REFLEXÕES SOBRE A NACIONALIDADE BRASILEIRA Aquisição, perda e reaquisição

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1 1 REFLEXÕES SOBRE A NACIONALIDADE BRASILEIRA Aquisição, perda e reaquisição INTRODUÇÃO O presente trabalho objetiva oferecer ao leitor uma idéia geral sobre a nacionalidade brasileira, sua aquisição, perda e reaquisição, à luz da Constituição Federal de 1988, já com as alterações promovidas pela EC 54/2007, possibilitando a reflexão sobre o assunto. O ponto de partida se dá com a apresentação de alguns conceitos que estão diretamente relacionados com a nacionalidade e que devem ser entendidos para que haja uma melhor compreensão do que vem a ser discutido posteriormente. Posteriormente, serão feitos comentários sobre as formas de aquisição da nacionalidade brasileira e qual ou quais o(s) critério(s) adotado(s) pelo Brasil para efeito de atribuição da nacionalidade. Analisar-se-á, dessa forma, as hipóteses de aquisição originária e se o Brasil adota o critério do direito do solo, direito do sangue ou um critério misto para atribuição da nacionalidade de origem. Verificar-se-á, ainda, as formas de aquisição derivada (secundária) e o procedimento necessário para adquiri-la. Este capítulo finaliza demonstrando se há ou não alguma diferença entre brasileiro nato e naturalizado. Ato contínuo, serão discutidas as hipóteses constitucionais de perda da nacionalidade originária e secundária e a possibilidade ou não de reaquisição. Este trabalho não tem o intuito de esgotar todos os conceitos que aqui foram utilizados, e tampouco o tema abordado. O principal objetivo desta obra, como dito anteriormente, é oferecer uma idéia geral sobra a nacionalidade brasileira, instigando a reflexão sobre o assunto e, se possível, ser utilizado como fonte de consulta para dirimir alguma dúvida referente ao tema apresentado. 1. NACIONALIDADE: ASPECTOS GERAIS Inicialmente, antes de estudarmos o conceito de nacionalidade e, ato contínuo, as hipóteses de sua aquisição, perda e reaquisição no contexto da Constituição Federal de 1988, 1

2 2 mister se faz apresentar alguns conceitos relativos ao instituto em questão, sem a pretensão de esgotá-los, traçando, inclusive, um paralelo com os direitos humanos, para melhor compreensão do tema ESTADO E NAÇÃO Temos que admitir, de início, que é difícil encontrarmos uma única definição para Estado, pois sendo o Estado um ente complexo, poderá ser abordado sob diversos pontos de vista. O ilustre jurista Dalmo de Abreu Dallari apresenta um conceito que vai ao encontro de nosso interesse, qual seja, o Estado é a ordem jurídica soberana que tem por fim o bem comum de um povo situado em determinado território 1. Pela análise desse conceito, percebe-se que para a existência desse Estado são necessários três elementos: soberania, povo e território, sendo que a ausência de qualquer um deles é o suficiente para descaracterizá-lo. É oportuno mencionar que Estado e Nação, embora sejam conceitos que se relacionem, não se confundem. Nação resulta da associação de indivíduos de igual origem étnica, que falam a mesma língua, vinculam-se aos mesmos precedentes históricos, cultuam e preservam os usos, os costumes, as peculiaridades, as tradições e os sentimentos religiosos e ideológicos comuns 2. Como bem observa Dallari, nação jamais teve significação jurídica, não indicando a existência de um vínculo jurídico entre seus membros 3. O vínculo existente entre as pessoas que pertencem a um determinado Estado é jurídico e o vínculo existente entre as pessoas de uma mesma nação é resultado de características comuns; é um vínculo sociológico-cultural, ou seja, não é jurídico. Ademais, tendo em vista o conceito de nação apresentado, podemos verificar a ausência de um dos elementos constitutivos do Estado que é a soberania. Não há que se falar em nação soberana, pois o único detentor de soberania é o Estado. Se a nação se tornar soberana, conseqüentemente ela se torna um Estado. 1 Dalmo de Abreu Dallari, Elementos da Teoria Geral do Estado, p Francisco Xavier da Silva Guimarães, Nacionalidade aquisição, perda e reaquisição., p.3. 3 Dalmo de Abreu Dallari, op. cit., p

3 POVO E POPULAÇÃO Tendo em vista o conceito de Estado apresentado anteriormente tivemos a oportunidade de observar que, além do território e da soberania, o povo é um elemento essencial à constituição do Estado, até porque é para ele que o Estado se forma. Mas o que deve se entender por povo? Dallari diz que: deve-se compreender como povo o conjunto dos indivíduos que, através de um momento jurídico, se unem para constituir o Estado, estabelecendo com este um vínculo jurídico de caráter permanente, participando da formação da vontade do Estado e do exercício do poder soberano 4. Nas palavras de Francisco Xavier da Silva Guimarães, povo é denominação de conteúdo estrito que se refere à soma de nacionais de um Estado 5. Diante dos conceitos supramencionados percebe-se que povo é uma expressão utilizada para indicar o conjunto de indivíduos que possuem um vínculo jurídico com o Estado e que estão submetidos a sua ordem jurídica soberana onde quer que se encontrem. Neste momento, é vale registrar que povo não se confunde com população. Por população devemos entender a quantidade de indivíduos que habitam o território de um Estado, num determinado momento, compreendendo nacionais e estrangeiros 6. É mera expressão numérica que totaliza a quantidade de pessoas que habitam o território num dado momento. O fato de alguém se incluir na população de um Estado nada revela quanto ao vínculo jurídico entre a pessoa e o Estado. É uma expressão que não possui sentido jurídico e não pode ser usada como sinônimo de povo CONCEITO DE NACIONALIDADE Vimos até aqui, resumidamente, qual o conceito de Estado e que ele possui alguns elementos necessários à sua constituição. Dentre estes, destacamos o seu elemento humano, qual seja, o povo. Feito isto passamos a verificar o significado de povo. 4 Dalmo de Abreu Dallari, op. cit., p. 99/ Francisco Xavier da Silva Guimarães, op. cit., p.6. 6 Ibid, p. 4. 3

