Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER. Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Sem restrição.

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1 Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER Referência: / Assunto: Restrição de acesso: Providências adicionais: Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Sem restrição. Encaminhar à CGCID denúncia/reclamação. Ementa: Cidadão solicita informações sobre contrato de repasse Interesse social Informação já disponibilizada Acata-se a argumentação do recorrido Não conhecimento Recomendações. Informar em suas respostas ao cidadão a autoridade que tomou a decisão, a possibilidade de recurso, o prazo e a autoridade competente para apreciá-lo. Garantir que o recurso de segunda instância seja julgado pela Autoridade Máxima da entidade. Órgão ou entidade recorrido (a): Recorrente: Caixa Econômica Federal M.A. Senhor Ouvidor-Geral da União, 1. O presente parecer trata de solicitação de acesso à informação com base na Lei nº /2011, conforme resumo descritivo abaixo apresentado: RELATÓRIO Data Teor Pedido 12/03/20 15 Considerando que a CEF através de despacho que se encontra em anexo, solicita que envia a este órgão tal solicitação, já que é de competência de quem financiou a obra a fiscalização, faço encaminhamento do que segue: 21

2 Resposta Inicial 23/03/20 15 VENHO POR MEIO DESTE CANAL, SOLICITAR INFORMAÇÕES QUANDO AO MONITORAMENTO DE UM CONVÊNIO SOB O Nº /2011 (CONTRATO DE REPASSE) FIRMADO ENTRE A CEF POR INTERMÉDIO DO MINISTÉRIO DAS CIDADES COM A PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPO GRANDE - MS, POIS COMO SE PODE CONSTAR EM OBSERVÂNCIA AO PORTAL DO SICONV, O REFERIDO CONVÊNIO FOI FIRMADO EM 27/12/2011 COM VIGÊNCIA PRÓXIMA A 30/04/2016, E ATÉ O MOMENTO NADA SE FOI REALIZADO DO REFERIDO CONVÊNIO PELA PREFEITURA TENDO PASSADO APROXIMADAMENTE 4 ANOS DE SUA VIGÊNCIA. MINHA CONSULTA É NO SENTIDO DE ENTENDER COMO ESTA CEF E O MINISTÉRIO ESTÁ FAZENDO A MONITORIA DESTE CONVÊNIO, POIS ENTENDO QUE UMA VEZ QUE UM ENTE REPASSA RECURSOS PÚBLICOS (DINHEIRO DE TODOS) PARA UM OUTRO ENTE EXECUTAR, ESTE ENTE REPASSADOR (DONO DO RECURSO), DEVE FAZER A MONITORAÇÃO E SABER PORQUE NÃO ESTÁ SENDO EXECUTADO O OBJETO PACTUADO, E SE FOR O CASO RESCINDIR O CONVÊNIO, APLICAR PENALIDADES AO GESTOR SOB PENA DO MESMO RESPONDER TAMBÉM POR OMISSÃO, TANTO UM QUANTO O OUTRO (MINISTÉRIO E PREFEITURA). RESSALTO QUE JÁ PROTOCOLEI JUNTO AO PREFEITO DESTA CIDADE NA DATA DE 28/08/2014, E ESTE POR SUA VEZ DESRESPEITOU A LAI (LEI DE ACESSO A INFORMAÇÃO), POIS SE QUE ME DEU SATISFAÇÃO DO PLEITO. NA DATA DE HOJE, 30/01/2015, MAIS UMA VEZ PROTOCOLIZEI DOCUMENTOS SOLICITANDO INFORMAÇÕES A RESPEITO DA OBRA POIS PENSO NÃO SER JUSTO A COMUNIDADE NÃO TER SEUS BENEFÍCIOS FEITOS PELO PODER PÚBLICO ENQUANTO ESTE TEM O DEVER DE ZELAR PELO CUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÕES E PELO DINHEIRO PÚBLICO. FICO NO AGUARDO DE POSICIONAMENTO DESTE ENTE, E ESPERO TER RETORNO, POIS ABSURDO SE FAZ UM CONVÊNIO TER SIDO FIRMADO A 4 ANOS E ATÉ ENTÃO NADA FOI REALIZADO, CADÊ A GESTÃO? OU TODOS RESPONDERÃO POR IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA? Prezado (a) Cidadão (ã), 1. Conforme solicitação através do E-SIC, site CGU, informamos que: 1.1. A CAIXA disponibiliza em sua página na internet todas as informações sobre os contratos de repasse. > poder público > acompanhamento de recursos para obras A GIGOV/MS é a unidade gestora dos contratos de repasse firmados com a Prefeitura Municipal de Campo Grande, MS. Telefone e

