GINÁSTICA NA EMPRESA. Profª Ester Mendes Mestre em Educação Física - USP
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1 GINÁSTICA NA EMPRESA Profª Ester Mendes Mestre em Educação Física - USP
2 Os projetos de Ginástica na Empresa fazem parte dos programas de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT). Podem ser direcionados a: -Ginástica Laboral (de pausa) - Ginástica preparatória e/ou compensatória - Corporate Fitness Podem ainda possuir caráter multidisciplinar e incluir outros serviços relacionados à melhoria da qualidade de vida do trabalhador.
3 O que devemos levar em conta ao elaborar um projeto de ginástica na empresa?
4 Algumas das teorias de motivação aplicadas à empresa
5 TEORIA DAS NECESSIDADES HUMANAS (hierarquia das necessidades) ABRAHAM H. MASLOW AUTO- REALIZAÇÃO ESTIMA AMOR / PERTENCER SEGURANÇA FISIOLÓGICAS
6 O comportamento humano segundo a teoria de Maslow Insatisfação das necessidades: - Geração de tensão (psicológica, física e social) - Frustração - Comportamento de escape: a) construtivo (positivo) b) defensivo (negativo)
7 Exemplos do comportamento construtivo: - Trabalhadores de postos inferiores que assumem postos de liderança em Associações Desportivas, Clubes, Agremiações, Sindicatos e outros. - Compensação da insatisfação com o trabalho através da prática esportiva ou de atividades artísticas. - Atividades de lazer em grupo (excursões, jantares dançantes, etc.)
8 Exemplos do comportamento defensivo: - Ausências excessivas, atrasos, mudança de empregador. (RENÚNCIA) - Maltrato com colegas de trabalho, subordinados ou familiares; mal atendimento a clientes. (AGRESSÃO) - Participação em grupos de resistência às diretrizes da empresa. (SUBSTITUIÇÃO) - Uso de ironia, brincadeiras desagradáveis e gozações. (REGRESSÃO) - Não assumir os próprios erros e culpar os equipamentos pelo desempenho ruim. (RACIONALIZAÇÃO)
9 Fatores motivadores: Realização - Reconhecimento pela tarefa bem executada - Natureza do trabalho - Responsabilidade outorgada ao indivíduo para o trabalho - Possibilidade de progresso na empresa (FERREIRA, REIS e PEREIRA, 1999; RODRIGUES, 1999)
10 TEORIA X DOUGLAS Mc GREGOR A auto-realização é a oportunidade para o pleno desenvolvimento de todas as potencialidades do ser humano no ambiente de trabalho O compromisso com os objetivos depende das recompensas à sua consecução. O ser humano aprende a aceitar as responsabilidades e passa a procurar por elas.
11 Conceitos, dimensões e perspectivas para os programas de Qualidade de Vida no Trabalho
12 Qualidade de Vida A Qualidade de Vida deve proporcionar bem-estar físico, emocional e social. A busca pela Qualidade de Vida envolve mudanças de hábitos e pensamentos. Programas de QVT são elaborados para facilitar ou trazer satisfação e bem-estar ao trabalhador na execução de suas tarefas.
13 As organizações empresariais e industriais têm negligenciado valores ambientais e humanos em favor do avanço tecnológico gico, da produtividade e do crescimento econômico. O termo Qualidade de Vida tem sido usado para representar o resgate destes valores.
14 A construção da Qualidade de vida no Trabalho está baseada no enfoque Biopsicossocial, através do qual a empresa e as pessoas que nela trabalham são vistas como um todo. Este enfoque representa um DIFERENCIAL para a criação de serviços e implantação de projetos voltados para a preservação e desenvolvimento de pessoas.
