INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE: ESTUDO DE CASOS COM OPERADORES LOGÍSTICOS
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- Milton Affonso Candal
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1 INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE: ESTUDO DE CASOS COM OPERADORES LOGÍSTICOS Projeto de Pesquisa Período: Agosto de 2010 a Julho de 2011 PIBIC Programa Institucional de Iniciação Científica Aluno: Aline Loureiro Novaes Orientador: Prof. Dr. Orlando Fontes Lima Jr Co-orientador: Dra. Regina Meyer Branski LALT Laboratório de Aprendizagem em Logística e Transporte Departamento de Geotecnia e Transportes Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 1
2 1. RESUMO O objetivo da pesquisa é identificar e analisar as inovações implementadas pelos operadores logísticos e compreender como estas afetam a competitividade destes agentes. A pesquisa será desenvolvida utilizando a metodologia para estudo de caso proposta por Yin (2003). Serão realizados estudos de casos com dois operadores logísticos onde serão observados três fatores tecnologias de informação, gestão do conhecimento e redes de relacionamento e analisadas suas contribuições para a inovação dos produtos, processos e organização das suas empresas; assim como a expansão de seus mercados. Os casos serão analisados individualmente e depois comparados, procurando identificar semelhanças e diferenças entre os agentes. Com este trabalho, espera-se mostrar de que maneira as inovações contribuem para a competitividade destes agentes. O trabalho está inserido em um projeto de pesquisa em desenvolvimento no Laboratório de Aprendizagem em Logística e Transportes (LALT) do Departamento de Geotecnia e Transportes (DGT) da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC) da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) intitulado Plataformas Logísticas Inteligentes. O projeto conta com o apoio do CNPq e envolve uma rede de pesquisa com as instituições UFSC Universidade Federal de Santa Catarina, UFA Universidade Federal da Amazônia, CTI Centro de Tecnologia da Informação Renato Acher e Bremen University BIBA Institute. 2. INTRODUÇÃO O Council of Supply Chain Management Professionals (CSCMP) conceitua logística como o processo de planejamento, aplicação e controle do fluxo de mercadorias, armazenagem, serviços e informações relacionadas, desde seu ponto de origem até o ponto de consumo, sempre visando atender as necessidades dos clientes. Ainda segundo o CSCMP, a gestão de logística é uma função integradora que visa otimizar as atividades relacionadas a logística, o que geralmente inclui o gerenciamento de transporte, gestão de frota, armazenagem, gerenciamento de estoque, planejamento de oferta e demanda e atendimento ao cliente. De acordo com a Associação Brasileira de Movimentação e Logística (ABML), a empresa prestadora de serviços, especializada em gerenciar e executar todas ou parte das atividades logísticas, nas várias fases da cadeia de suprimento de seus clientes, é denominada Operador Logístico. A ABML afirma ainda que para uma empresa ser classificada como Operador Logístico, a mesma deve, no 2
3 mínimo, prestar serviços de controle de estoque, armazenagem e gestão de transportes, simultaneamente. Um operador logístico é um fornecedor de serviços logísticos integrados que busca atender com total eficácia as necessidades logísticas de seus clientes de forma individualizada (ALBUQUERQUE; VASCONCELOS, 2004, p. 2). Os Operadores Logísticos podem ser aqueles que se valem de investimentos em transportes, armazéns e máquinas, ou então possuírem o conhecimento de gerenciamento das operações logísticas. Conforme Albuquerque e Vasconcelos (2004), a globalização, a multiplicação de produtos, o mercado cada vez mais segmentado e a crescente exigência por melhores serviços são fatores que favorecem a contratação de empresas que prestam serviços como Operadores Logísticos. Kliemann e Duarte (2008) avaliam o agrupamento de empresas como uma maneira de obter vantagens competitivas no cenário global, que geram redução dos custos das operações logísticas e criam ambientes propícios à oferta de serviços logísticos. O desempenho dos operadores logísticos depende da capacidade de gerenciamento operacional e estratégico, e da gestão da informação e do conhecimento em todas as fases do processo logístico. Conseqüentemente, exige a utilização intensiva das tecnologias de informação (TI) (BOLUMOLE, 2001). É por meio da TI que os operadores são capazes de partilhar dados e outras informações e coordenar suas atividades com as de seus parceiros, clientes e demais agentes da cadeia (BOWERSOX; CLOSS, 2001). A