DOSSIÊ SOBRE O RACIONALISMO DE DESCARTES DOSSIÊ SOBRE O RACIONALISMO DE DESCARTES
|
|
- Geovane Faro Gil
- 6 Há anos
- Visualizações:
Transcrição
1 DOSSIÊ SOBRE O RACIONALISMO DE DESCARTES DOSSIÊ SOBRE O RACIONALISMO DE DESCARTES I Síntese da teoria cartesiana do conhecimento O projeto Construir um sistema de verdades indubitáveis em que de uma verdade que seja impossível considerar falsa possamos deduzir outras verdades que sejam certezas absolutas. As razões de ser do projeto 1. O sistema dos ditos conhecimentos do seu tempo era constituído por verdades e falsidades. 2. Temos de separar o verdadeiro do falso e justificar que o que acreditamos ser verdadeiro é absolutamente verdadeiro. 3. O sistema dos ditos conhecimentos do seu tempo não tinha bases firmes e estava desorganizado a tal ponto que havia falsidades na base do sistema e verdades noutros pontos desse sistema. 4. Temos de encontrar uma verdade indubitável que sirva como base ao sistema dos conhecimentos e permita organizá-lo firme e seguramente. A estratégia para atingir esse objetivo Vamos submeter ao exame rigoroso da dúvida as bases em que assentava o sistema dos conhecimentos estabelecidos. 1. Consideraremos falso o que não for absolutamente verdadeiro ou indubitável. 2. Consideraremos enganadora qualquer faculdade que alguma vez nos tenha enganado ou de que cujo funcionamento correto possamos por muito pouco que seja suspeitar. A dúvida será por isso aplicada de forma hiperbólica. 3. As bases do sistema dos ditos conhecimentos que vamos examinar implacavelmente são: A crença de que os sentidos são fontes fiáveis de conhecimento sobre as propriedades dos objetos físicos. A forte crença de que existem realidades físicas; A crença de que as mais fiáveis produções do nosso entendimento as matemáticas são um modelo de verdade indubitável.
2 O que passar neste exame rigoroso será indubitavelmente verdadeiro. O que não passa no exame da dúvida metódica/hiperbólica O que resiste à dúvida. 1. Os sentidos não são dignos de confiança quanto às informações quer sobre as qualidades das coisas sensíveis quer sobre a existência dessas mesmas coisas. As ilusões dos sentidos e o argumento de que não temos forma de distinguir absolutamente o sonho da realidade, o fictício do real levam-nos a negar o empirismo (que o conhecimento comece com a experiência sensível) e a crença de que o mundo físico indubitavelmente existe. 2. O correto funcionamento do nosso entendimento (razão) é colocado sob suspeita devido ao argumento de que Deus pode tê-lo criado destinado a confundir o falso com o verdadeiro. Os objetos sensíveis e os objetos inteligíveis exemplificados pela matemática são colocados sob suspeita e por isso deles não pode derivar-se conhecimento algum. Resiste à dúvida a existência do sujeito que de tudo duvida. «Duvido penso logo existo» é uma verdade indubitável porque a existência de quem duvida não pode ser objeto de dúvida nenhuma. Caraterísticas primeira verdade da 1. É primeira porque impõe-se no momento em que de tudo se duvida. 2. É primeira porque não deriva de nenhuma outra (teria de haver outra, o que não acontece). 3. É objeto de intuição existencial e não de dedução será o ponto de partida de todas as deduções que faremos para construir o sistema firme dos conhecimentos. 4. É, por isso, o primeiro princípio do sistema dos conhecimentos. 5. Corresponde à existência de um sujeito cuja natureza ou essência consiste em pensar. 6. É uma ideia ou verdade inata porque se impõe como absolutamente indubitável independentemente da experiência. Nasce connosco e descobrimo-la como certeza
3 sem apoio empírico. 7. É um critério ou modelo de verdade, dada a evidência, clareza e distinção, com que se impõe. Verdades indubitáveis que deduzimos da primeira verdade A importância da existência de Deus como ser perfeito 1. A alma é distinta do corpo. Todas as coisas sensíveis incluindo o meu corpo podem não passar de realidades que só existem em sonho. Mas existo e disso não posso duvidar. Se não preciso do corpo para existir, então a alma o que eu sou é distinta do corpo e mais fácil de conhecer do que este. 2. Deus existe. Se duvido e nada conheço a não ser que existo e sou um ser pensante, então sou imperfeito. Mas de onde veio esta ideia? Comparei as minhas qualidades com as que caraterizam um ser perfeito. Logo, sem a ideia de um ser perfeito do que é ser perfeito, não saberia que sou imperfeito. Mas sou a causa desta ideia? Sou o seu autor? Não, porque ela representa mais perfeição do que a que possuo e poderia causar. Logo, só um ser perfeito é causa da ideia de perfeito. Quem é esse ser? É Deus. Logo, Deus existe. 1. Afasta-se a desconfiança no funcionamento correto do nosso entendimento. Provado que Deus não pode enganar, podemos confiar nas operações do nosso entendimento/razão. O critério da evidência é fundamentado de modo que aquilo que considero claro e distinto evidente é claro e distinto, absolutamente indubitável. 2. Supera-se, em parte, o solipsismo. Com efeito, Deus é ser cuja existência que não depende do sujeito pensante. 3. Deus é o fundamento metafísico das crenças verdadeiras. Garante-as absolutamente, porque garante que as evidências atuais são realmente indubitáveis como também que o serão sempre. O conhecimento torna-se
4 assim um conjunto de verdades objetivas, independentes do sujeito pensante. A recuperação da crença na existência do mundo físico Descartes apercebe-se de que há ideias das coisas que não são produzidas pelo sujeito pensante. Existindo, devem ter uma causa: as próprias coisas sensíveis. Esta propensão ou crença natural é legítima e fundada dado que Deus, a quem a devo, não me engana. O cartesiano racionalismo 1. A razão é a fonte ou origem do conhecimento. Só as verdades descobertas pela razão e deduzidas desta têm direito ao título de conhecimento. O princípio do sistema dos conhecimentos é uma verdade puramente racional. Os sentidos não merecem confiança. 2. O ideal de conhecimento em Descartes é o de um sistema dedutivo análogo ao modelo do raciocínio matemático que sempre o deslumbrou. De uma verdade indubitável a existência do eu deduz outras verdades que devem apresentar a mesma clareza e distinção. A matemática é um ideal metodológico e não a rainha das ciências, dado que esse estatuto de ciência primeira pertence à metafísica. 3. As ideias que desempenham um papel decisivo no conhecimento são ideias inatas. Ideias como as de eu e de Deus formam-se no pensamento sem o contributo da experiência. São ideias que, mediante a reflexão puramente racional, a razão descobre em si, atualizando o que potencialmente existe na alma desde que existimos. O inatismo é a afirmação da autonomia da razão em relação à experiência. 4. A dúvida metódica está ligada à natureza racionalista da filosofia de Descartes. A vontade de duvidar parte da ideia de que a razão não pode atingir a verdade subordinando-se à experiência, aos sentidos. A dúvida cumpre a função de devolver a razão à plena posse de si
5 mesma, torna-a autónoma ao libertá-la da dependência em relação aos sentidos e dos falsos pontos de partida. II TEXTOS SOBRE DESCARTES 1 O conceito de ciência «A ciência é um conhecimento certo e evidente.» «A ciência diz-se de uma única maneira: toda a ciência é um conhecimento certo e evidente. Por conseguinte, a ciência demarca-se, claramente, não só do que é falso, mas também do que é duvidoso ou meramente provável. Descartes chega mesmo ao ponto de dizer que é preferível ser ignorante a possuir conhecimentos duvidosos ou prováveis. Um homem que duvida de muitas coisas não é mais sábio do que aquele que nunca pensou nelas; é-o até menos do que este último, se formou sobre algumas uma falsa opinião. Por isso mais vale nunca estudar do que ocupar-se de objetos de tal modo difíceis que, sem podermos distinguir o verdadeiro do falso, sejamos forçados a admitir por certo o que é duvidoso, pois não há então tanta esperança em aumentar a doutrina quanto o perigo de a diminuir. Como consequência, rejeitamos todos os conhecimentos que não passam de prováveis e declaramos que é preciso confiarmos unicamente no que é perfeitamente conhecido e de que não se pode duvidar. Regras para a direção do Espírito, II. Numa primeira fase, Descartes considera que, e entre as ciências do seu tempo, só duas resistem a esta exigência da sua nova conceção de ciência: a Aritmética e a Geometria. Mais tarde, porém, afirma que há outras verdades, as quais, não cabendo propriamente no espaço das ciências geométricas ou matemáticas, não deixam de ser tão certas e evidentes como elas ou talvez mesmo até mais: é o caso das verdades metafísicas, relativas à natureza pensante do espírito (mente), à distinção da mente relativamente ao corpo e ao conhecimento da existência de Deus. Por conseguinte, Descartes não defende que verdades dignas de tal nome sejam só as da Aritmética e da Geometria, mas revelará sempre a tendência para considerar que toda a verdade deve assemelhar-se, pela sua certeza e evidência, à das demonstrações daquelas duas ciências. Tais demonstrações, com efeito, são uma espécie de exemplo concreto e já realizado de uma ciência que merece tal nome; e, por outro lado, o cultivo dessas disciplinas, desde tempos imemoriais e de forma ininterrupta, é índice de que o espírito humano não se deixou perverter completamente pelo emaranhado das opiniões prováveis ou simplesmente falsas e que as sementes de verdade, de que a humana razão dispõe, só necessitam de uma boa ocasião e de um bom método para se desenvolverem em todas as suas potencialidades.