3 1.3. Com o número informado não encontramos contrato de repasse, com as mesmas características e sob o n /2011, contrato , com obra executada até 5,48%. A obra está atrasada e paralisada, sob responsabilidade da Prefeitura Municipal de Campo Grande. 2. Por fim, agradecemos o contato e esclarecemos que a CAIXA, na página disponibiliza as informações corporativas em atendimento à Lei / Informamos que a CAIXA mantém SAC para informações, reclamações, cancelamentos, sugestões, serviços e elogios, com atendimento 24 horas por dia 07 dias por semana, pelo DDG e para reclamações não solucionadas no SAC ou denúncias, a CAIXA mantém canal de Ouvidoria com atendimento de segunda a sextafeira, das 08 às 18 horas, pelo DDG A CAIXA coloca-se à disposição através de seus canais de atendimento. Atenciosamente, CAIXA - Serviço de Informações ao Cidadão Infelizmente não se encontra resposta plausível em nenhum dos entes envolvidos, a Prefeitura não responde nada, ainda que dei entrada pelo SIC de la, o Ministério das Cidades, disse que é de competência da CEF, já que é o gestor do repasse, e por fim a CEF diz que cabe a Prefeitura gerir, portanto reafirmo minha solicitação, já que no contrato de repasse firmado, e tendo em vista que vocês são os gestores, e que cabe Recurso à o monitoramento e avaliação do porque 23/03/20 passados 4 anos, e ainda que já foi liberado Autoridade Superior 15 parte dos recursos, a pequena obra perto dos 68 milhões que dizem que a Prefeitura executará em obras a qual duvido muito, já que nem os 1,5 mil conseguem executar se passados já 4 anos. Segundo as leis, s.m.j. cabe a quem repassa o recurso também acompanhar e gerir, e em caso de não cumprimento saber o porque e ainda aplicar penas cabíveis ao caso, portanto aguardo respostas plausíveis e não absurdas. Resposta do Recurso 26/03/20 Prezado (a) Cidadão (ã), 23

4 à Autoridade Superior Recurso à Autoridade Máxima 15 26/03/ Conforme solicitação através do E-SIC, site CGU, informamos que: 1.1. A responsabilidade pela execução das obras objeto dos contratos de repasse é exclusiva dos entes tomadores de recursos Cabe à CAIXA, no papel de mandatária da União, acompanhar a execução física e o respectivo desbloqueio de recursos disponibilizados para a operação, bem como adotar as medidas cabíveis para a instauração de Tomada de Contas Especial TCE nos termos da legislação vigente, nos casos de irregularidades ou pendências de ordem técnica não sanadas pelos entes convenentes Informamos ainda que na eventual verificação de obras atrasadas/paralisadas, como entendemos se tratar o caso, a CAIXA tem cumprido os procedimentos e prazos legais para a notificação, recepção de justificativas ou solução das pendências, e demais trâmites que precedem a instrução para a instauração de TCE. 2. Conforme o disposto no parágrafo único do art.21 do decreto 7.724, de 2012, informa-se que poderá ser apresentado recurso no prazo de 10 dias contado da ciência da decisão, à autoridade máxima para o assunto solicitado. 3. Por fim, agradecemos o contato e esclarecemos que a CAIXA, na página disponibiliza as informações corporativas em atendimento à Lei / Informamos que a CAIXA mantém SAC para informações, reclamações, cancelamentos, sugestões, serviços e elogios, com atendimento 24 horas por dia 07 dias por semana, pelo DDG e para reclamações não solucionadas no SAC ou denúncias, a CAIXA mantém canal de Ouvidoria com atendimento de segunda a sextafeira, das 08 às 18 horas, pelo DDG A CAIXA coloca-se à disposição através de seus canais de atendimento. Atenciosamente, LUIZ ALBERTO NOZAKI SUGAHARA CG Programa de Aceleração do Crescimento CAIXA - Serviço de Informações ao Cidadão Considerando que é de competência da CEF acompanhar a execução física da obra; Considerando que já se passaram 4 anos após o recurso ser liberado e sequer houve 24

