Engenharia de Software 2006/2007 Docente: Professor Doutor Rogério Nascimento
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1 Universidade do Algarve Departamento de Engenharia Electrónica e Informática Engenharia de Software 2006/2007 Docente: Professor Doutor Rogério Nascimento Alunos: André Zunido Licenciatura Engenharia Sistemas Informática Germano Magalhães Licenciatura Informática Vasco Simões Licenciatura Informática
2 Objectivos: 1. Introdução: 1. O que é? 2. Porque é importante? 3. Qual o produto e as suas características? 2. Estrutura do business case 3. Conceitos fundamentais: 1. Cash Flow 2. Valor Actual (VA) e Valor Futuro (VF) 4. Métricas: 1. Valor Actual Líquido (VAL) 2. Taxa Interna de Rendibilidade (TIR) 3. Período de Recuperação do Investimento (PRI) 5. Caso de Estudo 6. Conclusão 7. Trabalhos Futuros
3 1. Introdução (I) O que é? Um projecto pode ser definido como um empreendimento temporário que visa o desenvolvimento de um produto ou serviço único.[pmbok Guide Third Edition, 2004] Um projecto implica sempre a decisão de investir, aplicar fundos escassos para gerar rendimento, durante um certo período de tempo, com o objectivo de maximizar a riqueza de uma empresa ou organização. [Miguel, Antonio Avaliação de Projectos, 2006] É uma série de passos que permitem prever os resultados quantitativos do projecto por forma a ajudar na decisão de investir (viabilidade).
4 1. Introdução(II) Porque é importante? Uma empresa apenas deverá investir em projectos que gerem benefícios. E como prever a geração de benefícios? No mundo empresarial actual a maioria dos agentes, nomeadamente, instituições financeiras e alguns clientes exigem estudos de suporte à intenção do negócio. Fornece justificação financeira para uma decisão de investimento. Permite identificar e analisar pro-activamete os benefícios e custos esperados do projecto.
5 1. Introdução(III) Qual o produto e suas características? Documento business case. Correção: Devem reflectir de forma precisa as estimativas. Clareza: Devem ser facilmente compreendidos por todos os intervenientes do projecto. Equilíbrio: Todas as alternativas devem ser apresentadas. Eficiência: Utilizar conhecimento adquirido; Definir pontos de controlo; Reconhecer benefícios/custos criticos
6 2. Estrutura business case (I) 1. Resumo Executivo: Resume o caso e apresenta as conclusões e recomendações. 2. Introdução: Enquadra o tema do business case. Apresenta os objectivos de negócio tratados pelo caso. Apresenta informação de contexto importantes.
7 2. Estrutura business case (II) 3. Metodologias e pressupostos a adoptar: Descrição dos custos e benefícios examinados e do período temporal de análise Descrição das regras para decidir o que pertence ao caso e o que não pertence, juntamente com os principais pressupostos 4. Análise de resultados: Principais resultados do business case: impactos financeiros e não financeiros esperados num ou mais cenários.
8 2. Estrutura business case (III) 5. Sensibilidade, risco e contingências: Evidencia o modo como os resultados dependem de presupostos importantes, bem como a probabilidade do aparecimento de outros resultados. 6. Conclusão e recomendações: Apresenta conclusões das análises efectuadas e recomenda acções a tomar, coerentes com as conclusões.
9 3.1. Conceitos (I) 1. Cash Flow: 1. Medida usada para avaliar rendibilidade de um projecto. 2. São os fluxos líquidos gerados pelo projecto que assumem a forma de numerário. Cash flow vs Lucro: 1. Lucro depende do método contabilistico usado. 2. Cash flow é objectivo e inequívoco.
10 3.2. Conceitos (III) Exemplo: Uma venda a prazo é registada como proveito- >traduz aumento do lucro. No entanto o dinheiro da venda não foi recebido- >não gera alteração no cash flow.