6 Descartes tem uma conceção sistemática e dedutiva da ciência. O saber, a ciência verdadeira é uma longa cadeia de razões que se inferem umas das outras e não um amontoado de verdades isoladas. A dimensão sistemática da conceção cartesiana da ciência exprime-se nas metáforas a que o filósofo recorre para falar do seu projeto global: o modelo arquitetónico (o edifício da ciência), ou o modelo orgânico (a árvore). Daí a necessidade de procurar os fundamentos, as raízes, os alicerces, expressões que percorrem de uma ponta à outra os textos cartesianos. Rejeitando como falso o que é meramente provável ou duvidoso, exigindo sólidos fundamentos, a conceção cartesiana de ciência revela-se como tendencialmente dogmática.» António Marques e Leonel Ribeiro dos Santos, Filosofia 2, Lisboa, A Regra do Jogo, pp e As regras do método «O Discurso do Método reduz a quatro os preceitos ou regras fundamentais do método cartesiano. São elas: 1. A regra da evidência: nunca aceitar como verdadeira qualquer coisa sem a conhecer evidentemente como tal; isto é, evitar cuidadosamente a precipitação e a prevenção; não incluir nos meus juízos nada que se não apresentasse tão clara e distintamente ao meu espírito que não tivesse nenhuma ocasião para o pôr em dúvida. 2. A regra da análise ou da divisão: dividir cada uma das dificuldades que tivesse de abordar no maior número possível de parcelas que fossem necessárias para melhor as resolver. 3. A regra da dedução e da ordem: conduzir por ordem os meus pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer, para subir pouco a pouco, gradualmente, até ao conhecimento dos mais compostos, e admitindo mesmo certa ordem entre aqueles que não se prendem naturalmente uns aos outros. 4. A regra da enumeração: fazer sempre enumerações tão completas e revisões tão gerais que tivesse a certeza de nada omitir. A primeira é uma regra de prevenção e de critério absoluto e preside a todas as verdades, tanto às simples e primeiras como às mais complexas e últimas. A segunda aplica-se sobretudo às questões complexas, que, para poderem ser resolvidas mais facilmente, terão de ser decompostas nos seus elementos mais simples e por isso também mais claros e evidentes. A terceira visa assegurar a homogeneidade e continuidade do encadeamento das razões, de modo a garantir que a ciência seja um todo único de verdades dispostas entre si segundo uma série ordenada. A quarta pretende garantir a completude, passando um olhar de verificação sobre o processo de modo a assegurar-se de que em cada uma das verdades deduzidas se dão
7 as notas que as tornam verdadeiras, uma vez que é impossível ao homem ter de todas e de cada uma delas a intuição imediata da sua evidência.» António Marques e Leonel Ribeiro dos Santos, Filosofia 2, Lisboa, A Regra do Jogo, p A intuição e a dedução A intuição Para Descartes, não há senão duas vias pelas quais se pode chegar ao conhecimento certo das coisas. Essas duas vias correspondem a outras tantas operações da razão. São elas: a intuição e a dedução. Vejamos o que o filósofo entende por estas expressões e como concebe a relação entre elas no processo de constituição da ciência. A intuição. «Por intuição entendo [...] o conceito que a inteligência pura e atenta forma com tanta facilidade e distinção que não resta absolutamente nenhuma dúvida sobre aquilo que compreendemos». (1) O conceito de intuição não era novo e era abundantemente usado nos escritos escolásticos. Todavia, Descartes tem consciência de que o usa num sentido absolutamente novo e adverte os seus eventuais leitores de que não o confundam com o sentido do uso corrente de tal termo. Em que consiste essa novidade? Tentemos alinhar as caraterísticas essenciais desse olhar atento do espírito a que Descartes chama intuição. a) Ela é instantânea, ao contrário da dedução que se dá em cadeia sucessivamente e exige, por conseguinte, o tempo e o recurso à memória. A intuição é um puro olhar do espírito dirigido a objetos de natureza intelectual que imediatamente são apreendidos na sua evidência e captados pelo espírito com absoluta certeza. b) A intuição de que fala Descartes é uma intuição de natureza intelectual intuição intelectual, como lhe chama, e não uma intuição de natureza sensível. Ela é um ato da «pura inteligência» e não uma «produção da imaginação» a partir dos dados sensíveis. Ela «nasce exclusivamente da luz da razão». c) Deste modo, os conceitos que são objeto de intuição caraterizam-se pela sua simplicidade, pela sua clareza, distinção e evidência imediata; em suma, pela sua absoluta certeza. É por isso que são as ideias de natureza intuitiva que se constituem como princípios e fundamentos de outros conhecimentos. A filosofia cartesiana revela-se como o esforço por chegar a encontrar quais são ou qual é essa intuição intelectual mais originária de todas, que é capaz de fundar todas as outras e de onde todas as outras recebem a sua luz e certeza. d) Assim, não é qualquer objeto que é suscetível de constituir-se como objeto de uma intuição, mas tão só aqueles que primam pela sua natureza absolutamente
8 racional. Descartes indica algumas dessas certezas intuitivas: a consciência da própria existência e do próprio pensamento, as propriedades das figuras geométricas. A dedução Por dedução «entendemos toda a conclusão necessária tirada de outras coisas conhecidas com certeza». Descartes sabe que a maior parte das verdades a que o espírito humano tem acesso é de natureza dedutiva e não de natureza intuitiva. O homem não tem uma intuição única e total do conjunto das verdades e de todas as consequências que se podem extrair de um único princípio. O homem não tem imediatamente presente, com absoluta evidência ao seu espírito e de uma só vez, toda a série de verdades que constituem o corpo da ciência. Só uma inteligência infinita e intemporal como a de Deus poderia ter uma tal intuição. A necessidade que o espírito humano tem de recorrer à dedução para progredir na ciência é, antes de mais, um sinal inequívoco do seu caráter limitado e do caráter progressivo do conhecimento humano. Nem todas as verdades são por si imediatamente evidentes, mas poderão ser absolutamente certas para o espírito se este as deduzir de princípios evidentes e verdadeiramente conhecidos, por meio de um movimento contínuo e sem interrupções. Assim, por duas razões se distingue a dedução da intuição: a) A evidência das verdades deduzidas não é imediata e atual, mas mediada por outras verdades primeiras a que há necessidade de recorrer. Daí que Descartes diga que a certeza destas verdades deduzidas das primeiras seja, num certo sentido, retirada da memória e não da inteligência, embora seja a inteligência a reconhecê-la. b) A dedução processa-se sucessivamente, segundo um movimento ininterrupto, ao passo que a intuição se dá instantaneamente, como vimos. Embora «se possa dizer que a evidência das verdades deduzidas e a certeza que o espírito delas tem seja, em certo sentido, uma evidência e certeza diferidas, isso não implica todavia que elas sejam menos verdades do que aquelas das quais recebem a evidência. Não há lugar, na ciência cartesiana, para verdades autênticas e verdades a meias. Há uma única cadeia de verdades que apenas se distinguem entre si pelo facto de umas serem mais simples e outras mais complexas, pelo facto de as que são mais simples serem, por isso também mais evidentes e primeiras na apreensão por parte do espírito e as complexas só sucessivamente virem a ser deduzidas das primeiras e nesse sentido serem elos sucessivos de uma cadeia contínua como é a ciência.» António Marques e Leonel Ribeiro dos Santos, Filosofia 2, Lisboa, A Regra do Jogo, pp As ideias
9 «Descartes discute a teoria das ideias inatas em várias das suas obras, mas as exposições mais conhecidas encontram-se em duas delas: no Discurso do Método e nas Meditações Metafísicas. Nelas, Descartes mostra que o nosso espírito possui três tipos de ideias que se diferenciam segundo sua origem e qualidade: 1. Ideias adventícias (isto é, vindas de fora) ou empíricas: são aquelas que têm origem nas nossas sensações, perceções, lembranças; são as ideias que nos surgem por termos tido a experiência sensorial ou sensível das coisas a que se referem. Por exemplo, a ideia de árvore, de pássaro, de instrumentos musicais, etc. Não correspondem, geralmente, à realidade das próprias coisas. Assim, andando à noite por uma floresta, vejo fantasmas. Quando raia o dia, descubro que eram galhos retorcidos de árvores que se mexiam sob o vento. Olho para o céu e vejo, pequeno, o Sol. Acredito, então, que é menor do que a Terra, até que os astrónomos provem racionalmente que aquele é muito maior do que esta. 2. Ideias factícias ou da imaginação: são aquelas que criamos mediante a nossa imaginação, compondo seres inexistentes com pedaços ou partes de ideias adventícias que estão na nossa memória. Por exemplo, cavalo alado, fadas, elfos, duendes, dragões, super-homem, unicórnio etc. São as fabulações das artes, da literatura, dos contos infantis, dos mitos, das superstições. Estas ideias não correspondem a nada que exista realmente e sabemos que foram inventadas por nós, mesmo quando as recebemos já prontas de outros que as inventaram. 3. Ideias inatas: são aquelas que não poderiam vir da nossa experiência sensorial porque não há objetos sensoriais ou sensíveis para elas, nem poderiam vir da nossa fantasia, pois não tivemos experiência sensorial para compô-las a partir da nossa memória. As ideias inatas são inteiramente racionais e só podem existir porque já nascemos com elas. Por exemplo, a ideia do infinito (pois não temos qualquer experiência do infinito), as ideias matemáticas (a matemática pode trabalhar com a ideia de uma figura de mil lados, o quiliógono, e, no entanto, jamais tivemos e jamais teremos a perceção de uma figura de mil lados). Essas ideias, diz Descartes, são a marca do Criador no espírito das criaturas racionais, e a razão é a luz natural inata que nos permite conhecer a verdade. Como as ideias inatas são colocadas no nosso espírito por Deus, serão sempre verdadeiras, isto é, corresponderão integralmente às coisas a que se referem, e, graças a elas, podemos julgar quando uma ideia adventícia é verdadeira ou falsa e saber que as ideias factícias são sempre falsas (não correspondem a nada fora de nós). Ainda segundo Descartes, as ideias inatas são as mais simples que possuímos (simples não quer dizer fáceis, e sim não compostas de outras ideias). A mais famosa das ideias inatas cartesianas é o Penso, logo existo ou a ideia de Eu. Por serem simples, as ideias inatas são conhecidas por intuição e são elas o ponto de partida da dedução racional.» blogspot. pt/2010/08/filosofia-de-rene-descartes. html 5 Críticas a Descartes Será que ele duvida de tudo? «Embora a dúvida metódica pareça questionar tudo o que poderia possivelmente levantar qualquer tipo de dúvidas, tal não se verifica de facto.
