Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER. Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Sem restrição.

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1 Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER Referência: / Assunto: Restrição de acesso: Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Sem restrição. Ementa: Demonstrativo. Recursos humanos Interesse pessoal Informação já entregue. Informação inexistente Acata-se a argumentação do recorrido Não conhecimento Recomendações. Indicar a possibilidade de recurso, prazo correlato e autoridade para a qual será dirigido. Garantir que a autoridade responsável por julgar o recurso em primeira instância seja diferente e hierarquicamente superior àquela que adotou a decisão inicial. Garantir que a autoridade responsável por julgar o recurso de segunda instância seja a autoridade máxima da instituição pública. Órgão ou entidade recorrido (a): Recorrente: Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN A.P.V.S. Senhor Ouvidor-Geral da União, 1. O presente parecer trata de solicitação de acesso à informação com base na Lei nº /2011, conforme resumo descritivo abaixo apresentado: RELATÓRIO Data Teor Pedido 30/12/ ) Solicito cópia do ato administrativo ou documento interno que autorizou o Serviço de Gestão de Pessoas do Instituto de Engenharia Nuclear a alterar meu cadastro no SIAPE, me transferindo da UORG IEN para a UORG SETQUA no mês de Dezembro de

2 Resposta Inicial 12/01/ ) Solicito cópia do organograma oficial do Instituto de Engenharia Nuclear, validado pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, conforme legislação em vigor. A seguir, dados de como ocorreu sua transferência, bem como os anexos: Em abril de 2012 a servidora A.P.V.S. foi removida da Divisão de Gestão de Infraestrutura para a Coordenação de Ensino - CENS. Naquela ocasião a CENS não existia na estrutura organizacional Oficial, razão porque os servidores daquela Coordenação constavam lotados na diretoria do IEN. Em maio daquele mesmo ano foi implementada a estrutura organizacional praticada e nessa a CENS passou ser o correspondente a Divisão de Reatores - DIREA, estando o SEADAC (estrutura praticada) a ela subordinada. Esclareço que o SEADAC corresponde ao SETQUA na estrutura Oficial. No mês de dezembro/14 ao emitir os avisos de férias (2015) observou-se inconsistência na lotação de alguns servidores, incluindo a reclamante, tendo sido essa a única motivação administrativa para sanar a mencionada inconsistência. Anexos: ATO legal da remoção da servidora - formulário "REMOÇÃO INTERNA"; Estrutura SIAPE - DECRETO nº5667/2006; Estrutura Organizacional do IEN (DE/PARA); Compromisso de Trabalho Anual 2012 e 2013 ( os gestores de avaliação foram nomeados como responsável pelo Setor de Qualidade do IEN); Portaria de nomeação dos gestores do Setor de Qualidade/Secretaria Acadêmica (J.A. e A.S.); Comprovante de lotação no SIAPE referente aos meses de novembro e dezembro/14 (novembro no IEN e dezembro no Setor de Qualidade). Atenciosamente, Serviço de Informações ao Cidadão SIC 22

3 Recurso à Autoridade Superior 12/01/20 15 Comissão Nacional de Energia Nuclear CNEN A estrutura organizacional que foi implementada em maio de 2012 por meio da Portaria IEN n 25 de 10 de Maio de 2012 extinguiu o SETQUA (Setor de Qualidade) e criou o SEADAC (Setor de Administração Acadêmica). Se o SETQUA foi extinto por uma portaria publicada em boletim de serviço, como me transferiram para este setor extinto? Se o SEADAC foi criado e eu de fato trabalho no SEADAC, por que minha UORG não é SEADAC? Como podem me responder que o SEADAC corresponde ao SETQUA na estrutura oficial se o SETQUA foi extinto? Outra coisa, o fato de minha chefia imediata receber FG referente ao Setor de Qualidade, não significa que eu trabalhe neste setor, como de fato não trabalho. Significa que a instituição não tomou as medidas legais cabíveis para oficializar o novo organograma, redefinindo novos setores e tarefas e comunicando aos órgãos competentes. Desta forma, minha solicitação não foi atendida, pois a resposta não levou em consideração a extinção do Setor para onde fui transferida e não me foi fornecido o organograma oficial, autorizado conforme legislação em vigor. A estrutura SIAPE fornecida corresponde a um Decreto de Se houve modificações em 2012, feitas pela Direção do IEN, esta estrutura está desatualizada. Resposta do 16/01/20 Em resposta ao recurso de 1ª instância, referente ao 23

