Marta monopoliza a atenção na Copa

Transcrição

1 O BOLETIM DO MARKETING ESPORTIVO O F E R E C I M E N T O DO NÚMERO DO DIA EDIÇÃO TERÇA-FEIRA, 25 / JUNHO / mi de reais foi o quanto o Comitê Organizador da Copa América arrecadou de bilheteria nos 18 jogos da fase inicial do torneio Marta monopoliza a atenção na Copa POR ERICH BETING Ela foi desfalque por lesão na primeira partida. Marcou só dois gols em cobranças de pênalti. Esteve longe de repetir o desempenho de Mundiais anteriores. Mas, sob todos os aspectos, a participação brasileira na Copa do Mundo de 2019 foi monopolizada por Marta, que liderou o time fora de campo. A participação brasileira no Mundial da França foi encerrada com uma entrevista de Marta à beira do campo, conclamando as jogadoras da nova geração a assumirem a responsabilidade de levar o futebol feminino para frente. Naquele momento, Band e Globo somavam cerca de 35 pontos de audiência. Uma das maiores registradas pelo futebol este ano e uma das melhores da história do futebol feminino. O recado dado para quase todo o Brasil foi só mais um dos capítulos da história 1

2 escrita pela camisa 10 da seleção brasileira neste Mundial. Do começo ao fim, Marta foi o centro das atenções de uma Copa que poderia apontar um novo rosto para ser protagonista no Brasil, mas que acabou sendo ofuscado pela Rainha. Fora do jogo de estreia na Copa por lesão, ela foi a campo na segunda partida. E, desde então, suas atitudes dentro e fora do campo renderam a ela o topo dos comentários no Twitter, de buscas no Google e de repercussão em outras redes. Quando fez seu gol de pênalti contra a Austrália, Marta começou a mostrar que não estava na França apenas para jogar futebol. Ela fez o gol e apontou para a chuteira preta, coberta com o símbolo do movimento "GoEqual", que pede a equidade de gêneros. Foi o começo de uma saga dela para levantar bandeiras. No jogo seguinte, diante da Itália, ela mostrou a força de sua marca. Entrou em campo com um batom de cor roxa, chamativo. O produto é o novo lançamento da Avon, patrocinadora da atleta. Ela marcou um gol e se tornou artilheira máxima de Copas do Mundo da Fifa, com 17 gols. Durante a partida, porém, as buscas na internet eram muito mais a respeito do batom que ela usava. Após o jogo, na entrevista em rede nacional, Marta não titubeou. Afirmou que o batom era ótimo, que não saía mesmo com ela atuando 90 minutos de um jogo. Propaganda certeira, driblando norma da Fifa que não permite patrocínio pessoal em campo. Após a eliminação do Brasil, Marta também virou o centro das atenções ao dizer que as atletas precisam aprender a "chorar primeiro e sorrir depois". Uma crítica indireta à relaxada preparação brasileira. Para quem, pré-copa, só tinha apoio da Brahma, Marta mostrou que ainda é o rosto a levar adiante o futebol feminino. DERROTA BRASILEIRA DÁ RECORDE A GLOBO REAL COMPRA TIME FEMININO E JOGARÁ ESPANHOL A eliminação brasileira na Copa rendeu alto para as emissoras de TV. A Globo alcançou em São Paulo média de 32 pontos no jogo com a França, 11 pontos a mais do que a média do último mês, com jogos do Brasileirão. No Rio, o número foi de 30 pontos, 6 acima da média. A Band, por sua vez, teve queda na audiência do torneio. Se, na partida entre Suécia e Estados Unidos a emissora chegou a marcar 8 pontos, no duelo brasileiro a média ficou em cerca de 4 pontos na medição do Ibope. O Real Madrid anunciou que terá, a partir da próxima temporada, um time na Liga Iberdola, torneio que é o Campeonato Espanhol feminino. O clube chegou a um acordo para comprar o CD Tacón, que neste ano subiu para a primeira divisão espanhola. O plano original do Real era criar um time e ir subindo de divisão desde a base. Ao comprar o time por 500 mil euros, porém, o projeto foi antecipado. A federação espanhola anunciou que investirá 20 milhões de euros no futebol feminino no próximo ano, sendo 6,5 milhões na seleção e o restante em competições. A Liga Iberdola dá vaga para a Champions League.

