PROJECTO VIVER + SEMINÁRIO. Painel. Envelhecimentoactivo, um caminho de sensibilização e de boas práticas. Intervenção social e Boas Práticas
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- Roberto Lameira Barroso
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1 PROJECTO VIVER + SEMINÁRIO Envelhecimentoactivo, um caminho de sensibilização e de boas práticas Painel Intervenção social e Boas Práticas 10 Maio /
2 Quem somos Somos uma instituição pertencente àigreja Católica que desenvolve a sua acção essencialmente no âmbito da SAÚDE MENTAL e PSIQUIATRIA. Prestamos cuidados de saúde a pessoas com doença ou perturbações mentais, deficientes físicos e psíquicos e outros doentes, segundo as necessidades de tempos e lugares, preferencialmente os mais pobres e desfavorecidos. Ao longo de MAIS DE UM SÉCULO DE EXISTÊNCIA, acolhemos, servimos e cuidamos a pessoa que sofre com respeito, competência, humanidade, numa perspectiva integral. Queremos continuar
3 A Congregação no Mundo Presente em 24 Países Europa, América, África e Ásia Cerca de nove mil irmãs e colaboradores tornam possível a realização e expansão da Missão no mundo 215 estruturas que oferecem uma amplitude de serviços de carácter hospitalar e comunitário Reconhecida com a atribuição do prémio Genebra 2002 para os Direitos Humanos em Psiquiatria
4 Fundadores Bento Mennifoi o fundador da Congregação de Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus. Homem de caridade inesgotável e de excepcionais qualidades de gestão e governo, criou 22 grandes centros assistenciais, hospitais gerais e hospitais psiquiátricos, sendo considerado O PERCURSOR DA 1ª REDE ASSISTENCIAL DE PSIQUIATRIA EM ESPANHA Em consonância com uma visão integral da pessoa, Bento Menniimplementou um modelo integral de assistência que articula os avanços técnico-científicos com o humanismo. Dedicou-se de forma incondicional ao serviço dos doentes mais pobres e necessitados. Em 21 de Novembro de 1999 foi canonizado pelo Papa João Paulo II.
5 Fundadores María Josefa Recio e María Angustias Giménez são cofundadoras da Congregação. Acolhem o desafio de fundar uma Congregação que se dedique inteiramente ao serviço dos mais pobres e doentes, tornando presente e visível, pelo carisma e missão hospitaleira, a caridade e a misericórdia de Deus que cura e salva.
6 Em Portugal Em Portugal a Congregação estápresente desde 1894 e realiza a sua missão em 12 estabelecimentos de saúde, dos quais 8 situam-se no Continente e 4 nas Regiões autónomas, nomeadamente 2 na Madeira e 2 nos Açores. Estes estabelecimentos são geridos pelo Instituto de Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, uma Instituição Particular de Solidariedade Social, com Fins de Saúde. As áreas em que intervimos, de acordo com a missão específica da Congregação, englobam a PSIQUIATRIA, PSICOGERIATRIA- GERONTOPSIQUIATRIA, DEFICIÊNCIA MENTAL,DEPENDÊNCIAS e REABILITAÇÃO PSICOSSOCIAL. No âmbito do projecto hospitaleiro a nossa intervenção insere-se no domínio da promoção da saúde e prevenção primária, secundária e terciária.
7 Missão A missão do Instituto consiste na prestação de serviços de saúde integrais a pessoas com doenças e / ou perturbações mentais, deficientes psíquicos e ocasionalmente a pessoas com outras patologias, de acordo com o carisma fundacional.
8 Valores O compromisso com o projecto hospitaleiro de cuidar e servir a pessoa que sofre exige uma identificação, assumida e partilhada por todos, com a cultura e os valores da Hospitalidade. Da Hospitalidade emergem outros valores que inspiram a nossa missão: Centralidade da pessoa doente Humanidade Compaixão Serviço Opção pelos mais pobres e marginalizados Qualidade Criatividade Saúde integral.
9 Viver + - Projecto de intervenção multidimensional Equipa Ana Sofia Luís - Enfermeira Gabriela Álvares Pereira Psicóloga Clínica Maria da Conceição Jardim Responsável pela Pastoral da Saúde Maria de Fátima Martins Assistente Social Maria Manuela Pinho Médica Psiquiatra Paula Carneiro Directora de Enfermagem
10 Índice 1.Introdução 2.Metodologia 3.Resultados 4.Discussão 5.Conclusão
11 Introdução
12 Introdução Com a realização do projecto Viver +, procuramos evidenciar os ganhos em saúde para as utentes da unidade de S. José da CSSRL no que respeita aos domínios da autonomia, risco de queda, qualidade de vida, autoestima, cognição e sintomatologia psiquiátrica. 11
13 Introdução Na Europa, prevê-se que o número de pessoas com demência atinja os 16 milhões no ano 2050 (Wancata, 2003). Em Portugal, o Plano Nacional de Saúde Mental , identifica os idosos com problemas de doença mental, como um GRUPO DE RISCO, que deverá ser alvo de atenção pelas políticas de saúde governamentais e alvo de cuidados das ONG s e IPSS. As actuais políticas de saúde visam a elaboração de soluções para a prestação de cuidados aos idosos com patologia psiquiátrica, aprofundando os conhecimentos e a formação técnica dos cuidadores formais e informais, assim como, o estabelecimento de serviços hospitalares e comunitários que respondam às necessidades do idoso e família (DGS, 2005).
