Teoria Econômica II: Macroeconomia. Além, A.C., Macroeconomia, SP: Elsevier, 2010 Capítulo 3
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1 Teoria Econômica II: Macroeconomia Além, A.C., Macroeconomia, SP: Elsevier, 2010 Capítulo 3
2 Sistema Financeiro Monetário Composto por instituições financeiras que criam meios de pagamentos (MP): Banco Central: monopólio de emissão; banqueiro do governo; banco dos bancos; supervisor do sistema financeiro; executor da política monetária; e executor da política cambial e depositário das reservas internacionais; e Bancos Comerciais: instituições autorizadas a receber depósitos a vista e que multiplicam os meios de pagamentos por meio de empréstimos. Sistema Financeiro Não Monetário Demais instituições financeiras (que não criam meios de pagamentos) ex. bancos de investimento, bancos de câmbio, bancos de desenvolvimento, cooperativas de crédito, corretoras, seguradoras, fundos de pensão. 04/07/2019 2
3 Funções da Moeda Meio de Pagamento (intermediário de troca) Unidade de Conta (padrão monetário) Reserva de Valor (carrega poder de compra no tempo) Características da Moeda Indestrutível, inalterável, homogênea, divisível, transferível, manuseável e transportável. 04/07/2019 3
4 Evolução da Moeda Moeda-mercadoria (gado, tecido, arroz, sal) Metalismo (cobre, bronze, ferro, prata e ouro cunhagem) Moeda-papel (certificado de depósito em casas de custódia) Papel-moeda (moeda fiduciária) Moeda bancária (escritural depósitos a vista) 04/07/2019 4
5 Conceitos relevantes Papel Moeda Emitido: PME Reservas totais: RT = RBCe + RBCv + RBCc Base Monetária: BM = PME + RBCv + RBCc Papel Moeda em Poder do Público: PMPP = PME RBCe = BM RT Meio de Pagamento: MP = PMPP + DV 04/07/2019 5
6 II.3 - Base monetária e componentes Saldos em final de período R$ milhões Período Base Papel-moeda Reservas monetária emitido bancárias 1/ 2017 Dez Dez II.8 - Meios de pagamento e componentes Saldos em final de período R$ milhões Período Meios de Papel-moeda Depósitos pagamento em poder do à vista 2/ público 1/ 2017 Dez Dez / Inclui as reservas bancárias livres e compulsórias sobre recursos à vista das instituições financeiras. Recursos à vista = depósitos à vista, recursos em trânsito de terceiros, cobrança e arrecadação de tributos e assemelhados, cheques administrativos, contratos de assunção de obrigações - vinculados a operações realizadas no país, obrigações por prestação de serviços de pagamento e recursos de garantias realizadas. 1/ Papel-moeda emitido menos caixa do sistema bancário. 2/ Não inclui depósitos especiais do Tesouro Nacional, depósitos obrigatórios, depósitos para investimentos decorrentes de incentivos fiscais, depósitos vinculados e saldos credores em contas de empréstimos e financiamentos. 3/ Os meios de pagamentos M1, M2, M3 e M4 foram revistos, com a nova série retroagindo a dezembro de A revisão ocorreu por atualizações metodológicas e melhor adaptação aos padrões internacionais. Fonte: BCB 04/07/2019 6
7 Agregados Monetários (por sistema emissor) Meios de Pagamentos (MP): M1 = PMPP + DV MP Ampliado: M2 = M1 + Depósitos a Prazo (depósito remunerado, poupança, CDBs) MP Ampliado: M3 = M2 + Quotas de Fundos de Renda Fixa + Compromissadas Títulos Públicos (Selic) Poupança Financeira: M4 = M3 + Títulos Públicos Federais, Estaduais e Municipais Liquidez Grau de conversibilidade dos ativos em MP risco de perda e tempo. 04/07/2019 7
