INVESTMENT RESEARCH. Panorama Diário QUINTA-FEIRA 20 DE SETEMBRO DE 2012 DIEGO SALDANHA CNPI. Analista de investimentos

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1 QUINTA-FEIRA 20 DE SETEMBRO DE 2012 INVESTMENT RESEARCH Analista de investimentos DIEGO SALDANHA CNPI

2 E o mundo aguardava, ansiosamente, a prévia da pesquisa sobre a indústria na China. É a pesquisa Flash PMI, o índice dos gerentes de compras das indústrias chinesas, podendo dar uma boa ideia do que vem pela frente, em termos de economia real e de dados oficiais. Não se trata de um dado oficial, tampouco é definitivo, mas já dá pistas. E veio. E veio ruim. Muitos esperavam já alguma retomada, com pelo menos um pouco de todos os pacotes de estímulo despejados pelo governo chinês. Mas não veio. A leitura veio pobre, ainda pior do que no mês anterior (na verdade, até um pouco melhor, mas o mês anterior acabou tendo seu próprio número corrigido para baixo, então...não ajuda muito, mesmo). No primeiro gráfico, algo já mostrando, quem sabe, uma tendência à estabilização. Abaixo da linha central é contração da indústria, de forma geral. O segundo gráfico dá conta da produção, propriamente. Em declínio. É que os estoques ainda cresceram, entre outras coisas você não produz mais enquanto seus estoques estiverem subindo, ainda que lentamente.

3 E, assim, Shanghai tem mais um tombo de -2,1%, arrastando consigo os mercados da Ásia. E os outros, também. E olha que as recentes rusgas entre China e Japão, que sempre estouram no lado econômico da coisa, ainda nem se revelaram nessas estatísticas ainda. Só na Bolsa, talvez. O fato é que, com isso, o Shanghai bate em pontos, nova mínima desde 2009 e perigosamente perto do patamar dos O que tem os pontos, afinal? Nada de especial. É que chama a atenção de todos. Psicologia. E tenderá a chamar a atenção do governo, aposta-se. Mesmo com a sempre tenebrosa sombra da inflação, alguma coisa se imagina que os grandes condutores do Estado chinês farão. Chama a atenção a diferença gritante entre os mercados na China e nos EUA, principalmente, que são a praça global mais adiantada mesmo com a recuperação medíocre, segundo o Fed. Acredite, se quiser. Nikkei do Japão também teve um dia ruim, com exportações anuais caindo - 5,8%. Agora já vai passando da hora de botar a culpa no tsunami. Ele já tem mais de 18 meses de idade. Agora é pra valer, Japão. Agora você está vendo o desaquecimento global na pele. Pelo menos, foi menor do que esperavam os analistas. Europa tem mais um dia de queda, depois de duas quedas e uma leve alta, a de ontem. Aliás, sempre leves quedas e leves altas nesses últimos dias, em uma espécie de aquietação depois dos eventos bombásticos das semanas

4 anteriores, quando tivemos importantes medidas do BCE, o BC europeu, o Fed, o BC dos EUA, e até da Corte Constitucional alemã. Até poderia-se pensar que fosse um processo natural. De repente, é, depois da vigorosa alta de mais de 33% na Europa. Mas o fato é que a economia ainda não dá sinais de respiro. Indústria de serviços e manufatura atingem a marca mínima em 39 meses da região do Euro, mostra um índice composto calculado pelo Instituto Markit de Londres. É o Flash PMI da Eurozone. Composto: serviços e indústria. Ruim: cai (linha azul), na frente do PIB (linha laranja) que, afinal, é sempre divulgado muito depois. E assim vão os mercados, emparelhados no vermelho. DAX com -0,40%, Milão -1,60%, Espanha -1,1%... Quer mais sinais ruins para o dia? Tem: futuros americanos em recuo, mesmo após a leve alta (mais uma) dos mercados por lá, commodities em recuo, e Euro já abaixo dos 1,3000. O detalhe mais macabro dessa recente onde talvez tenha sido ver o petróleo ter uma queda forte, há questão de três dias atrás, aparentemente sem motivo, levando-se, inclusive, à hipótese de que tivesse sido uma ordem

5 errada no sistema. Parece que não...ele estabilizou, mas continuou sua trajetória de queda. Olha com foi durante o dia de ontem: Porque isso é importante? Porque o período de rolagens nos contratos futuros americanos vai chegando ao fim e, com o dia de ontem, vendidos em petróleo, que diz-se a mão de todas as commodities, passam a deter a margem no jogo. Enquanto abaixo de 95 dólares, conforto para os vendidos. A real razão até não importa, mas, se você quiser, tem justificativa: a Arábia dizendo que pode aumentar a produção, os estoques nos EUA que vieram bem acima do estimado, a ameaça de usar as reservas estratégicas, as tensões no Golfo. Tem motivo para todos os gostos. Mas o que importa, de verdade, é que quem opera e entende de petróleo já vira, desde ontem, baixista num futuro imediato. Ainda pode mudar, é verdade, pois a margem é de apenas 3 dólares. Mas sinais são sinais. Eles aparecem para quem se dispõe a procurar. EUA, ontem:

6 Futuros, hoje: Ruim. Mesmo com as altas no mercado americano, a economia vai indo, indo...menos do que queria o Fed, com certeza, mas mais do que vemos no próprio Brasil, quem sabe. E sempre tem gente que canta a recessão que está vindo. Pode ser, pode não ser. Mas também chamou a atenção do mercado o recente guidance (perspectiva para os acionistas) da FedEx, prevendo ainda mais um pouco de céus turbulentos à frente. E o gráfico a seguir não deixa de ser interessante... Entregas de encomendas pela Fedex (em azul) vs. o PIB dos EUA (em laranja).

7 Comprados em índice ainda estão com uma leve vantagem nos EUA deixe que o mercado mostre o caminho, em vez de ficar apostando dinheiro em se os EUA vão mesmo entrar em recessão. Deixe o mercado mostrar que ficou, de fato, receoso de verdade com a economia. Por enquanto, ainda não. Aí está o período das rolagens nos contratos futuros para mostrar. Os próximos dias serão cruciais, atenção! INDV12. Fechamento em 19/09. 60MIN, DIÁRIO. Com praticamente 4 dojis em sequência, o mercado quer nos passar uma mensagem, agora não há como negar. Imagino que ela seria Estou indeciso, à espera de algo acontecer, e acho que esse algo está chegando. O doji é um sinal técnico de indecisão. De quem? De quem faz o mercado o grande player. Uma sequência deles...hummm... Veja no diário, à direita: depois de uma forte alta, uma pausa. Ora, para mais altas ou para a devolução de uma decisão ou perspectiva errada. É o que tenderemos a ver muito em breve. Os volumes aumentados de ontem já dão conta de que os players começam a se decidir. Vale notar que o resultado do mês de setembro, no mercado à vista, é de +8%, o que dá folga para a tradicional correção. Na prática, lucro no bolso. Lucro na Bolsa. (Gostou do trocadilho?). E o saldo dos estrangeiros, a despeito do dia vendedor de ontem, ainda é

8 largamente positivo, tanto no mês quando no ano. E a margem para os comprados, aqui no INDFUT, é bem larga: vem desde os pontos, de baixo para cima. Bem diferente do cenário nos EUA, onde a margem não é grande para os contratos que vencem em dez/12. É praticamente como pedir uma correção, assim, sem prejudicar ninguém... convidativo demais, embora possa nem ocorrer com tamanha magnitude. A sazonalidade de final de ano costuma se mostrar, via de regra, positiva para a Bolsa brasileira. Daí, talvez, os estrangeiros, principalmente, mostrando ímpeto em comprar para o médio prazo. MORNING CALL AO VIVO Todos os dias das 9:50h às 10:20h Via WebTV do Guiainvest ASSISTA AQUI

9 Disclaimer As informações financeiras utilizadas neste relatório foram obtidas diretamente das empresas analisadas e as estimativas e cálculos feitos pelo analista Diego Saldanha CNPI. Todas as informações foram obtidas de fontes públicas consideradas confiáveis e de boa fé, mas não foram independentemente conferidas e nenhuma garantia expressa ou implícita, é feita sobre sua exatidão, ou se a informação é completa. Este documento foi preparado pelo analista Diego Saldanha CNPI e está sendo fornecido exclusivamente com o objetivo de informar. As informações, opiniões, estimativas e projeções referem-se à data presente e estão sujeitas a mudanças como resultado de alterações nas condições de mercado, sem aviso prévio. Este documento não é uma oferta de venda ou uma solicitação para aquisição de ações ou qualquer ativo financeiro. Nenhuma parte deste documento pode ser (i) copiada, fotocopiada, ou duplicada de nenhuma forma, e por quaisquer meios, ou (ii) redistribuída sem prévio consentimento do autor. Instrução CVM 388/03. O analista declara que: 1) As recomendações indicadas nesse relatório refletem única e exclusivamente suas opiniões pessoais e foram elaboradas de forma independente e autônoma. 2) Não mantém vínculo com pessoas que atuem no âmbito da(s) companhia(s) analisada(s) nesse relatório. 3) Não possui valores mobiliários, que ultrapassem 5% de seu patrimônio pessoal, da(s) companhia(s) analisada(s) nesse relatório. 4) Não recebe remuneração por serviços prestados ou apresenta relações comerciais com a(s) companhia(s) analisada(s) nesse relatório, ou com pessoas físicas ou jurídicas, fundos ou universalidade de direitos que atuem representando o mesmo interesse da(s) companhia(s). 5) Sua remuneração não está atrelada à precificação de quaisquer valores mobiliários emitidos pela(s) companhia(s) analisada(s) nesse relatório.