medidas de apoio individualizadas para o favorecimento da inclusão escolar; implementar adaptações razoáveis para avaliação de alunos com deficiência intelectual no contexto escolar. Referencial Teórico Entendemos que a Educação Inclusiva não privilegia esta ou aquela metodologia de ensino, mas sim a construção contínua de um modelo educacional que busque eliminar todas as formas de exclusão. A inclusão é um processo no qual ainda estamos aprendendo a encontrar formas viáveis de tornar nossas escolas em ambientes favorecedores do desenvolvimento das potencialidades de todos os alunos.a abertura da escola para recebimento de alunos com deficiências e outras condições atípicas cria a necessidade dos sistemas de ensino ressignificarem seus conceitos de aprendizagem, currículo e avaliação, seja na Educação Infantil, no Ensino Fundamental, no Ensino Médio ou mesmo no Ensino Superior e a Educação Especial passa a ter um papel relevante neste novo contexto. Bueno (1999), pontua que o ensino especial têm mantido alunos anos a fio em escolas ou classes especiais, sem resultados positivos em relação à sua escolarização e ressalta que, por outro lado, o ensino regular tem excluído grande parcela do alunado com diversas justificativas (problemas familiares, sociais, distúrbios diversos, etc...). Diante do exposto, podemos dizer que torna-se imprescindível uma análise sobre o caso da escolarização de alunos com deficiência intelectual, que são alvo deste estudo. Ao analisarem as práticas curriculares e o processo de ensino-aprendizagem de alunos com deficiência intelectual, alguns autores apontam como um dos maiores obstáculos para a aprendizagem no contexto de uma classe regular a falta de conhecimento dos professores (BUENO, 1999; 2001; GLAT; NOGUEIRA, 2002; GLAT; BLANCO, 2009; REDIG, 2009; PLETSCH, 2010). Sobre os alunos com este tipo de deficiência, cabe destaca a definição mais utilizada em documentos oficiais do nosso país, que é a da American Association on Intellectual and
3 1005 Develpmental Disabilities - AAIDD 1 (denominada anteriormente American Association on Mental Retardation - AAMR 2 ), onde o indivíduo é categorizado nesta condição quando apresenta limitações significativas no funcionamento intelectual e no comportamento adaptativo (expresso em habilidades adaptativas, conceituais, sociais e práticas), manifestadas antes dos 18 anos (AAIDD, 2010). Esta visão está embasada numa concepção sócio histórica, a qual reconhece que o meio em que o sujeito está inserido contribuirá (ou não) para o seu desenvolvimento (MASCARO, 2012). Essa concepção nos remete a Vigotski (1998) ao discorrer sobre o que uma criança consegue fazer com a ajuda de outros, que pode ser muito mais indicativo do seu desenvolvimento mental do que aquilo que consegue fazer sozinho. Sendo assim, entendemos que a utilização de apoios proposta pela AAIDD (2010) pode ser compreendida na perspectiva do conceito de zona de desenvolvimento proximal criado por Vigotski (1998). Nesse conceito, a ajuda ou suporte para realizar uma atividade, se traduz em indicativos para o planejamento de ações para potencializar o desenvolvimento da criança, o que pode ser considerado de extrema relevância ao pensarmos no planejamento para o trabalho pedagógico com a criança com deficiência intelectual. Nesse sentido, entendemos que a práxis pedagógica com esses alunos, dentro dos pressupostos da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008) coaduna com a proposta do presente projeto que preconiza a ação colaborativa dos professores envolvidos. Segundo Maset (2011), [...] a única maneira de atender conjuntamente numa sala de aula alunos diferentes tal como exige a opção por uma escola inclusiva implica introduzir nela uma organização de aprendizagem colaborativa, em detrimento de uma organização individualista ou competitiva que ainda é, atualmente, dominante nas escolas (p.46). 1 Associação Americana de Deficiência Intelectual e Desenvolvimento. 2 Associação Americana de Retardo Mental.