8 Meios de pagamento ampliados 1/ Saldos em final de período R$ Milhões Período M1 Depósito Títulos Privados emitidos pelo SFN M2 Quotas de Operações Operações M3 Títulos M4 de Depósitos Letras Letras de Outros 3/ fundos compromis- Compromisfederais 6/ Poupança a Prazo Financeiras Crédito 2/ monetários sadas com sadas com (Selic) títulos títulos federais 4/ privados 5/ 2016 Dez Dez Dez* / Referem-se a haveres em poder do público não-financeiro, residentes no País. Exclui ativos em poder das instituições financeiras emissoras de moeda e dos fundos de investimentos. 2/ Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e Letras de Crédito Imobiliárias (LCI). 3/ Incluem outros títulos, como aceites de letras de câmbio, letras hipotecárias, letras imobiliárias e certificados de operações estruturadas. 4/ Referem-se a títulos federais adquiridos pelo público não-financeiro em operações compromissadas. 5/ Referem-se a títulos privados adquiridos pelo público não-financeiro em operações compromissadas. * Dados preliminares. Fonte: BCB 04/07/2019 8
9 Bancos Comerciais 04/07/2019 9
10 Banco Central BM = PMPP + RT = Ativo BCB Passivo NM BCB BM = Ativo BCB Passivo NM BCB 04/07/
11 Sistema Monetário Consolidado Base Monetária BM = PMPP + RT = Ativo BCB Passivo NM BCB BM = Ativo BCB Passivo NM BCB Exemplos Ampliação das reservas internacionais (+) Venda de títulos do TN pelo BCB (Open Market) (-) Resgate de depósito a prazo para conta-corrente (0) 04/07/
12 Sistema Monetário Consolidado MP = PMPP+ DV = Ativo SM Passivo NM SM MP = Ativo SM Passivo NM SM 04/07/
13 Sistema Monetário Consolidado Meios de Pagamentos MP = PMPP+ DV = Ativo SM Passivo NM SM MP = Ativo SM Passivo NM SM Exemplos Venda de dólares creditada na conta corrente do exportador (+) Transferência da conta-corrente para poupança (-) Pagamento de salários aos empregados por parte de empresa (0) 04/07/
14 Modelo do Multiplicador Monetário Oferta de moeda potencial a partir do poder dos bancos comerciais de criar moeda por meio da captação de depósitos a vista e concessão de empréstimos. MP = m.bm = m.(mp DV + RT) m = MP / BM = 1 / [1-d(1-R)] d = DV/MP R = RT/DV 04/07/
15 Modelo do Multiplicador Monetário m = MP / BM = 1 / [1-d(1-R)] d = DV/MP R = RT/DV BM e m => MP d e R => m Ex. d = 0,55 e R = 0,25 então m = 1,7 04/07/
16 A política monetária pode ser definida como o uso de instrumentos por parte do Banco Central para o controle da oferta de moeda, das taxas de juros e das condições de crédito de forma a atingir objetivos de política econômica. Objetivos finais de política monetária Metas Intermediárias Metas Operacionais Instrumentos Clássicos de Política Monetária Inflação Nível de atividade econômica Taxa de desemprego Estabilidade do sistema financeiro Taxa de juros de longo prazo Agregados monetários Taxa de juros de curto prazo Reservas Bancárias Recolhimentos compulsórios Redesconto de liquidez Operações de mercado aberto 04/07/
17 Mercado de Reservas Bancárias (Brasil) Os bancos com carteira comercial mantêm recursos junto ao Banco Central em uma espécie de conta corrente denominada conta Reservas Bancárias. É por meios destas contas que são realizadas as transações entre os bancos e entres estes e o Banco Central. As trocas de reservas feitas com lastro em títulos públicos são negociadas e registradas na Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia), sendo remunerado por uma taxa Selic. Fonte: BCB, 2014, FAQ, p /07/
18 Mercado de Reservas Bancárias (Brasil) A taxa Selic e a me dia das taxas de juros praticadas nas operações compromissadas (compra com compromisso de revenda) de prazo de um dia útil com títulos públicos federais registrados no Selic. As trocas de reservas feitas com títulos privados são efetuadas e registradas na CETIP ( Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos Privados, atualmente Mercados Organizados ), sendo então remuneradas por uma taxa DI-Cetip. A taxa DI e a me dia das taxas de juros praticadas nos depósitos interfinanceiros com prazo de um dia útil e que não envolvam instituições financeiras do mesmo grupo. Fonte: BCB, 2014, FAQ, p /07/
