Crise fiscal: diagnóstico e desafios
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- Manuella Mirella da Rocha
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1 Crise fiscal: diagnóstico e desafios Felipe Salto Diretor-Executivo da IFI São Paulo, 21 de setembro de 2017 FGV/EESP
2 Sobre a IFI Comandada por Conselho Diretor, presidido por Diretor- Executivo Todos os três diretores têm mandato fixo A IFI foi criada em novembro de 2016 pela Resolução nº 42 com quatro objetivos: I - divulgar suas estimativas de parâmetros e variáveis relevantes para a construção de cenários fiscais e orçamentários; II - analisar a aderência do desempenho de indicadores fiscais e orçamentários às metas definidas na legislação pertinente; III - mensurar o impacto de eventos fiscais relevantes, especialmente os decorrentes de decisões dos Poderes da República, incluindo os custos das políticas monetária, creditícia e cambial; e IV - projetar a evolução de variáveis fiscais determinantes para o equilíbrio de longo prazo do setor público.
3 Sobre a IFI A IFI é inspirada na experiência de outros 30 países, que criaram instituições semelhantes, sobretudo em resposta à grande crise de 2008 O objetivo do órgão do Senado é dar transparência às contas públicas O CBO, nos Estados Unidos, é um exemplo de IFI, que exerce também funções de assessoria parlamentar No nosso caso, há uma separação clara: já existem as consultorias legislativas, inclusive as de orçamento; e agora temos a IFI, com o objetivo de produzir análises independentes das contas públicas Modelo similar é observado no Reino Unido e na Austrália
4 Contexto macroeconômico
5 Quadro fiscal e econômico Arrecadação dá sinais incipientes de melhora Resultados fiscais ainda mantêm-se em terreno bastante negativo Governo federal revê metas de primário para 2017 e 2018, mas o que preocupa é médio prazo O cenário da IFI para a dívida bruta piorou e indica pico de 93,3% do PIB em 2024 Sem reformas estruturais, que afetem a dinâmica do gasto obrigatório, a chance de reequilíbrio da dívida/pib é zero Crise federativa é grave e estados e municípios terão dificuldades para retomar normalidade
6 Atividade econômica
7 Endividamento das famílias
8 Taxa de investimento da economia
9 Informalidade
10 Hiato do produto
11 Juros
12 Contas externas Dívida externa a vencer em doze meses: US$ 150 bilhões, contra reservas de US$ 365 bilhões
13 Contas externas Reservas (R) em relação à divida externa de curto prazo (DCP) e ao déficit/superávit das transações em conta corrente (DCC) 5,0 4,5 4,0 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 R / DCP Banco Central R / DCP FMI R / (DCP FMI + DCC) Reservas internacionais:depois da queda em 2014, estabilidade em patamar elevada e ascensão nos últimos meses
14 Questão externa
15 Quadro fiscal do governo federal e dinâmica da dívida
16 Corte orçamentário 2017 Execução das Despesas Discricionárias de Janeiro a Maio (R$ Milhões, a preços de mai/2017) Órgão Var. Var.% PODER EXECUTIVO ,5% MINISTÉRIO DAS CIDADES ,2% MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES, PORTOS E AVIAÇÃO CIVIL ,5% MINISTÉRIO DA DEFESA ,5% MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA ,5% MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA, INOVAÇÕES E COMUNICAÇÕES ,7% MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E AGRÁRIO ,5% MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO ,7% MINISTÉRIO DO ESPORTE ,8% MINISTÉRIO DA SAÚDE ,9% DEMAIS ,2% PODER LEGISLATIVO ,2% PODER JUDICIÁRIO ,3% MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO ,9% DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO 0,1 0,0 0-74,3% TOTAL GERAL ,3% Queda na execução de despesas primárias é expressiva e generalizada PAC: 51%
17 Detalhamento das receitas atípicas
18 Resultado requerido para estabilizar a DLSP
19 Evolução das receitas (até agosto/siga-brasil)
20 Renúncias tributárias (gasto)
21 Resultado nominal e pagamento de juros
22 Evolução da dívida bruta
23 Metas fiscais
24 Ajuste fiscal atualizado
25 Conceito da Margem Fiscal
26 Dinâmica Esperada da Margem Fiscal (Cenário base)