4 Recurso à Autoridade Superior Recurso à Autoridade Máxima 15 16/01/20 15 seu pedido de número , levamos os questionamentos à direção do IEN, que prestou os seguintes esclarecimentos: "Voltamos a responder as questões da cidadã, procurando ser mais claros: 1) Não houve ato administrativo ou documento interno específico para a correção do cadastro da cidadã. Tal ato específico não é necessário, pois faz parte das atribuições e atividades rotineiras do Serviço de Gestão de Pessoas (SEGEP/IEN) manter os sistemas de gestão de pessoas em conformidade com a lotação dos servidores do IEN dentro da estrutura organizacional. Identificado o erro no cadastro, o SEGEP corrigiu o mesmo, em conformidade com suas atribuições. \z 2) Embora a documentação enviada anteriormente já atendesse à segunda questão da cidadã, entendemos que a organização das informações prestadas poderia ser melhorada de modo a facilitar a compreensão. Assim, produzimos o documento em anexo que contém a estrutura organizacional do IEN, com as respectivas UORGs conforme cadastradas no SIAPE." As informações recebidas não correspondem à solicitada. Inicialmente solicitei e continuo no aguardo das seguintes informações: 1) Solicito cópia do ato administrativo ou documento interno que autorizou o Serviço de Gestão de Pessoas do Instituto de Engenharia Nuclear a alterar meu cadastro no SIAPE, me transferindo da UORG IEN para a UORG SETQUA no mês de Dezembro de ) Solicito cópia do organograma oficial do Instituto de Engenharia Nuclear, validado pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, conforme legislação em vigor. 24

5 Na resposta à primeira pergunta, me foi fornecido um documento de remoção interna que prova a minha transferência das atividades de assessoria da DGIN para a Coordenação de ensino e me foi respondido o seguinte: Em abril de 2012 a servidora A.P.V.S. foi removida da Divisão de Gestão de Infraestrutura para a Coordenação de Ensino - CENS. Naquela ocasião a CENS não existia na estrutura organizacional Oficial, razão porque os servidores daquela Coordenação constavam lotados na diretoria do IEN. Em maio daquele mesmo ano foi implementada a estrutura organizacional praticada e nessa a CENS passou ser o correspondente a Divisão de Reatores - DIREA, estando o SEADAC (estrutura praticada) a ela subordinada. Esclareço que o SEADAC corresponde ao SETQUA na estrutura Oficial. No mês de dezembro/14 ao emitir os avisos de férias (2015) observou-se inconsistência na lotação de alguns servidores, incluindo a reclamante, tendo sido essa a única motivação administrativa para sanar a mencionada inconsistência. A resposta fornecida está correta quando afirma que fui removida da DGIN para a CENS. Isso ocorreu de fato e eu assinei o documento de remoção interna, tomando ciência desta transferência e sabendo que a CENS pertencia 25

6 à UORG IEN. A mesma resposta afirma que a CENS corresponde a DIREA, após a implementação, creio que informalmente, da estrutura organizacional praticada. Logo, o documento fornecido prova minha transferência da DGIN para a CENS( DIREA- UORG 386). Em Dezembro de 2014, o SEGEP alterou meu cadastro, me transferindo para o SETQUA. O que eu solicito é o ato administrativo ou documento interno que autorizou essa transferência da UORG IEN para a UORG SEADAC/SETQUA( UORG 368). O que me foi fornecido foi minha transferência da UORG IEN para a UORG DIREA/CENS(386). Além de tudo que eu relatei acima, o Senhor Diretor do IEN extinguiu o SETQUA desde maio de 2012 por meio da Portaria n 25 de 10 de Maio de 2012, fato que torna mais estranho esta transferência feita em Dezembro de 2014 e a atribuição de gratificação de qualidade, por exemplo, em Novembro de 2012 ao servidor A.S.S.L. Após meu recurso em Primeira instância, recebi a seguinte resposta referente à primeira solicitação de informação: "Voltamos a responder as questões da cidadã, procurando ser mais claros: 1) Não houve ato administrativo ou documento interno específico para a correção do cadastro da cidadã. Tal ato específico não é necessário, pois faz parte das atribuições e 26

