Os efeitos da massagem Shantala em bebês de 1 a 12 meses. Letícia Hein Rodrigues 1, Eunice Tokars²

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1 Os efeitos da massagem Shantala em bebês de 1 a 12 meses Letícia Hein Rodrigues 1, Eunice Tokars² 1. Acadêmica do curso de Tecnólogo em Estética e Imagem Pessoal da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR). 2. Professora Orientadora adjunta da Universidade Tuiuti do Paraná. Endereço para correspondência: Letícia Hein Rodrigues, lola_810@hotmail.com RESUMO: A massagem Shantala é uma técnica da Índia, difundida por Frederick Leboyer, um obstetra francês e realizada em bebês com finalidade terapêutica. A técnica consiste em massagear o bebê nu sobre as pernas do profissional, com movimentos suaves, precisos e firmes por todo o corpo e finalizando com o banho. O estudo teve como objetivo principal identificar os efeitos da massagem Santala em bebês de um mês a um ano de idade. O método utilizado foi a revisão bibliográfica baseada em pesquisas de artigos científicos já publicados, sites de busca e livros. A massagem em questão proporciona relaxamento, bem-estar, melhora do sono, alívio de cólicas, entre outros. Hoje, sabe-se que o toque pela Shantala no recémnascido pode torná-lo no futuro, mais seguro,confiante e favorecer o desenvolvimento de uma geração mais equilibrada. A melhora da qualidade de vida das crianças, faz dessa terapêutica uma das mais eficazes nos aspectos físicos e psicológicos dos bebês. Palavras-chave: Bebês, efeitos, massagem, Shantala ABSTRACT: The massage Shantala is a technique in India, spread by Frederick Leboyer, a French obstetrician performed on infants and purpose therapy. The technique involves massaging the naked baby on the legs of professional, with smooth, precise and firm throughout the body and ending with the bath. The study had as main objective identify the effects of massage on infants Santala from one month to one year age. The method used was based on literature review research papers published, books and search engines. The massage in question provides relaxation, wellness, improved sleep, relief of colic, among others. Today, it is known that touch the Shantala in the newborn can make it in the future more secure, confident and promote the development of a more balanced generation. The improvement quality of life of children, makes this one of the most therapeutic effective in the physical and psychological aspects of the babies. Keywords: babies, effects, massage, Shantala. 1

2 INTRODUÇÃO A massagem é o ato de tocar o corpo com qualidade, proporcionando descanso e bem estar. Não necessita de tecnologia para a sua realização e apresenta muitos benefícios, além do que, bastam apenas as mãos sobre a pele e um toque firme com extrema suavidade. O toque da massagem em qualquer etapa da vida, desde a vida intra-uterina até a terceira idade, pode proporcionar bem estar físico, emocional e social. A massagem é utilizada há milhões de anos sendo que, em meados de 1975, Frederick Leboyer, um obstetra francês, ao percorrer a Índia conheceu a técnica da Shantala, utilizada em crianças e divulgada no ocidente para fins terapêuticos. Para os bebês, a massagem é pode ajudar no desenvolvimento neuropsicomotor. O conhecimento e as habilidades desenvolvidas pelo profissional tecnólogo, lhe confere competência na aplicação da massagem Shantala. Considerando estes aspectos, o objetivo do presente artigo foi identificar os efeitos da massagem Santala para os bebês. METODOLOGIA A metodologia aplicada na realização deste estudo descritivo foi uma revisão bibliográfica baseada em uma pesquisa de artigos científicos já publicados, sites de busca e livros. Para as pesquisas foram utilizadas as seguintes palavras chave: bebês, efeitos, massagem, Shantala. Sendo realizado o cruzamento posterior das mesmas. Os artigos foram pesquisados na língua portuguesa e compreendidos entre 2009 a 2011, visando um amplo estudo sobre a Shantala e seus efeitos. Foram descartados os artigos que não correspondiam aos objetivos do trabalho e incluídos aqueles relacionados com massagens e importância do toque. A faixa etária estudada foi delimitada no período de 1 a 12 meses devido a importância para o desenvolvimento neuropsicomotor do bebê ( GALLAHUE e OZMUN, 2005). 1. O TOQUE PELA MASSAGEM O toque é uma forma primária de contato, pois o tato é o primeiro sentido que o ser humano desenvolve. O toque gera um compartilhamento de energias entre quem faz e recebe massagem, podendo transmitir segurança, tranqüilidade, refletir na formação da personalidade e até independência no caso 2