19 Instrumentos de Política Monetária Reservas compulsórias: proporção dos depósitos dos Bancos Comerciais que devem ser mantidos em espécie junto ao Banco Central, para assegurar liquidez mínima do sistema e para controle da disponibilidade dos meios de pagamento. Operações de redesconto: empréstimos concedidos pelo Banco Central à pedido dos Bancos Comerciais, para sanar problemas de liquidez individual e transitório, contra a cobrança de uma taxa de redesconto. 04/07/
20 Instrumentos de Política Monetária Operações de open-market: compra e venda de títulos públicos (compromissadas e definitivas), com objetivo de ampliar/reduzir a base monetária e os meios de pagamentos ou aumentar/reduzir a taxa de juros básica da economia. Controle de Crédito: medidas direcionadas para influenciar o volume, a taxa de juros, os prazos e a destinação dos empréstimos bancários. Influencia diretamente as condições dos empréstimos bancários direcionados. 04/07/
21 Relações Financeiras Relações financeiras são estabelecidas sempre que um agente econômico é capaz de transferir o comando sobre recursos para terceiros, contra o reconhecimento de uma obrigação (e de seu serviço) por parte do beneficiário. Esta transferência habilita o beneficiário a implementar planos de gasto que seriam inviáveis em qualquer outra circunstância. Ela serve, assim, para viabilizar a separação entre quem possui comando sobre a renda social e quem vai utilizá-la efetivamente. 04/07/2019 Carvalho, F. (2015), cap
22 Mercados Financeiros Forma de participação da instituição financeira Intermediado: instituições financeiras assumem obrigações para tomar recursos e repassam via crédito para os tomadores finais (ex. bancos comerciais captam depósitos e realizam empréstimos). Desintermediado: emprestador assume o risco de crédito e negocia diretamente com o tomador final, enquanto a instituição financeira limita-se ao serviço de corretagem. 04/07/2019 Carvalho, F. (2015), cap
23 Mercados Financeiros Objeto de transação Recursos: transferência de comando sobre recursos contra promessa de pagamento de acordo com condições e termos de contrato. Risco (derivativos): contratos cujo valor deriva de outros contratos e o objeto negociado são riscos (a termo, futuro, opção, swap). A possibilidade de transferir riscos (hedge, especulação, arbitragem, alavancagem) facilita muitas vezes a negociação de recursos. 04/07/2019 Carvalho, F. (2015), cap
24 Mercados Financeiros Forma de transação e contrato Crédito: transações personalizadas intermedias por instituição financeira que assume risco e cobra spread. Títulos: transações padronizadas desintermediadas mercado monetário e mercado de capitais títulos de propriedade (ações) ou dívida público ou privado (CDB, CP, LCA, debêntures); pré ou pós fixados. Mercado de Câmbio: envolve troca de moeda nacional por moeda estrangeira. 04/07/2019 Carvalho, F. (2015), cap
25 Mercados Financeiros Forma de transação e contrato Derivativos: instrumentos cujo valor depende de outros ativos e são utilizados, em geral, para gerenciar riscos. Fundos de Investimento: condomínio que reúne recursos de um conjunto de investidores (cotistas) com o objetivo de rentabilizá-los através da aquisição de uma carteira de títulos ou valores mobiliários no mercado financeiro. A carteira de títulos, em geral, possui algum grau de diversificação e é administrada por gestores profissionais. BMFBOVESPA. APO_PQO_V2.Completa.pdf (2012) 04/07/
26 Mercados Financeiros Participação de Terceiros Mercado Primário: empresas ou governos emitem títulos e valores mobiliários para captar novos recursos Mercado Secundário: títulos previamente emitidos são negociados com troca de titularidade, mas sem envolver o emissor liquidez ao mercado 04/07/2019 Carvalho, F. (2015), cap
