DIREITO CONSTITUCIONAL

Transcrição

1 DIREITO CONSTITUCIONAL Organização Político-Administrativa do Estado Profª. Liz Rodrigues

2 - O Título III da CF/88 é inteiramente dedicado à organização do Estado brasileiro, estabelecendo a divisão espacial do poder (distribuição de competências entre as diversas entidades político-administrativas que compõem a República Federativa do Brasil).

3 - Estado: é uma ordenação que tem por fim específico e essencial a regulamentação global das relações sociais entre os membros de uma dada população sobre um dado território, sendo que a ordenação traz a ideia de poder soberano, institucionalizado (Silva). - Elementos constitutivos: povo, território, governo soberano. Alguns autores acrescentam a finalidade.

4 - Estado: para o Direito Internacional, é um ente jurídico dotado de personalidade internacional, formado pela reunião de uma comunidade de indivíduos estabelecidos de modo permanente em um território determinado, submetidos à autoridade de um governo independente e que tem como principal finalidade o zelo pelo bem comum do seu povo (Mazzuoli).

5 - Não confunda os conceitos: - Pátria: exprime sentimento cívicos; lugar que amamos (Silva). Nação: conceito sociológico. Indica um agrupamento humano cujos membros são ligados por laços históricos, culturais, linguísticos e econômicos. Dentro de um mesmo Estado podem existir várias nações. País: indica a unidade geográfica, histórica, econômica e cultural das terras ocupadas pelos brasileiros.

6 - Estado: pessoa jurídica de direito público externo, dotada de soberania em relação aos demais Estados estrangeiros e aos organismos internacionais e, portanto, com personalidade jurídica de direito internacional público que lhe permite, inclusive, celebrar tratados e convenções internacionais.

7 - Forma de Estado: as modalidades são diferenciadas a partir da distribuição espacial do poder político dentro de um território. - Classificação: unitários (simples) ou compostos (complexos). - Estados unitários: são organizados em torno de uma única unidade de poder político interno ainda que possa existir algum grau de descentralização política ou administrativa (que continuam, porém, sujeitas à vontade do poder central).

8 - Estados compostos (ou complexos): reunião de duas ou mais entidades políticas em um mesmo território. - Existem as uniões pessoais e reais, típicas das monarquias (quando as linhas dinásticas de dois ou mais estados soberanos convergem em uma só pessoa) e as federações. - A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel de estados, municípios e do distrito federal [...] (art. 1º, CF/88).

9 - Federação é o modelo de estado formado pela união permanente de dois ou mais entes estatais que, abrindo mão da soberania em favor de um ente central, que corporifica e responde pela Federação, conservam, porém, parcela considerável de autonomia, que lhes permite graus vaiáveis de auto-organização, autogoverno, autoadministração e de arrecadação de receitas próprias, levando em conta as peculiaridades de cada país (Dantas).

10 - Não há direito de secessão na federação. - A forma federativa da República Federativa do Brasil é uma cláusula pétrea. - A soberania é atributo do Estado Federal como um todo; os estados-membros possuem apenas autonomia. - Soberania: poder de autodeterminação plena, não condicionado a nenhum outro poder externo ou interno.

11 - Autonomia: capacidade de autodeterminação dentro do círculo de competências traçado pelo poder soberano (Mendes). - Bryce: o que caracteriza o Estado federal é justamente o fato de, sobre um mesmo território e sobre as mesmas pessoas, se exercer, harmônica e simultaneamente, a ação política de dois governos distintos, o federal e o estadual.

12 - Dantas: na Federação, cada um dos entes parciais que compõem o Estado federal passa a se sujeitar aos termos de uma Constituição Federal; não há hierarquia entre o poder central (a União) e cada um dos entes parciais (os estados) que formam o ente estatal, uma vez que a Constituição fixa as competências de uns e outros e assegura o direito de participação das vontades parciais na formação da vontade central (Senado).

13 - Confederações: associações/reuniões de Estados soberanos, criadas por tratados internacionais. - Ainda que a Confederação seja, por si, uma pessoa jurídica de Direito Público, parte da doutrina não a reconhece como forma de Estado, em razão de seu caráter precário (é uma união dissolúvel de Estados soberanos, que mantêm a sua soberania).

14 - Confederações são criadas para a realização de tarefas e objetivos comuns, como segurança interna, defesa do território ou outro fim expressamente pactuado (Novelino). - Os Estados confederados possuem direito de secessão (podem retirar-se da confederação) e de nulificação (podem opor-se às decisões do Parlamento confederal, que é o único órgão comum aos Estados confederados).

15