15 (...) esta abordagem pode ser relacionada à ética da condição humana... que...busca a identificação, eliminação, neutralização ou controle de riscos ocupacionais observáveis no ambiente de físico (...) carga física e mental requerida por cada atividade (...) até o significado do trabalho em si, relacionamento e satisfação no trabalho. (FRANÇA, 1997, p. 80 apud VASCONCELOS, 2001, p. 25)
16 WALTON (1996) propôs 08 critérios rios para a avaliação da QVT Dentre eles... Condições de trabalho -Jornada de trabalho razoável - Ambiente físico seguro e saudável - Ausência de insalubridade O trabalho e o espaço total de vida -Papel balanceado no trabalho - Estabilidade de horários - Poucas mudanças geográficas - Tempo para lazer da família
17 As características da relação entre trabalhador e trabalho
18 TEMPOS MODERNOS... Quando se pensava que os seres humanos poderiam finalmente desfrutar do rápido progresso alcançado em várias ciências, paradoxalmente o que temos visto é o trabalho como um fim em si mesmo. (VASCONCELOS, 2001, p. 24)
19 As empresas, por sua vez, tornam-se mais exigentes. Querem menos tempo das pessoas que elas pagam por hora, porém mais das pessoas que pagam por ano, porque, no último caso, cada hora extra durante o ano é gratuita. (HANDY, 2005, p. 25 apud VASCONCELOS, 2001, p. 24)
20 Os grandes desafios das empresas: -Possuir uma força de trabalho saudável, motivada e preparada para a extrema competição. - Ser capaz de responder à demanda de seus funcionários em relação a uma melhor qualidade de vida. SILVA e DE MARCHI (1997)
21 GINÁSTICA LABORAL Exercícios realizados no local de trabalho. Preocupação automatismo de movimentos e prevenção do stress. Aquisição de boa resistência muscular localizada. Atuação: Preventiva OU Terapêutica. POLITO e BERGAMASCHI (2002)
22 Reduzir ausências e procura ambulatorial Promoção de Saúde Consciência corporal Melhorar a condição física geral Aumento do ânimo e da disposição OBJETIVOS da GINÁSTICA LABORAL Melhora do relacionamento interpessoal Prevenção de fadiga Correção de vícios posturais Prevenção de DORT POLITO e BERGAMASCHI (2002)
23 Reduzir ausências e procura ambulatorial Promoção de Saúde Consciência corporal Melhorar a condição física geral Aumento do ânimo e da disposição OBJETIVOS da GINÁSTICA LABORAL Melhora do relacionamento interpessoal Prevenção de fadiga Correção de vícios posturais Prevenção de DORT POLITO e BERGAMASCHI (2002)
24 DEFICIÊNCIAS DOS PROGRAMAS DE GINÁSTICA LABORAL CENTRAIS DE TELEATENDIMENTO SOARES, ASSUNÇÃO E LIMA, Baixa adesão * Direito à pausa não significa obrigatoriedade utilizá-la para prática da G.L. * Constrangimentos de tempo por parte da gerência * Dúvidas quanto à eficácia e resultados a longo prazo * Falta de comprometimento com a prática da G. L.
25 CARACTERÍSTICAS DA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO NA CENTRAL DE TELEATENDIMENTO DE UMA EMPRESA DO SETOR PÚBLICO - MG SOARES, ASSUNÇÃO E LIMA, 2006 Tanto a pausa quanto o tempo destinado a cada chamada são controlados pela gerência, que divulga, via intranet e nos quadros de avisos, gráficos mostrando o desempenho individual dos trabalhadores. As metas de quantidade se sobrepõem ao objetivo de qualidade do atendimento e satisfação do cliente As pressões inerentes às exigências do atendimento ao público (ex. manter-se cordial e não alterar o tom de voz) demandam um esforço psíquico substancial A desvalorização do trabalho do atendente e a desvalorização pessoal (por parte dos superiores hierárquicos) levam ao surgimento de stress, crises nervosas, alterações de humor, insônia, dificuldade de concentração, isolamento, alterações nas relações interpessoais e sintomas de D.O.R.T.
26 D.O.R.T. E FATORES PSICOSSOMÁTICOS Fatores psicossociais podem estar associados a problemas osteomusculares, pois já foi observado que tanto exigências físicas quanto psicológicas contribuem para o aumento da atividade muscular (THEOREL, 1996 apud SOARES, ASSUNÇÃO E LIMA, 2006)
27 PERFIL DO PROGRAMA DE G.L. NO SETOR DE TELEATENDIMENTO SOARES, ASSUNÇÃO E LIMA, 2006 * Profissionais de Educação Física treinam funcionários do setor para atuarem como facilitadores na condução das sessões. * Os facilitadores recebem treinamento e supervisão uma vez por semana. * Uma vez por semana, os profissionais de Educação Física acompanham as sessões. * Os exercícios são modificados a cada 15 ou 30 dias.