4 4 Mas, o que a nacionalidade tem a ver com isso que foi visto até agora? Ora, a idéia de nacionalidade se inspira na organização dos indivíduos em sociedade política (Estado) e na conseqüente necessidade de determinar quais são as pessoas que compõe essa sociedade (povo). Noutros termos, é a organização dos indivíduos em sociedade política que enseja a nacionalidade. É a necessidade de indicar quais os membros efetivos da sociedade política que a justifica. Mas, qual a razão de se querer identificar quais os membros efetivos de um Estado? Com o nascimento do Estado Nacional, no século XVIII, em contraposição ao absolutismo até então vigente, ocorre a separação das esferas pública e privada e, principalmente, a substituição da soberania real pela soberania nacional. Com isso, o poder passa a emanar do povo que, por sua vez, passa a ser o novo titular da soberania. Dessa forma, o povo passa, por intermédio de um ente superior, o Estado Nacional, a regular sua própria vida em sociedade, surgindo, por conseqüência disso, direitos e deveres tanto para o Estado como para os indivíduos que o compõem. Daí decorre a necessidade de se identificar as pessoas que fazem parte do elemento humano (povo) de determinado Estado. O nacional passa a ter direitos e obrigações perante o Estado, razão pela qual mister se faz sua correta identificação. Pode-se pensar, portanto, que o instituto da nacionalidade está muito atrelado ao surgimento do Estado Nacional. Por isso, não há como se falar em nacionalidade sem antes falar em Estado, nem como conceber Estado sem seu elemento humano (povo), pois o povo é a razão de ser do Estado. Frise-se que para a nacionalidade, em sentido jurídico, o que importa não é a figura da nação, mas a do Estado (que pode abranger diversas nações), como bem observa Celso D. Albuquerque Mello em sua obra Curso de Direito Internacional Público 7. Com relação ao conceito, a nacionalidade, segundo Jacob Dolinger, é geralmente definida como o vínculo jurídico-político que liga o indivíduo ao Estado, ou, em outras palavras, o elo entre a pessoa física e um determinado Estado 8. 7 Celso Duvivier de Albuquerque Mello, Curso de Direito Internacional Público, p Jacob Dolinger, Direito Internacional Privado, p

5 5 Francisco Xavier da Silva Guimarães afirma que o vínculo que une, permanentemente, os indivíduos, numa sociedade juridicamente organizada, denomina-se nacionalidade 9. A nacionalidade, portanto, nada mais é do que o vínculo jurídico entre o indivíduo e o Estado, do qual surgem direitos e deveres para ambas as partes CIDADANIA E NACIONALIDADE Muitas pessoas utilizam o termo nacionalidade como sinônimo de cidadania. Acontece que, originariamente, como vimos no tópico anterior, a expressão nacionalidade tem seu nascimento atrelado ao surgimento do Estado Nacional, durante o século XVIII. A palavra cidadania, por sua vez, já era utilizada na Roma antiga para indicar a situação política de uma pessoa e os direitos que essa pessoa possuía ou podia exercer. Os romanos livres tinham cidadania; eram, portanto, cidadãos, mas nem todos podiam ocupar altos cargos políticos, como o de senador ou magistrado. Fazia-se uma distinção entre cidadania e cidadania ativa. Somente os cidadãos ativos tinham o direito de participar da vida política e de ocupar altos cargos administrativos. Como se vê, em sua origem o termo cidadania, diferentemente da nacionalidade, era utilizado para designar a situação política de um indivíduo. Além desta diferença originária, fato é que o Estado pode estabelecer determinadas condições, cujo atendimento é pressuposto para que o nacional adquira o direito de participar da formação da vontade do Estado e do exercício da soberania. Neste caso, somente aqueles que atenderem a esses requisitos serão denominados cidadãos. Se o cidadão deixar de atender a alguma dessas condições, poderá perder ou ter reduzidos os atributos da cidadania, segundo o próprio Estado dispuser, sem, no entanto, perder a nacionalidade. No Brasil é assim, pois a cidadania, aqui, pressupõe a condição de nacional, mas exige que, além disso, o indivíduo obtenha a qualidade de eleitor que, documentalmente se manifesta na posse do título eleitoral válido. Os direitos de cidadania, portanto, no Brasil, se adquirem mediante o alistamento eleitoral na forma da lei. 9 Francisco Xavier da Silva Guimarães, op. cit., p

6 6 O alistamento eleitoral e o voto, nos termos do artigo 14 e seus parágrafos da CF/88 é obrigatório para os maiores de 18 anos e facultativo para os maiores de 16 e menores de 18; analfabetos e maiores de setenta anos. Já os estrangeiros e, durante o período do serviço militar, os conscritos são inalistáveis, estando privados, por conseguinte, do exercício dos direitos da cidadania. Oportuna as lições de José Afonso da Silva que diz:...cidadão, no direito brasileiro, é o indivíduo que seja titular dos direitos políticos de votar e ser votado e suas conseqüências. Nacionalidade é conceito mais amplo do que cidadania, e é pressuposto desta, uma vez que só o titular da nacionalidade brasileira pode ser cidadão 10. Deve-se ter sempre em mente que a cidadania é um conceito complexo e dificilmente teremos uma concepção única, em razão dos vários aspectos que ela pode ser abordada. Para nós interessa mais a análise sob o ponto de vista jurídico e nesse sentido a cidadania, no Brasil, pode ser definida, consoante visto anteriormente, como o uso e gozo dos direitos políticos, distinguindo-se, assim, do conceito de nacionalidade. Destacando a diferença entre nacionalidade e cidadania, Florisbal de Souza Del Olmo 11 afirma que: Cidadania é o status jurídico de que se vêem investidos aqueles, dentre os nacionais, que, pelo implemento de condições especiais, como a idade, formam um vínculo político com o Estado, de que são exemplos os direitos-deveres de votar e ser votado. Embora empregada, algumas vezes, como sinônimo de nacionalidade, não deve com ela ser confundida, até porque a nacionalidade é mais abrangente, incluindo os menores e os incapazes, que não são abrangidos pelo instituto da cidadania, pelo menos na conotação jurídica que se aborda neste estudo. Além disso, até nossa atual Lei Maior distingue nacionalidade de cidadania. No título relativo aos direitos e garantias fundamentais, há um capítulo dedicado à nacionalidade 10 José Afonso da Silva, Curso de Direito Constitucional Positivo, p Florisbal de Souza Del Olmo. Curso de Direito Internacional Público, p

