Dezembro 2010 ORDEM DOS NOTÁRIOS RELATÓRIO ANUAL
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- Ayrton de Santarém Brandt
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1 Dezembro 2010 ORDEM DOS NOTÁRIOS RELATÓRIO ANUAL
2 Rentabilidade da Carteira A carteira da Ordem dos Notários sob gestão desvalorizou 0.6% no ano de 2010, encerrando o ano com um montante de euros. EM º Trimestre 3º Trimestre 2º Trimestre 1º Trimestre V.Patrimonial R.Efectiva -0.6% -2.79% 2.34% -1.32% 1.26% Desde o início de gestão, a carteira apresenta uma performance acumulada de 14.5% ou 3.6% anualizado. Recordamos que o periodoem causa, Março de 2007 a Dezemebro de 2010, foi um periodo de enorme volatilidade em termos de mercados, na sequência da crise do sistema financeiro de Desde o início gestão Taxa Efectiva 14.5% 4.3% Taxa Anualizada 3.6% 8.9% 1.4% 5.3%
3 Rentabilidade da Carteira A carteira ao longo de 2010, teve os seguintes movimentos a nível de entradas e saídas: Entradas Saídas Saldo 1ºTrim ºTrim ºTrim ºTrim Total
4 Alocação por Activos A carteira sob gestão na ESAF, é uma carteira com um perfil de preservação de capital, sendo maioritariamente composta por obrigações, de acordo com o quadro abaixo, o qual mostra os pesos por classe de activos no final de Dezembro. Activo Obrigações Taxa Fixa Dív. Pública e Garant. Dív. Privada Emergentes Taxa Varíavel Outros activos Liquidez Total Montante % 90.25% 10% 43% 2.6% 34.8% 3.4% 6.3% 100% O.Activos 3% Cash 6% Div. Pub. 10% Corporate 81%
5 Mercados em 2010 Resumo Em 2010, assistimos a uma recuperação económica razoável nos países desenvolvidos e muito forte nas economias emergentes. No entanto, as taxas de desemprego mantiveram-se a níveis elevados nos países desenvolvidos, sendo este um ponto crucial para a evolução das economias em Os Bancos Centrais dos países desenvolvidos mantiveram ou ampliaram as políticas monetárias expansionistas, o que se traduziu na manutenção de baixas taxas de juro de curto e longo prazo para os países da zona euro core e EUA. Nos países emergentes, assistimos ao início da retirada dos estímulos monetários. Este ano foi caracterizado por fortes divergências geográficas e marcante para os países ditos periféricos principalmente Portugal, Espanha, Grécia e Irlanda. Depois de vários anos em que as condições existentes, permitiram a este grupo de países o acesso a crédito a baixas taxas de juro, as consequências da crise do sistema financeiro em 2008, evidenciaram as suas fraquezas nomeadamente em termos orçamentais. O nível exigido pelos mercados para tomar a dívida destes países, traduziu-se num aumento de spreads face à taxa alemã, elevando as taxas de juro para valores insustentáveis. A Grécia e posteriormente a Irlanda, acabaram a pedir auxilio ao FMI, mantendo-se a especulação sobre qual o próximo país a recorrer ao auxílio internacional. O alargamento dos spreads na dívida soberana nestes países, teve impactos muito significativos na dívida das empresas financeiras destes países. No mercado de obrigações de dívida privada, assistimos igualmente a um alargamento de spreadsde 76 para 105 no índice Itraxx, ao contrário do verificado no ano anterior. Os mercados accionistas apresentaram performances díspares e igualmente marcados pela questão da dívida soberana. Assim, pela negativa o destaque vai para Portugal e Espanha (-10% e -17%) e pela positiva Alemanha, Estados Unidos e genericamente países emergentes.
