Empresas se unem por governança e lançam Pacto Pelo Esporte

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1 B O L E T I M OFERECIMENTO QUINTA-FEIRA, 29 DE OUTUBRO DE 2015 NÚMERO DO DIA R$ 2,76 mi foi a renda bruta do Palmeiras na semifinal da Copa do Brasil, em que derrotou o Fluminense EDIÇÃO 371 Empresas se unem por governança e lançam Pacto Pelo Esporte POR DUDA LOPES Em meio à maior crise da história do futebol, em que a governança da Fifa e demais entidades é colocada em xeque, as principais patrocinadoras do esporte no Brasil se uniram para exigir melhores práticas de gestão das entidades por elas patrocinadas. Na manhã de ontem foi apresentado o Pacto pelo Esporte, iniciativa que cria uma série de condições para confederações, federações e clubes receberem patrocínios das 20 empresas que já assinaram o compromisso de participar desse movimento. Foram criadas 10 cláusulas para serem seguidas pelas entidades, com o intuito de elas terem gestões mais transparentes e eficientes e, dessa maneira, possam produzir um cenário mais seguro para os investimentos. Entre as cláusulas, está a condição de patrocínio restrito a quem tenha conselho independente, com prestação de contas públicas e contratações transparentes. Coordenado pela ONG Atletas pelo Brasil, o Pacto foi elaborado partindo de premissas feitas pelo Instituto Ethos e apoio do movimento empresarial LIDE Esporte. São signatários do Pacto, neste primeiro momento, as seguintes empresas: Aché, Banco do Brasil, BRF, Bradesco, Carrefour, Centauro, Coca-Cola, Construtora Passarelli, Correios, Decathlon, Estácio, EY, Gol, Itaú, Johnson & Johnson, McDonald s, P&G, Somos Educação, TAM e Vivo. As marcas estão entre as principais patrocinadoras do esporte. Ambev, Caixa e Samsung são algumas que ainda não entraram para o movimento. Na apresentação, o presidente da Aché, Paulo Nigro, resumiu a atuação mais ativa do grupo com as entidades esportivas: Sendo pragmático, é preciso buscar segurança jurídica aos patrocínios. Já o presidente da Gol Linhas Aéreas, Paulo Kakinoff, reforçou: Precisamos mitigar a possibilidade de corrupção nas entidades. Não é função do patrocinador fazer auditoria no patrocinado, mas vamos exigir que ela seja feita. Os contratos que estão em vigor serão respeitados, mas os próximos deverão ser feitos apenas com as novas condições. As entidades terão dois anos para se adequarem às premissas dadas. 1

2 Pacto representa uma união inédita, resta saber até quando POR ERICH BETING diretor da Máquina do Esporte Foi emblemático o lançamento do Pacto Pelo Esporte. Em meio a discursos inflamados no palco, a questão que circundava profissionais do esporte ali presentes era o quanto, de fato, a iniciativa vai pegar. Sim, presenciamos um momento histórico para o esporte no Brasil. As empresas praticamente se adiantaram à crise da Fifa e já decidiram que, para investir no esporte, é preciso que isso seja uma via de mão dupla. Não dá mais para os valores aplicados serem profissionais e a gestão dos recursos, amadora. Por isso mesmo fica-se com aquela dúvida latente. Será que vamos ter sustentabilidade para esse pacto? Ou mais uma vez o esporte dará de ombros para a situação adversa e continuará a viver em sua realidade paralela, esperando o tempo passar para conseguir deixar tudo igual? Essa é a barreira que as empresas precisam vencer. Na disputa pela concorrência, elas terão de deixar os interesses de curto prazo de lado e apostarem no projeto de, realmente, melhorar a cara do esporte no país. O pacto é, em tese, um movimento fantástico. Mas, para dar certo, não basta apenas da boa vontade do sistema. É preciso um constante trabalho de vigilância. Da mídia, dos atletas, dos (bons) gestores e, claro, dos patrocinadores, para que ele seja implementado em sua totalidade. No médio prazo, o Pacto Pelo Esporte tende a dar para o Brasil condições de ser de fato uma potência esportiva. Temos muito dinheiro investido no esporte por aqui. Até hoje, poucos souberam usá-lo bem. O primeiro passo foi dado para a revolução. É preciso dar o segundo. Bahia faz acordo para doar 1% do valor de patrocínios para instituição social POR REDAÇÃO O Bahia abrirá mão de parte de seu faturamento para ajudar a instituição Obras Sociais Irmã Dulce (Osid). O contrato, que será assinado nesta quinta-feira, será válido até o fim de 2017 e inclui parte do faturamento do clube baiano. E a conta não será baixa. O Bahia irá se comprometer em doar 1% do que for arrecadado com patrocínios e 1% do faturamento do programa de sócio-torcedor do clube, que hoje conta com 24 mil membros, de acordo com os números do Movimento por um Futebol Melhor. Além da entrega financeira, o Bahia se comprometeu em promover a marca da Osid. Além de colocá-la em evidência em seus meios de comunicação, como redes sociais, o time irá abrir uma propriedade no uniforme para expor a nova parceria. No site oficial, o clube comparou o novo parceiro com a união entre Barcelona e Unicef. Para anunciar a nova parceria, o Bahia escolheu um jogo que deverá receber bastante atenção no Campeonato Brasileiro da Série B. A marca estreará diante do líder Botafogo, com transmissão pela TV aberta. Além do exemplo do Barcelona, outros clubes têm prestado serviços sociais pelo Brasil, ainda que de forma mais esporádica. A própria Unicef tem uma parceria com o Santos, que mantém o logotipo da entidade no uniforme. Recentemente o Vitória, rival do Bahia, usou escudo removível na camisa, para conscientizar sobre a importância da doação de órgãos. 2