3 de bebês. Crianças que não possuem um contato físico constante sofrem de maior ansiedade (WALKER, 2000). A qualidade do toque de uma pessoa pode expressar muito mais do que se imagina. Devido à troca de energias que acontece quando se toca e se é tocado (DOWNING, 1981; WALKER, 2000). Auckett (1983) comenta que quando o bebê é massageado pela mãe, nos primeiros dias de vida, a massagem contribui para estabelecer um relacionamento entre mãe e filho, sendo algo caloroso e positivo para ambos. Turner (1997) comenta que o bebê não floresce adequadamente e não desenvolve todo o seu potencial, se não recebe toques carinhosos. Por isso ele diz que: O toque é vital, afirmando mais uma vez tal importância. O toque, além de ajudar o recém nascido a sentir-se seguro e querido, estimula os canais nervosos acelerando o desenvolvimento neurológico (TURNER, 1997). A estimulação cutânea proporcionada pelo toque, segundo Victor e Moreira (2002), ativa a produção de neurotransmissores, as endorfinas, responsáveis pelas sensações de bem-estar e de alegria. Para Downing (1981, pág. 120) : O sentido do tato é um contato com a realidade tão importante quanto o sentido da visão. Durante séculos, na nossa cultura ocidental, deixamos que o mundo percebido pela visão dominasse quase totalmente o mundo percebido pelo tato. Aprender novamente a viver no mundo do tato é, para nós, como empreender uma viagem a uma terra nova e muito estranha. É importante citar que os bebês até um ano de idade desenvolvem todo o seu sistema motor,sendo que: Os reflexos do bebê surgem e são inibidos em um período previsível, tanto em termos de ritmo quanto de seqüência (GALLAHUE e OZMUN, 2005, pág. 149 ). Sendo esses reflexos citados como: a firmeza do pescoço, o levantamento dos braços, até o surgimento de habilidades como o ficar em pé sozinho, que geralmente acontece aos 12 meses. Por isso, para contribuir com todo esse desenvolvimento é extremamente importante a massagem nessa fase. 1.2 HISTÓRIA DA MASSAGEM A massagem, desde milhares de anos é utilizada como uma técnica de cura, pois em qualquer trauma físico a reação instintiva era esfregar o local dolorido, sendo assim, utilizada no tratamento de doenças para aliviar ou curar dores. Nos registros de civilizações antigas, a massagem era, e continua sendo, uma 3

4 forma de tratamento (WOOD; BECKER, 1984). A definição de massagem consiste em um conjunto de manobras aplicadas, com fins terapêuticos na superfície cutânea em diferentes regiões (CAMPOS, 1987). No corpo, a massagem melhora a circulação linfática e sanguínea, que beneficia os sistemas de nutrição e desintoxicação, aumentando a eficiência do sistema imunológico. Para os bebes, aumenta também a eficiência do sistema nervoso (TURNER, 1997). Avicenna ( ), filósofo e cientista, dizia que: A massagem faz com que os catabólicos usados, sejam dispersados, removendo a fadiga (Apud WOOD; BECKER, 1984, pág 6). O sentimento de bem-estar e ânimo que a massagem proporciona, é uma fonte de atividade física e psíquica, que vem das sensações táteis multiplicadas, ritmadas e repetidas quando as mãos passam de uma região para outra, sem deixar nenhum corpúsculo do tato inerte (RUFFIER, 1996). Com a prática da massagem, os profissionais adquirem um especial tato nas pontas dos dedos, localizando facilmente partes doentes e sadias do corpo. Para isso é necessário conhecimento, esforço e paciência. Para Campos (1987, pág. 13): A massagem é praticada universalmente. Os médicos reconhecem suas imensas vantagens como processo terapêutico, existindo inúmeros tratados científicos a respeito. Todas as clínicas modernas contam com massagistas competentes e experimentados. 2. MASSAGEM SHANTALA Em bebês, profissionais utilizam a técnica Shantala onde Frederick Leboyer, um obstetra francês, em aproximadamente 1975, percorrendo a Índia, espantou-se ao ver mulheres ao nascer e pôr-do-sol, massageando bebês com seqüências sempre iguais, independente do lugar que ele fosse. Em Calcutá ele conheceu Shantala, uma moça paraplégica que morava em um albergue com seus dois filhos e em gratidão às freiras que a acolheram, massageava as crianças da região. Shantala, o nome da técnica da massagem, foi uma homenagem que Leboyer fez a ela (LEBOYER, 1998; HOFMANN, 2005). A Shantala constitui uma massagem no bebê em todo o corpo, finalizando com o banho. Só poderá ser executada quando o bebê possuir no mínimo um mês de vida, e poderá ser utilizada até em crianças, assim é o que dizem em Kerala, no Sul da Índia, onde a 4