7 atividades rotineiras do Serviço de Gestão de Pessoas (SEGEP/IEN) manter os sistemas de gestão de pessoas em conformidade com a lotação dos servidores do IEN dentro da estrutura organizacional. Identificado o erro no cadastro, o SEGEP corrigiu o mesmo, em conformidade com suas atribuições. Muito me estranha esta resposta, pois toda alteração de cadastro precisa ser autorizada e toda autorização é documentada. O crime de inserção de dados falsos em sistema de informações está previsto no artigo 313-A do Código Penal e a modificação ou alteração não autorizada em sistemas de informações também é crime previsto no artigo 313-B do Código Penal. É um crime praticado por Funcionário Público, que em função do cargo, insere, ou até mesmo facilita a inserção de dados falsos, ou ainda, modifica dados corretos do banco de dados da Administração Pública, obtendo vantagem para si ou para outrem, ou simplesmente para causar dano a alguma outra pessoa. E da maneira como foi feita, o SEGEP não fez o lançamento em conformidade com a estrutura organizacional. Partindo para a segunda solicitação, esta também não me foi atendida. A resposta que obtive do recurso foi a seguinte: 2) Embora a documentação enviada 27

8 Resposta do Recurso à Autoridade Máxima 23/01/20 15 anteriormente já atendesse à segunda questão da cidadã, entendemos que a organização das informações prestadas poderia ser melhorada de modo a facilitar a compreensão. Assim, produzimos o documento em anexo que contém a estrutura organizacional do IEN, com as respectivas UORGs conforme cadastradas no SIAPE." O documento anexo ao qual a resposta se refere possui em todas as UORG a caracterização de Oficial/interna. O que eu solicitei foi a cópia do organograma oficial do Instituto de Engenharia Nuclear, validado pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão( MPOG), conforme legislação em vigor. A estrutura organizacional validada pelo MPOG é única. Me foram fornecidas duas estruturas. Eu apenas quero a que foi validada pelo MPOG, pois esta é a única que vale na Administração Pública Federal. Qual das duas foi validada( a que realmente tem valor legal)? Segue resposta ao recurso de 2ª instância, subsidiada por informações do IEN e submetida à Direção da CNEN. "Complementando a resposta ao item 1: Como informado, não há um ato administrativo ou documento interno específico para a correção de cadastro de servidores. Faz parte das tarefas rotineiras do Serviço de Gestão de Pessoas (SEGEP/IEN) manter os Sistemas de Gestão de Pessoas em conformidade com a lotação dos servidores na 28

9 estrutura organizacional. Sistemas do governo, como o SIAPE, são acessados somente por servidores autorizados, com segurança digital garantida através de "token". Complementando a resposta ao item 2: A estrutura organizacional do IEN insere-se na estrutura organizacional da CNEN. É importante observar que a estrutura organizacional da CNEN não é definida por ato do Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão (MPOG), mas por atos da Presidência da República, do MCT e da própria CNEN: O Decreto nº 5667 da Presidência da República, de 10 de janeiro de 2006, que aprova a Estrutura Organizacional da CNEN limita-se, no caso do IEN, aos seguintes quantitativos para cargos em comissão: 1 DAS Diretor de Unidade 6 DAS Chefe de Divisão 13 DAS Chefe de Serviço O Regimento Interno da CNEN com a Estrutura Organizacional acima, vigente, foi aprovado pelo MCT, através da Portaria nº 305, de Complementando a estrutura organizacional da CNEN (e do IEN, em particular) a Diretoria de Gestão Institucional (DGI/CNEN) 29

10 estabeleceu, através da Portaria nº 66, de , os cargos referentes às funções gratificadas, em conformidade com o Decreto 5667/2006 mencionado acima. Recurso à CGU 26/01/20 15 É essa estrutura organizacional que encontrase cadastrada no SIAPE e que foi enviada à requerente." Estamos à disposição para quaisquer esclarecimentos. Venho por meio desta solicitar recurso, a fim de obter as seguintes informações: 1) Solicito cópia do ato administrativo ou documento interno que autorizou o Serviço de Gestão de Pessoas do Instituto de Engenharia Nuclear a alterar meu cadastro no SIAPE, me transferindo da UORG IEN para a UORG SETQUA no mês de Dezembro de ) Solicito cópia do organograma oficial do Instituto de Engenharia Nuclear, validado pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, conforme legislação em vigor. Esclareço agora a razão pela qual estou entrando com este recurso. Em dezembro de 2014, observei em meu contracheque que fui transferida da UORG IEN para a UORG SETQUA, não sendo comunicada sobre o fato. Solicitei então pelo SIC ato ou documento interno que autorizasse o Serviço de Gestão de Pessoas do IEN a alterar meu cadastro no SIAPE, realizando esta transferência. Informo inicialmente que trabalho no IEN, exercendo atividades de 210