6 Mercados em 2010 Resumo Mercados de Acções/Commodities em ºTrim. 2.Trim. 3.Trim. 4.Trim. Em 2010 Europa/ Stoxx50 1.7% -10.2% 5.2% 4.2% 0.04% EUA/ S&P % -11.9% 10.7% 10.2% 12.8% Japão/ NiKkei 5.1% -15.4% -0.1% 9.2% -3.0% Portugal/ PSI20 1.1% 6.2% -12.8% -4.2% -10.3% Espanha / IBEX -9.0% -14.8% 13.5% -6.2% -17.4% Alemanha/ DAX 3.3% -3.1% 4.4% 11% 16.0% MSCI Emergentes 1.1% -6.4% 11.9% 5.4% 11.7% Crude -3.1% -0.1% 0.0% -2.1% -5.8% Ouro 1.5% 11.6% 5.3% 8.6% 29.5% Evolução das Taxas de Juro em 2010 Dez./09 Março/10 Junho/10 Setembro/10 Dez./10 10 anos Alemanha 3.4% 3.0% 2.5% 2.3% 3.0% 10 anos Portugal 4.0% 4.2% 5.7% 6.3% 6.6% 10 anos Irlanda 4.8% 4.7% 5.5% 6.5% 9.1% 10 anos Grécia 5.8% 6.5% 10.4% 10.4% 12.4% 10 anos Espanha 4.0% 3.8% 4.5% 4.1% 5.5% 2 anos Alemanha 1.3% 0.9% 0.6% 0.3% 0.9% 2 anos Portugal 1.5% 1.6% 3.3% 4.1% 4.2% 2 anos Irlanda 2.0% 1.6% 2.6% 4.0% 5.2% 2 anos Grécia 3.4% 5.1% 10.0% 8.3% 12.2% 2 anos Espanha 1.9% 2.0% 2.9% 2.8% 345% Libor 6 meses 1.0% 0.9% 1.0% 1.1% 1.2% Spreads(Itraxx Main) bps
7 Análise da Carteira em 2010 Até Setembro, a carteira beneficiou da descida das taxas de juro entretanto verificada, o que se traduziu em ganhos nos preços das obrigações. A partir de Setembro as condições agravaram-se para os mercados de obrigações de forma genérica. Depois da taxa de juro dos 10 anos na Alemanha atingir o mínimo de 2.2% no final de Agosto, esta subiu sustentadamente atá final do ano para valores perto de 3%. Adicionalmente, o agravamento das condições na dívida soberana nos países periféricos em particular Portugal, com um forte alargamento dos spreads face à Alemanha, traduziu-se em fortes quedas nos preços das obrigações nacionais. Este factor foi a causa principal da performance obtida pela carteira em 2010, dado que a carteira obteve ganhos para a totalidade do ano, nas obrigações estrangeiras, na classe outros activos e acções. Evolução da alocação em ,0% 50,0% Dez-09 Jun-10 Dez-10 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% TF Div. Pub. TF Div. Priv. Tvar. Emerg. O.Activos Cash
8 Análise da Carteira em 2010 Em termos geográficos, a carteira de obrigações apresentava a seguinte exposição por país no final de Dezembro: Finl. Jersey 2% 2% Autralia 4% Brasil 4% UK 2% Esp. 2% Alem. 2% Suécia 2% Lux. 1% Russia 1% Portugal 40% Caym. 7% US 9% França 9% Hol. 13% Em termos de maturidade, cerca de 20% da carteira de obrigações apresenta maturidade inferior a 2 anos e 56% entre 2 e 5 anos % 10+ 7% % % %
9 Análise da Carteira em 2010 Relativamente ao rating das obrigações em carteira, a distribuição era no final do ano, a apresentada no gráfico abaixo. 25% 20% 15% 10% 5% 0% Aaa Aa1 Aa2 Aa3 A1 A2 A3 Baa1 Baa2 Baa3 Ba2 #N/A N/A NOTA: #N/A N/A Sem rating atribuido. Neste caso, nesta rubrica temos a exposição a nomes nacionais Semapa, Tranquildade e BESI. A carteira existente no final do ano, de acordo com o mapa seguinte, apresentava na componente de taxa fixa uma yield-to-maturity de 6% e nas obrigações de taxa variável um discount margin(spread) de 534 bps. A maturidade média encontravase em 3.7 anos.