10 Descartes confia na exatidão da sua memória por exemplo, nunca colocando em questão o facto de ter sonhado no passado ou a convicção de que os seus sentidos o tenham por vezes enganado. Não questiona, ainda, que os significados que associa a determinadas palavras sejam os mesmos de que fizera uso anteriormente. No entanto, não se trata de um problema relevante para o entendimento de Descartes. A Dúvida Cartesiana continua a constituir uma poderosa forma de ceticismo, tendo o filósofo resolvido apenas duvidar do que lhe era possível duvidar. Uma forma mais extrema de ceticismo poderia ter minado por completo a sua capacidade para a reflexão filosófica. Crítica ao Cogito Umas das críticas habitualmente dirigidas ao conceito cartesiano de Cogito, em particular quando é apresentado sob a forma de «Penso, logo existo», é que este parte do princípio de que a afirmação geral «todos os pensamentos implicam alguém que os pense» é verdadeira, hipótese que Descartes nunca tenta estabelecer ou tornar explícita. Esta crítica baseia-se no pressuposto de que Descartes apresentou a conclusão «eu sou» como resultado de uma inferência logicamente válida, efetuada nos seguintes moldes: Todos os pensamentos implicam alguém que os pense. Neste momento existem pensamentos. Logo, quem os pensa tem de existir. No entanto, esta crítica não afeta o conceito de Cogito tal como ele é formulado nas Meditações Metafisicas, uma vez que no texto não é em parte alguma sugerido que se trata de uma inferência lógica. Descartes, pelo contrário, parece estar a advogar a necessidade de introspeção por parte do leitor ou da leitora e a desafiá-los para duvidar da verdade da asserção «eu penso, eu existo». O Círculo Cartesiano Depois de Descartes ter determinado a veracidade da sua própria existência enquanto ser pensante por meio do Cogito, a totalidade do seu projeto de reconstrução encontra-se assente em dois fundamentos: a existência de um Deus benevolente e o facto de tudo aquilo em que se pode acreditar de forma clara e distinta ser verdade. Ambos são, em si mesmos, discutíveis. Contudo, existe uma acusação mais fundamental que é muitas vezes dirigida à estratégia de Descartes, nomeadamente a de que quando o filósofo argumenta a favor da existência de Deus confia na noção de ideias claras e distintas e que quando argumenta a favor da doutrina das ideias claras e distintas pressupõe a existência de Deus. Por outras palavras, Descartes argumenta em círculo.» Nigel Warburton, Grandes Livros de Filosofia, Lisboa, Edições 70, pp Alguns aspetos revolucionários da teoria cartesiana 1. UMA NOVA CONCEÇÃO DE CIÊNCIA «Todas as ciências não são senão o conhecimento humano, que permanece sempre uno e idêntico, por mais diferentes que sejam os objetos aos quais se aplica.» (R.D.E.)
11 Esta é uma ideia fundamental do pensamento cartesiano: a ideia da unidade do corpo das ciências. Como está expresso no texto, esta unidade baseia-se na unidade e identidade do espírito humano, do sujeito pensante. Sejam quais forem os objetos ou assuntos a que se aplique, o espírito humano permanece o mesmo no seu modo de conhecer. Tal como a luz do Sol é única e idêntica por mais diversos que possam ser os objetos que ilumina, assim o nosso conhecimento é único e idêntico, seja qual for a diversidade dos objetos que investiga. Dado que a luz não muda quando mudam os seus objetos, por analogia diremos que o nosso modo de conhecer e o conhecimento não variam quando mudam os objetos que consideram. As várias ciências não são diversas maneiras de conhecer ou diversas luzes sobre diferentes objetos. São diversas paisagens que uma mesma luz (um mesmo modo de conhecer) ilumina. Esta conceção cartesiana de ciência é radicalmente diferente da conceção dominante (aristotélico-tomista), que diferenciava as ciências conforme os objetos e estabelecia uma hierarquia entre elas, baseada no grau de inteligibilidade contido nesses objetos. Toda a ciência, segundo essa conceção, é ciência de um determinado objeto e recebe as suas caraterísticas desse objeto (lembrar a alegoria da linha em Platão e a hierarquia das ciências em Aristóteles). A atenção incidia no objeto. A ciência não era encarada do ponto de vista do sujeito. Assim, era irredutível a diversidade das ciências. 2. UMA NOVA CONCEÇÃO DE MÉTODO Falar de uma ciência universal ou unitária implica falar de um método universal: os objetos (as realidades a conhecer) podem variar, mas o modo como conhecemos é sempre o mesmo, isto é, segundo as regras metodológicas da evidência, da análise, da síntese, da enumeração e segundo duas operações que são a intuição e a dedução. O método é nas suas linhas gerais o seguinte: a) No que respeita ao conhecimento da realidade o movimento é das ideias para as coisas. Estas só serão objetos de conhecimento certo e evidente se as ideias que delas formarmos forem claras e distintas, isto é, evidentes. Nunca atribuiremos às coisas senão o que captamos com evidência nas ideias que delas formamos. b) Antes de conhecer, devemos estabelecer as condições da verdade. Ou seja, antes de falarmos das coisas, devemos encontrar a linguagem correta do seu conhecimento. c) Devemos organizar os conhecimentos, isto é, ordená-los segundo um sistema de relações de dependência. 3. UMA NOVA CONCEÇÃO DE VERDADE Para Descartes, importa afirmar a autonomia da razão. Ela não deve perder a sua unidade submetendo-se aos factos e modelando-se por eles. Deve construir uma totalidade sistemática, uma unidade dedutiva, submetendo-se apenas às regras que ela mesma estabelece. Deste modo a verdade já não será, como se pensava, o acordo do juízo com a coisa mesma. É aqui evidente uma profunda inversão da atitude do sábio: é a ordem do real que deve harmonizar-se com ou submeter-se à ordem das razões (da Razão) fundada na veracidade do Ser absolutamente perfeito: Deus.
12 Tal como não podemos ler o livro do mundo se não constituirmos a língua que o vai tornar inteligível, não podemos seguramente conhecer a verdade sobre as coisas sem antes definirmos o que é a verdade. O conhecimento da verdade, o que ela é, em que consiste, é a condição prévia que nos tornará capazes de dizer, com segurança, que conhecemos as coisas. Como é exposto na 1.ª regra do método, a verdade consiste na clareza e distinção das ideias. Deixou de ser a adequação ou conformidade do espírito com o real. Passou a ser uma simples qualidade interna da ideia. Para Descartes, é esgotar energias e engenho tentar ajustar o pensamento às coisas. Estas, tal como o livro que por si só, sem a criação de um dicionário, é ilegível, são ininteligíveis. Tal como a língua que vai decifrar o livro do mundo não está neste, a verdade não está nas coisas e, logo, é um contrassenso entendê-ia como adequação do pensar às coisas. Sobre esta conceção de verdade é visível a influência dos estudos matemáticos de Descartes, das suas investigações nesse domínio. Nas matemáticas, a verdade de uma ideia não é atestada senão pela certeza que nela intuímos, independentemente da experiência. 4. UMA NOVA CONCEÇÃO DE METAFÍSICA Quer para Descartes quer para o saber tradicional, a metafísica é a ciência dos primeiros princípios. A semelhança acaba, contudo, aqui: Vejamos as diferenças: a) Para a tradição, a metafísica era a ciência dos primeiros princípios do ser, ao passo que para Descartes ela é a ciência dos primeiros princípios do conhecimento. b) O que Descartes considera como primeiros princípios do sistema do saber nunca antes tinham sido considerados primeiros princípios. São princípios como a existência do sujeito pensante, a distinção alma-corpo e a existência de Deus. Dizer «penso logo existo» não é, de modo nenhum, uma novidade mas, dizer que a proposição «eu penso logo existo» é o primeiro princípio do sistema do saber e que Deus está na base deste sistema enquanto garantia da objetividade ou imutabilidade dos conhecimentos que o constituem, é algo de radicalmente novo. c) O que os filósofos até aí consideraram como primeiros princípios do sistema do saber eram realidades das quais não tinham um conhecimento claro e distinto e daí a fragilidade do edifício científico tradicional. d) Para a filosofia tradicional de inspiração aristotélica e também platónica, a metafísica era o momento culminante do sistema do saber (era o seu fecho), ao passo que para Descartes a metafísica era a base do sistema, o seu momento inicial. e) A tradição aristotélica construía o sistema do saber a partir da experiência o que, segundo Descartes, punha em causa a autonomia da razão. 5. UMA NOVA CONCEÇÃO DE DEUS a) Deus como garantia da verdade Deus é a «raiz da árvore do saber». Se o Cogito, o «Eu penso logo existo», é a primeira certeza que eu descubro, ela não é contudo fundamento da objetividade e da imutabilidade do saber. O sujeito pensante constitui conhecimentos, mas a garantia de que eles não são subjetivos, variáveis, só pode ser dada por Deus. Só o Ser eterno assegura o que é próprio de um conhecimento científico: ser sempre verdadeiro.