28 O PROBLEMA CENTRAL DA PESQUISA: Após quatro meses de implantação, o programa de Ginástica Laboral não havia conseguido a adesão dos trabalhadores da central de teleatendimento. MÉTODO DE INVESTIGAÇÃO: A) Questionário auto-aplic aplicável, contendo cinco perguntas. O percentual de respostas no setor foi de 100%. B) Procedimentos do comitê de Ergonomia: -Visitas ao local -Observa Observações sistemáticas ticas -Entrevistas abertas
29 JUSTIFICATIVAS PARA A AUSÊNCIA OU DESISTÊNCIA DO PROGRAMA DE G.L. O horário que eu consigo desligar o telefone muitas vezes não coincide com o início da ginástica Nunca há pessoas fazendo ginástica no meu horário de pausa Pouco tempo de ginástica. Acho que o benefício é mínimo. Eu faço ginástica na academia..
30 SUGESTÕES APONTADAS PELOS TRABALHADORES PARA MELHORAR O PROGRAMA DE G.L. Cobrar junto aos escolhidos para instruir-nos, já que não há como vocês estarem sempre presentes. Aliás, nem sei quais são eles... Acompanhamento com as instrutoras diariamente...a ginástica fica esquecida quando fica por conta dos divulgadores do teleatendimento. É preciso ser obrigatório Acho que é pouco tempo de ginástica para apresentar bom resultado
31 CONCLUSÕES DOS AUTORES DO ESTUDO Alguns trabalhadores, por razões e sentimentos pessoais, sentem-se demasiadamente expostos quando realizam os exercícios em frente aos colegas de trabalho. Em setores de atendimento ao público, os trabalhadores julgavam moralmente condenável interromper sua atividade para a pausa para a ginástica enquanto os clientes aguardavam na fila.
32 Outras possíveis causas para a falta de adesão: 1) Instabilidade no emprego. 2) Falta de interação social entre colegas e também com os instrutores. 3) Falta de percepção dos benefícios da G.L. 4) Constrangimentos de tempo pela natureza da atividade. 5) A pausa pode ser mais desejada do que a continuação de atividade, mesmo que seja de outra natureza (descanso mental) 6) Os trabalhadores preferem ter maior controle sobre a utilização de seu tempo de pausa.
33 PROGRAMAS DE GINÁSTICA LABORAL: PROBLEMÁTICA ATUAL E NOVOS DIRECIONAMENTOS
34 Entendendo que a postura de trabalho é um meio e suporte para a atividade, de modo geral, a ginástica laboral tem efeito apenas paliativo (remedia momentaneamente), pois as múltiplas exigências do trabalho influenciam na dinâmica dos arranjos posturais. (SOARES, ASSUNÇÃO E LIMA, 2006) 1) VALORIZAR O EFEITO PALIATIVO COM BASE EM FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO-CIENTÍFICA ADVINDA DA BIOMECÂNICA. 2) OFERECER NOVAS FORMAS DE CONTRIBUIÇÃO ÀS POSTURAS DE TRABALHO. EX.: TREINAMENTO PARA A POSTURA CORRETA.
35 Os programas de Ginástica Laboral são elaborados e aplicados sem considerar os fatores relacionados à organização do trabalho (pressão, ritmo, tarefas fragmentadas, monotonia, etc.) e ficam fora de contexto. (SOARES, ASSUNÇÃO E LIMA, 2006) 1) TRABALHAR COM O OBJETIVO DE CONSCIENTIZAR O TRABALHADOR SOBRE AS POSSIBILIDADES E NECESSIDADES DO SEU CORPO. 2) OFERECER POSSIBILIDADES DE BUSCA DO AUTO- CONHECIMENTO CORPORAL, INFORMANDO SOBRE AS CARACTERÍSTICAS BIOMECÂNICAS DO CORPO E DOS MOVIMENTOS EXECUTADOS NO POSTO DE TRABALHO.
36 Na Ginástica Laboral, o corpo aparece como um fim em si mesmo e objeto direto da intervenção do especialista. (SOARES, ASSUNÇÃO E LIMA, 2006) A centralização no homem, que caracteriza a prática de programas de exercícios cios de Ginástica Laboral, não atende aos princípios pios básicos da Ergonomia, dentro do contexto mais amplo de adaptação do meio ao homem. ( LONGEN, 2003 apud SOARES, ASSUNÇÃO E LIMA, 2006) TRANSMITIR CONHECIMENTOS DE NATUREZA PROCEDIMENTAL, CONCEITUAL E ATITUDINAL.
37 Os conceitos: - Aspectos biomecânicos do movimento - Características das D.O.R.T. - Tópicos de saúde e qualidade de vida -Benefícios da atividade física sobre as três esferas do comportamento humano: físico, mental e social. As atitudes: -Mudança de hábitos em busca de qualidade de vida.
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