11 3.2. Conceitos (II) 1. Valor Actual e Valor Futuro: 1. Interligados com conceito de actualização: O dinheiro hoje vale mais do que irá valer amanhã. 2.Podemos calcular o valor futuro do dinheiro com: ( j) n VF = VA 1+ Com: VF = Valor Futuro do Dinheiro; VA = Valor Actual do Dinheiro; j = Taxa de capitalização efectiva (taxa de juro); n = Número do ano relativamente ao momento inicial (n = 1;2;3;etc.).
12 4.1 Valor Actual Líquido (I) O que é? O valor actual líquido (VAL) é um critério financeiro Destina-se a avaliar investimentos através da comparação entre os cash flows gerados por um projecto e o capital investido neste, para um dado período de tempo. VAL >0, o projecto pode ser rentável <0, o projecto pode não ser rentável Com o VAL também podemos saber o valor do produto num dado momento.
13 4.1. Valor Actual Líquido (II) Para calcular o VAL precisamos de definir algumas variáveis: Taxa de actualização (j) Capital investido (I) Período de investimento (n) Período de análise (p) O VAL calcula-se com a seguinte expressão: n VAL= p=1 1 CFp ( + j) p I
14 4.1. Valor Actual Líquido (III) Por exemplo, para um projecto com: Taxa de actualização fixa (j) = 15% Capital investido (I) = Período de investimento (n) = 5 anos Anos (a)cash flow (b)factor de Actualização 1/(1,15) p VALp (a)*(b) VAL ,00-400,0-400, ,87 121,8-278, ,76 121,6-221, ,66 50,6-116, ,57 114,0-2, ,50 100,0 97,8 Verificamos que o VAL do projecto é em 5 anos. Caso o investimento seja superior a , o projecto não érentável.
15 4.2. Taxa Interna de Rendibilidade (I) O que é? A taxa interna de rendibilidade (TIR) de um projecto de investimento é a taxa de actualização que anula o valor actual líquido. Pode dizer-se que a TIR é a taxa mais elevada a que o investidor pode contrair um empréstimo para financiar um investimento, sem perder dinheiro.
16 4.2. Taxa Interna de Rendibilidade (II) O TIR mostra a taxa de actualização (j) a partir da qual o projecto pode, ou não, ser rentavel, isto é, no momento em que o VAL é igual a 0. VAL TIR 0 Taxa de actualização (j)
17 4.2. Taxa Interna de Rendibilidade (III) Na prática, a TIR é calculada por um processo interativo. No processo mais simples, determinam-se, por tentativas, dois valores do VAL um positivo e outro negativo correspondentes a dois valores de j tão próximos quanto possível sendo o valor da TIR. Finalmente determinado por interpolação através da seguinte expressão: TIR = j 1 + VAL1 ( j2 j1 ) VAL 1 VAL 2
18 4.2. Taxa Interna de Rendibilidade (IV) Vamos calcular a TIR para o exemplo anterior no período zero. Calcula-se o VAL para duas taxas de actualização diferentes de modo a que uma dê um valor positivo para o VAL e a outra um valor negativo: Anos Cash flow do Investimento Factor de Actualização j 1 = 15% VAL 1 Factor de Actualização j 2 = 30% ,87 121,8 0,77 107, ,76 121,6 0,59 94, ,66 105,6 0,46 73, , , , ,26 52 Total 163,0-2,2 VAL 2
19 4.2. Taxa Interna de Rendibilidade (V) Aplicando a expressão da TIR vista anteriormente verifica-se que o seu valor para este projecto é igual a: TIR = ( ) = 0,15 + 0,148 = 1,298 = 163 ( 2,2) 29,8% Então, a taxa mais elevada a que o investidor pode contrair num empréstimo para financiar este investimento, sem perder dinheiro será de 29,8%
20 4.2. Relação entre VAL e a TIR (I) Estes dois métodos de avaliação são frequentemente utilizados não individualmente mas sim de uma forma complementar: Pois respondem a diferentes necessidades de análise. A TIR permite avaliar os projectos de uma forma imediata, seleccionando aqueles cuja TIR se situa acima de um dado valor predefinido e eliminando aqueles cuja TIR está abaixo desse valor.
