1. Moeda e o Sistema Monetário
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- Isaque Botelho Dreer
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1 1. Moeda e o Sistema Monetário 1.2 Funções típicas dos Bancos Centrais Bibliografia Carvalho, F. (2015), cap. 2 BCB (PMF 11) 1
2 Origem dos Bancos Centrais Origens dos primeiros Bancos Centrais Desenvolvimento gradual em resposta à instabilidade dos incipientes sistemas financeiros europeus dos séculos XVI, XVII e XVIII decorrente das emissões em excesso, que geram risco de processo inflacionário e de corrida bancária. Legitimadas pelo Estado, algumas instituições privadas começaram a concentrar certas funções de banco central, assumindo, inicialmente, o direito de emissão e absorvendo, progressivamente, as funções de banqueiro do estado, depositário das reservas de outros bancos e prestamista de última instância. Primeiros bancos estatais: Banco de Amsterdã (Holanda, 1609) Riksbank (Suécia, 1656) Banco da Inglaterra (Inglaterrra, 1694) criado para emprestar dinheiro ao Governo, obtendo o privilégio da emissão de notas bancárias. BCB, PMF 11, p.3 2
3 Origem dos Bancos Centrais Origens dos primeiros Bancos Centrais Banco Central: surge com configurações próximas às dos bancos centrais atuais na maior parte dos países industrializados no final do século XIX ou na primeira metade do século XX. Ex. Federal Reserve System (FED) (EUA, 1913) criado para facilitar desconto de títulos comerciais e realizar inspeções em bancos privados. Existem críticas ao banco central estatal, por se tornarem reféns dos governos, gerando ameaças inflacionárias. Para os defensores do Banco Central independente, a verdadeira função do Banco Central seria perseguir a estabilidade de preços, o que é alvo de controvérsia. (Carvalho, F.C., 2015, s.2.1) O Banco Central do Brasil (BCB) foi criado em e assume o monopólio da emissão de moeda a partir da Constituição Federal de BCB, PMF 11, p.3-4 3
4 Emissor de papel-moeda e controlador de liquidez O Banco Central detém o monopólio de emissão de papel-moeda e de cunhagem de moedas metálicas, além de controlar a liquidez da economia por meio do controle da base monetária e da influência sobre a criação de meios de pagamentos. (Carvalho, F.C., 2015, s.2.1) O BCB atende às necessidades de numerário do sistema bancário e do público por meio dos mecanismo de emissão/recolhimento monetário (vale notar que a CMB apenas fabrica o numerário). Adicionalmente, o BCB controla a liquidez da economia mediante o uso dos instrumentos de política monetária, como o recolhimento compulsório, redesconto e operaçõesde mercado aberto. Em 1986, teve início o processo de reorganização das contas que ligavam as operações do BCB, do BB e do Tesouro Nacional, tendo ocorrido o fim da conta movimento que unia o BCB e o BB. Este processo foi concluído em BCB, PMF 11, p.6-7 4
5 Banqueiro dos bancos O Banco Central é responsável pela compensação de cheques, realiza o transporte de cédulas e moedas metálicas, mantém parte das reservas dos bancos e funciona como emprestador de última instância, concedendo empréstimos ou realizando redesconto de títulos para as instituições financeiras com dificuldade de liquidez, com o objetivo de zelar pela saúde do sistema financeiro. (Carvalho, F.C., 2015, s.2.1) 5
6 Banqueiro dos bancos Na sua relação com as instituições financeiras, o BCB presta serviços e realiza operações tais como: a) manter contas nas quais são depositadas as reservas voluntárias e compulsórias do sistema bancário (Contas de Reservas Bancárias); b) fornecer crédito a instituições com necessidades transitórias de liquidez; c) intervir, em casos de problemas maiores, como prestamista de última instância; d) atuar como vigilante do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) e operador do Sistema de Transfere ncia de Reservas (STR). BCB, PMF 11, p.7 6
7 Regulador do Sistema Monetário e Financeiro Cabe aos Bancos Centrais regular e supervisionar as operações das instituições financeiras, com o objetivo de proteger os clientes, assegurar a liquidez e solvência dos bancos e a estabilidade e eficiência do sistema financeiro. Para tanto, o Banco Central, em geral, administra o número de participantes, exige a disponibilidade de capital mínimo por parte de cada instituição, estabelece limites para certas operações e restringe os tipos de operação que podem serrealizadas porcada instituição. Para assegurar o cumprimento da regulação, o Banco Central realiza inspeções regulares e pode intervirnas instituições maladministradas. (Carvalho, F.C., 2015, s.2.1) 7