7 7 (capítulo III) e outro dedicado aos direitos políticos (capítulo IV), compondo estes as características da cidadania. No artigo 22, XIII, a CF/88 estabeleceu a competência privativa da União para legislar sobre nacionalidade, cidadania e naturalização. Se o legislador constituinte tivesse a intenção de considerar os termos cidadania e nacionalidade como sinônimos não haveria razão para a existência dos capítulos III e IV do Título II, bem como a discriminação da competência realizada pelo artigo 22, XIII, retromencionado. Como bem lembrado por Luis Ivani de Amorim Araújo 12, ressaltando a distinção entre os dois conceitos ora analisados, o texto constitucional conferiu ao cidadão e não apenas ao nacional a legitimidade para a prática de alguns atos, como a propositura de ação popular (art. 5º, LXXIII) e a iniciativa de projeto de lei (art. 61 CF) EXCEÇAO A REGRA DE QUE A NACIONALIDADE É PRESSUPOSTO DA CIDADANIA Com relação a regra de que a nacionalidade é pressuposto da cidadania, uma exceção entre nós diz respeito aos portugueses, que podem exercer certos direitos políticos sem serem nacionais 13. Isto ocorre, pois o parágrafo 1º do artigo 12 da Constituição Federal de 1988, com a redação dada pela Emenda Constitucional Revisora nº 3, de 1994, dispõe que: Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. Como se vê, o dispositivo constitucional supra atribui aos portugueses um privilégio adicional, qual seja, o de obterem o reconhecimento dos direitos inerentes ao brasileiro, desde que residam permanentemente no país e que se verifique tratamento recíproco por parte de Portugal, ressalvados sempre os casos previstos na Constituição Federal, reservados aos brasileiros natos. Atualmente, a reciprocidade entre Brasil e Portugal no que tange à Igualdade de Direitos e Obrigações Civis e o Gozo dos Direitos Políticos encontra respaldo no Decreto 3927/2001 que promulgou o Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta entre os referidos países, celebrado em Porto Seguro/BA em 22/04/ Luis Ivani de Amorim Araújo. Curso de Direito Internacional Público, p Jacob Dolinger, op. cit, p

8 8 O português que se encontrar regularmente no Brasil e pretender obter os benefícios do Estatuto da Igualdade, sem perder a nacionalidade originária, poderá pleitear ao Ministro da Justiça 14 : a) aquisição de igualdade de direitos e obrigações civis, provando, neste caso: I) que tem capacidade civil, segundo a lei brasileira; II) residência permanente no Brasil; e III) gozo da nacionalidade portuguesa b) aquisição do gozo dos direitos políticos, comprovando: I) residência no território brasileiro pelo prazo de 3 (três) anos; II) saber ler e escrever o português; e III) estar no gozo dos direitos políticos no Estado de nacionalidade. O requerimento pertinente aos direitos civis pode ser feito conjuntamente com o dos direitos políticos, desde que preencha o interessado os requisitos exigidos para ambos, ou isoladamente. Estas exigências são iguais para os brasileiros em território português NATURALIDADE E NACIONALIDADE A expressão nacionalidade também não se confunde com naturalidade, uma vez que esta é uma terminologia utilizada para indicar o lugar do nascimento da pessoa, em certa região ou lugar. Por esta razão que quando se pergunta qual a naturalidade de determinada pessoa, a resposta geralmente se relaciona com a cidade de seu nascimento e não com seu Estado Nacional (nacionalidade) PRINCÍPIOS GERAIS DA NACIONALIDADE 14 Disponível em: Ministério da Justiça departamento de estrangeiros. 8

9 9 Assim como outros institutos estudados pelo direito, a nacionalidade possui alguns princípios que lhe são próprios, mas estão longe de serem absolutos. Apontaremos aqui os 04 princípios mencionados pelo ilustre doutrinador Celso D. de Albuquerque Mello 15 : 1) Todo indivíduo deve ter uma nacionalidade e não mais que uma. Este princípio é o ideal da sociedade internacional. Todavia, na prática, ele não é levado muito em consideração, haja vista as hipóteses de apatrídia e dupla nacionalidade; 2) A nacionalidade é individual, não se estendendo a parentes ou dependentes; 3) A nacionalidade não é permanente, podendo o indivíduo, por conseguinte, mudar de nacionalidade; 4) Via de regra, por tratar-se de manifestação do poder soberano, é assunto de competência do Estado, sujeito em determinadas hipóteses às normas e controles internacionais ESPÉCIES DE NACIONALIDADE Costuma-se distinguir a nacionalidade em originária e secundária. A nacionalidade é originária quando decorre do nascimento. Denomina-se, também, primária ou atribuída 16. Este tipo de nacionalidade decorre, via de regra, de dois critérios que incidem no momento do nascimento: o ius soli e o ius sanguinis e que, às vezes, se combinam em critério eclético 17. De acordo com o critério do direito do solo (ius soli), a nacionalidade originária se estabelece pelo lugar do nascimento, independentemente da nacionalidade dos pais 18. Por este critério, a nacionalidade dos pais não interfere em nada, o que importa é o lugar do nascimento. Este sistema dá ao indivíduo a nacionalidade do Estado em cujo território ele tenha nascido. Geralmente, esta forma de atribuição da nacionalidade é adotada por países de imigração, como o Brasil. Eduardo Augusto Garcia, citado por Florisbal de Souza Del Olmo defende que o critério do jus soli é o mais justo e adequado, porquanto permite ao indivíduo, desde o 15 Celso Duvivier de Albuquerque Mello, Curso de Direito Internacional Público, p. 931/ Ibid, p Jacob Dolinger, op. cit, p Ibid, p