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4 POR REDAÇÃO Nike deve lançar roupa para monitorar os atletas na NBA O contrato entre Nike e NBA só começa em 2017, mas a marca esportiva já tem grandes planos para sua entrada na liga de basquete americana. Em conferência com proprietários das franquias, o CEO da emprea, Mark Parker, afirmou que pretende implementar tecnologia no uniforme dos atletas, propriedade abarcada no acordo firmado em junho. A inclusão de monitores corporais capazes de registrar, por meio de sensores e outros dispositivos, a temperatura e o rendimento físico do jogador, tem como objetivo melhorar a performance e é uma das ideias que deve ser colocada em prática. O aparato tecnológico mais chamativo, porém, deve ser o uso, por parte dos atletas embaixadores da marca do tênis inspirado no filme De Volta Para o Futuro (foto). Na obra, os sapatos eram amarrados sem a necessidade de uso dos cadarços. O protótipo do modelo já foi desenvolvido pela Nike para celebrar o dia em que Marty McFly, personagem de Michael J. Fox, chegava ao futuro, exatamente em 21 de outubro de As peças estarão no mercado em edição limitada no início do ano que vem em caráter beneficente. Parte do valor arrecadado com as vendas será destinado à Fundação de Luta contra o Mal de Parkinson criada pelo ator, que é um portador da doença. A Nike será a fornecedora de material esportivo da NBA a partir da temporada 2016/2017. Essa parceria com a Nike representa um novo paradigma na nossa estrutura de negócio global de marketing, disse Adam Silver, comissário da NBA. A Under Armour e a Adidas, atual fornecedora, estavam na disputa. José Maria Marin faz acordo de extradição aos EUA O Ministério Federal de Justiça e Polícia da Suíça anunciou a extradição de José Maria Marin, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), para os Estados Unidos. Em nota, a entidade afirmou que não informará o momento da transferência por motivos de segurança. O prazo dado pelos EUA é de dez dias. O dirigente, de 83 anos, tentava desde que foi preso, em 27 de maio, não ser mandado aos Estados Unidos, onde corre o processo por suborno em troca de garantir a algumas empresas os direitos de transmissão e marketing de competições. As negociações sob suspeita envolvem as edições da Copa América de 2015, 2016, 2019 e 2023, além da Copa do Brasil entre 2013 e Contratos de patrocínios da CBF firmados por Marin no período à frente da entidade também podem ser alvos da investigação americana. Detido a pedido a Procuradora de Nova York, Marin era um dos últimos envolvidos no caso a permanecer na Suíça. O trinitino Jeffrey Webb, ex- -vice da Fifa, fez acordo para não ser extraditado. Marin, agora, poderá fazer acordo de delação premiada como o de J. Hawilla, que deflagrou todo o escândalo que já prendeu dirigentes e custou a presidência da Fifa ao suíço Joseph Blatter. 4

5 Em busca de venda de camarote, Corinthians dará jogo na Arena POR DUDA LOPES Em busca de reforçar a venda de camarotes em seu estádio, o Corinthians criou uma ação interessante para quem comprar um pacote de ingressos para a reta final do Campeonato Brasileiro. Na luta pelo sexto título brasileiro, o time deverá lotar o estádio nos próximos jogos. Quem quiser assistir às partidas em um camarote terá que pagar alto, mas terá benefícios exclusivos. O principal deles é a possibilidade de jogar no gramado da arena por 30 minutos, com direito a 40 convidados. A ação é oferecida para quem alugar os espaços para a reta final do Brasileirão; normalmente, a compra é feita pelos pacotes anuais. O Corinthians ainda jogará contra Coritiba, São Paulo e Avaí em seu estádio neste final de ano. Para ter esse direito de fazer um jogo no estádio, o clube cobra R$ 45 mil pela unidade do camarote, que mantém espaço para 12 pessoas, com serviço de alimentação, recepcionista e duas vagas na garagem. Além dos camarotes, o Corinthians oferecerá ingressos a R$ 450 por partida no chamado Business Lounge, que também costuma ter venda fechada por temporada. Nesse caso, o preço passa para R$ 14 mil para os jogos em Com as ofertas, o Corinthians espera bater novos recordes de público em seu estádio. Contra o Flamengo, isso já aconteceu graças à liberação de 1,6 mil lugares no setor norte, onde as cadeiras foram retiradas. O Corpo de Bombeiros deu alvará para o espaço receber 9 mil pessoas. Agora, a Arena Corinthians passa a comportar 49 mil torcedores, ainda que por determinações de segurança esse número caia para cerca de 47 mil pessoas. O recorde de público, de 43,5 mil torcedores, só não foi maior ainda pela falta de pessoas em locais que não têm ingressos na bilheteria. Contra o Flamengo, os camarotes da arena receberam apenas 368 pessoas, mas a capacidade do setor chega a 2 mil. Novo presidente promete apurar denúncia no São Paulo Eleito para a presidência do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva prometeu investigar as denúncias feitas pelo ex-vice de futebol Ataíde Gil Guerreiro e que culminaram no pedido de renúncia do presidente Carlos Miguel Aidar. Em entrevista à imprensa após a eleição, o dirigente prometeu investigar o caso Aidar-Ataíde. Todas, absolutamente todas, serão apuradas em foro adequado. E o foro adequado é esse que teve a dignidade de me aplaudir. É o conselho do clube, afirmou o dirigente, deixando claro que não deverá expor publicamente o clube caso as denúncias de desvio de dinheiro e pagamento de comissões sejam reveladas para o conselho. 5