10 Análise da Carteira em 2010 DescVlz Desc_N2 Qtd/Mnt Prc/PrcPerc Cupão Rating Moodys Maturidade YTM DM OT 3.60% 10/14 Obrigações Taxa Fixa ,9% 3,60 A ,80 Parpublica-Permutav. Obrigações Taxa Fixa ,6% 3,25 A ,83 CAMFER /15 Obrigações Taxa Fixa ,5% 4,70 A ,59 BESI 03-10/2033 Obrigações Taxa Fixa ,5% 5,50 #N/A N/A ,41 BCPPL /12 Obrigações Taxa Fixa ,1% 2,38 A ,24 CAT /13 Obrigações Taxa Fixa ,0% 2,38 A ,95 RENAUL /13 Obrigações Taxa Fixa ,3% 4,00 Baa ,01 SNSBNK C /11 Obrigações Taxa Fixa ,0% 0,00 A ,45 CITI GL /12 Obrigações Taxa Fixa ,6% 0,00 A ,13 BESPL /14 Obrigações Taxa Fixa ,4% 5,63 A ,19 LLOYDS /15 Obrigações Taxa Fixa ,2% 3,38 Aa ,38 TELECO /21 Obrigações Taxa Fixa ,5% 3,63 A ,31 C /15 Obrigações Taxa Fixa ,9% 4,00 A ,25 TLMP /17 Obrigações Taxa Fixa ,3% 5,13 Baa ,78 PEUGOT /13 Obrigações Taxa Fixa ,8% 4,00 Baa ,29 AKEFP 4% 10-10/2017 Obrigações Taxa Fixa ,4% 4,00 (P)Baa ,27 BBVASM /15 Obrigações Taxa Fixa ,7% 3,25 Aa ,92 NBHSS 2.75% 10-08/15 Obrigações Taxa Fixa ,0% 2,75 Aa ,98 RABOBK /20 Obrigações Taxa Fixa ,7% 6,88 #N/A N/A ,69 VOTORA /17 Obrigações Taxa Fixa ,7% 5,25 Baa ,31 GE /15 Obrigações Taxa Fixa ,0% 2,88 Aa ,10 ESF /2011 Obrigações Taxa Fixa ,9% 4,50 Baa ,94 GAZPRU /14 Obrigações Taxa Fixa ,5% 5,36 Baa ,04 SNSSN /13 Obrigações Taxa Fixa ,4% 4,13 Baa ,94 ESF /2019 Obrigações Taxa Fixa ,6% 6,88 Baa ,35 STINGRAY LTD 05/12 Obrigações Taxa Fixa ,7% 6,31 #N/A N/A ,16 Cia Seg.Tranquil./22 Obrigações Taxa Variável ,6% 3,22 #N/A N/A ,44 BCPN Float 05/14 Obrigações Taxa Variável ,7% 1,20 A ,15 BCPPLFloat 03/13 Obrigações Taxa Variável ,3% 2,31 A ,34 Montep.Geral Flt.13 Obrigações Taxa Variável ,1% 1,28 Baa ,55 SEMAPL Float 16 Obrigações Taxa Variável ,6% 2,57 #N/A N/A ,13 Banco BPI Flt Obrigações Taxa Variável ,0% 1,33 A ,90 Espirito Santo 12/15 Obrigações Taxa Variável ,0% 1,97 #N/A N/A ,49 ESPSAN Float 03/12 Obrigações Taxa Variável ,9% 1,14 #N/A N/A ,07 BESPLFloat 12/14 Obrigações Taxa Variável ,6% 1,02 #N/A N/A ,19 Montpi Float 05/12 Obrigações Taxa Variável ,5% 1,30 Baa ,39 SANTAN Float 2013 Obrigações Taxa Variável ,2% 2,48 Aa ,74 Banif Float 05/12 Obrigações Taxa Variável ,0% 1,34 Baa ,02 ES INV FL 07-05/11 Obrigações Taxa Variável ,6% 0,26 #N/A N/A ,95 Merrill Lynch 05/14 Obrigações Taxa Variável ,3% 1,33 A ,74 RBS Float 06/15 Obrigações Taxa Variável ,7% 1,78 A ,39 ABN Amro Float 09/16 Obrigações Taxa Variável ,6% 1,23 A ,44 KNFP Float 07/17 Obrigações Taxa Variável ,8% 1,20 A ,05 POHBKFloat 02/13 Obrigações Taxa Variável ,1% 1,54 Aa ,42 DPB Float 11/15 Obrigações Taxa Variável ,5% 1,85 A ,28 FBNETH Float 15 Obrigações Taxa Variável ,7% 1,79 A ,49 NAB Float 10/13 Obrigações Taxa Variável ,9% 1,49 Aa ,30 BPI Cap Fin Float 49 Obrigações Taxa Variável ,0% 2,60 Ba2 #N/A Field Not Applicable 649,04 3,1% 3,66 6,00% 533,5
11 Perspectivas Para 2011, para um cenário central de crescimento económico global razoável embora assimétrico, manutenção das taxas de juro por parte dos Bancos Centrais e considerando as valorizações das diferentes classes de activos, os activospara os quais nos encontramos mais positivos são dívida corporate, nomedamente empresas globais, dívida periférica de curto prazo e acções. Relativamente ao mercado de dívida corporate, consideramos que os spreads têm espaço para encurtar (subida nos preços das obrigações), tendo como factores positivos a procura por yield, melhorias macroéconómicas e liquidez. O principal risco para esta classe de activoséa subida das taxas de juro. Para os mercados de acções temos como factores positivos para uma boa performance, a valorização, earnings momentum e baixas taxas de juro. O maior risco será o contagio do risco soberano.
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