5 massagem foi primeiro ensinada (LEBOYER, 1998). Segundo Guiraud (2009), Shantala é senão a devolução ao bebê das sensações do passado, proporcionando-lhe paz e segurança, ou seja, atua na parte psicológica do bebê, relembrando dos bons momentos onde se encontrava seguro e protegido no útero materno, restabelecendo assim o equilíbrio emocional da criança (GUIRAUD, pág. 14). Quanto aos efeitos físicos, a Shantala auxilia no sistema circulatório e linfático do bebê, ativando a circulação sanguínea local, dilatação dos vasos periféricos e melhorando o retorno venoso. Como aumenta o número de plaquetas, hemoglobinas, células brancas e vermelhas, o sistema imunológico da criança é fortalecido (CAMPADELLO, 2000). As cólicas são um processo natural nos bebês devido à imaturidade intestinal e ingestão de ar quando amamentado. Esta imaturidade se dá pela adaptação da capacidade de contração do intestino, os movimentos peristálticos (MAZON, 2002). Com as massagens, as cólicas do bebê são reduzidas, pois a estimulação na abdome com o toque ritmado, atua na normalização dos movimentos peristálticos (LEBOYER, 1998). A massagem estimula o sistema gastrointestinal, e libera a tensão acumulada, relaxando o bebê, aliviando as cólicas e ajudando na eliminação de gases (McCLURE, 1996). Campadello (2000, pág. 21) ressalta que dependendo da maneira a ser trabalhada a técnica, ocorrem efeitos diferentes. O autor cita que: A técnica de massagem de Shantala produz diferentes efeitos sobre o sistema nervoso da criança; assim, quando aplicamos ligeiros beliscões na pele, estes exercem um efeito estimulante; quando aplica-se uma pressão ou uma fricção com movimentos circulares, estas exercem um efeito relaxante ou inibitório, cujos efeitos sobre o sistema nervoso podem ser diferentes, dependendo de vários fatores. Assim, uma fricção leve e vagarosa tem um efeito relaxante, e quando queremos obter um efeito estimulante, aplicamos uma massagem com movimentos mais rápidos e mais fortes. 2.1 INDICAÇÕES E CONTRA- INDICAÇÕES A Shantala é indicada nos casos de melhora do sono; irritações; tiques nervosos; passividade; distúrbios respiratórios e de fala; autismo; cegueira; surdes; enurese noturna; Síndrome de Down; paralisia cerebral e outras causas de atraso no desenvolvimento motor da criança (HOFFMANN, 2005). É contra-indicada nos casos de diagnóstico desconhecido, tumores, doenças de pele, feridas ou traumas como 5