5 Resposta do Recurso à Autoridade Máxima 31/03/20 15 o início da obra; Considerando que tal obra já havia sido dada ordem de serviço desde 2012, quando da inauguração de outra unidade de atenção básica no bairro pelo então Prefeito à época; Considerando que após as eleições de 2013, o então Prefeito Alcides Bernal, colocou placa de início da obra, porém passado mais de anos nada sequer foi iniciada; Considerando que o atual prefeito Sr. Gilmar Olarte, sequer envia devolutiva quanto informações da obra solicitadas através do canal SIC da Prefeitura, descumprindo inclusive com a respectiva Lei de Acesso a Informação/ Considerando que 50% dos recursos financeiros já foram liberados em 2013, e sequer consigo saber se realmente tais recursos encontram-se disponíveis na conta do convênio junto a Prefeitura, já que sequer dão tal informação, fato este bastante estranho ao meu ver; Considerando ser um absurdo, um recurso público (nosso) estar parado a tanto tempo, e nada pior nada parece ser feito pelo entes que teriam a obrigação de bem gerir; Solicito informações então do porque se passaram tanto tempo e sequer houve o início da obra? Cadê então o monitoramento do órgão que gestiona o recurso, que libera o recurso, qual seja esta CEF? Feitas as considerações, aguardo posicionamento, ao tempo que outros entes serão arrolados para se manifestarem ou entrarem com representações públicas, já que trata-se de descaso com dinheiro público, má gestão, sob pena de responsabilidade administrativa (Improbidade). Prezado (a) Cidadão (ã), 1. Conforme solicitação através do E-SIC, site CGU, informamos que: 25

6 1.1. A CAIXA no papel de mandatária da União age dentro de suas atribuições e estritamente em conformidade com os ditames legais Especificamente em relação ao Contrato de Repasse nº (Convênio SICONV nº /2011), informamos que, em atendimento ao disposto no Art. 70 da Portaria Interministerial CGU/MF/MP 507/2011, a CAIXA encaminhou em 06/03/2015 ofício à Prefeitura Municipal de Campo Grande, no qual foi solicitada a apresentação de documentação para atestar continuidade da obra fixando prazo de 30 dias para saneamento ou apresentação de informações e esclarecimentos Findo esse prazo, caso não haja a regularização da situação, a CAIXA adotará as medidas necessárias a devolução dos recursos atualizados na forma da lei e instauração da Tomada de Contas Especial - TCE. 2. Conforme o disposto no parágrafo único do art.23 do decreto 7.724, de 2012, informa-se que poderá ser apresentado recurso no prazo de 10 dias contado da ciência da decisão, à Controladoria Geral da União. 3. Por fim, agradecemos o contato e esclarecemos que a CAIXA, na página disponibiliza as informações corporativas em atendimento à Lei / Informamos que a CAIXA mantém SAC para informações, reclamações, cancelamentos, sugestões, serviços e elogios, com atendimento 24 horas por dia 07 dias por semana, pelo DDG e para reclamações não solucionadas no SAC ou denúncias, a CAIXA mantém canal de Ouvidoria com atendimento de segunda a sexta-feira, das 08 às 18 horas, 26

7 pelo DDG A CAIXA coloca-se à disposição através de seus canais de atendimento. Atenciosamente, CAIXA - Serviço de Informações ao Cidadão Recurso à CGU 09/04/2015 Bom dia! Conforme todo o exposto neste processo, e tendo em vista que a CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, Mandatária da União, a qual firmou o contrato de repasse sob o nº através do convênio nº / SICONV, em 27/12/2011, no valor de R$ ,00, destes já foi repassado o valor financeiro de R$ ,00, 50%, e já passaram 4 anos do convênio firmado e sequer a obra foi iniciada, simplesmente houve banquete político em 2012 quando o então Prefeito (Nelson Trad Filho) desta Capital Campo Grande em inauguração de uma UBS disse que o obra tão logo iniciaria tendo dado ordem de serviço para inicio, já que o contrato com a empreiteira foi assinado em julho/2012, e sequer a CEF como responsável pelo acompanhamento da execução física conforme dispõe a cláusula 3.1 do Contrato de Repasse, parece ter tomado posicionamento quanto ao monitoramento da execução ao longo desse período sendo que só agora em 06/03/2015 depois que procurei informações através deste canal, e após recorrer em 2ª instância, encaminhou ofício ao Sr. Prefeito atual para saber informações da obra, fato este absurdo, pois cadê o monitoramento a tempo? Cadê a responsabilidade social e a responsabilidade com o dinheiro público (nosso)?. Neste sentido faz-se necessário saber o porque a CEF não realizou monitoramento a tempo e não deixado se passar 4 anos do Acordo Firmado, que por sinal falta praticamente um ano para os recursos serem executados, e ao que 27