competitividade destes agentes, no entanto, vai além da incorporação das tecnologias disponíveis no mercado e já amplamente empregadas por seus concorrentes. As formas de competitividade sustentadas e dinâmicas dependem, principalmente, do aprendizado de competências específicas, de recursos humanos qualificados, e da capacitação produtiva e inovativa das empresas (LASTRES; CASSIOLATO, 2005). Inovação é a criação de novos produtos, novos métodos de produção e transporte, novos mercados e novas formas de organização industrial. É um processo dinâmico, que deve ser buscado de forma contínua, e está associado a tudo que diferencia e cria valor para uma empresa. Vale ressaltar que a inovação não decorre necessariamente de um novo conhecimento científico, podendo resultar da experimentação prática ou da combinação das tecnologias já existentes (TIGRE, 2006). Chapman et al. (2003), através de ampla revisão da literatura, aponta os fatores essenciais para análise da inovação nos processos logísticos: adoção de tecnologia da informação (TI), gestão do conhecimento e estabelecimento de redes de relacionamento. 3
4 O termo Tecnologia da Informação (TI) designa o conjunto de recursos tecnológicos e computacionais usados para geração e uso da informação. Envolve, além de computadores, equipamentos de reconhecimento de dados, tecnologias de comunicações, automação de fábricas e outras modalidades de hardware e de serviços (PORTER, 1999, p. 83). As TIs criam a base para a partilha de informações e conhecimento dentro e fora de uma organização, permitindo que as empresas melhorem a eficiência de seus serviços associados a tempo, distância e comunicação, garantindo-lhes expressiva vantagem competitiva. Segundo Chapman (2003), o rápido crescimento em tecnologias é o principal motor para a inovação no setor de serviços, mas também requer mudanças nos níveis de qualificação e conhecimento dos trabalhadores. É grande a quantidade de dados e informações disponíveis para as empresas e estas precisam transformá-los em conhecimento. O conhecimento é um componente essencial no fluxo de materiais, informações e serviços de logística. Grawe (2009) afirma que a gestão do conhecimento dentro de uma organização e entre organizações é a chave no desenvolvimento de novas idéias. Chapman (2003) enuncia que as empresas podem optar por tecnologias para se inserir em redes de relacionamentos, a fim de ampliar sua competência em novos conhecimentos. Destacam-se, por fim, as redes de relacionamento como alianças estratégicas de longo prazo que possibilitam aprendizado mútuo de novas práticas. Ao filiarem-se a essas redes, as empresas de logística se tornam mais capazes de melhorar o desempenho de seus serviços nas áreas de manuseio, rastreamento, armazenagem, fluxo de informações e demais processos logísticos. Segundo Chapman (2003), é bem provável que essas redes dominem a indústria de logística nas próximas décadas. 3. OBJETIVO O objetivo da pesquisa é identificar e analisar as inovações implementadas por dois operadores logísticos e compreender como afetam a competitividade destes agentes. Serão analisados, em cada um deles, os três fatores que sustentam o processo de inovação apontados por Chapman et al. (2003) tecnologias de informação, gestão do conhecimento e redes de relacionamento e analisadas suas contribuições para a inovação dos produtos, processos e organização das suas empresas; assim como a expansão de seus mercados. O trabalho está inserido em um projeto de pesquisa em desenvolvimento no Laboratório de Aprendizagem em Logística e Transportes (LALT) do Departamento de Geotecnia e Transportes 4
5 (DGT) da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC) da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) intitulado Plataformas Logísticas Inteligentes. O projeto conta com o apoio do CNPq e envolve uma rede de pesquisa com as instituições UFSC Universidade Federal de Santa Catarina, UFA Universidade Federal da Amazônia, CTI Centro de Tecnologia da Informação Renato Acher e Bremen University BIBA Institute. 4. METAS SEMESTRAIS No segundo semestre de 2010 será realizado um levantamento bibliográfico abordando os seguintes temas: logística, operador logístico e inovação. A partir deste levantamento, uma estrutura conceitual será elaborada a fim de consumar o estudo de casos com base em entrevistas semiestruturadas. A aplicação prática será executada no primeiro semestre de 2011, por meio do estudo de casos com dois operadores logísticos. O relatório final apresentará uma análise de cada operador e, em seguida, análise cruzada dos dados obtidos, buscando similaridades e diferenças entre os casos estudados, sempre analisando os pilares fundamentais do processo de inovação, elencados por Chapman et al. (2003) e seu impacto nos produtos, processos, organização das empresas e mercados. 5. MÉTODOS Este trabalho está baseado no método de estudos de caso proposto por Yin (2003), que retrata os diversos componentes de um estudo de caso e como estes estão relacionados. Para tal, foi elaborado um fluxograma adaptado ao estudo a ser feito neste trabalho. 5