6 queimaduras, febre, medicamentos fortes, doenças infecciosas agudas próprias da infância como hepatite, sarampo, entre outros (GUIRAUD, 2009). Quando o bebê é imunizado, ou seja, toma vacina, a temperatura fica ligeiramente mais alta, por isso é aconselhável evitar a massagem durante vários dias. Um bom momento para a realização da massagem é quando o bebê não está cansado e nem com fome, porém deve ser realizada antes da alimentação (TURNER, 1997). 2.2 A APLICAÇÃO Para realizar a massagem Shantala é necessário que as mãos exerçam uma certa pressão, movendo-se suavemente na superfície cutânea, mas para que isso ocorra, o uso do óleo é fundamental, pois ele preenche melhor essa função. Existem dois tipos de óleos, os vegetais e os minerais, sendo que o óleo mineral pode obstruir os poros e o óleo vegetal é facilmente absorvido pela pele, além de fornecer vitaminas (DOWNING, 1981). Em bebes deve-se optar por óleos vegetais, de sementes como: uva e amêndoas que tem efeito emoliente (TURNER, 1997). Na Índia, onde surgiu a técnica, utilizava-se o óleo de coco no verão, e óleo de mostarda no inverno (LEBOYER, 1998). O óleo deve ser aplicado primeiramente nas mãos do profissional, aquecendo-as, esfregando as mãos juntas, para depois massagear o bebê. Não se deve aplicar o óleo diretamente no corpo do bebê (DOWNING, 1981). O uso da aromaterapia também pode ser utilizada para a massagem, pois as essências beneficiam o sistema imunológico do bebe. A camomila, a lavanda, no vaporizador ou na água do banho, acalmam os problemas estomacais, as irritações na pele dentre outras enfermidades infantis. (TURNER, 1997) Para a execução da técnica Shantala, o profissional deverá ter vontade e habilidade na aplicação da massagem, tendo uma disposição profunda de se doar. Não necessita de instrumentos materiais especiais para a realização da mesma. Somente será utilizado o óleo, a aromoterapia se desejar, o mais importante são as mãos. A criança deve ter a sensação de relaxamento e bem-estar, pois a aplicação não pode produzir dor (CAMPADELLO, 2000). Os movimentos utilizados são simples, suaves, precisos e firmes. Para a acomodação do profissional para com o bebê, deve-se utilizar um 6

7 acolchoado ou algo que não fique em contato direto com o chão, pois a massagem é realizada com o profissional sentado com as pernas estendidas ao chão e com o bebê sobre as pernas dele, havendo uma toalha entre eles, para não acontecer nenhuma eventualidade (DOWNING, 1981). Quando o profissional aplicar a técnica, é importante que o responsável pela criança esteja presente no local, para um maior conforto emocional desta, pelo contato visual (GUIRAUD, 2009) PASSO A PASSO (HOFFMANN, 2005) Segundo Hoffmann (2005) a massagem Shantala pode ser realizada na seguinte seqüência: Tórax (com uso do óleo) 1- Colocar as duas mãos sobre o centro do peito do bebê; do centro para as extremidades, deslizar as mãos, uma para cada lateral, como se estivesse alisando as páginas de um livro. 2- Colocar a mão direita sobre o lado esquerdo do quadril do bebê, e deslizar até o ombro direito. Terminar com uma leve pressionada no ombro do bebê. Faça o mesmo do outro lado, com a mão esquerda. Braço 3- Posicionar o bebê em decúbito lateral (de lado). Uma das mãos segura o ombro do bebê, como um bracelete, e a outra segura o punho; deslize a mão do ombro para o punho. Quando elas se encontram, troca-se de posição: a mão que segurava o punho passa a segurar o ombro, recomeçando o movimento. As mãos deslizam-se e se alternam sempre do ombro para o punho. 4- Com as duas mãos juntas, segurar o braço do bebê na altura dos ombros; escorregar as duas mãos em direção ao punho como se estivesse torneando o braço. As mãos devem se movimentar ao mesmo tempo, mas em direções opostas; chegando ao punho; reiniciar o movimento pelos ombros, porém antes do outro braço, massagear a mão do bebê. Mãos (sem reaplicar óleo) 5- Com o dedo polegar, massagear do centro da palma da mão, em direção a cada dedo. Em seguida, passar a palma das suas mãos na palma da mão do bebê; se o bebê ficar com as mãos fechadas, e oferecer resistência para não abri-las, não o force. Abdome (com uso do óleo) 6- Colocar uma das mãos no esterno e deslizar em direção ao ventre, ao tocar levemente os genitais; faça o movimento de forma intensa, como se quisesse esvaziar o ventre. Quando uma mão 7