8 Regulador do Sistema Monetário e Financeiro O BCB atua no sentido de regular e supervisionar o Sistema Financeiro Nacional (SFN) e as demais entidades por ele autorizadas a funcionar, com vistas à sua crescente eficiência, zelando por sua liquidez e solvência e buscando a adequação dos instrumentos financeiros. O presidente do BCB integra o CMN, o órgão deliberativo máximo do SFN. O CMN estabelece as políticas e os regulamentos básicos que dirigem o funcionamento do mercado financeiro e as atividades das instituições financeiras, e fundamenta suas decisões nas recomendações apresentadas pelo BCB. (Resoluções, Circulares, Cartas-Circulares, Comunicados) BCB, PMF 11, p.18 8
9 Regulador do Sistema Monetário e Financeiro A regulação, como foi visto, estabelece, por exemplo, o número de participantes, capital mínimo, liquidez, restrição de atividades, concentração de carteira e controle de crédito. A atividade de supervisão, por sua vez, desenvolve-se de modo direto vistoria nas instituições para verificar sua solidez e observância dos aspectos legais e regulamentares das operações, registros e controles e de modo indireto quando ocorre internamente, com uso das informações prestadas pelas instituições ao BCB, utilizando-se da fixação prévia de parâmetros operacionais e de desempenho. Cabe ao BCB supervisionar mais de duas mil instituições, que possuem mais de 20 mil dependências. A supervisão faz ainda o acompanhamento, em trinta e oito países, das dependências de bancos brasileiros no exterior. BCB, PMF 11, p
10 Banqueiro do governo O Banco Central mantém em carteira títulos emitidos pelo Tesouro Nacional com o propósito de executar a política monetária e recebe os recursos tributários e não-tributários, que só podem ser movimentados por ordem do Tesouro. O governo é o agente econômico com maiores receitas e despesas, portanto, o controle das contas do tesouro pelo Banco Central é fundamental para regular o crédito e os agregados monetários. BCB, PMF 11, p.15 10
11 Banqueiro do governo Apesar de a origem desta função estar relacionada ao direito de emissão do banco central e compromisso de empréstimos ao governo, o que não ocorre mais, o banco central atualmente continua como o principal banqueiro do governo, pois detém suas contas mais importantes, participa ativamente do manejo do seu fluxo de fundos, atua em nome do TN nos leilões de títulos públicos federais e é o depositário e administrador das reservas internacionais do país. No passado, o banco central realizava a concessão de créditos de curto prazo a título de antecipação de receitas futuras de impostos e o financiamento de déficits fiscais. Modernamente esses ajustes e financiamentos são feitos via colocação de títulos pelos tesouros. A separação de contas do BCB e do Tesouro Nacional visou principalmente estabelecer com clareza as diferenças institucionais entre a condução das políticas monetária e cambial e a execução da política fiscal. BCB, PMF 11, p.16 11
12 DepositáriodeReservas Internacionais O Banco Central é detentor da maior parte das reservas internacionais do país, mantidas em seu ativo como estoque de moedas estrangeiras. A disponibilidade de divisas é importante para fazer frente aos compromissos a saldar em moeda estrangeira (evitando eventual moratória) e para viabilizar a intervenção do Banco Central no mercado de câmbio. (Carvalho, F.C., 2015, s.2.1) 12
13 DepositáriodeReservas Internacionais A responsabilidade pela normatização das operações da política cambial, das reservas e das demais atribuições da área financeiraexterna é docmn. A execução da política cambial cabe ao BCB. Para isso, o BCB mantém ativos em ouro, títulos e moedas estrangeiras para atuação nos mercados de câmbio, que compõem as reservas internacionais do País, de forma a contribuir para a sustentabilidade das contas externas do País, bem como evitar volatilidade excessiva da moeda, de acordo com as diretrizes da política econômica. BCB, PMF 11, p.25 13
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