13 Esta tese era surpreendente para os contemporâneos de Descartes, formados no espírito da filosofia tomista. Para esta, a afirmação da existência de Deus é posterior à certeza sobre a existência das coisas sensíveis. Daí o remontar das coisas sensíveis a Deus como de um efeito a uma causa. «É um dos traços caraterísticos da filosofia cartesiana a necessidade de fazer apelo a Deus para garantir as nossas verdades (transformá-las em conhecimentos objetivos). A filosofia escolástica, à qual se censura o facto de constantemente fazer intervir a Teologia, não se servia de Deus para chegar ao mundo (nem para fundar a ciência), mas do mundo para atingir Deus». (Étienne Gilson) Em Descartes, só o recurso a Deus e à sua veracidade garante a validade da forte inclinação que sinto em crer na existência das coisas sensíveis e o caráter absoluto das verdades racionais. A respeito deste último tema, declara que «o ateu não pode ser geómetra». Entendamos bem esta tese! O ateu pode demonstrar teoremas, e ficar persuadido tal como aquele que admite Deus, mas não pode, sem a garantia divina, estar certo de que o teorema permanecerá verdadeiro. O seu saber será pontual e parcial, a bem dizer fugaz, e não aquilo a que podemos chamar participação na verdade eterna. b) Deus como criador das essências e das existências Neste ponto, Descartes está em desacordo com quase todos os teólogos, sobretudo S. Tomás. Só Guilherme de Ockham, teólogo franciscano do século XIV, ao que parece desconhecido de Descartes, ousara dizer que todas as verdades (essências) lógicas, matemáticas ou morais, são criadas. Por outras palavras, o ato de criação divino não obedeceu, não foi orientado por verdades ou princípios lógicos e morais. Tudo foi criado por Deus (este ser vivo, esta verdade matemática, etc.) de forma soberana, absolutamente livre. Ao decidir que são 4 e outras verdades, Deus fê-lo arbitrariamente. A decisão é gratuita, não submetida a nenhuma lei. Assim é porque Deus assim quis. Deus poderia ter feito com que não somassem 4, poderia ter criado outras verdades em vez daquelas que soberanamente incutiu no nosso entendimento de uma vez para sempre. «As verdades matemáticas que denominais eternas foram estabelecidas por Deus e dele dependem inteiramente, tal como o resto das criaturas» Se fez uma coisa e não outra, a razão disso é-nos incompreensível, pois, apesar de Deus ser cognoscível, os seus desígnios ou finalidades são, segundo Descartes, insondáveis. 7 A filosofia cartesiana é racionalista Todas as ciências são a razão humana em exercício, são objetivações da razão humana que, por si só, independentemente dos sentidos e de preconceitos, constitui o edifício do saber. Esta autonomia da razão manifestase no facto de ela encontrar em si própria, não só as chamadas verdades, mas o critério da verdade. Como é evidente no itinerário metafísico cartesiano, depois de depurada, purificada, a razão descobre na certeza da sua existência enquanto sujeito puro o modelo da certeza, o critério da verdade. Só depois a procura do saber se iniciará, consistindo, como se sabe, numa descoberta cada
14 vez mais profunda de si mesmo por parte do sujeito. É em si mesmo que o sujeito pensante (a razão) encontra uma «imagem» racional, do mundo e, previamente, de Deus. É a exigência de autonomia da razão que determina todo o percurso metafísico de Descartes. A dúvida cumpre a função de devolver a razão à posse de si mesma, libertando-a, na constituição do saber, de dependências exteriores, não racionais. A realidade é em si mesma racional. Portanto, é a razão, e só ela, que deve conhecê-la. É em si e por si que a razão descobre Deus como ser perfeito que garante a objetividade dos seus conhecimentos e é a razão que define em que consiste a essência da realidade física: só é real o que é racional. Evidencia-se o tema da autonomia da razão dizendo que o racionalismo cartesiano é um inatismo. As ideias claras e distintas sobre as coisas são, no fundo, a nossa própria razão, pois só podem ser tiradas dela. As verdades racionais não provêm do exterior, caso contrário não seriam racionais mas sim fatuais ou fictícias. Deste modo, conhecer a verdade é reconhecê-la, atualizar, mediante um método correto, algo que, enquanto seres racionais, possuímos desde sempre. O próprio Descartes diz que ao conhecer «não me parece que aprenda algo de novo mas sim que me recordo do que já sabia antes» (5.ª Meditação). Por isso as verdades racionais não se ensinam. Só aprendemos a reencontrá- Ias. As verdades racionais, como as matemáticas, não são recebidas, não têm nenhuma fonte exterior à razão. O inatismo é a plena afirmação da autonomia da razão: em termos de conhecimento, o inatismo funda ou justifica a recusa de toda e qualquer autoridade exterior. Compreende-se assim que Descartes defenda a constituição do edifício do saber por um só arquiteto. Texto de Luís Rodrigues TEXTOS DE DESCARTES 1 Descartes resume a sua teoria do conhecimento «Gostaria de expor as razões que servem para provar que os verdadeiros princípios que permitem alcançar o mais alto grau da sabedoria, que consiste no soberano bem da vida, são aqueles que expus neste livro; e, para tanto, apenas duas são necessárias: a primeira, que os princípios sejam muito claros; e a segunda, que deles se possa deduzir todas as outras coisas. Na verdade apenas existem estas duas condições exigidas por esses princípios. Ora, posso facilmente provar que são muito claros: em primeiro lugar pela forma como os encontrei, isto é, rejeitando todas as coisas em que podia encontrar a mínima oportunidade de duvidar; é certo que aquelas que não puderam ser rejeitadas por este processo, e desde que passamos a considerá-las, são as mais evidentes e as mais claras que o espírito humano consegue conhecer. Aquele que pretende duvidar de tudo não pode no entanto duvidar que existe enquanto duvida, e que aquele que assim raciocina, não podendo duvidar de si próprio e todavia duvidando de tudo o resto, não é aquilo a que chamamos
15 corpo, mas sim aquilo a que chamamos alma ou pensamento. Assim. Considerei o ser ou a existência de tal pensamento, como o primeiro princípio, do qual deduzi muito claramente os seguintes: que Deus existe e é o autor de tudo o que existe no mundo e que, sendo a fonte da verdade, não criou o nosso entendimento de tal maneira que este se possa enganar no juízo que faz das coisas e das quais tem uma perceção muito clara e muito distinta. São estes os princípios de que me sirvo no que respeita às coisas imateriais ou metafísicas, dos quais deduzo, muito claramente os princípios das coisas corporais ou físicas: que há corpos extensos em comprimento, largura e altura, que tomam diversas formas e se movem de diversas maneiras. Eis, em poucas palavras, os princípios donde deduzo a verdade das outras coisas.» René Descartes, Princípios da Filosofia, Lisboa Edições 70, p A dúvida como estratégia para procurar uma verdade indubitável «1. Para examinar a verdade é necessário, pelo menos uma vez na vida, pôr todas as coisas em dúvida, tanto quanto se puder. Porque fomos crianças antes de sermos homens, e porque julgámos ora bem ora mal as coisas que se nos apresentaram aos sentidos quando ainda não tínhamos completo uso da razão, há vários juízos precipitados que nos impedem agora de alcançar o conhecimento da verdade; [e de tal maneira nos tornam confiantes que] só conseguimos libertar-nos deles se tomarmos a iniciativa de duvidar, pelo menos uma vez na vida, de todas as coisas em que encontrarmos a mínima suspeita de incerteza. 2. Há, também, que considerar como falsas todas as coisas de que se pode duvidar. Será mesmo muito útil rejeitarmos como falsas todas aquelas coisas em que pudermos imaginar a mínima dúvida, de modo a que [se descobrirmos algumas que apesar de tal precaução] nos pareçam claramente verdadeiras, possamos considerar que também elas são muito certas e as mais fáceis que é possível conhecer.» René Descartes, Princípios da Filosofia, Edições 70, Lisboa, p O conhecimento tem de ser constituído por verdades absolutas «REGRA II Importa lidar unicamente com aqueles objetos para cujo conhecimento certo e indubitável os nossos espíritos parecem ser suficientes. Toda a ciência é um conhecimento certo e evidente; nem aquele que duvida de muitas coisas é mais sábio do que quem nunca pensou nelas; parece até menos douto que este último, se formou uma opinião errada a respeito de algumas. Por isso, é melhor nunca estudar do que ocupar-se de objetos de tal modo difíceis que, não podendo distinguir o verdadeiro do falso, sejamos obrigados a tomar como certo o que é duvidoso, porque então não há tanta esperança de aumentar a instrução como perigo de a diminuir. Por conseguinte, mediante esta proposição, rejeitamos todos os conhecimentos somente prováveis, e declaramos que se deve confiar apenas nas coisas perfeitamente conhecidas e das quais não se pode duvidar.»