27 Composição da despesa obrigatória sujeita ao teto de gastos Elevada participação do grupo de transferência de renda (TR): 54% Somente o regime privado de previdência (RGPS), consome 43% das despesas sujeitas ao teto, e 80% do grupo de TR. Programa Bolsa Família se destaca com o maior ganho real desde 2004, a despeito de seu impacto fiscal (relativo) reduzido. Despesas mais intimamente ligadas ao salário mínimo como abono e seguro desemprego e BPC (Loas/Rmv), denotam maior fôlego de crescimento acima da inflação. Demais % Transferências de renda % IPCA Previdência Abono e seguro desemprego BPC Bolsa Família BF, , 2% Previdência % Abono e SD, , 5% BPC %
28 Evolução do gasto com a folha do funcionalismo público Gasto com pessoal consome 18% das despesas sujeitas ao teto de gastos. Avanço da despesa tem sido igualmente robusto ao longo dos últimos 20 anos, em média 3,1% acima da inflação ,0 Crescimento real da despesa média (*) mensal com pessoal (% a.a.) 4,0 7,3-3,5 5,8 4,3 3,6-6,7 2,9 6,1 10,0 6,4 5,1 14,0 0,7 0,1-2,9 0,9-0,3 2,4-4, , ,5 1,6 5,9-0,5-1,3-1,3 2,3 6,6 0,7 4,4 0,1 1,9-1,7-3,7 3,2 5,2 6,1 2,3 0,0 1,1 11,2 0,5 5,6 1,1 7,5-2,8 10,9 2,8 3,6 1,2 Crescimento vegetativo da folha de pagamentos (% a.a.) -2,2 1,0 0,8 1,5 1,7 0,9 0,8 2,5 1,4 3,1-3,2 0,5 Taxa de crescimento real Média IPCA Taxa de crescimento Média
29 Estimativa da IFI para a Margem Fiscal (ano de 2016)
30 Cenários Fiscais Reforma da previdência é fundamental e necessária, porém, insuficiente para o cumprimento do teto de gastos. Será preciso uma ampla e profunda reforma de toda estrutura do gasto público. Restrição (político-econômica) para acomodar corte de gasto obrigatório necessário à não violação do teto fragiliza seu cumprimento em prazo médio. Redução Necessária de Gasto Obrigatório para não violar o teto de gastos Evolução do Resultado Primário em diferentes cenários (% do PIB) 200 Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 6 Cenário 1 (base) Cenário 2 (Otimista) Cenário 3 (Pessimista) 5, ,4-0,3-0,7-0,2-1,2-0,8-1,2-1,7-1,5-2,1-1,4-1,9-2,3-2,2-2,3-2,3-2,2-2,7 0,2 1,1-0, ,7 1,7-0,4 1,2 2,3-0,1 1,6 2,9 0,2 2,1 3,5 0,5 2,6 4,2 0,9 3,0 4,8 1,2 3,5 1,5
31 Dívida cresce até 2024
32 Cenário pessimista para a Dívida Bruta 140% 2030: 124,5% 120% 100% 2021: 99,0% 80% 2016: 69,9% 60% 40% 20%
33 Parâmetros para projeção da dívida bruta
34 Perfil do Endividamento Bruto Tem ocorrido efeito substituição de papéis prefixados por papéis indexados a taxa básica de juros (Selic). Incorporadas as operações compromissadas, cerca de 50% da dívida caminha com a Selic. Apesar do recuo no prazo dos papéis selicados, prazo médio segue estável em 4,5 anos. Composição da Dívida Mobiliária por Indexador (%) Parcela da Dívida Pública corrigida pela Taxa Selic (%)
35 Parâmetros para projeção da dívida bruta
36 18,0 18,6 19,8 20,6 21,3 22,5 21,4 22,1 23,4 23,2 23,7 23,4 22,3 22,5 23,4 22,5 22,5 21,8 21,9 21,9 21,4 7,2 7,1 7,2 % do PIB 7,9 1,2 8,2 8,3 8,1 1,1 8,1 8,3 8,5 8,2 8,2 8,3 8,3 8,2 8,2 1,4 8,6 8,6 8,4 8,5 8,2 1,4 1,4 1,4 1,4 1,4 2,0 2,0 1,8 2,0 2,0 1,8 1,9 1,9 1,6 1,7 1,7 1,7 1,8 A questão da carga tributária 3 fases da CTB: Expansão (1997/2004), Estabilidade (2005/2011) e Deterioração (2012/2017) Carga Federal Carga Estadual Carga Municipal Carga Tributária Total 29,8 30,9 32,1 31,1 32,0 33,7 33,4 33,8 33,7 32,4 32,5 33,4 32,6 32,6 31,9 32,1 32,1 31,5 28,4 26,4 26,
37 Renúncias Fiscais e Carga Potencial Expansão acelerada do volume de gastos tributários (renúncias fiscais), contribuiu para diminuir o potencial arrecadatório dos governos. * 38,00 36,00 34,00 32,00 30,00 28,00 26,00 24,00 22,00 20,00 DGT (% PIB) CTB (% do PIB) CTB Potencial (% PIB) 5,0 4,5 4,0 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 * DGT = Demonstrativo de gastos tributários
38 Quadro fiscal dos governos estaduais
39 Resultado primário
40 Dívida (% da Receita Corrente Líquida - RCL)
41 Dívida x Déficit
42 Despesa com pessoal (% da RCL)
43 Simulação regra do teto nos Estados
44 Projeções consolidadas
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