8 termina o movimento, a outra recomeça, e assim sucessivamente. 7- Segurar os pés do bebê com a mão esquerda, mantendo as pernas esticadas e com o antebraço direito deslizar do peito até o ventre. Quando terminar, retorne ao peito e recomece o movimento. 8- Com as duas mãos fazer movimentos circulares em sentido horário na região umbilical. Perna 9- Faça como os braços, deslizar da coxa em direção aos tornozelos, terminando nos pés. 10- Deslizar em movimentos de torção, sempre da coxa para tornozelos, porém antes da outra perna, massagear os pés. Pés 11- Massagear com suavidade, pois os pés do bebê são muito sensíveis. Primeiro o polegar parte do calcanhar em direção a cada dedinho; em seguida, passar a palma da mão na sola do pé do bebê. Costas 12- Colocar as mãos juntas, paralelas na cervical do bebê; alternar as mãos para frente e para trás, deslizando ao mesmo tempo da cervical em direção caudal (glúteos), e caudal em direção à cervical. As mãos vão e vem, descendo e subindo, mantendo o ritmo lentamente. 13- Sustentar os glúteos do bebê com a mão direita; a mão esquerda parte da cervical e desliza em direção a mão direita, que permanece estática. Recomece o movimento pela cervical. Rosto (sem uso do óleo) 14- Com as pontas dos dedos partir do centro da testa e deslizar para os lados, ao longo das sobrancelhas; reiniciar sempre pelo centro e a cada movimento avançar um pouco mais, até contornar ao redor dos olhos. 15- Colocar os dois polegares entre os olhos, no alto do nariz; deslizar pelas laterais até as narinas e subir novamente com mais intensidade. 16- Com os polegares, fechar os olhos do bebê e partir das sobrancelhas, passando suavemente pelos olhos, pela lateral da narina, contornando a boca e acompanhando o maxilar inferior, em direção as orelhas. Os movimentos seguintes podem trabalhar a parte de alongamento do bebê. Braços Segurar as mãos do bebê e cruzar os braços sobre o tórax, fechando e abrindo; alterne a posição dos braços e faça quantas vezes sentir necessário. Pernas e braços Segurar um pé do bebê e a mão do lado oposto, cruzando braço e perna, de forma que o pé se aproxime do ombro e a 8

9 mão da coxa oposta. Faça o mesmo movimento com a outra perna e braço. Perna em lótus Segurar os dois pés e cruzar as pernas sobre o ventre, fechando e abrindo. Abra as pernas estenda-as e cruze novamente, invertendo a posição. Pernas flexionadas Segurar no tornozelo do bebê, e flexionar os joelhos em direção ao ventre; estender novamente, em movimentos contínuos (HOLFFMAN, 2005). Ao cruzar as pernas sobre o abdômen do bebê, há um relaxamento das articulações da pelve com o sacro e a base da coluna vertebral (CRUZ, 2005). Após toda a seqüência dos movimentos, o banho serve para finalizar a massagem, que Completará a sensação de profundo relaxamento. E livrará a pele do excesso de gordura não absorvida (LEBOYER, 1998, pág. 31). Além de possuir função higiênica, a água morna do banho relembra para o bebê a vida intra-uterina, sendo reconfortante, relaxando, acalmando e envolvendo as regiões que não foram tocadas até o momento (HOFFMANN, 2005). 3.Efeitos da Shantala Apesar de já ter citado no tema anterior os efeitos que a massagem Shantala proporciona, vale a pena ressaltar: Relaxamento Bem-estar Melhora do sono Desenvolvimento psicomotor Aumento da imunidade Melhora a digestão Alívio de cólicas Maior freqüência na evacuação É de comum acordo entre os autores que o uso da Shantala é um método eficaz e que possui benefício para o bebê. Campos (1987) enfatiza que profissionais qualificados fazem a diferença na aplicação da massagem. Turner (1997) ao dar maior importância ao toque, afirma que um profissional qualificado pode proporcionar uma dimensão maravilhosa de massagem. Porém, o profissional deve ter alto nível de capacidade, atenção e ética. Mcclure (1996) acredita que a massagem estimula o sistema gastrointestinal, liberando a tensão acumulada, fazendo o bebê relaxar, contribuindo para a diminuição de cólicas. Frederick Leboyer (1998) concorda quando diz que a massagem Shantala atua na normalização dos movimentos peristálticos através da estimulação no tórax do bebê. 9