16 René Descartes, Regras para a Direção do Espírito, Edições 70, Lisboa, p A descoberta de uma verdade indubitável e da que dela imediatamente se deduz «7. Só poderemos duvidar se existirmos; este é o primeiro conhecimento certo [que se pode adquirir]. Como rejeitamos tudo aquilo de que podemos duvidar ou que imaginamos ser falso, supomos facilmente que não há Deus, nem Céu, nem Terra, e que não temos corpo. Mas enquanto duvidamos da verdade de todas estas coisas poderíamos igualmente supor que não existimos: com efeito, temos tanta repugnância em conceber que aquele que pensa não existe verdadeiramente ao mesmo tempo que pensa que [apesar das mais extravagantes suposições] não poderíamos impedir-nos de acreditar que a conclusão penso, logo existo não seja verdadeira, e por conseguinte a primeira e a mais certa que se apresenta àquele que conduz os seus pensamentos por ordem. 8. A seguir também se conhece a distinção entre a alma e o corpo. Também me parece que este é o meio mais adequado para conhecer a natureza da alma enquanto substância completamente distinta do corpo porque, examinando o que somos, nós, que pensamos agora estamos persuadidos de que fora do pensamento não há nada que seja ou exista verdadeiramente, e concebemos claramente que, para ser, não temos necessidade de extensão, de figura, de estar em qualquer lugar, nem de outra coisa que se possa atribuir ao corpo, e que existimos apenas porque pensamos. Por conseguinte, a noção que temos de alma ou de pensamento precede. a que temos de corpo, e esta é mais certa visto que ainda duvidamos que que no mundo haja corpos, mas sabemos seguramente que pensamos.» René Descartes, Princípios da Filosofia, Edições 70, Lisboa, p O Cogito como modelo e critério de verdade «Agora fecharei os olhos, taparei os ouvidos, porei de parte todos os sentidos, apagarei também do meu pensamento todas as coisas corpóreas, ou pelo menos, porque isto é quase impossível, não as tomarei em conta, por inanes e falsas, e, dialogando só comigo próprio e inspecionando-me mais intimamente, procurarei tornar-me o meu próprio eu progressivamente mais conhecido e familiar. Eu sou uma coisa que pensa, quer dizer, que duvida, que afirma, que nega, que conhece poucas coisas, que ignora muitas, que quer, que não quer, que também imagina, e que sente. Porque como atrás notei, embora as coisas que sinto ou que imagino não sejam possivelmente nada fora de mim, todavia aqueles modos de pensar que chamo sensações e imaginações existem em mim, de facto, enquanto são certos modos de pensar. E com estas poucas palavras, enumerei tudo o que verdadeiramente sei, ou pelo menos, tudo aquilo que até agora notei que sabia. Neste momento vou considerar com mais exatidão se em mim há outros conhecimentos que não tomei em conta até agora. Estou certo de que sou uma coisa que pensa. Mas sei o que se requer
17 para que eu tenha a certeza de alguma coisa? [ ] Parece-me que já posso estatuir como regra geral que é absolutamente verdadeiro tudo aquilo que compreendo clara e distintamente.» René Descartes, Meditações da Filosofia Primeira, 3.ª Meditação 6 Ideias inatas, adventícias e factícias «O erro principal e mais frequente que se pode descobrir nos juízos consiste em que afirmo que as ideias que estão em mim são semelhantes ou conformes a certas coisas que estão fora de mim. Se considerasse as próprias ideias como certos modos do meu pensamento e nãos as referisse a qualquer outra coisa, dificilmente me poderiam oferecer matéria de erro. Porém, destas ideias parece-me que umas são inatas, outras adventícias, outras feitas por mim próprio. Porque que eu compreenda o que é coisa, o que é verdade, o que é «pensamento», parece-me que reside na minha própria natureza e que o não recebo de outra parte. Mas que eu ouça agora um ruído, que veja o Sol, que sinta o calor das chamas, isto, segundo julguei até agora, procede de certas coisas situadas fora de mim. E, por último, as Sereias, os Hipogrifos, e seres semelhantes, são inventados por mim próprio. Mas também posso crer que as ideias são todas adventícias, ou todas inatas, ou todas factícias, uma vez que ainda não descobri claramente a sua origem verdadeira.» René Descartes, Meditações da Filosofia Primeira, 3.ª Meditação. 7 A intuição e a dedução «Por intuição entendo, não a convicção flutuante fornecida pelos sentidos ou o juízo enganador de uma imaginação de composições inadequadas, mas o conceito da mente pura e atenta tão fácil e distinto que nenhuma dúvida nos fica acerca do que compreendemos; ou então, o que é a mesma coisa, o conceito da mente pura e atenta, sem dúvida possível, que nasce apenas da luz da razão e que, por ser mais simples, é ainda mais certo do que a dedução, se bem que esta última não possa ser mal feita pelo homem, como acima observamos. Assim, cada qual pode ver pela intuição intelectual que existe, que pensa, que um triângulo é delimitado apenas por três linhas, que a esfera o é apenas por uma superfície, e outras coisas semelhantes, que são muito mais numerosas do que a maioria observa, porque não se dignam aplicar a mente a coisas tão fáceis. Ora, esta evidência e esta certeza da intuição não são apenas exigidas para as simples enunciações, mas também para quaisquer raciocínios. Seja, por exemplo, esta consequência: 2 e 2 é igual a 3 mais 1; é preciso ver intuitivamente não só que 2 e 2são 4, e que 3e 1 são igualmente 4,mas, além disso, que destas duas proposições se conclui necessariamente aquela terceira. Poderá agora perguntar-se porque é que à intuição juntamos um outro modo de conhecimento, que se realiza por dedução; por ela entendemos o que se conclui necessariamente de outras coisas conhecidas com certeza. Foi imperioso proceder assim, porque a maior parte das coisas são conhecidas com certeza, embora
18 não sejam em si evidentes, contanto que sejam deduzidas de princípios verdadeiros, e já conhecidos, por um movimento contínuo e ininterrupto do pensamento, que intui nitidamente cada coisa em particular: eis o único modo de sabermos que o último elo de uma cadeia está ligado ao primeiro, mesmo que não a prendamos intuitivamente num só e mesmo olhar o conjunto dos elos intermédios, de que depende a ligação; basta que os tenhamos examinado sucessivamente e que nos lembremos que, do primeiro ao último, cada um deles está ligado aos seus vizinhos imediatos. Distinguimos portanto, aqui, a intuição intelectual da dedução certa pelo facto de que, nesta, se concebe uma espécie de movimento ou sucessão e na outra, não; além disso, para a dedução não é necessário, como para a intuição, uma evidência atual, mas é antes à memória que, de certo modo, vai buscar a sua certeza. Pelo que se pode dizer que estas proposições, que se concluem imediatamente a partir dos primeiros princípios, são conhecidas, de um ponto de vista diferente, ora por intuição, ora por dedução, mas que os primeiros princípios se conhecem somente por intuição, e, pelo contrário, as conclusões distantes só o podem ser por dedução. Eis as duas vias mais seguras para chegar à ciência; do lado do espírito não se devem admitir mais, e todas as outras devem ser rejeitadas como suspeitas e passíveis de erro.» René Descartes, Regras para a Direção do Espírito, Lisboa, Edições 70, p A importância do método «Entendo por método regras certas e fáceis, que permitem a quem exatamente as observar nunca tomar por verdadeiro algo de falso e, sem desperdiçar inutilmente nenhum esforço da mente, mas aumentando sempre gradualmente o saber, atingir o conhecimento verdadeiro de tudo o que será capaz de saber. Aqui, há duas observações a fazer: não tomar absolutamente nada de falso por verdadeiro, e chegar ao conhecimento de tudo. Com efeito, se ignorarmos algo de quanto podemos saber é apenas porque ou nunca divisamos uma via que nos conduzisse a tal conhecimento, ou porque caímos no erro oposto. Mas se o método nos dá uma explicação perfeita do uso da intuição intelectual para não cairmos no erro contrário à verdade, e do meio de encontrar deduções para chegar ao conhecimento de tudo, parece-me que nada mais se exige para ele ser completo, já que nenhuma ciência se pode adquirir a não ser pela intuição intelectual ou pela dedução, como antes ficou dito.» René Descartes, Regras para a Direção do Espírito, Lisboa, Edições 70, p Deus é o fundamento metafísico da objetividade do conhecimento «Em que sentido se pode dizer que, se ignorarmos Deus, não podemos ter conhecimento certo de nenhuma outra coisa. Mas, quando o pensamento que desta maneira se conhece a si mesmo, não obstante persistir ainda em duvidar das outras coisas, usa de circunspeção
19 para tentar estender o seu conhecimento mais além, encontra em si, primeiro, as ideias de várias coisas; e enquanto as contempla simplesmente e não pode garantir que exista alguma coisa fora de si semelhante a estas ideias, mas tão pouco o nega, não corre o perigo de se enganar. Encontra também algumas noções comuns com as quais compõe demonstrações que o persuadem tão absolutamente que não poderá duvidar da sua verdade enquanto a isso se aplica. Por exemplo, tem em si as ideias dos números e das figuras, e conta também entre as suas noções comuns esta: "se somarmos quantidades iguais a outras quantidades iguais, os totais serão iguais" e muitas outras tão evidentes como esta, por meio das quais é fácil demonstrar que os três ângulos de um triângulo são iguais a dois retos, etc. Enquanto percebe estas noções e a ordem pela qual deduziu esta conclusão ou outras semelhantes, o pensamento está muito seguro da sua verdade; mas como não poderia pensar sempre nisto com igual atenção, quando acontece lembrar-se de alguma conclusão sem ter em conta a ordem pela qual pode ser demonstrada e, no entanto, pensa que o autor do seu ser teria podido criá-lo de tal natureza que se enganasse em tudo o que lhe parece muito evidente, vê bem que tem um justo motivo para desconfiar da verdade de tudo aquilo deque não se apercebe distintamente e que não poderá ter nenhuma ciência certa até conhecer aquele que o criou.» Descartes, Princípios da Filosofia, 13, Lisboa, Guimarães Editores, 1974, p. 22.
Racionalismo. René Descartes Prof. Deivid
Racionalismo René Descartes Prof. Deivid Índice O que é o racionalismo? René Descartes Racionalismo de Descartes Nada satisfaz Descartes? Descartes e o saber tradicional Objetivo de Descartes A importância
Leia maisDescartes filósofo e matemático francês Representante do racionalismo moderno. Profs: Ana Vigário e Ângela Leite
Descartes filósofo e matemático francês 1596-1650 Representante do racionalismo moderno Razão como principal fonte de conhecimento verdadeiro logicamente necessário universalmente válido Inspiração: modelo
Leia maisO GRANDE RACIONALISMO: RENÉ DESCARTES ( )
O GRANDE RACIONALISMO: RENÉ DESCARTES (1596-1650) JUSTIFICATIVA DE DESCARTES: MEDITAÇÕES. Há já algum tempo que eu me apercebi de que, desde meus primeiros anos, recebera muitas falsas opiniões como verdadeiras,
Leia maisFILOSOFIA. 1º ano: Módulo 07. Professor Carlos Eduardo Foganholo
FILOSOFIA 1º ano: Módulo 07 Professor Carlos Eduardo Foganholo Como podemos ter certeza de que estamos acordados e que tudo o que vivemos não é um sonho? Qual é a fonte de nossos conhecimentos? É possível
Leia maisRESUMO. Filosofia. Psicologia, JB
RESUMO Filosofia Psicologia, JB - 2010 Jorge Barbosa, 2010 1 Saber se o mundo exterior é real e qual a consciência e o conhecimento que temos dele é um dos problemas fundamentais acerca do processo de
Leia maisFilosofia. IV Conhecimento e Racionalidade Científica e Tecnológica 1. DESCRIÇÃO E INTERPRETAÇÃO DA ACTIVIDADE COGNOSCITIVA JOÃO GABRIEL DA FONSECA
Filosofia IV Conhecimento e Racionalidade Científica e Tecnológica 1. DESCRIÇÃO E INTERPRETAÇÃO DA ACTIVIDADE COGNOSCITIVA JOÃO GABRIEL DA FONSECA 1.2 Teorias Explicativas do Conhecimento René Descartes
Leia maisDescartes e o Raciona. Filosofia 11ºAno Professor Paulo Gomes
Descartes e o Raciona Filosofia 11ºAno Professor Paulo Gomes http://sites.google.com/site/filosofarliberta/ O RACIONALISMO -O Racionalismo é uma corrente que defende que a origem do conhecimento é a razão.