10 10 nascimento, identificar-se com o meio ambiente em que nasceu, se criou, foi educado e vive com seus compatriotas, trabalhando e perseguindo os mesmos ideais. 19 De outra parte, consoante o critério do direito do sangue (ius sanguinis), os filhos adquirem a nacionalidade que os pais tinham à época de seu nascimento, não sendo afetado por eventuais mudanças de nacionalidade que posteriormente ocorram a seus pais 20. Deve-se observar que quando se fala em nacionalidade dos pais, tanto pode ser a de ambos, como também só de um deles. Isso pode variar de país para país. Vale ressaltar que o critério do direito de sangue é aquele que atribui a nacionalidade em razão da filiação. Neste caso o que importa é o fato de ser filho de nacional, ou seja, é a nacionalidade dos pais (vínculo jurídico) - ambos ou de somente um deles - e não a consanguinidade sob o aspecto biológico racial. Se assim não fosse, o filho do naturalizado não deveria seguir a nacionalidade do pai, ante a sua vinculação étnica a grupo diverso. Por este motivo a denominação direito do sangue recebe algumas críticas. Com relação ao ius sanguinis, nenhuma dúvida surge quando os pais possuem a mesma nacionalidade. Todavia, a celeuma é levantada quando os pais possuem nacionalidades diferentes. Nesse caso, segundo Dolinger, o filho seguirá a nacionalidade do pai, seguindo a nacionalidade da mãe em caso de ser filho natural ou de ser desconhecido o pai, ignorados ambos os pais, o filho terá sua nacionalidade fixada pelo critério do ius soli 21. Todavia, pode-se perceber pelos estudos até aqui realizados que, em razão da atribuição da nacionalidade ser uma manifestação da soberania do Estado, este pode adotar a solução que melhor lhe convenha. Em regra, este critério é adotado pelos países de tendência emigratória, pois retrata a vontade do Estado em manter o vínculo originário, não só do imigrante, como da família por este constituída, fora de seu território. Neste momento, convém citar as lições de Florisbal de Souza Del Olmo no sentido de que: A emigração diminui o número de nacionais residentes no país, e o emprego do jus sanguinis no ordenamento jurídico desses Estados vai propiciar que os descendentes, nascidos nas novas terras, continuem ligados pela nacionalidade à pátria de seus genitores, 19 Florisbal de Souza Del Olmo, op. Cit. P Ibid, p Ibid, p

11 11 aonde ao chegarem estarão capacitados para uma integração mais fácil. Por isso o jus sanguinis é o critério admitido, existindo países, como a Itália, que nem mesmo limita o número de gerações dos descendentes para continuarem nacionais. As ordens jurídicas, em sua maioria, contudo, limitam em uma geração, no caso, os filhos, os descendentes aptos ao reconhecimento da nacionalidade originária pelo jus sanguinis. 22 Francisco Xavier da Silva Guimarães 23, bem como, Celso D. Albuquerque Mello 24, mencionam, ainda, o critério misto que se caracteriza pela conjugação dos critérios do jus sanguinis e do jus soli, refletindo a tendência moderna de adoção de formas jurídicas flexíveis que atendam melhor à evolução da humanidade e ao convívio internacional. A nacionalidade será secundária, adquirida ou de eleição, quando surge por solicitação, escolha ou opção do indivíduo e é aceita e concedida pelo Estado, em substituição à de origem 25. É a aquisição da nacionalidade que se verifica após o nascimento. Cumpre salientar que o sistema internacional não admite a naturalização forçada ou compulsória. Segundo Celso Duvivier de Albuquerque Mello 26, o indivíduo pode adquirir uma nacionalidade diferente daquela que ele tem pelo nascimento por diversos modos: benefício da lei; casamento; naturalização; jus laboris ; nos casos de mutações territoriais (cessão, anexação); o jus domicilli. Estes critérios variam de Estado para Estado. O Brasil admite apenas a naturalização como forma de aquisição da nacionalidade secundária CONFLITOS DE NACIONALIDADE APATRIDIA E POLIPATRIA A aplicação simultânea e diversificada, pelos diferentes Estados, dos critérios do ius soli e do ius sanguinis, dá margem a numerosos conflitos, doutrinariamente, denominados conflitos de nacionalidade. Assim, se o filho do nacional de um Estado que segue o princípio do sangue nasce no território de outro que se orienta pelo ius soli, dá-se o chamado conflito positivo, porque ambos os Estados reivindicam a subordinação desse indivíduo, que o Direito Internacional 22 Florisbal de Souza Del Olmo, op. Cit.., p Francisco Xavier da Silva Guimarães, op. cit., p Celso Duvivier de Albuquerque Mello, op. cit. p Francisco Xavier da Silva Guimarães, op. cit., p Celso Duvivier de Albuquerque Mello, op. cit., p

12 12 qualifica de polipátrida. Esse acontecimento também é conhecido como dupla nacionalidade, pois o indivíduo ao nascer pode ter duas nacionalidades, uma em razão da filiação e outra do lugar do nascimento, de acordo com a lei do país. Nos casos em que se verifica a plurinacionalidade, o Estado não pode exercer proteção diplomática sobre indivíduo considerado seu nacional, no território de outro Estado que o considere, também, como seu nacional. Desse modo, como bem observa Francisco Xavier, em se tratando de polipátrida, no Estado X a pessoa terá a nacionalidade X. No Estado Y terá a nacionalidade Y. Num terceiro Estado, poderá ser reconhecida a qualidade de multinacional ou considerada, apenas, como nacional de um outro Estado, conforme dispuser a lei desse terceiro Estado 27. Exemplo sempre citado pela doutrina para ilustrar esta situação é o caso Canevaro. Rafael Canevaro, peruano pelo ius soli e italiano pelo ius sanguinis que, ante um processo na área tributária do Peru, e na iminência de expropriações em seus bens, invocou proteção diplomática da Itália. A sentença arbitral proferida no caso, em 1912, não acolheu o pedido por não admitir a ação de um dos Estados de que o indivíduo seja nacional contra o outro, podendo, entretanto, qualquer deles agir contra terceiro país em seu favor. 28 Não é correto dizer que o Brasil não admite a dupla nacionalidade, pois a nossa Constituição Federal em seu artigo 12, parágrafo 4º, inciso II, alíneas a e b, com a redação dada pela EC de revisão nº 03/94, expressamente admite tal possibilidade. A alínea a, do dispositivo constitucional supramencionado, estabelece que o indivíduo não perderá a nacionalidade brasileira quando adquirir outra nacionalidade, desde que haja reconhecimento da nacionalidade originária pela lei estrangeira. De acordo com este dispositivo constitucional, se ao brasileiro for conferida nacionalidade originária por lei estrangeira, ele não perde a nacionalidade brasileira e, por conseguinte, passa a possuir duas nacionalidades. No mesmo caminho sinaliza a alínea b, do inciso II, parágrafo 4º, do artigo 12 da CF/88, porquanto ao brasileiro que for imposta a naturalização como condição para permanência no território ou para o exercício dos direitos civis será mantida a nacionalidade brasileira. Neste caso, portanto, o indivíduo terá a nacionalidade imposta pelo país estrangeiro, bem como a nacionalidade brasileira. 27 Francisco Xavier da Silva Guimarães, ob. cit., p Florisbal De Souza, p