11 ensino, atividades esta que, por não terem um setor específico, sempre foram atividades da Direção do IEN. Este é o motivo pelo qual estava na UORG IEN. Na primeira resposta que o IEN me deu, ele afirma que fui transferida em 2012 para a CENS (Coordenação de Ensino). Como a CENS não existia na estrutura oficial, fiquei na UORG IEN. Até aí a resposta é verdadeira e é por este motivo que eu deveria continuar na UORG IEN, pois continuo exercendo atividades de ensino. A partir daí, o IEN começa a me fornecer informações que não são verdadeiras, para tentar forçar um raciocínio e me conduzir de forma falaciosa à conclusão de que eu realmente deveria estar no SETQUA, sem me fornecer documento de remoção interna. A resposta fala ainda de uma estrutura organizacional implementada em maio de Essa estrutura se refere à Portaria DIEN número 25 de 10 de Maio de 2012, publicada no Boletim de Serviço número 9, página 22 (em anexo). Por esta Portaria, os senhores podem observar que ela extinguiu o SETQUA (Setor de Qualidade), setor para o qual me transferiram. Essa, inclusive, foi uma das razões de meu desespero, pois supostamente haviam me transferido para um setor extinto. Essa mesma Portaria criou o SEADAC. Por esta portaria e pelas minhas atividades, eu poderia estar lotada neste setor denominado SEADAC. Em consulta recente ao 211

12 Ministério do Planejamento, verifiquei que esta Portaria é ilegal, não possuindo valor, pois ela não foi aprovada conforme legislação vigente. Com base na informação de que a Portaria é ilegal, cheguei à conclusão de que o SETQUA existe, mas que eu não deveria estar lotada nele, pois eu não trabalho com qualidade e, sim, com atividades de ensino. O problema é que, pelo fato de o IEN não ter conseguido implementar oficialmente a criação do Setor de Administração Acadêmica, criaram uma estrutura fictícia interna e deram a gratificação do setor de qualidade para o meu chefe mais recente, servidor A.S.S.L. que também exercia atividades de ensino. Desviaram a gratificação do Setor de Qualidade para as atividades de ensino e, como fizeram isso, o Serviço de Gestão de Pessoas do IEN considerou que deveria fazer um ajuste e me colocar no SETQUA também. Desta forma, o IEN afirma não ter tal documento por mim solicitado, pois se trata apenas de um ajuste. Para mim, não houve ajuste algum, o que houve foi uma arbitrariedade, uma falha de raciocínio que ninguém assumiu o ato, pois até o momento não me foi fornecido quem autorizou esta transferência, pois não me foi fornecido o documento de remoção interna. Sinto-me prejudicada, por estar lotada em um setor que não faz parte de minhas atividades. Há uma 212

13 grande mentira na resposta fornecida pelo IEN, pois é afirmado que havia inconsistência em meu cadastro. Na verdade, a inconsistência estava na concessão da gratificação de qualidade ao servidor A.S.S.L. que exercia atividades de ensino e não de qualidade. Desta forma continuo no aguardo da informação de minha primeira pergunta, a fim de que eu possa ir atrás de meus direitos. A segunda pergunta considero respondida, principalmente após solicitação da informação ao MPOG. É o relatório. Análise 2. Quanto ao cumprimento do art. 21 do Decreto n.º 7.724/2012, observa-se que não consta da resposta que a autoridade que proferiu a decisão, em primeira instância, era hierarquicamente superior à que adotou a decisão inicial. A autoridade que julgou o recurso de segunda instância não foi o dirigente máximo do órgão/instituição. 3. No que tange os requisitos de admissibilidade, registre-se que o recurso foi apresentado perante a CGU de forma tempestiva e recebido na esteira do disposto no caput e 1º do art. 16 da Lei nº /2011, bem como em respeito ao prazo de 10 (dez) dias previsto no art. 23 do Decreto nº 7724/2012, nestes termos: Lei nº /2011 Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se: (...) 1o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Controladoria Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que 213

14 exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias. Decreto nº 7724/2012 Art. 23. Desprovido o recurso de que trata o parágrafo único do art. 21 ou infrutífera a reclamação de que trata o art. 22, poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à Controladoria-Geral da União, que deverá se manifestar no prazo de cinco dias, contado do recebimento do recurso. 4. Inicialmente, cabe esclarecer que os recursos sobre os quais a CGU tem competência para se pronunciar devem guardar aderência com uma das hipóteses descritas no art. 16 da LAI, que assim dispõe: Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se: I - o acesso à informação não classificada como sigilosa for negado; II - a decisão de negativa de acesso à informação total ou parcialmente classificada como sigilosa não indicar a autoridade classificadora ou a hierarquicamente superior a quem possa ser dirigido pedido de acesso ou desclassificação; III - os procedimentos de classificação de informação sigilosa estabelecidos nesta Lei não tiverem sido observados; e IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros procedimentos previstos nesta Lei. (...) 5. Há que se analisar, portanto, se houve, neste caso, negativa de acesso à informação não classificada como sigilosa por parte da instituição de ensino. O recurso dirigido à CGU se restringe à solicitação de cópia do ato administrativo ou documento interno que autorizou o Serviço de Gestão de Pessoas do Instituto de Engenharia Nuclear a alterar o cadastro da solicitante no SIAPE, realizando, assim, sua transferência da UORG IEN para a UORG SETQUA. O órgão recorrido informa que o mencionado documento não existe. É o que se depreende da resposta inicial, ratificada pelas demais instâncias: Não houve ato administrativo ou documento interno específico para a correção do cadastro da cidadã. Tal ato específico não é necessário, pois faz parte das atribuições e atividades rotineiras do Serviço de Gestão de Pessoas (SEGEP/IEN) manter os sistemas de gestão de pessoas em conformidade com a lotação dos servidores do IEN dentro da estrutura organizacional. Identificado o erro no 214