Leia maisCORRENTES DE PENSAMENTO DA FILOSOFIA MODERNA
CORRENTES DE PENSAMENTO DA FILOSOFIA MODERNA O GRANDE RACIONALISMO O termo RACIONALISMO, no sentido geral, é empregado para designar a concepção de nada existe sem que haja uma razão para isso. Uma pessoa
Leia maisPROBLEMA DA ORIGEM DO CONHECIMENTO
PROBLEMA DA ORIGEM DO CONHECIMENTO Questão Problema: O conhecimento alcança-se através da razão ou da experiência? (ver página 50) Tipos de conhecimento acordo a sua origem Tipos de juízo de acordo com
Leia maisAula 17. OI xuxuzinhos! Filosofia Moderna Descartes
Aula 17 OI xuxuzinhos! Filosofia Moderna Descartes O que é, afinal, conhecer? Conhecer é representar, cuidadosamente, o que é exterior à mente. No processo de conhecimento, dois elementos são indispensáveis:
Leia maisCENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ CURSO DE DIREITO
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ CURSO DE DIREITO Profª: Kátia Paulino dos Santos 14/8/2012 14:56 1 O método cartesiano René Descartes, nascido em 1596 em La Haye França "Assim que a idade me permitiu
Leia maisTrabalho sobre: René Descartes Apresentado dia 03/03/2015, na A;R;B;L;S : Pitágoras nº 28 Or:.Londrina PR., para Aumento de Sal:.
ARBLS PITAGORAS Nº 28 Fundação : 21 de Abril de 1965 Rua Júlio Cesar Ribeiro, 490 CEP 86001-970 LONDRINA PR JOSE MARIO TOMAL TRABALHO PARA O PERÍODO DE INSTRUÇÃO RENE DESCARTES LONDRINA 2015 JOSE MARIO
Leia maisDESCARTES E A FILOSOFIA DO. Programa de Pós-graduação em Educação UEPG Professora Gisele Masson
DESCARTES E A FILOSOFIA DO COGITO Programa de Pós-graduação em Educação UEPG Professora Gisele Masson René Descartes (1596 1650) 1650) Ponto de partida - Constatação da crise das ciências e do saber em
Leia maisSócrates: após destruir o saber meramente opinativo, em diálogo com seu interlocutor, dava início ã procura da definição do conceito, de modo que, o
A busca da verdade Os filósofos pré-socráticos investigavam a natureza, sua origem de maneira racional. Para eles, o princípio é teórico, fundamento de todas as coisas. Destaca-se Heráclito e Parmênides.
Leia maisREGRAS DO MÉTODO encontrar por si mesmo uma solução evidente que permita reorganizar nossos juízos e separar neles o falso do verdadeiro;
René Descartes REGRAS DO MÉTODO Primeira parte: encontrar por si mesmo uma solução evidente que permita reorganizar nossos juízos e separar neles o falso do verdadeiro; REGRAS DO MÉTODO Método: Meta por,
Leia maisDescartes. Colégio Anglo de Sete Lagoas - Professor: Ronaldo - (31)
Descartes René Descartes ou Cartesius (1596-1650) Naceu em La Haye, França Estudou no colégio jesuíta de La Flèche Ingressa na carreira militar Estabeleceu contato com Blayse Pascal Pai da filosofia moderna
Leia maisBuscaLegis.ccj.ufsc.br
BuscaLegis.ccj.ufsc.br A Dúvida Metódica Em Descartes Antonio Wardison Canabrava da Silva* A busca pelo conhecimento é um atributo essencial do pensar filosófico. Desde o surgimento das investigações mitológicas,
Leia maisTEMA: tipos de conhecimento. Professor: Elson Junior
Ciências Humanas e suas Tecnologias. TEMA: tipos de conhecimento. Professor: Elson Junior Plano de Aula Conhecimento O que é? Como adquirir Características Tipos Recordar é Viver... Processo de pesquisa
Leia maisDESCARTES ( ) Professora Gisele Masson Professora Patrícia Marcoccia PPGE - UEPG
DESCARTES (1596-1650) Professora Gisele Masson Professora Patrícia Marcoccia PPGE - UEPG Apresenta os passos para o estudo e a pesquisa, critica o ensino humanista e propõe a matemática como modelo de
Leia maisOrigem do conhecimento
1.2.1. Origem do conhecimento ORIGEM DO CONHECIMENTO RACIONALISMO (Racionalismo do século XVII) EMPIRISMO (Empirismo inglês do século XVIII) Filósofos: René Descartes (1596-1650) Gottfried Leibniz (1646-1716)
Leia maisGrupo I Para cada uma das questões que se seguem assinala a opção correta
Grupo I Para cada uma das questões que se seguem assinala a opção correta 1. A filosofia é: a) Um conjunto de opiniões importantes. b) Um estudo da mente humana. c) Uma atividade que se baseia no uso crítico
Leia maisPROFESSOR: MAC DOWELL DISCIPLINA: FILOSOFIA CONTEÚDO: TEORIA DO CONHECIMENTO aula - 02
PROFESSOR: MAC DOWELL DISCIPLINA: FILOSOFIA CONTEÚDO: TEORIA DO CONHECIMENTO aula - 02 2 A EPISTEMOLOGIA: TEORIA DO CONHECIMENTO Ramo da filosofia que estuda a natureza do conhecimento. Como podemos conhecer
Leia maisA REVOLUÇÃO CARTESIANA. Apresentação baseada principalmente em Friedrick Copleston: History of Philosophy, vol. IV.
A REVOLUÇÃO CARTESIANA Apresentação baseada principalmente em Friedrick Copleston: History of Philosophy, vol. IV. Descartes (1596-1650) foi educado por jesuítas. Ele iniciou a filosofia moderna com um
Leia maisTEORIA DO CONHECIMENTO O QUE É O CONHECIMENTO? COMO NÓS O ALCANÇAMOS?
TEORIA DO CONHECIMENTO O QUE É O CONHECIMENTO? COMO NÓS O ALCANÇAMOS? Tem como objetivo investigar a origem, a natureza, o valor e os limites do conhecimento Vários filósofos se preocuparam em achar uma
Leia maisTeorias do conhecimento. Profª Karina Oliveira Bezerra
Teorias do conhecimento Profª Karina Oliveira Bezerra Teoria do conhecimento ou epistemologia Entre os principais problemas filosóficos está o do conhecimento. Para que investigar o conhecimento? Para
Leia maisO caráter não-ontológico do eu na Crítica da Razão Pura
O caráter não-ontológico do eu na Crítica da Razão Pura Adriano Bueno Kurle 1 1.Introdução A questão a tratar aqui é a do conceito de eu na filosofia teórica de Kant, mais especificamente na Crítica da
Leia maisFaculdade de ciências jurídicas. e sociais aplicadas do Araguaia Carolina e Maria Rosa
Faculdade de ciências jurídicas e sociais aplicadas do Araguaia Carolina e Maria Rosa TEORIA GERAL DO CONHECIMENTO 06/47 20/03 Formas do Conhecimento SENSAÇÃO PERCEPÇÃO IMAGINAÇÃO MEMÓRIA LINGUAGEM RACIOCÍNIO
Leia maisIDEALISMO ESPECULATIVO E A FENOMENOLOGIA DO ESPÍRITO CURSO DE EXTENSÃO 22/10/ Prof. Ricardo Pereira Tassinari
IDEALISMO ESPECULATIVO E A FENOMENOLOGIA DO ESPÍRITO CURSO DE EXTENSÃO 22/10/2011 - Prof. Ricardo Pereira Tassinari TEXTO BASE 1 20 Se tomarmos o pensar na sua representação mais próxima, aparece, α) antes
Leia maisTeoria do conhecimento de David Hume
Hume e o empirismo radical Premissas gerais empiristas de David Hume ( que partilha com os outros empiristas ) Convicções pessoais de David Hume: Negação das ideias inatas A mente é uma tábua rasa/folha
Leia maisLocke ( ) iniciou o movimento chamado de EMPIRISMO INGLÊS. Material adaptado, produzido por Cláudio, da UFRN, 2012.
Locke (1632-1704) iniciou o movimento chamado de EMPIRISMO INGLÊS. Material adaptado, produzido por Cláudio, da UFRN, 2012. Racionalismo x Empirismo O que diz o Racionalismo (Descartes, Spinoza, Leibiniz)?
Leia maisFilosofia COTAÇÕES GRUPO I GRUPO II GRUPO III. Teste Intermédio de Filosofia. Teste Intermédio. Duração do Teste: 90 minutos
Teste Intermédio de Filosofia Teste Intermédio Filosofia Duração do Teste: 90 minutos 20.04.2012 11.º Ano de Escolaridade Decreto-Lei n.º 74/2004, de 26 de março 1. 2. COTAÇÕES GRUPO I 1.1.... 10 pontos
Leia maisFILOSOFIA MODERNA (XIV)
FILOSOFIA MODERNA (XIV) CORRENTES EPSTEMOLÓGICAS (I) Racionalismo Inatismo: existem ideias inatas, ou fundadoras, de onde se origina todo o conhecimento. Ideias que não dependem de um objeto. Idealismo:
Leia maisFilosofia Prof. Frederico Pieper Pires
Filosofia Prof. Frederico Pieper Pires Teoria do conhecimento em Descartes Objetivos Compreender as principais escolas da teoria do conhecimento da modernidade. Abordar a epistemologia cartesiana. Introdução
Leia maisTeoria do conhecimento: Filosofia moderna. Sujeito e objeto: elementos do processo de conhecer
Teoria do conhecimento: Filosofia moderna. Sujeito e objeto: elementos do processo de conhecer Sujeito e Objeto O que é, afinal, conhecer? Para que exista o ato de conhecer é indispensável dois elementos
Leia maisFILOSOFIA COMENTÁRIO DA PROVA DE FILOSOFIA
COMENTÁRIO DA PROVA DE FILOSOFIA Mais uma vez a UFPR oferece aos alunos uma prova exigente e bem elaborada, com perguntas formuladas com esmero e citações muito pertinentes. A prova de filosofia da UFPR
Leia maisFILOSOFIA 11º ano O CONHECIMENTO E A RACIONALIDADE CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA
FILOSOFIA 11º ano O CONHECIMENTO E A RACIONALIDADE CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA Governo da República Portuguesa Descrição e interpretação da atividade cognoscitiva 1.1 Estrutura do ato de conhecer 1.2 Análise
Leia maisProfessor Ricardo da Cruz Assis Filosofia - Ensino Médio FILOSOFIA MODERNA
Professor Ricardo da Cruz Assis Filosofia - Ensino Médio FILOSOFIA MODERNA 1 Filosofia moderna é toda a filosofia que se desenvolveu durante os séculos XV, XVI, XVII, XVIII, XIX; começando pelo Renascimento
Leia maisTEORIA DO CONHECIMENTO. Aulas 2, 3, 4,5 - Avaliação 1 Joyce Shimura
TEORIA DO CONHECIMENTO Aulas 2, 3, 4,5 - Avaliação 1 Joyce Shimura - O que é conhecer? - Como o indivíduo da imagem se relaciona com o mundo ou com o conhecimento? Janusz Kapusta, Homem do conhecimento
Leia maisTeoria do Conhecimento:
Teoria do Conhecimento: Investigando o Saber O que sou eu? Uma substância que pensa. O que é uma substância que pensa? É uma coisa que duvida, que concebe, que afirma, que nega, que quer, que não quer,
Leia maisResolução de Questões Específicas de Filosofia e Sociologia Aula 2
Resolução de Questões Específicas de Filosofia e Sociologia Aula 2 Resolução de Questões Específicas de Filosofia e Sociologia Aula 2 (UFPR 2007) As questões 1, 2 e 3 referem-se ao texto a seguir. bem
Leia maisGeometria e Experiência
Geometria e Experiência Albert Einstein A matemática desfruta, entre as ciências, de um particular prestígio pela seguinte razão: suas proposições são de uma certeza absoluta e a salvo de qualquer contestação,
Leia maisDescartes viveu numa época turbulenta, instável e, por isso, talvez uma das mais
A Contextualização de Descartes O século XVI Descartes viveu numa época turbulenta, instável e, por isso, talvez uma das mais profundas da história europeia. Descartes viveu numa época dividida, possuída
Leia maisFil. Lara Rocha (Leidiane Oliveira)
Fil. Semana 17 Lara Rocha (Leidiane Oliveira) Este conteúdo pertence ao Descomplica. Está vedada a cópia ou a reprodução não autorizada previamente e por escrito. Todos os direitos reservados. Descartes
Leia maisNo. Try not. Do... or do not. There is no try. - Master Yoda, The Empire Strikes Back (1980)
Cálculo Infinitesimal I V01.2016 - Marco Cabral Graduação em Matemática Aplicada - UFRJ Monitor: Lucas Porto de Almeida Lista A - Introdução à matemática No. Try not. Do... or do not. There is no try.