13 13 Deve-se tomar cuidado em dizer dupla cidadania, quando há o desejo de se referir ao polipátrida, pois a cidadania pode depender do preenchimento de alguns requisitos fixados por cada Estado, além da nacionalidade. No nosso caso, vimos que nacionalidade e cidadania são conceitos diferentes e que o fato de ser nacional não significa que o indivíduo seja também cidadão. O mais aconselhável é dizer dupla nacionalidade. Na verdade, uma possível solução para o conflito positivo de nacionalidade seria que toda pessoa tivesse somente uma nacionalidade, devendo o indivíduo ser cidadão de um só Estado e só nele possuir direitos políticos. Este é o caminho apontado e desejado pela sociedade internacional, como visto no tópico 1.5, no qual vimos que o primeiro princípio geral da nacionalidade é que todo indivíduo tenha apenas uma nacionalidade. Todavia, acreditamos que, para isso se tornar realidade, seria necessário a adoção de um único critério de atribuição da nacionalidade para todos os Estados. Por outro lado, se o nascimento do filho de uma nacional de Estado que adota o ius soli ocorre no território de outro que adota o ius sanguinis, resulta desse fato o chamado conflito negativo, porque nenhum desses Estados reconhece como seu nacional a esse indivíduo, que no Direito Internacional é conhecido como Apátrida ou heimatlos. A apatrídia é o nome que se dá a situação dos que não têm nacionalidade, que nunca tiveram ou que já tiveram e perderam 29. Quanto a denominação do conflito negativo, Florisbal de Souza defende a utilização do termo anacionalidade, pois segundo ele não existe ser humano sem pátria, sem vinculação sócio cultural, mas sim pessoa sem nacionalidade, sem vínculo jurídico político 30. Apesar da sugestão do termo anacionalidade/anacinal, certo é que a expressão apátrida já se consagrou no cenário internacional, razão pela qual será por nós adotada. De acordo com o artigo 1 do Decreto de 22 de maio de 2002, que promulgou a Convenção sobre o Estatuto do apátrida, apátrida designará toda pessoa que não seja considerada seu nacional por nenhum Estado, conforme sua legislação. A polipatria é um acontecimento que não cria nenhuma dificuldade. Ao contrário, via de regra, beneficia o indivíduo, pois o portador de dupla nacionalidade estará amparado por dois Estados. Já o apátrida não estará amparado por nenhum, ou seja, não poderá pedir 29 Ibid, p Florisbal, p

14 14 proteção, nem exigir nenhum direito perante nenhum Estado. É um fenômeno que cria enormes dificuldades para o indivíduo, porquanto lhe gera restrições jurídicas em qualquer Estado em que viva. De acordo com Celso D. Albuquerque Mello 31 uma possível solução para o problema do conflito negativo de nacionalidade seria adotar o critério do domicílio para se atribuir a nacionalidade. Como o apátrida não está vinculado a nenhum Estado ele submete-se a legislação do país que se encontra. Deve-se ressaltar, contudo, que com a promulgação do Decreto 4246/2002, Estatuto do apátrida, o estatuto pessoal de todo apátrida será regido pela lei do país de seu domicílio ou, na falta de domicílio, pela lei do país de sua residência (art. 12) COMPETÊNCIA É importante destacar que o direito positivo de cada Estado é o competente para legislar sobre a sua nacionalidade, até porque a atribuição da nacionalidade é uma manifestação da soberania do Estado. Aliás, como mencionado no tópico anterior, a competência estatal é um dos princípios gerais da nacionalidade. Nesses termos, A Dardeau de Carvalho 32 afirma que outro não foi o critério adotado pela Convenção de Haia em 12/04/1930, em seu artigo primeiro, aderida pelo Brasil em 19/05/1931, embora sob a reserva de que a legislação interna de cada Estado, para ser respeitada pelos demais, deve estar de acordo com as convenções internacionais e os princípios geralmente admitidos em matéria de nacionalidade. No Brasil, a competência para legislar sobre a nacionalidade é privativa da União, conforme podemos verificar do artigo 22, XIII, da Constituição Federal de 1988: Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: XIII nacionalidade, cidadania e naturalização NACIONALIDADE E DIREITOS HUMANOS 31 Celso Duvivier de Albuquerque Mello, op. cit., p Dardeau de Carvalho, Nacionalidade e Cidadania, p

15 15 A Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 não definiu exatamente o que vem a ser direitos humanos. Esta tarefa, como não poderia deixar de ser, ficou a cargo dos estudiosos do direito. Nesse passo, via de regra, os doutrinadores tem definido os direitos humanos como aqueles inerentes ao ser humano, que visam resguardar sua integridade física e psicológica perante seus semelhantes e o próprio Estado, sendo válidos para todos os povos em todos os tempos. Selma Regina Aragão, citada por Florisbal de Souza 33, em sua obra Direitos Humanos na Ordem Mundial, conceitua direitos humanos como os direitos em função da natureza humana, reconhecidos universalmente, pelos quais indivíduos e a humanidade, em geral, possam sobreviver e alcançar suas próprias realizações. Na prática, muitas expressões têm sido utilizadas como sinônimo de direitos humanos, como, por exemplo, direitos fundamentais, direitos do homem, direitos subjetivos públicos, liberdades públicas, etc. Há quem sustente que direitos humanos não se confundem com direitos fundamentais. Enquanto aqueles constituem valores e garantias asseguradas ao ser humano decorrentes de sua própria natureza e reconhecidos pela ordem internacional, os direitos fundamentais são aqueles direitos essenciais reconhecidos por determinada ordem jurídica, estando delimitados espacial e temporalmente. Um dos grandes expoentes na matéria de direitos humanos, o magistrado e jurista Ingo Wolfgang Sarlet, em sua obra A eficácia dos direitos fundamentais (3ª edição, Porto Alegre, Livraria do advogado 2003) faz uma distinção entre direitos do homem, direitos humanos e direitos fundamentais. Os primeiros seriam os direitos naturais ainda não positivados. Os segundos seriam os direitos do homem positivados na ordem internacional e os terceiros (direitos fundamentais) seriam os direitos reconhecidos ou outorgados e protegidos pelo direito interno de cada Estado. Nesta ótica, pode-se dizer que direitos humanos são o gênero do qual os direitos fundamentais são a espécie. A Declaração Universal dos Direitos do Homem, adotada pela Assembléia Geral da ONU em 1948, estabelece em seu artigo XV que: 33 Florisbal de Souza, p