6 Figura 1 Fluxograma adaptado do Estudo de Casos. Fonte: Yin (2003) Desenvolvimento teórico Na primeira etapa do trabalho será realizado um levantamento bibliográfico abordando os itens essenciais no processo de inovação e como podemos identificá-los na estrutura organizacional dos operadores logísticos. A partir deste levantamento, será elaborada uma estrutura conceitual para a realização das entrevistas semi-estruturadas que comporão o estudo de casos Seleção dos casos Após a realização do levantamento bibliográfico, serão identificados os casos que serão analisados. Yin (2003) aponta a importância de escolher casos que atendam aos objetivos da pesquisa e que permitam confirmar ou refutar as proposições iniciais. No caso particular desta pesquisa, serão analisados dois operadores logísticos com importante atuação no mercado Protocolo de pesquisas: procedimentos A pesquisa estará apoiada em duas fontes de dados: primários e secundários. Dados primários são coletados por meio de observação participativa e entrevistas e têm o propósito de atender as necessidades específicas da pesquisa. Dados secundários são coletados por meio de exame de informações disponíveis para consulta em documentos internos, publicações ou na Internet (MATTAR, 1997). No caso desta pesquisa, os dados primários serão obtidos por meio de entrevistas semi- 6
7 estruturadas, e os dados secundários, em publicações especializadas e nos sites dos operadores logísticos estudados Estrutura do relatório O relatório apresentará uma análise individual dos operadores estudados e um quadro comparativo destacando as semelhanças e diferenças verificadas entre eles. 6. CRONOGRAMA O trabalho será desenvolvido segundo o cronograma apresentado na Figura 2. Figura 2 Cronograma 7. REFERÊNCIAS ABML ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MOVIMENTAÇÃO E LOGÍSTICA. Guias e Manuais Operador Logístico. São Paulo, Disponível em < Acesso em: 01 abril 2010; ALBUQUERQUE, R. C., VASCONCELOS, R. Operadores Logísticos: Uma tendência nos sistemas de distribuição das empresas brasileiras? SEBRAE. Fortaleza, CE, Abril Disponível em: < Acesso em: 01 Abril 2010; 7
8 BOLUMOLE, Y.A.: The Supply Chain Role of Third-party Logistics Providers, International Journal of Logistics Management; ABI/INFORM Global, v. 12, nº 2; p. 87, 2001; BOWERSOX, J.D.; CLOSS, D.J.: Logística Empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimentos, São Paulo: Editora Atlas, 2001; CASSIOLATO, J. E. Principais Características a Investigar em uma pesquisa de Inovação. Estudio Metodológico La Encuesta de Innovación Tecnológica en las Empresas. 1a. Reunião. Rio de Janeiro: Março, Cassiolato, 2002; CHAPMAN, L.R. et al. Innovation in logistic services and the new business model: a conceptual framework. Managing Service Quality, v. 12, n. 6, p , 2002; CSCMP Council of Supply Chain Management Professionals. About CSCMP Definitions. United States, Disponível em: < Acesso em: 01 Abril 2010; DUBKE, A.F. Modelo de localização de terminais especializados: um estudo de caso em corredores de exportação da soja f. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) - Departamento de Engenharia Industrial da Faculdade de Engenharia de Produção, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2006; GRAWE, S. J. et al. Logistics innovation: a literature-based conceptual framework. The International Journal of Logistics Management, v. 20, n. 3, p , 2009; KLIEMANN NETO, F. J.; DUARTE, P. C. Plataforma Logística: Análise estratégica dos benefícios no Setor Conserveiro Gaúcho. Produto & Produção, v. 9, p , 2008; LASTRES, H. M. M.; CASSIOLATO, J. E. Innovation systems and local productive arrangements: new strategies to promote the generation, acquisition and diffusion of knowledge. In Innovation: Management, Policy & Practice. Volume 7/2 April MATTAR, F. N. Pesquisa de marketing: metodologia, planejamento. Vol. 1, São Paulo, Atlas, 1997; PORTER, M. E. Competição: Estratégias Competitivas Essenciais. 3ª ed. Rio de Janeiro, Campus, p. 83, 1999; TIGRE, P.B. Gestão da Inovação: a economia da tecnologia no Brasil. Rio de Janeiro: Campus, 2006; YIN, R. K. Case Study Research: Design and Methods. Sage, London, 2003; 8
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