10 Auckett (1983) diz que os efeitos psicológicos positivos se deve a relação da mãe com o bebê, que o deixa confortável e feliz. Victor e Moreira (2002) relatam que o efeito psicológico positivo proporcionado ao bebê se deve a sensação de bem-estar, conforto e alegria pela ativação de endorfinas liberadas no organismo. Contudo, autores como Auckett (1983), Turner (1987), Leboyer (1998), Campadello (2000) e Hoffmann (2005) acreditam que os efeitos da Shantala auxiliam o desenvolvimento neuropsicomotor do bebê. CONSIDERAÇÕES FINAIS A massagem Shantala é de extrema importância para o bem-estar e desenvolvimento saudável do bebê, podendo inclusive refletir na qualidade de vida quando se tornar adulto. Quando aplicada de 1 a 12 meses proporciona efeitos positivos no desenvolvimento neuropsicomotor do bebê, previne doenças e favorece o equilíbrio emocional. Sabendo que o toque é importante e a técnica Shantala eficiente para o desenvolvimento do bebê e melhor qualidade de vida, o trabalho se torna base para outros profissionais tecnólogos aprimorar o conhecimento e aplicar a técnica, tornando assim nossa sociedade mais humanizada. REFERÊNCIAS AUCKETT, A. D. Massagem para bebê. Trad. Francisco de Castro Azevedo. Rio de Janeiro:Ao Livro Técnico, CAMPADELLO, P. Massagem infantil: carinho, saúde e amor para seu bebê. Método Shantala. 3. ed. São Paulo: Madras, CAMPOS, M. Aprensa a fazer massagens. 5. ed. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1987 CRUZ, C.M.V. Características das técnicas de massagem para bebês. São Paulo, 2005 Disponível em: hp?script=sci_arttext&pid=s Acessado: 26/05/2011 DOWNING, G. O livro da massagem. 3.ed. São Paulo: Brasiliense, 1981 GALLAHUE, D.L; OZMUN, J.C. compreendendo o desenvolvimento motor. Bebês, crianças, adolescentes e adultos. 3.ed. São Paulo: Phorte, GUIRAUD, H. Massagem infantil: curso de formação em massoterapia. IBRATE: Curitiba, HOFFMANN, A. Efeitos da shantala em bebês de um a seis meses. Tubarão, Disponível em: Acessado em: 03/09/2010. LEBOYER, F. Shantala: uma arte tradicional massagem para bebês. 7. ed. São Paulo: Ground,

11 MAZON, K. Uso da Shantala como técnica terapêutica na melhora do sono, variações de humor e cólicas em bebês. Tubarão, Disponível em: azon.pdf Acessado: 03/09/2010 McCLURE, V. S. Massagem infantil: um guia para pais carinhosos. Trad. Ana Maria Sarda. Rio de Janeiro: Record, RUFFIER, J. E. Guia prático de massagem. Trad. Lygia Vassalo. 5. ed. Rio de Janeiro: Record,1996. TURNER, R. NANAYAKKARA, S. A arte calmante da Massagem em bebês. São Paulo: Marco Zero, VICTOR, J. F.; MOREIRA, T. M. M. Integrando a família no cuidado de seus bebês: 2002 ensinando a aplicação da massagem shantala. Disponível em: 04_1/05_211-03%20Janaina%20Fonseca %20Victor_Integrando%20a %20familia.pdf. Acesso em: 08 outubro WALKER, P. O livro de Massagem do bebê: para uma criança feliz e saudável. São Paulo: Manole, WOOD, E. C.; BECKER, P.D. Massagem de Beard. 3. ed. São Paulo: Manole,