16 16 1. Todo homem tem direito a uma nacionalidade. 2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade. O Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos de 1966, instrumento criado para dar eficácia social (efetiva aplicação aos casos concretos) à Declaração Universal dos Direitos Humanos, no elenco dos principais direitos, estabelece o direito a uma nacionalidade. No mesmo caminho, a Declaração Americana dos Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica), principal instrumento do sistema interamericano de proteção dos direitos do homem. Não bastasse este reconhecimento pela ordem internacional de que a nacionalidade trata-se de direito humano, inerente a própria natureza do ser humano, fato é que a Constituição Federal de 1988, caminhando na mesma direção, reconhece, expressamente, a nacionalidade como direito fundamental. Em seu Título II, a Lei Maior vigente estabelece os direitos e garantias fundamentais, subdivindo-os em cinco capítulos: direitos individuais e coletivos; direitos sociais; nacionalidade, direitos políticos e partidos políticos. Tratando-se de direito fundamental do indivíduo, a nacionalidade adquire toda a proteção inerente aos direitos fundamentais. À título de ilustração, uma norma internacional sobre nacionalidade, por tratar-se de norma sobre direitos humanos, poderia entrar no ordenamento jurídico pátrio com status de norma constitucional, desde que preenchido o procedimento legislativo previsto no artigo 5º, parágrafo 3º da CF/88, com a redação dada pela EC 45/2004. Da mesma forma, tratando-se de direito humano e fundamental, eventual violação ao direito da nacionalidade pode ser defendido, também, pelo Ministério Público, já que trata-se de instituição responsável pela defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. E porque a nacionalidade é reconhecida como direito humano e fundamental? Ora, um indivíduo sem nacionalidade é um ser humano desprovido de proteção estatal, desprovido de pleitear a efetivação de seus direitos perante uma ordem jurídica soberana. Negar a nacionalidade, portanto, seria dizer ao indivícuo que ele não possui direitos, muito menos proteção, seria negar o mínimo necessário para uma existência digna. 16

17 17 Na visão de Ilmar Penna Marinho, um indivíduo nacionalmente desprotegido, tal qual o mendigo, que, sem teto, sem família e sem amigos, só pode invocar o vago e impreciso apoio da caridade pública 34 Vale registra, aqui, os belíssimos ensinamentos de Ingo Wolfgang Sarlet 35 para quem a negação dos direitos fundamentais, dentre os quais se inclui a nacionalidade, é a negação da própria dignidade humana: Em suma, o que se pretende sustentar de modo mais enfático é que a dignidade da pessoa humana, na condição de valor (e princípio normativo) fundamental que atrai o conteúdo de todos os direitos fundamentais, exige e pressupõe o reconhecimento e proteção dos direitos fundamentais de todas as dimensões (ou gerações, se assim preferirmos). Assim, sem que se reconheçam à pessoa humana os direitos fundamentais que lhe são inerentes, em verdade estar-se-á negando-lhe a própria dignidade. 2. AQUISIÇÃO DA NACIONALIDADE BRASILEIRA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE NACIONALIDADE DE ORIGEM - BRASILEIROS NATOS Como visto anteriormente (item 1.6.), a nacionalidade originária é aquela que o indivíduo tem em virtude do nascimento, dependendo do critério adotado por cada Estado. O Brasil adota o critério do ius soli para atribuição da nacionalidade originária como regra, ou seja, basta que o indivíduo nasça no Brasil que ele será considerado brasileiro nato. Todavia existem algumas exceções a esta regra. Em razão disso, surgem algumas discussões a respeito se o Brasil adota um critério misto ou não. A nosso ver, muito embora as opiniões em sentido contrário, entendemos que o Brasil adota um critério misto, na medida em que em alguns casos admite a aplicação do ius sanguinis, como veremos adiante. 34 Ilmar Penna Marinho, Tratado sobre a nacionalidade, p Ingo Wolfgang Sarlet, Dignidade da Pessoa Humana e Direitos Fundamentais, p. 84/85. 17

18 18 Neste sentido, Celso Mello 36 observa que o Brasil adota o jus soli tradicionalmente, mas atualmente são tantas as exceções em favor do jus sanguinis que se pode dizer que adotamos o sistema misto. Deve-se registrar, que a condição de brasileiro nato vem tratada, com exclusividade, na Carta Magna, que esgota, assim, as hipóteses de atribuição dessa condição. Trata-se de regra jurídica constitucionalmente exaustiva, que cerceia a atividade do legislador ordinário. A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 12, inciso I, elenca as três hipóteses em que se verifica a nacionalidade originária brasileira ª Hipótese de aquisição da nacionalidade de origem A primeira hipótese de aquisição da nacionalidade brasileira originária vem prevista no artigo 12, inciso I, alínea a que dispõe que são brasileiros natos: os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país. Conforme pode-se notar, a regra contida na primeira parte deste dispositivo consagra o princípio do ius soli, na medida em que afirma que as pessoas nascidas na República Federativa do Brasil são brasileiros natos. Esta é a regra geral. Neste caso, não se leva em consideração a nacionalidade dos pais, mas sim o local do nascimento, pois os nascidos em território brasileiro é que serão considerados brasileiros natos. Diante disso, mister se faz precisar o que deve ser entendido como República Federativa do Brasil. Devemos entender o que é considerado território brasileiro para efeitos de atribuição da nacionalidade. 36 Celso Duvivier de Albuquerque Mello, op. cit., p