21 4.2. Relação entre VAL e a TIR (II) Dois projectos podem ter TIRs iguais e VALs diferentes dependendo da intensidade capitalística de cada um. De um modo idêntico, um projecto pode ter uma TIR inferior à de outro projecto, mas possuir um VAL superior. VAL TIR Projecto A ,6% Projecto B ,0% A informação é contraditória! O que dificulta a decisão. É a politica financeira da organização que investe que seleccionará os projectos a executar em função das disponibilidades e das diversas alternativas em presença.
22 4.3. Período de Recuperação do Investimento (I) O que é? O Período de recuperação do investimento (PRI), também denominado como payback period é uma técnica que mede o número de períodos de tempo que decorrem até que os capitais investidos no projecto sejam recuperados. Responde à questão: Quanto tempo levará até que o produto retorne o investimento aplicado? O (PRI) é dado pela seguinte expressão: PRI = I CF n = n I CF
23 4.3. Período de Recuperação do Investimento (II) No entanto a expressão anterior apresenta um ponto fraco, que lhe confere pouca precisão: Não entra em conta com a desvalorização monetária. Assim, para que o cálculo seja correcto, devemos efectuar os cálculos com os valores actualizados do cash flow e do investimento. Ficamos, assim, com o Período de recuperação do investimento actualizado (PRIA) dado pela expressão seguinte: PRIA n n p= 0 = n p= 0 Ip ( 1+ j) ( 1+ j) p p Rp Cp
24 4.3. Período de Recuperação do Investimento (III) Vamos utilizar os valores do exemplo que temos vindo a seguir cujo cash flow se mostrado na tabela seguinte: Anos Cash flows Utilizando a expressão mais simples, sem actualizar os valores do cash flow, temos: 400 PRI = 2, 3anos = Ou seja, o investimento é recuperado no 2º ano de vida do projecto
25 4.3. Período de Recuperação do Investimento (IV) Vamos agora calcular o PRIA Para isso, construímos a tabela que se segue, para calcular os valores actualizados dos cash flows: Anos Cash flow do investimento Factor de Actualização j 1 =15% Cash flow Actualizado ,00-400, ,87 121, ,76 121, ,66 50, ,57 114, ,50 100,0
26 4.3. Período de Recuperação do Investimento (V) O valor do prazo de recuperação do investimento actualizado, vem então: 400 PRIA = = 3, 6anos Ou seja, utilizando os valores actualizados dos cash flows, verifica-se que o Capital investido é recuperado sensivelmente a meio do 3º ano de vida do Projecto (e não no segundo ano) Quando analisarmos o PRI é importante saber se estamos a contabilizar a taxa de actualização ou não, pois a diferença é significativa!!
27 Caso de Estudo 5. Caso de estudo - Introdução A empresa chama-se Biogenética, situa-se nos EUA e está ligada à investigação na área da genética. Parte da empresa consiste numa rede de computadores instalada num ou mais laboratórios para: registar dados amostrais de instrumentos analíticos, realizar cálculos matemáticos produzir relatórios de dados, providenciar uma base de dados com dados brutos para arquivo
28 5. Caso de estudo - Descrição(I) Razões para a existência do projecto Renovação do ITSA( Information Technology System Architecture) bug do milénio Recomendações: Avaliar duas listas de fornecedores Implementar durante 1998
29 5. Caso de estudo - Descrição(I) Âmbito e objectivos do projecto: A substituição do sistema ITSA, que inclui a melhoria dos processos, mas cujo objectivo principal é produzir uma funcionalidade já existente. Minimização das interrupções/perturbações no trabalho do pessoal da empresa.
30 5. Caso de estudo - Descrição(II) Custo do projecto: Cerca de USD (United States Dolares). benefícios tangíveis: Conta poupança, equivalente a USD. benefícios intangíveis: Melhoramento da facilidade de utilização Particularidade de substituição temporaria de pessoal Ambiente Moderno para os utilizadores (windows 95 e NT ) Melhorias na administração e relatórios.