4 1006 Para o autor citado, as escolas regulares com orientação inclusiva necessitam trabalhar com uma pedagogia baseada na colaboração entres professores no que se refere ao ato de ensinar, assim como a colaboração entre alunos no que se refere ao ato de aprender. Metodologia Considerando os objetivos propostos neste estudo, pretendemos realizar uma pesquisa de abordagem qualitativa por meio da pesquisa-ação. Glat e Pletsch (2011) apontam que A pesquisa-ação é um método de investigação científica concebido e realizado em estreita associação com uma ação voltada para a resolução de um problema coletivo [...]. Visa, portanto, atender, de imediato, à demanda da comunidade que serve como campo de estudo (p.109). As autoras corroboram destacam que nesta metodologia a necessidade da colaboração, pois destacam que uma das características da mesma é a participação ativa dos indivíduos pertencentes ao campo onde o estudo está sendo desenvolvido, o que pressupõe uma estreita interação entre sujeitos e pesquisador. Outra característica da pesquisa-ação é a flexibilidade; pois o pesquisador não vai a campo com todos os procedimentos previamente determinados, mas, a partir do diálogo com os participantes, o pesquisador vai agregando diferentes contribuições que permitem a elaboração coletiva de soluções para os problemas detectados (GLAT; PLETSCH, 2011). Resultados esperados A intenção é que os dados colhidos no estudo e as reflexões oriundas da análise do mesmo possam subsidiar as práticas do corpo docente e da comunidade escolar como um todo no que concerne a inclusão escolar e social dos alunos na perspectiva da inclusão. A partir das considerações sobre o estudo, que tem como foco a especificidade do aluno com deficiência intelectual, pretendemos que o mesmo torne-se referência para elaboração de diretrizes para o trabalho pedagógico na perspectiva da inclusão escolar com os alunos com essa categoria de deficiência no contexto da escola regular.
5 1007 REFERÊNCIAS BILBLIOGRÁFICAS AAIDD. ASSOCIATION ON INTELLECTUAL AND DEVELPMENTAL DISABILITIES.Definition of Intellectual Disability Disponível em: < Acessado em: 05 de novembro de 2011 AAMR. AMERICAN ASSOCIATION ON MENTAL RETARDATION. Retardo mental: definição,classificação e sistemas de apoio. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, BEYER, H. O. Inclusão e avaliação na escola: de com necessidades educacionais. Porto Alegre: Mediação, BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Inclusão: Revista da Educação Especial, Brasília, v. 4, n 1, janeiro/junho BUENO, J. G. Crianças com necessidades educativas especiais, política educacional e a formação de professores: generalistas ou especialistas. Revista Brasileira de Educação Especial, v. 3. n.5, p. 7-25, A inclusão de alunos diferentes nas classes comuns do ensino regular. Temas sobre desenvolvimento. São Paulo, v.9, n. 54, p.21-27, GLAT, R.; NOGUEIRA, M. L. de L. Políticas educacionais e a formação de professores para a educação inclusiva no Brasil. Revista Integração, Brasília, v. 24, ano 14, p.22-27, GLAT, R. ; PLETSCH,M.D. Inclusão escolar de alunos com necessidades educacionais especiais. Rio de Janeiro: EdUERJ, GLAT, R.; BLANCO, L. Educação Especial no contexto da Educação Inclusiva. In: GLAT, R. (Org). Educação Inclusiva: cultura e cotidiano escolar. Rio de Janeiro: Sette Letras, p MASCARO, C. A. A. C. Capacitação de pessoas com deficiência intelectual: estudo de caso de um curso de Educação Profissional f. Dissertação (Mestrado em Educação) Faculdade de Educação, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, MASET, P. P. Aulas inclusivas e aprendizagem cooperativa. In.: RODRIGUES, D. (Org.). Educação Inclusiva: dos conceitos às práticas na formação. Lisboa: Instituto Piaget, PLETSCH, M.D. Repensando a inclusão escolar: diretrizes políticas, práticas curriculares e deficiência intelectual. Rio de Janeiro: Nau: Edur, REDIG, A. G. Ressignificando a Educação Especial no contexto da Educação Inclusiva: a visão de professores especialistas Dissertação (Mestrado em Educação) - Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), VIGOTSKI, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
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