15 cadastro, o SEGEP corrigiu o mesmo, em conformidade com suas atribuições. 6. Cabe reconhecer, portanto, a impossibilidade de atendimento ao pedido, já que se trata de informação inexiste. Nesse contexto, vale citar a Súmula nº 6/2015, da Comissão Mista de Reavaliação de Informações, publicada em 27/01/2015: INEXISTÊNCIA DE INFORMAÇÃO A declaração de inexistência de informação objeto de solicitação constitui resposta de natureza satisfativa; caso a instância recursal verifique a existência da informação ou a possibilidade de sua recuperação ou reconstituição, deverá solicitar a recuperação e a consolidação da informação ou reconstituição dos autos objeto de solicitação, sem prejuízo de eventuais medidas de apuração de responsabilidade no âmbito do órgão ou da entidade em que tenha se verificado sua eliminação irregular ou seu descaminho. 7. Vale registrar que a Ouvidoria-Geral da União (OGU), órgão integrante da CGU, tem competência para receber, examinar e encaminhar reclamações, denúncias, sugestões e elogios referentes a procedimentos e ações de agentes, órgãos e entidades do Poder Executivo Federal. Uma vez que o pedido contém reclamação de ouvidoria, informo que é possível registrá-la em formulário eletrônico próprio, disponível em < com vistas a possibilitar o tratamento adequado à presente demanda por parte da Coordenação-Geral de Atendimento ao Cidadão (CGCID), a qual integra a estrutura da OGU. Após a submissão da reclamação pelo formulário, o cidadão receberá protocolo para acompanhamento de sua demanda. Conclusão 8. De todo o exposto, opina-se pelo não conhecimento do recurso interposto, visto que o documento solicitado, objeto do recurso à CGU, é inexistente. 215

16 9. Por fim, observa-se que o recorrido descumpriu procedimentos básicos da Lei de Acesso à Informação. Dessa forma, recomenda-se orientar a autoridade de monitoramento que reavalie os fluxos internos para assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso à informação, de forma eficiente e adequada aos objetivos da Lei de Acesso à Informação, em especial recomenda-se: a) Informar, desde a resposta inicial, a possibilidade de recurso, o prazo para propor o recurso e a autoridade competente para apreciá-lo; b) Que a Autoridade responsável por decidir o recurso de primeira instância seja diferente e hierarquicamente superior àquele que adotou a decisão inicial; c) Que a Autoridade responsável por decidir o recurso de segunda instância seja o dirigente máximo da entidade. MAÍRA LUÍSA MILANI DE LIMA Analista de Finanças e Controle 216

17 D E C I S Ã O No exercício das atribuições a mim conferidas pela Portaria n da Controladoria-Geral da União, de 22 de agosto de 2013, adoto, como fundamento deste ato, o parecer acima, para decidir pelo não conhecimento do recurso interposto, nos termos do art. 23 do Decreto 7.724/2012, no âmbito do pedido de informação nº / , direcionado à Comissão Nacional de Energia Nuclear CNEN. LUÍS HENRIQUE FANAN Ouvidor-Geral da União 217

18 PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Controladoria-Geral da União Folha de Assinaturas Documento: PARECER nº 263 de 11/02/2015 Referência: PROCESSO nº / Assunto: Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Signatário(s): GILBERTO WALLER JUNIOR Ouvidor Assinado Digitalmente em 11/02/2015 Relação de Despachos: aprovo. GILBERTO WALLER JUNIOR Ouvidor Assinado Digitalmente em 11/02/2015 Este despacho foi expedido eletronicamente pelo SGI. O código para verificação da autenticidade deste documento é: bdc9e93a_8d213f15ab7bfe9