14 Introdução Neste contexto, o Instituto das Irmãs Hospitaleiras tem vindo a desenvolver projectos que procuram promover a autonomia das utentes internadas, melhorando a sua qualidade de vida. Na área da Psicogeriatria foi desenvolvido o PROJECTO VIVER+, para responder à necessidade de reabilitação integral das utentes idosas institucionalizadas, em virtude de, estas não reunirem as condições para permanecerem no seu domicílio. Este projecto alicerça-se nas recomendações para Boas Práticas nacionais einternacionais e no Modelo Assistencial Hospitaleiro. Este Modelo baseia-se no respeito pela dignidade da pessoa, considerada na sua unicidade e globalidade, integrando as dimensões: biológica, psicológica, social, espiritual e religiosa, e caracteriza-se por padrões de atenção e tratamento personalizados e interdisciplinares.
15 Objectivos Melhorar e prevenir alterações do funcionamento cognitivo, através de ESTIMULAÇÃO/REABILITAÇÃO COGNITIVA Melhorar e prevenir alterações da AUTONOMIA FUNCIONAL relacionadas com o envelhecimento através do treino de actividades básicas e instrumentais da vida diária e de um programa de exercício físico individualizado; Reforçar e elevar a AUTO-ESTIMA e a auto-imagem; Promover a melhoria das RELAÇÕES INTERPESSOAIS entre as utentes e entre estas e a equipa de prestadores de cuidados, através do treino de competências sociais adaptado às necessidades individuais e do grupo.
16 ACTIVIDADES Estimulação cognitiva: Estimular através de exercícios específicos para os diferentes processos cognitivos: atenção; linguagem (compreensão, nomeação, repetição, leitura e escrita, vocabulário); reconhecimento visual, auditivo e táctil; práxias; memória e funções executivas (flexibilidade mental, cálculo, raciocínio lógico-abstracto, categorização; planeamento e sequenciação. Projecto Viver +
17 ACTIVIDADES Terapia de Orientação para a realidade; Ludoterapia; Terapia pela reminiscência; Estimulação assistida por computador (REHACOM) Projecto Viver +
18 ACTIVIDADES Estimulação funcional: Classes de movimentos, reeducação postural, treino de marcha (caminhada), yoga para seniores, hidroterapia. Projecto Viver +
19 ACTIVIDADES Terapias expressivas: Dança Teatro Música Canto Literatura Artes Plásticas Projecto Viver +
20 ACTIVIDADES Treino dos auto-cuidados: Manter e optimizar a saúde, rentabilizando a capacidade de aprendizagem ainda presente, estimulando para o desempenho das actividades instrumentais e da vida diária, promovendo a autonomia e contribuindo para a sua auto-realização Projecto Viver +
21 ACTIVIDADES Alimentação e nutrição; Cuidados à pele; Saúde oral; e Treino de competências sociais Projecto Viver +
22 ACTIVIDADES Pastoral da Saúde; Acompanhamento espiritual e religioso; Oração; Animação sócio-religiosa Projecto Viver +
23 Metodologia
24 Metodologia Participantes: As 24 utentes do sexo feminino têm uma média de idades de 75 anos (DP= 9.4; Min=59 anos; Max: 94 anos), com um tempo médio de internamento de 5 anos (DP=6.7; Min= 0; Max: 28). Quanto à escolaridade, 40% têm apenas o 1º ciclo do ensino básico ou não têm escolaridade, sendo que apenas 2 utentes frequentaram o ensino superior. As patologias psiquiátricas mais frequentes são as síndromes demenciais (37.1%), seguidas de quadros psicóticos (20,9%).
25 Metodologia Procedimento: Ao longo do desenvolvimento do projecto, as utentes foram sujeitas a uma monitorização trimestral com a utilização de diferentes instrumentos de medida, com o objectivo de aferir métodos terapêuticos de intervenção.