31 5. Caso de estudo - Descrição(III) PRI: 3 anos e 1/3 TIR: 23 % Datas do projecto Fase 1: Começo em Setembro de 1997; Finalização Dezembro Fase 2: Começo em Janeiro de 1998; Finalização Outubro 1998.
32 5. Caso de estudo - Avaliação Financeira Benefícios obtidos pela redução do pessoal ( USD ) Aumento da produtividade (33%) ( equivalente a um recurso a tempo inteiro) Poupança de USD por ano.
33 5. Caso de estudo - Avaliação Financeira 1. Custos da fase 1: 8000 USD ~=5.000 EUR (EURO) 2. Custos da fase 2: 1. Custos de aplicação de software (30 utilizadores máximo): USD ~= EUR 2. Implementação de software: USD ~= EUR 3. Plataforma Hardware (Escolher NT ou compac): USD~= EUR
34 5. Caso de estudo Avaliação Financeira 4. Software de interface USD ~=14.000EUR 5. Implementação de Interface USD~= EUR 6. Formação de utilizadores USD~=7.000 EUR 7. Novos PC s /mini terminais (50 novos items incluindo impressoras) USD~= EUR 8. Administração do projecto USD~= EUR 9. Custos Totais USD ~= EUR
35 5. Caso de estudo - Cálculo do VAL Cálculo do VAL Despesas Cash Flow Cash Flow VAL = % taxa de juro TIR = 23% PRI = 3,3 anos
36 5. Caso de estudo - Análise Sensitiva Cálculo do VAL Despesas Lucros Lucros liq VAL = 91 12% taxa de juro TIR= 16% PRI = 4,0 anos
37 5. Caso de estudo - Conclusões O projecto vai estar pago em aproximadamente 3 anos. A análise financeira consegue estimar o sucesso ou insucesso financeiro de um projecto
38 6. Conclusão (I) Análise financeira não é um simples exercicio de matematica! Um projecto só faz sentido se suportado por um documento de análise financeira! Projectos têm princípio e fim. A análise financeira existe antes, durante e depois do desenvolvimento do produto!
39 6. Conclusão (II) Assim sendo gostaríamos de apresentar a seguinte proposta à Lacertae Software: Nos próximos projectos a desenvolver incluir um documento de suporte à decisão de investimento: o business case! Incentivar os seus Engenheiros de Software a incluir nos seus planos de projecto tarefas para gestão de custos, tarefas essas indicadas no PMBOK (terceira edição 2004, capitulo 7)
40 6. Conclusão (III) À semelhança das tarefas para: -Gestão de Qualidade; -Gestão de Riscos; -Gestão de Requisitos; Também para a gestão de custos deverão ser previstas actividades no plano de projecto que permitam, a cada interação do ciclo, avaliar e manter o plano de custos. Caso existam alterações no projecto que impliquem alterações nos custos e/ou benefícios do projecto, p.e. contratação de novos colaboradores, o business case deve ser revisto e reavaliado.
41 7. Trabalho Futuros: Desenvolver actividades que permitam a gestão de custos durante todo o ciclo de vida do projecto de software. Essas actividades deverão ter como objectivo o correcto cumprimento do business case, bem como a sua manutenção. Desenvolver metodologias que permitam responder de forma correcta às seguintes questões: Que valores serão considerados como custo e/ou benefícios? Onde serão recolhidos esses valores? Que tipos de benefícios pertencem ao caso? Quais os valores desses benefícios?
42 Bibliografia: Miguel, Antonio Avaliação de Projectos Miguel, Antonio Gestão de Projectos de Software, 2ª edição Guia PMBOK, 3ª edição, versão portuguesa
43 KeyWords: Business Case; Analise Financeira; Avaliação de Projectos; PayBack Period; Cash flow;
44 Contactos:
1 Pay Back 2 Pay Back O período de recuperação é um critério de avaliação de projecto que atende apenas ao período de tempo que o projecto leva a recuperar o capital investido. Qualquer projecto de investimento
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