19 19 Quando se fala em território, a primeira coisa que vem à nossa cabeça é a idéia de espaço terrestre. A partir disso, definiríamos território brasileiro como sendo a área terrestre do Estado brasileiro. Acontece que não é tão simples assim. De acordo com Dardeau de Carvalho 37 território brasileiro compreende o território propriamente dito, isto é, o território limitado pelas fronteiras geográficas do Brasil; os navios e aeronaves de guerra brasileiros, onde quer que se encontrem; os navios mercantes brasileiros em alto mar ou de passagem em mar territorial estrangeiro; as aeronaves civis brasileiras em vôo sobre alto mar ou de passagem sobre águas territoriais ou espaço aéreo estrangeiro. Acrescenta, ainda, que os navios mercantes estrangeiros de passagem em mar territorial brasileiro, bem como as aeronaves comerciais estrangeiras de passagem sobre espaço aéreo brasileiro, incluído neste as águas territoriais não devem ser considerados território brasileiro. Jacob Dolinger 38 diz que a República Federativa do Brasil deve ser entendida como toda extensão terrestre, fluvial, lacustre, marítima e aérea delimitada pelas normas de Direito Internacional Público. Como se vê, o território brasileiro abrange muito mais que o simples espaço terrestre. Poderíamos falar que República Federativa do Brasil equivale a toda localidade na qual o Estado brasileiro exerce sua soberania. A partir disso, podemos dizer que todo indivíduo que nasça em um lugar onde o Brasil exerça sua soberania, é considerado brasileiro nato. A segunda parte do dispositivo legal em questão - ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país - revela uma exceção a regra do direito do solo, pois se os pais estrangeiros tiverem no Brasil a serviço de seu país o filho terá a nacionalidade dos pais, não se aplicando, nesta hipótese, o ius soli. Neste caso, o nascimento no território nacional não tem qualquer influência sobre a nacionalidade, pelo que entendemos ser hipótese de incidência do critério do direito do sangue. A referência de pais no plural não significa necessariamente que ambos devem estar a serviço de seu país, para que o filho aqui nascido não seja brasileiro, bastando que um deles pai ou mãe esteja a serviço de seu país para excluir o filho aqui nascido da regra sobre a nacionalidade adquirida pelo ius soli. De acordo com esse entendimento, Rezek 39 afirma que reputam-se a serviço de nação estrangeira ambos os componentes do casal, ainda que apenas um deles detenha cargo, na medida em que o outro não faça mais que acompanhá-lo. Aliás, 37 Darceau de carvalho, op. cit., p Jacob Dolinger, op. cit., p José Francisco Rezek, Direito Internacional Público, p

20 20 para excluir a operação do ius soli basta que um dos pais seja estrangeiro e esteja a serviço de seu país, mesmo que o outro genitor seja brasileiro. Segundo Dolinger 40, esta interpretação da letra a se harmoniza com a regra contida na letra b. Há que se verificar, todavia, que a Lei nº 818/49, em seu artigo 2º, dispôs que quando um dos pais for estrangeiro, residente no Brasil a serviço de seu governo e o outro for brasileiro, o filho, aqui nascido, poderá optar pela nacionalidade brasileira, na forma do artigo 129, nº II da Constituição Federal de A nosso ver, trata-se de hipótese de nacionalidade criada pelo legislador ordinário, o que em nosso sistema não é permitido, uma vez que, como dito anteriormente, cabe exclusivamente à Constituição estabelecer as condições de nacionalidade, tanto originária como secundária. Não tendo a Carta Magna de 1988 estabelecido a hipótese prevista pela Lei 818, não há como considerá-la válida por afronta ao texto constitucional. Quanto a adoção da hipótese do artigo 2º da lei 818/49 Dolinger afirma que contradiz o sistema de nacionalidade previsto em nossa ordem jurídica. Para mencionado autor considerar brasileiro filho de pai ou mãe a serviço de outro país no Brasil redundaria na aplicação de dois critérios opostos: quando só um dos pais é brasileiro e está a serviço do Brasil no exterior, o filho lá nascido é brasileiro nato, e, quando um estrangeiro (pai ou mãe) estiver no Brasil, a serviço de seu país, isto não afeta a nacionalidade do filho aqui nascido, que será brasileiro 41. Devemos registrar, também, que a letra da lei diz a serviço de seu país. Sendo assim, de acordo com Francisco Xavier, caso os pais estrangeiros, de filhos nascidos no Brasil, não estejam a serviço de seu país, mas de um terceiro, será aplicado a regra do ius soli 42. Outro ponto que deve ser destacado é que a expressão constitucional serviço abrange não só funções diplomáticas e consulares, como, também, missões oficiais, serviço público em geral, sejam de natureza federal, estadual e municipal 43. Uma observação que deve ser feita é se esta exceção consiste em uma aplicação do ius sanguinis ou não. Entendemos que sim, pois partimos do princípio que se a nacionalidade é conferida levando-se em consideração a nacionalidade dos pais e não o lugar do nascimento, o 40 Jacob Dolinger, op. cit., p Jacob Dolinger, op. cit., p Francisco Xavier da Silva Guimarães, op. cit., p Ibid, p

21 21 critério que está sendo aplicado é do direito do sangue. Jacob Dolinger 44, bem como José Afonso da Silva 45, também entendem que, neste caso, há aplicação do ius sanguinis. Deve-se frisar, todavia, que há entendimentos contrários. Francisco Xavier da Silva Guimarães 46, por exemplo, afirma que este caso não é de aplicação do sistema do direito do sangue, mas sim de exclusão do sistema do direito do solo ª Hipótese de aquisição da nacionalidade de origem A segunda hipótese de aquisição da nacionalidade originária brasileira vem prevista no artigo 12, inciso I, alínea b, que dispõe que são brasileiros natos: os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil. A nosso ver, a regra contida neste dispositivo constitucional é uma exceção a regra geral e consiste na aplicação do critério do ius sanguinis somado a um elemento funcional, na medida em que, o indivíduo nasce fora do Brasil e ele vem adquirir a nacionalidade do pai ou mãe brasileiros (direito do sangue), desde que um destes esteja a serviço do Estado brasileiro (elemento funcional). De acordo com esse entendimento Jacob Dolinger 47, Francisco Xavier da Silva Guimarães 48 e Alexandre de Moraes 49. A expressão a serviço da República Federativa do Brasil, como bem observa Dolinger 50, abrange toda e qualquer missão do governo federal, dos governos estaduais e municipais, bem assim das empresas de economia mista, pois controladas pelo acionista governamental, suas atividades encerram interesse público. Compartilhando desse entendimento Rezek 51 diz que serviço no Brasil não é apenas o serviço diplomático ordinário afeto ao Executivo Federal. Compreende todo encargo derivado dos poderes da União, estados e municípios. Compreende, mais, nesses três planos, 44 Jacob Dolinger, op. cit., p José Afonso da Silva, op. cit., p Francisco Xavier da Silva Guimarães, op. cit. p Jacob Dolinger, op. cit., p Francisco Xavier da Silva Guimarães, op. cit., p Alexandre de Moraes, Direito Constitucional, p Ibid., mesma página. 51 José Francisco Rezek, op. cit, p