27 Mercados Financeiros Grau de acesso a interessados Mercado público: qualquer participante têm mesmas condições em todas as negociações ex. pregão de bolsa de valores Mercado privado: transações realizadas diretamente por meio de acordo entre partes envolvidas ex. operações de balcão derivativos. 04/07/2019 Carvalho, F. (2015), cap
28 Principais Inovações Recentes Securitização e ressecuritização Transformações de operações de cre dito ativos relativamente ilíquidos (empre stimos, financiamento imobiliário, de automóveis) em operações de mercado de títulos mobiliário líquidos, vendidos, em geral, a um investidor institucional (fundo de pensão, fundo de investimento), que irá assumir o risco e receber o retorno pelo serviço da dívida originalmente criada pelo intermediário. Neste processo, as instituições financeiras voltam a dispor de recursos para retomar o processo de cre dito. A ressecuritização consiste na transformação de títulos securitizados em lastro para outros títulos securitizados. Carvalho, F. (2015), cap /07/
29 Principais Inovações Recentes Veículos de securitização (Brasil) Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDCs) Sociedades de Propósito Específico (SPEs) Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs). 04/07/
30 Principais Inovações Recentes Veículos de securitização (EUA) ABS (Asset-Backed Securities) títulos lastreados em cartão de crédito e financiamento de automóveis e MBS (Mortgage-Backed Securities) lastreados em hipotecas são títulos de crédito securitizados com variedade de estrutura (taxa de juros, fluxo de pagamentos, classes de riscos). MBS, por exemplo, podem ser ressecuritizado, dando origem ao CDO (Collateralized Debt Obligations / Obrigação de Dívida Colateralizada), que são títulos lastreados em MBS. 04/07/
31 04/07/2019 Torres Filho, E.T. & Borça Jr, G.R. (2008) 31
32 Principais Inovações Recentes Derivativos e o Credit Default Swap (CDS) O Credit Default Swap (CDS) assemelha-se a um contrato de seguro, pelo qual uma instituição compromete-se a comprar o crédito em poder do banco em caso de default, em troca do pagamento de um prêmio. 04/07/2019 Carvalho, F. (2015), cap
33 Principais Inovações Recentes 04/07/2019 Extraído de cenas do filme Inside Job 33
34 Principais Inovações Recentes 04/07/2019 Extraído de cenas do filme Inside Job 34
35 Principais Inovações Recentes 04/07/2019 Extraído de cenas do filme Inside Job 35
36 Externalidades Externalidade positiva Operações financeiras ampliam o potencial da cadeia de transações de compra e venda maior dinamismo à economia. Externalidade negativa Risco de crises sistêmicas, dada a interligação entre instituições financeiras, em caso de corrida bancária. Assimetria de informação Bancos e clientes têm condições diferentes de acesso às informações envolvidas nas transações financeiras relativas a risco e retorno. 04/07/
37 Regulação Prudencial A regulação prudencial tem como objetivo, justamente, estabelecer regras para o funcionamento das instituições financeiras, procurando limitar a possibilidade de exposição a risco e logo as chances de colapso. Regulação de Balanço: foco no risco de liquidez (passivo do banco) e acompanhamento de indicadores quantitativos baseados em reservas. Coeficiente de Capital (acordos de Basileia): comprometimento do capital do próprio banco em função dos riscos assumidos (crédito, mercado, liquidez e operacional) autoregulação, supervisão e disciplina de mercado. Necessidade de regras internacionais de regulação, integradas em termos de instituições (bancos, fundos, seguradoras) e mercados (crédito, capitais, derivativos). 04/07/
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