3 OPINIÃO Brasil mostra atraso no futebol feminino POR DUDA LOPES diretor de novos negócios da Máquina do Esporte O Brasil tem sido forte no futebol feminino nas últimas décadas. Mas, de Sissi a Marta, a bola tem entrado por acaso. Craques surgem no país graças à alta popularidade do esporte, não por um processo profissional. Agora, a situação ficou mais clara. Enquanto outros países evoluíram muito na modalidade, a seleção parece ter ficado para trás, no velho talento espontâneo. A derrota para a França mostrou que os bons talentos do Brasil continuam em alta, mas há enormes problemas com o futebol feminino nacional. Ao longo da competição, por exemplo, ficou claro que, fisicamente, as atletas do país estavam abaixo de suas rivais, sinais de estrutura falha e, claro, de jogadoras veteranas sem um processo de renovação. Além disso, se Marta reinava sozinha havia alguns anos, a Copa do Mundo mostrou que outros países também têm desenvolvido boas jogadoras. O problema é que o futebol feminino foi deixado totalmente de lado pela CBF ao longo dos anos. Apenas recentemente Eliminada, seleção nacional mostrou a entidade tem demonstrado uma maior preocupação com a modalidade, com o desenvolvimento de torneios profissionais e de base. Em 2016 foi criada uma pasta na confederação focada na modalidade. O Campeonato Brasileiro existe desde 2013, apenas. A Liga dos Campeões, na Europa, é de É muita diferença. Basicamente, até recentemente não havia no Brasil nenhum tipo de estrutura. Com times pontuais, não havia trabalho de base, calendário e muito menos um plano comercial para a modalidade. Na verdade, é incrível o sucesso alcançado pela seleção brasileira até este momento. O futebol feminino, proibido no Brasil até o fim da década de 1970, nunca foi visto com bons olhos pela gestão de esporte no país. Por anos, era considerado algo sem interesse de público. Mesmo mais recentemente, o esporte sempre foi colocado como uma questão mais social do que comercial. E nunca foi para frente. Essa é a grande mudança que todos puderam ver na Copa do Mundo deste ano. O futebol feminino não é secundário. Público, patrocinadores e mídia provaram que este é sim um grande produto. O que significa que, no Brasil, a cada ano em que ele é deixado de lado, fica um mercado com enorme potencial sem exploração. Hoje, não pensar no futebol feminino é uma maneira de deixar de ganhar dinheiro com esporte. O Brasil começa a levar o futebol feminino a sério com enorme atraso, mas, com um nível mínimo de profissionalismo, a tendência é que ele finalmente deslanche. a diferença que faz um mercado mais bem desenvolvido para o esporte