22 22 as autarquias. Constitui serviço do Brasil, ainda, o serviço de organização internacional de que a República faça parte. Como se vê, para a aplicação desta regra, basta que um dos pais seja brasileiro e que esteja a serviço do Brasil ª Hipótese de aquisição da nacionalidade de origem A terceira hipótese de aquisição da nacionalidade de origem está prevista no artigo 12, inciso I, alínea c, com a redação dada pela EC nº 54/2007, que considera brasileiro nato:. os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira Neste dispositivo, pode-se verificar que o Brasil não adota a regra geral para aquisição da nacionalidade brasileira, na medida em que o indivíduo não nasce em território nacional. Neste caso, entendemos que há a aplicação do critério do ius sanguinis somado a presença de outros requisitos. O indivíduo, além de não nascer em território nacional, adquire a nacionalidade do pai ou da mãe brasileiros, desde que seja registrado em repartição brasileira competente ou venha residir no Brasil e opte pela nacionalidade brasileira, após atingida a maioridade. Há que se notar que o Brasil não acolhe o ius sanguinis puro, que exige que ambos os pais possuam a mesma nacionalidade, pois basta que um dos pais seja brasileiro, podendo o outro ser estrangeiro. É importante frisar que o registro em repartição brasileira ou a fixação da residência no Brasil, bem como a opção, tal como previstas, não geram a nacionalidade, pois esta já existe antes daquelas condições, que apenas suspendem o exercício da condição de brasileiro enquanto não ocorridas. São, portanto, condições suspensivas. O texto constitucional, neste caso de aquisição da nacionalidade de origem, gera algumas críticas, pois um brasileiro pode morar a vida inteira fora e com uma idade avançada vir residir no Brasil e, mesmo assim, terá direito a ser brasileiro nato. 22

23 23 Outra crítica, segundo Dolinger 52, foi manter o que estava no texto original da Constituição, de que a opção pode ser exercida a qualquer tempo. Qual é a condição daquele que veio residir no Brasil e ainda não optou pela nacionalidade brasileira? Consoante este jurista, evidentemente esta pessoa não será brasileira, pois para a aquisição da nacionalidade, neste caso, mister se faz a concretização dos dois requisitos apresentados, quais sejam, a residência e a subseqüente opção. Com isso, a pessoa que já reside no Brasil, mas ainda não optou não será considerada brasileira. Também criticável o texto constitucional quando fala em residência sem estabelecer a obrigação de fixação de domicílio no Brasil. Como está o texto, o filho de brasileiros que nasceu no exterior não só poderá viver quase toda a sua vida fora do Brasil, como até continuar com seu domicílio no estrangeiro, estabelecer no Brasil apenas residência e, a qualquer tempo, optar pela nacionalidade brasileira. 2.2 NACIONALIDADE SECUNDÁRIA - BRASILEIROS POR OPÇÃO Antes de começarmos a estudar essa forma de aquisição da nacionalidade derivada, gostaria de comentar, sem a pretensão de alcançar uma solução para essa questão, que há um discussão com relação ao nome naturalização. Ora, se o indivíduo está adquirindo a nacionalidade, não seria mais correto dizermos nacionalização? Aluísio Dardeau de Carvalho diz que sim. Segundo ele a expressão naturalização não exprime com exatidão a natureza do ato, embora seja empregada por quase todas as legislações. Nacionalização, na verdade, seria o termo adequado, pois levando-se em conta o aspecto jurídico-político da nacionalidade, o que se faz é justamente isto: tornar nacional o estrangeiro, fazendo-o participar, em regra, dos mesmos direitos e deveres dos nacionais natos 53. Concordamos com respeitável autor que a expressão nacionalização (nacionalizado) seria melhor, pois o indivíduo está se tornando nacional. Temos que, para nós, a expressão naturalização pode ter sido empregada para distinguir aqueles que são nacionais desde o nascimento e aqueles, que por opção, se tornaram nacionais após o nascimento. Mas como não temos a pretensão de esgotar o assunto, adotaremos o termo naturalização, até porque já é uma expressão consagrada. 52 Jacob Dolinger, op. cit., p Aluísio Dardeau de Carvalho, op. cit., p

24 24 Após este breve comentário sobre a denominação utilizada, passemos ao exame do conceito de naturalização. A naturalização é uma forma de aquisição da nacionalidade secundária. É o ato pelo qual alguém adquire a nacionalidade de outro país. Nas palavras de Dolinger 54, a naturalização é um ato unilateral e discricionário do Estado no exercício de sua soberania, podendo conceder ou negar a nacionalidade a quem, estrangeiro, a requeira. A naturalização resulta da soberania e discricionariedade do Poder Público que tem a faculdade exclusiva de concedê-la ou recusá-la, segundo critérios de conveniência e oportunidade políticas, dispensada a revelação dos motivos de uma eventual recusa. A concessão da naturalização está inteiramente dominada pelo poder discricionário expresso na faculdade do Governo apreciar o pedido sob o aspecto da conveniência e oportunidade, a seu exclusivo juízo de valor. Devemos registrar que no artigo 12, II, alínea a, a Constituição permitiu ao legislador ordinário elencar hipóteses de aquisição da nacionalidade brasileira derivada. Diante disso, as hipóteses de aquisição da nacionalidade brasileira secundária não se encontram somente na Constituição Federal, como ocorre com a nacionalidade de origem. Em nossa legislação, a Lei 6.815/80 prevê alguns casos de aquisição da nacionalidade brasileira secundária. O Estado brasileiro não está obrigado a conceder a nacionalidade mesmo quando o requerente preenche todos os requisitos estabelecidos pelo legislador, consoante o disposto na Lei 6.815/80 em seu artigo 121: A satisfação das condições previstas nesta lei não assegura ao estrangeiro o direito à naturalização. Frise-se, todavia, que essa discricionariedade presente neste dispositivo aplica-se somente a alínea a do inciso II artigo 12 da Constituição Federal de No caso da alínea b a naturalização não é ato discricionário, não depende de critério governamental e deverá ser concedida. Há que se salientar, ainda, que a naturalização brasileira é concedida pelo Estado, mediante livre manifestação de vontade do pretendente, expressa em pedido formal e observadas as condições previstas em lei. Não há, assim, concessão de ofício. A naturalização brasileira é expressa e voluntária. 54 Jacob Dolinger, op. cit., p. 156/

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