Leia maisO conhecimento e a incerteza do ponto de vista do ceticismo
O conhecimento e a incerteza do ponto de vista do ceticismo IF UFRJ Mariano G. David Mônica F. Corrêa 1 O conhecimento e a incerteza do ponto de vista do ceticismo Aula 1: O conhecimento é possível? O
Leia maisMênon A reminiscência: a demonstração do teorema de Pitágoras pelo escravo
Mênon A reminiscência: a demonstração do teorema de Pitágoras pelo escravo Roteiro de Atividades: 1. Leia o texto com atenção. Em uma folha de papel (de punho próprio ou digitada) a ser entregue como AS2
Leia maisHume e o empirismo radical
Hume e o empirismo radical Premissas empiristas de David Hume (que partilha com os outros empiristas) Não há ideias inatas A mente é uma tábula rasa/folha em branco Todo o conhecimento deriva da experiência
Leia maisA origem do conhecimento
A origem do conhecimento O Empirismo Empirismo experiência A única fonte de conhecimento humano é a experiência. (HESSEN, 1925, pg 68) O espírito humano está por natureza, vazio. (HESSEN, 1925, pg 68)
Leia maisRESOLUÇÃO FILOSOFIA SEGUNDA FASE UFU SEGUNDO DIA
RESOLUÇÃO FILOSOFIA SEGUNDA FASE UFU SEGUNDO DIA 1) Para Parmênides o devir ou movimento é uma mera aparência provocada pelos enganos de nossos sentidos. A realidade é constituída pelo Ser que é identificado
Leia maisCONHECIMENTO, REALIDADE E VERDADE
CONHECIMENTO, REALIDADE E VERDADE SERÁ QUE TUDO QUE VEJO É REAL e VERDADEIRO? Realidade Realismo A primeira opção, chamada provisoriamente de realismo : supõe que a realidade é uma dimensão objetiva,
Leia maisO que é o conhecimento?
Disciplina: Filosofia Ano: 11º Ano letivo: 2012/2013 O que é o conhecimento? Texto de Apoio 1. Tipos de Conhecimento No quotidiano falamos de conhecimento, de crenças que estão fortemente apoiadas por
Leia maisTEORIA DO CONHECIMENTO Immanuel Kant ( )
TEORIA DO CONHECIMENTO Immanuel Kant (1724-1804) Obras de destaque da Filosofia Kantiana Epistemologia - Crítica da Razão Pura (1781) Prolegômenos e a toda a Metafísica Futura (1783) Ética - Crítica da
Leia maisA teoria do conhecimento
conhecimento 1 A filosofia se divide em três grandes campos de investigação. A teoria da ciência, a teoria dos valores e a concepção de universo. Esta última é na verdade a metafísica; a teoria dos valores
Leia maisRazão e fé. Filosofia MedievaL. Douglas Blanco
Razão e fé Filosofia MedievaL Douglas Blanco CRISTIANO PALAZZINI/SHUTTERSTOCK Aspectos gerais Correntes da filosofia medieval e principais representantes: Patrística (séc. II-V), com Agostinho de Hipona,
Leia maisAristóteles, Ética a Nicômaco, X 7, 1177 b 33.
91 tornar-se tanto quanto possível imortal Aristóteles, Ética a Nicômaco, X 7, 1177 b 33. 92 5. Conclusão Qual é o objeto da vida humana? Qual é o seu propósito? Qual é o seu significado? De todas as respostas
Leia maisHERMENÊUTICA E INTERPRETAÇÃO
HERMENÊUTICA E INTERPRETAÇÃO Hermenêutica e Interpretação não são sinônimos: HERMENÊUTICA: teoria geral da interpretação (métodos, estratégias, instrumentos) INTERPRETAÇÃO: aplicação da teoria geral para
Leia maisExercitando o raciocínio lógico-dedutivo!
Exercitando o raciocínio lógico-dedutivo! Exercícios de raciocínio lógico-dedutivo a favor de Deus. Primeiramente devemos entender o conceito da dedução lógica, para então, realizarmos o seu exercício.
Leia maisDescartando Descartes
Descartando Descartes Este livro foi criado com o proposito de ser independente e de ser, pessoalmente, o meu primeiro trabalho como escritor. Isaac Jansen - 2015 Quem foi René Descartes? Dono da razão,
Leia maisTópicos da História da Física Clássica
Tópicos da História da Física Clássica Descartes Victor O. Rivelles Instituto de Física da Universidade de São Paulo Edifício Principal, Ala Central, sala 354 e-mail: rivelles@fma.if.usp.br http://www.fma.if.usp.br/~rivelles
Leia maisLógica Proposicional Parte 3
Lógica Proposicional Parte 3 Nesta aula, vamos mostrar como usar os conhecimentos sobre regras de inferência para descobrir (ou inferir) novas proposições a partir de proposições dadas. Ilustraremos esse
Leia mais1- O Método Cartesiano
1- O Método Cartesiano 1.1- A necessidade e a função geral do método Embora o objetivo maior deste trabalho seja a análise das provas da existência de Deus nas Meditações Metafísicas, não prescindimos
Leia maisRacionalismo Capítulo XXXIII
Racionalismo Capítulo XXXIII Renè Descartes (ou Catesio, 1596 1650) Doutrina: I) Método: Meta ou Finalidade: Estabelecer uma ciência geral que permaneça a mesma aplicada a vários sujeitos. Para obtê-la,
Leia maisA FUNDAMENTAÇÃO METAFÍSICA DA CIÊNCIA CARTESIANA
A FUNDAMENTAÇÃO METAFÍSICA DA CIÊNCIA CARTESIANA Paulo Rogerio Sequeira de Carvalho Bacharel e licenciado em filosofia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e pósgraduado em Filosofia Medieval
Leia maisFILOSOFIA - ENADE 2005 PADRÃO DE RESPOSTAS QUESTÕES DISCURSIVAS
FILOSOFIA - ENADE 2005 PADRÃO DE RESPOSTAS QUESTÕES DISCURSIVAS QUESTÃO - 36 Esperava-se que o estudante estabelecesse a distinção entre verdade e validade e descrevesse suas respectivas aplicações. Item
Leia maisFILOSOFIA. Professor Ivan Moraes, filósofo e teólogo
FILOSOFIA Professor Ivan Moraes, filósofo e teólogo Finalidade da vida política para Platão: Os seres humanos e a pólis têm a mesma estrutura: alma concupiscente ou desejante; alma irascível ou colérica;
Leia maisO verdadeiro conhecimento ética utilitarista procede da razão
CONTEÚDO FILOSOFIA Avaliação Mensal Professora Célia Reinaux 6º ANO Módulo Unidade 3 A sombra na madrugada Páginas 34 até 39 Um obstáculo na trilha Páginas 40 até 46 Filósofos trabalhados: René Descartes
Leia maisPreocupações do pensamento. kantiano
Kant Preocupações do pensamento Correntes filosóficas Racionalismo cartesiano Empirismo humeano kantiano Como é possível conhecer? Crítica da Razão Pura Como o Homem deve agir? Problema ético Crítica da
Leia maisO CONHECIMENTO CIENTÍFICO SOBRE A SOCIEDADE
O CONHECIMENTO CIENTÍFICO SOBRE A SOCIEDADE 1. O homem como produtor de conhecimento 2. O conhecimento, tipos de conhecimento e a ciência 3. A construção da Sociologia como ciência 4. O que é um fato social,
Leia maisIndiscernibilidade de Idênticos. Atitudes Proposicionais e indiscernibilidade de idênticos
Indiscernibilidade de Idênticos Atitudes Proposicionais e indiscernibilidade de Consideremos agora o caso das atitudes proposicionais, das construções epistémicas e psicológicas, e perguntemo-nos se é
Leia maisAula Véspera UFU Colégio Cenecista Dr. José Ferreira Professor Uilson Fernandes Uberaba 16 Abril de 2015
Aula Véspera UFU 2015 Colégio Cenecista Dr. José Ferreira Professor Uilson Fernandes Uberaba 16 Abril de 2015 NORTE DA AVALIAÇÃO O papel da Filosofia é estimular o espírito crítico, portanto, ela não pode
Leia maisResumo sobre a concepção de ensino em Agostinho de Hipona (do livro De Magistro )*
Resumo sobre a concepção de ensino em Agostinho de Hipona (do livro De Magistro )* Afresco entre 1464 e 1465 intitulado St Augustine Teaching in Rome ( Santo Agostinho ensinando em Roma ), de Benozzo Gozzoli
Leia maisPROFESSOR: MAC DOWELL DISCIPLINA: FILOSOFIA CONTEÚDO: REVISÃO AULA 01
PROFESSOR: MAC DOWELL DISCIPLINA: FILOSOFIA CONTEÚDO: REVISÃO AULA 01 REVISÃO FILOSOFIA 3ª SÉRIE - RECUPERAÇÃO 2 1. Na obra Discurso do método, o filósofo francês Renê Descartes descreve as quatro regras
Leia maisO CONHECIMENTO CIENTÍFICO SOBRE A SOCIEDADE. 4. A Sociologia como resposta às demandas de sua época
O CONHECIMENTO CIENTÍFICO SOBRE A SOCIEDADE 1. O homem os fenômenos naturais e sociais 2. O homem como produtor de conhecimento 3. Diferentes tipos de conhecimento e a ciência 4. A Sociologia como resposta
Leia maisAS CREDENCIAIS DA CIÊNCIA
FACULDADE DE MEDICINA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO DISCIPLINA: METODOLOGIA CIENTÍFICA AS CREDENCIAIS DA CIÊNCIA RODRIGO MARINA MARCOS PAULO JUCIVAL O CIENTISTA E A CIÊNCIA Os cientistas sonhavam que não mais
Leia maisVersão A. Grupo I (10 x 3 = 30 pontos) Assinala a alternativa correta
Versão A Grupo I (10 x 3 = 30 Assinala a alternativa correta 1.A filosofia não é uma ciência: a) Porque a filosofia consiste na procura do conhecimento factual. b) Porque os problemas e métodos da filosofia
Leia maisfilosofia contemporânea
filosofia contemporânea carlos joão correia 2013-2014 1ºSemestre O mundo é a minha representação. - Esta proposição é uma verdade para todo o ser vivo e cognoscente, embora só no homem chegue a transformar-se
Leia maisCIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE. O que é Ciência?
