DIREITO CONSTITUCIONAL

Transcrição

1 DIREITO CONSTITUCIONAL Direitos da Nacionalidade Direitos da Nacionalidade Profª. Liz Rodrigues

2 - Nacionalidade: vínculo jurídico-político que liga o indivíduo ao Estado ou, em outas palavras, o elo entre a pessoa física e um determinado Estado (Dolinger). - Povo: conjunto dos nacionais (natos e naturalizados). Vinculação ao mesmo poder político. - Art. 1º, par. único, CF/88: todo poder emana do povo [...].

3 - Nação: conceito sociológico. Grupo de pessoas unidas por laços naturais e, portanto, eternos e que, por causa destes laços, se torna a base necessária para a organização do poder sob a forma de um Estado Nacional (Rossolillo). - População: conceito demográfico todos os que residem em determinado Estado (nacionais, estrangeiros residentes e apátridas).

4 - Nacionalidade: é considerada um direito fundamental e, nos termos do art. 20 da Convenção Americana de Direitos Humanos, toda pessoa tem direito a uma nacionalidade. Toda pessoa tem direito à nacionalidade do Estado em cujo território houver nascido, se não tiver direito à outra. A ninguém se deve privar arbitrariamente de sua nacionalidade nem do direito de muda-la.

5 - Cidadania: como já visto, o termo é usado pela CF/88 em diversas acepções. - Em um primeiro momento, cidadania era utilizada exclusivamente para indicar o titular de direitos políticos; após, passou a ser entendida como sinônimo de nacional e, por fim, como elemento que qualifica os participantes na vida do Estado (Silva) consequência do pertencimento à sociedade estatal, como titular de direitos e deveres fundamentais.

6 - Espécies de nacionalidade: - Originária/primária/atribuída: recebida em razão do nascimento. - Derivada/secundária/adquirida/de eleição: depende de um ato de vontade e é obtida em momento posterior.

7 Art. 12, CF/88: são brasileiros: I natos: a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da RFB;

8 c. os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Redação dada pela EC 54, de 2007);

9 - Soberania: indicar quais pessoas (e sob quais critérios) são reconhecidas como nacionais é ato de soberania; como regra geral, o Estado pode definir estes critérios conforme sua conveniência. - Critérios para atribuição de nacionalidade originária: jus soli (local de nascimento) e jus sanguinis (filiação).

10 - Como regra geral, a República Federativa do Brasil adota o jus soli, com exceções consideráveis ao jus sanguinis. - Art. 12, I, a, CF/88: situação mais comum. (Quase) todos os nascidos em território brasileiro são brasileiros. - Território: para esse fim, compreende o solo, rios, mares, ilhas, espaço aéreo, navios e aeronaves de guerra, navios e aeronaves de bandeira brasileira em espaços neutros.

11 - Exceção: esta regra só não será aplicada quando a criança em questão for filha de pais que estão no Brasil a serviço do seu país originário. - Também não é aplicada quando um deles não é brasileiro e está aqui acompanhando seu cônjuge (e este está a serviço de seu país de origem).

12 - Porém, se um dos pais estiver a serviço de seu país, mas o outro for brasileiro, a criança será brasileira. - Se o estrangeiro estiver no Brasil a serviço de outro país que não o seu ou de organização internacional, a criança também será brasileira. - Interpretação estrita das disposições constitucionais.

13 - Art. 12, I, b: situação inversa. Será brasileira nata a criança nascida no estrangeiro, mas cujo pai/mãe é brasileiro e está a serviço da RFB. Critério funcional. - Aplicação do jus sanguinis. - Art. 12, I, c: aqui, temos a situação da criança que nasce no estrangeiro e é filha de pai/mãe brasileiro, mas que não está a serviço da RFB.

14 - A alínea contém duas possibilidades: a. se a criança for registrada na repartição brasileira competente (consulado, geralmente), será brasileira nata; b. se isso não acontecer, a criança será brasileira nata se, após alcançar a maioridade, vier residir na RFB e optar pela nacionalidade brasileira. Observe que não há prazo para que esta manifestação de vontade seja expressada.