4 Bradesco volta ao esporte com Gabriel Medina POR REDAÇÃO BARCELONA PODE PERDER TRÊS APORTES NA PRÓXIMA TEMPORADA O Barcelona pode perder os patrocínios de três empresas na próxima temporada. Segundo o site Palco23, a Gillette, a montadora Audi e a fabricante de pneus Lassa não renovarão com o clube catalão. Audi e Gillette não concordaram em dobrar o valor pago pelo patrocínio, que iria para 10 milhões de euros anuais. Já a empresa turca de pneus justificou a crise econômica local para deixar o patrocínio. Além disso, o turco Arda Turam já não defende o clube. O banco Bradesco voltou a investir num novo projeto de esportes desde o final dos Jogos Olímpicos. O banco, que patrocina as confederações de judô, rúgbi e vela acertou um contrato de patrocínio com o surfista Gabriel Medina. O contrato com o atleta "estreou" no domingo, com Medina sendo o rosto da nova campanha publicitária do banco. Uma das maiores esperanças de medalha do Brasil na estreia do surfe dentro do programa olímpico, no ano que vem, em Tóquio, ele encarnou o papel de representante da geração millenial no relacionamento com o Bradesco. Batizado de "Sou do Tempo", o vídeo mostra como o banco tenta atender as necessidades de todas as gerações de clientes. Nele, há cenas de Medina surfando ao mesmo tempo que aparecem algumas funcionalidades digitais do Bradesco. A assinatura final traz os dizeres "Pra uma geração inquieta como a nossa, e para todas as outras, um banco que não para". "O Gabriel tem níveis incríveis de recall e admiração em públicos variados. Sua trajetória vitoriosa de disciplina e persistência inspira a todos, em especial o público mais jovem como ele, de uma geração hiperconectada, criativa e extremamente digital. A parceria tem total sinergia com o momento da marca", explicou em comunicado à imprensa Márcio Parizotto, diretor de marketing do Bradesco. Atualmente, Medina também tem aportes de marcas como Audi, Cabianca, Corona, Guaraná Antarctica, Oi, Orthopride, Rip Curl e TCL. Sua carreira é gerenciada pela Go4It. FÓRMULA 1 NO BRASIL VÊ NOVA DISPUTA ENTRE RIO E SÃO PAULO A manutenção da Fórmula 1 no Brasil pelos próximos anos deve acontecer, mas provavelmente essa decisão vai gerar um embate entre Rio de Janeiro e São Paulo. Na tarde de segunda-feira (24), o presidente Jair Bolsonaro afirmou após reunião com representantes da Liberty Media que o Rio abrigará a F-1 a partir de 2021, sem verba pública e após ficar pronto o autódromo privado da cidade. O governador paulista, João Dória Jr., que havia prometido uma entrevista coletiva na tarde de segunda para confirmar a manutenção da cidade no calendário por mais tempo, rebateu a crítica e disse que nada está definido ainda.

5

6 Palmeiras cria resort para torcida nas férias POR POR ERICH REDAÇÃO BETING O Palmeiras vai recriar, entre os próximos dias 12 e 14 de julho, o projeto do "Resort do Palmeiras". Durante o final de semana, o hotel Villa Rossa, em São Roque, no interior de São Paulo, ficará aberto apenas para hóspedes torcedores do time. A iniciativa da Palmeiras Tour, agência de viagens licenciada do clube, é de reunir o palmeirense para uma imersão temática do time. O Resort do Palmeiras terá como principais atrativos a presença de ex-jogadores, clínicas de futebol para crianças e adultos, campeonato de videogame, sessões de cinema com filmes que contam a história do clube, torneios de futebol society e de futmesa e até um torneio de pôquer. Dudu, Ademir da Guia, César Maluco, Tonhão e Galeano são alguns dos ex-atletas que estarão presentes no final de semana. Eles vão participar de um churrasco com os torcedores e conversarão com eles. A ideia do projeto é reforçar o conceito de "Família Palmeiras" que permeia a comunicação do programa de sócio-torcedor Avanti do clube. Este ano, os associados possuem melhores condições para se hospedar no hotel, com desconto de cerca de 15% em relação à tarifa que o torcedor que não é sócio do clube paga. Além disso, o plano é aproximar a marca do Palmeiras dos torcedores mais jovens. Os projetos "Por um futuro mais verde" e "Torcedores do Futuro" também reunirão algumas atividades, como a presença dos mascotes oficiais do clube. O fim de semana de realização do evento coincide com a volta do Brasileirão. O projeto do Resort do Palmeiras teve início em 2018, quando o hotel Tauá, em Atibaia (SP), recebeu os torcedores palmeirenses para três dias de eventos no final de junho. Na ocasião, não havia distinção de valor para sócios ou não-sócios. 6