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE O que é Ciência? O QUE É CIÊNCIA? 1 Conhecimento sistematizado como campo de estudo. 2 Observação e classificação dos fatos inerentes a um determinado grupo de fenômenos
Leia maisJohn Locke ( ) Inatismo e Empirismo: Inatismo: Empirismo:
John Locke (1632 1704) John Locke é o iniciador da teoria do conhecimento propriamente dita por que se propõe a analisar cada uma das formas de conhecimento que possuímos a origem de nossas idéias e nossos
Leia maisClemente de Alexandria: Deus Está Acima da Própria Unidade
Clemente de Alexandria: Deus Está Acima da Própria Unidade Autor: Sávio Laet de Barros Campos. Bacharel-Licenciado em Filosofia Pela Universidade Federal de Mato Grosso. 1.1) A Existência de Deus é Universalmente
Leia maisFilosofia Moderna. Antecedentes e pensamento cartesiano (epistemologia racionalista)
Filosofia Moderna Antecedentes e pensamento cartesiano (epistemologia racionalista) O projeto moderno se define, em linhas gerais, pela busca da fundamentação da possibilidade de conhecimento e das teorias
Leia maisVersão A. GRUPO I (10 X 3 = 30 pontos)
Versão A GRUPO I (10 X 3 = 30 pontos) Assinala a única alternativa correta 1.Dizer que a filosofia é uma atividade reflexiva é afirmar que: a) A filosofia é um saber puramente racional. b) A filosofia
Leia maisA noção agostiniana de Tempo. Colégio Cenecista Dr. José Ferreira Filosofia Professor Uilson Fernandes
A noção agostiniana de Tempo. Colégio Cenecista Dr. José Ferreira Filosofia Professor Uilson Fernandes Tempo como sucessão... A ideia de tempo surge a partir da distinção entre passado presente e futuro.
Leia maisAr infinito: indeterminado, não tem uma forma clara.
FILOSOFIA ANTIGA Ar infinito: indeterminado, não tem uma forma clara. Está presente na água de Tales: H20. Essencial para a vida dos seres vivos. É a causa do movimento da natureza: vento move nuvens,
Leia maisARTE PRIMEIRA PRIMÁRIAS CAPÍTULO D EUS. Deus e o infinito Provas da existência de Deus Atributos da Divindade Panteísmo DEUS E O INFINITO
O LIVRO DOS ESPÍRITOS PAR ARTE PRIMEIRA AS CAUSAS PRIMÁRIAS CAPÍTULO 1 D EUS Deus e o infinito Provas da existência de Deus Atributos da Divindade Panteísmo DEUS E O INFINITO 1 O que é Deus? Deus é a inteligência
Leia maisVersão 1. Utilize apenas caneta ou esferográfica de tinta indelével, azul ou preta.
Teste Intermédio de Filosofia Versão 1 Teste Intermédio Filosofia Versão 1 Duração do Teste: 90 minutos 20.04.2012 11.º Ano de Escolaridade Decreto-Lei n.º 74/2004, de 26 de março Na folha de respostas,
Leia maisMÊNON A REMINISCÊNCIA 1
MÊNON A REMINISCÊNCIA 1 [...] Sócrates: Disse há pouco, Mênon, que você é um brincalhão. E aí está você me perguntando se posso instruí-lo, quando digo que não há aprendizado mas apenas lembrança. Quer
Leia maisO Conhecimento. O que é o conhecimento? Teoria do Conhecimento
O Conhecimento Serviço Social 02 de junho Prof.ª liane idigal O que é o conhecimento? De que adiantam o Instrumentos, Conhecimentos, Capacidades, e Habilidades, se não pudermos fazer uso deles? O conhecimento
Leia mais1 - ) Investigação textual:
Plano de Aula de Filosofia para o Ensino Médio Tema: Empirismo e Criticismo Antes de aplicar a aula, o professor deve preparar uma caixa não muito grande, pouco menor que uma laranja. Dentro, o professor
Leia maisVolume 2 Fascículo 2 Filosofia Unidade 3
Atividade extra Volume 2 Fascículo 2 Filosofia Unidade 3 Questão 1 A ideia de que, pela Ciência e pela técnica, o homem se converterá em senhor e possuidor da natureza está presente no pensamento do filósofo
Leia maisTrabalho 2 da UC Teoria do Conhecimento I Camila Cardoso Diniz 9 de maio de 2008
Camila Cardoso Diniz Universidade Federal De São Paulo Unifesp -Campus Guarulhos A verdade é índice de si mesma e do falso. UC Teoria do Conhecimento Prof. Dr. Fernando Dias Andrade. Guarulhos, 27 de junho
Leia maisUm pouco de história. Ariane Piovezan Entringer. Geometria Euclidiana Plana - Introdução
Geometria Euclidiana Plana - Um pouco de história Prof a. Introdução Daremos início ao estudo axiomático da geometria estudada no ensino fundamental e médio, a Geometria Euclidiana Plana. Faremos uso do
Leia maisAula 08 Terceiro Colegial.
Aula 08 Terceiro Colegial Cristianismo: Entre a Fé e a Razão Busca por uma base racional para sustentar a fé Formulações filosóficas se estendendo por mais de mil anos Cristianismo Palavra de Jesus, que
Leia maisMetodologia Científica. Thaís Gaudencio do Rêgo
Metodologia Científica Thaís Gaudencio do Rêgo gaudenciothais@gmail.com Ciência O conhecimento fornecido pela ciência distingue-se por um grau de certeza alto Desfruta de uma posição privilegiada com relação
Leia maisA METAFÍSICA E A TEORIA DAS QUATRO CAUSAS
A METAFÍSICA E A TEORIA DAS QUATRO CAUSAS O que é a metafísica? É a investigação das causas primeiras de todas as coisas existentes e estuda o ser enquanto ser. É a ciência que serve de fundamento para
Leia maisSobre este trecho do livro VII de A República, de Platão, é correto afirmar.
O que é o mito da caverna? O que levou Platão a se decepcionar com a política? 3) Mas quem fosse inteligente (...) lembrar-se-ia de que as perturbações visuais são duplas, e por dupla causa, da passagem
Leia maisCRÍTICA DE HEIDEGGER A DESCARTES
CRÍTICA DE HEIDEGGER A DESCARTES Guilherme Devequi Quintilhano Orientador: Prof. Dr. Eder Soares Santos RESUMO Nesta comunicação será apresentada uma crítica de Martin Heidegger, filósofo contemporâneo,
Leia mais*RACIONALISMO X EMPIRISMO
*RACIONALISMO X EMPIRISMO *As transformações ocorridas a partir da modernidade levaram ao questionamento dos critérios e métodos para elaboração de um conhecimento verdadeiro. *As 02 principais correntes
Leia maisVERSÃO DE TRABALHO. Exame Final Nacional de Filosofia Prova ª Fase Ensino Secundário º Ano de Escolaridade. Critérios de Classificação
Exame Final Nacional de Filosofia Prova 7.ª Fase Ensino Secundário 09.º Ano de Escolaridade Decreto-Lei n.º 9/0, de 5 de julho Critérios de Classificação Páginas Prova 7/.ª F. CC Página / critérios gerais
Leia maisMétodo e Metodologia Conceitos de método e seus princípios
Conceitos de método e seus princípios Caminho pelo qual se chega a determinado resultado... É fator de segurança. Seleção de técnicas para uma ação científica... Forma de proceder ao longo de um caminho
Leia maisProva Escrita de Filosofia VERSÃO º Ano de Escolaridade. Prova 714/1.ª Fase. Entrelinha 1,5, sem figuras nem imagens, texto alinhado à esquerda
EXAME NACIONAL DO ENSINO SECUNDÁRIO Decreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de julho Prova Escrita de Filosofia 11.º Ano de Escolaridade Prova 714/1.ª Fase 14 Páginas Entrelinha 1,5, sem figuras nem imagens, texto
Leia mais