26 Metodologia Material: Instrumentos de medida utilizados para avaliar as diferentes dimensões: Sintomatologia Psiquiátrica Inventário Neuropsiquiátrico (Cummings, et al., 1994). Estado Mental - Escala Mini-Mental State Examination (MMSE, Folstein, Folstein, & McHugh, 1975, na adaptação portuguesa de Guerreiro, et al., 1998). Auto-estima - Rosenberg Self-Esteem Scale (RSES, Rosenberg, 1965, cit. Romano et al., 2007). Autonomia - Índice de Barthel (Araújo, Pais Ribeiro, Oliveira, & Pinto, 2007). Risco de queda Escala de Morse (Morse, 1997). Qualidade de vida MOS SF-36 (Ferreira & Marques, 1998).
27 Resultados
28 Resultados Análise comparativa (Teste Wilcoxon) dos resultados médios obtidos no início e no fim do projecto, nas diferentes dimensões consideradas. Dimensões Avaliação inicial Avaliação final Média D. P. Média D. P. Estatística Sint. Psiquiátrica Estado mental Z= p= Z= p=0.723 Auto-estima Z=-3.116** Autonomia Z=-1.922* Risco queda Z=-3.12** Q. de Vida: D. Físico Z=-2.280** D. Emocional F. Social S. Mental Z=-2.687** Z=-3.552** Z=-3.084** *p<0.05 **p=0.01
29 Discussão
30 Discussão/Conclusão De uma forma geral, podemos constatar que houve um ganho de autonomia funcional e cognitiva das utentes com a implementação do Projecto Viver +.
31 Discussão/Conclusão Em todos os instrumentos aplicados, as utentes obtiveram melhores resultados no segundo momento de avaliação, com especial enfoque para a escala de avaliação funcional - Escala de Barthel, com consequente diminuição do risco de queda - Escala Morse. No que diz respeito ao estado mental e funcionamento cognitivo, os resultados foram satisfatórios apontando para estabilidade. No Inventário Neuropsiquiátrico de Cummings foram encontrados resultados baixos, o que indica que os sintomas psiquiátricos são pouco frequentes e pouco graves no período de avaliação. Este facto, expressa a estabilização dos quadros psiquiátricos através das terapias farmacológicas e não farmacológicas implementadas. Na Escala de Auto-estima de Rosenberg, os valores obtidos são indicadores de bons níveis de auto-estima. No que se refere à qualidade de vida, avaliada pela Escala MOS SF-36 verificámos que nas dimensões de Desempenho Físico, Desempenho Emocional, Função Social, Saúde Mental, os resultados apontam para boa qualidade de vida.
32 Conclusão Pela análise dos dados podemos constatar a mais-valia da implementação deste projecto em ganhos em saúde, satisfação e qualidade de vida, pelo que consideramos fundamental dar-lhe continuidade.
33 Bibliografia Araújo, F., et. al. (2007). Validação do Índice de Barthel numa amostra de idosos não institucionalizados. Qualidade de Vida, 25, (2), Comissão Nacional para a Reestruturação dos Serviços de Saúde Mental (2007). Proposta de Plano de Acção para a Reestruturação e Desenvolvimento dos Serviços de Saúde Mental em Portugal Lisboa: DGS. [Consultado em 12 de Dezembro de 2011]. Disponível em Cummings, J. L., Mega, M., Gray, K., Rosenberg-Thompson, S., Carusi, D. A., & Gornbein, J. (1994). The Neuropsychiatric Inventory: comprehensive assessment of psychopathology in dementia. Neurology, 44 (12), Ferreira, P.L. (2000). Criação da Versão Portuguesa do MOS SF - 36, Parte I - Adaptação Cultural e Linguística. Acta Médica Portuguesa, 13, Ferreira, P.L. (2000). Criação da Versão Portuguesa do MOS SF - 36, Parte II - Teste de validação. Acta Médica Portuguesa, 13, Figueiredo, D. (2007) Cuidados familiares ao idoso dependente. Lisboa: Climepsi Editores. Folstein, M. F., Folstein, S. E., & McHugh, P. R. (1975). Mini-Mental State: A practical method for grading the cognitive state of patients for the clinician. Journal of Psychiatric Research, 12, Guerreiro, M. (1998). Contributo da neuropsicologia para o estudo das Demências. Tese de doutoramento não publicada, Universidade de Lisboa. Lisboa. Irmãs Hospitaleiras, SCJ. (2010). Carta de Identidade da Instituição - Modelo Hospitaleiro. Roma: IHSCJ. Morse (1997). Escala de risco de Queda. Disponível em [Consultado em 20 de Dezembro de 2011) downloads.artmed.com.br/public/j/jackson.../cap_01.pdf Romano, A., et. al (2007). Contributos para a validação da escala de auto-estima de Rosenberg numa amostra de adolescentes da região interior norte do país. Psicologia, Saúde & Doenças, 8 (1), Wancata, J., & Musalek, M. (2003). Number of the dementia sufferers in Europe between the years 2000 and Eur Psychiatry, 18,
34 Obrigada.
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