8 parece não será executado, pois já que estão a 4 anos e nada foi executado, acham mesmo que faltando 1 ano o recurso será?. Outro ponto, como será responsabilizado os gestores quer seja quem repassou que não monitorou, quer seja do Prefeito a época da assinatura, e o atual, que não executa a obra?, nós (donos do dinheiro) e que precisamos ser beneficiados não podemos ficar prejudicados e quem deve responder não será responsabilizado por isso? Importante registrar, que por 02 (duas) vezes protocolei solicitação de informações acerca da execução da obra/convênio ao Prefeito atual, sendo que da primeira vez procotolei em seu gabinete na data de 28/08/2014, e não tendo recebido resposta, novamente protolei via SIC Prefeitura de Campo Grande seguinte o rito correto em 30/01/2015 e mais uma vez não obtive resposta, portanto como se vê, o gestor atual também parece não querer dar resolutividade a situação que se arrasta a 4 anos, desta forma como responsabilizá-lo também?, pois parece que querem acobertar o que o Prefeito anterior não o fez. Registro também que foi acionado o Ministério Público Estadual aqui do Estado, para que este possa se manifestar sobre a denúncia quanto a morosidade e espero que este toma providências no sentido de dar solução e até mesmo aplicar pena aos responsáveis pela improbidade. Outra informação é que desde 2012 solicito informações junto a Ouvidoria do Município e eles além de muito moroso em dar resposta, sempre dá reposta vazia, sem concretização da situação. Oportuno registrar minha profunda indignação quando a ineficiência de todos os órgãos que até então procurei respostas plausíveis e infelizmente não encontrei, portanto registro nesta CGU que tem o papel de primar pela boa execução do dinheiro público, no sentido de requerer que seja tomada providências cabíveis para 28

9 Providências adicionais 04/05/20 15 se verificar o que está havendo afinal e também para dar solução a questão antes que os recursos sejam devolvidos e mais uma vez ficarmos sem nosso asfaltamento que por sinal são poucas ruas no bairro que precisam de asfaltam, pois algumas já são asfaltadas, estranhamente mais são, exemplo uma rua de cima é asfaltada a do meio não é e de baixo também é. Ressaltase que este bairro é tão antigo, e infelizmente jogada as traças, portanto merece ser dado atenção aos pagadores de impostos daquela região, sob pena de responsabilização de todos. Aguardo posicionamento desta CGU, ao tempo que continuo buscando soluções incansavelmente em nome de todos que ali residem para que seja aplicado a verba do convênio antes de ser devolvida ao cofre do Tesouro Nacional, que seria uma afronta. Atenciosamente. Uma vez que o recurso à CGU veicula denúncia relativa a eventual irregularidade praticada, foi realizada consulta junto à Coordenação-Geral de Atendimento ao Cidadão, integrante da estrutura da Ouvidoria-Geral da União (CGCID/OGU/CGU-PR). Em resposta, a referida Coordenação-Geral informou que não há registro de denúncia com objeto idêntico, solicitando o encaminhamento do presente parecer à área, a fim de que possa avaliar a consistência dos elementos apresentados para possível apuração da(s) irregularidade(s) denunciada(s). Análise É o relatório. 2. Registre-se que o Recurso foi apresentado perante a CGU de forma tempestiva e recebido na esteira do disposto no caput e 1º do art. 16 da Lei nº 29

10 12.527/2011, bem como em respeito ao prazo de 10 (dez) dias previsto no art. 23 do Decreto nº 7724/2012, nestes termos: Lei nº /2011 Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se: (...) 1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Controladoria Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias. Decreto nº 7724/2012 Art. 23. Desprovido o recurso de que trata o parágrafo único do art. 21 ou infrutífera a reclamação de que trata o art. 22, poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à Controladoria-Geral da União, que deverá se manifestar no prazo de cinco dias, contado do recebimento do recurso. 3. Em relação ao cumprimento do artigo 21 do Decreto nº 7.724/2012, consta na resposta ao recurso de primeira instância a identificação da autoridade respondente, mas não consta a identificação da autoridade que proferiu a decisão em segunda instância que deveria ser o dirigente máximo da entidade. Registre-se que a CEF não comunicou, em sua resposta inicial, a possibilidade de recurso, o prazo para propor o recurso e a autoridade competente para apreciá-lo (artigo 19, II do Decreto nº 7.724/2012), informações imprescindíveis para a correta orientação ao cidadão quanto ao processo de acesso à informação. 4. De início, constata-se que a solicitação do cidadão reveste-se das características de um pedido de acesso à informação, já que o que se requer é informação pertinente à administração do patrimônio público e à utilização de recursos públicos, conforme previsto no inciso VI do art. 7º da LAI. O pedido diz respeito ao Contrato de Repasse nº (Convênio Siconv /2011). O cidadão questiona por que, após 4 anos de vigência do convênio, a obra não foi realizada, e qual ao papel desempenhado pela CEF no monitoramento do contrato de repasse, que tem como beneficiária a Prefeitura Municipal de Campo Grande-MS. 210

11 5. Na resposta inicial, a instituição bancária apenas informou os números de telefones da unidade gestora do contrato e afirmou que a obra está atrasada e paralisada, sob a responsabilidade da referida prefeitura. Após o recurso de primeira instância, a CEF esclareceu que cabe a ela, como mandatária da União, acompanhar a execução física e o desbloqueio dos recursos disponibilizados para a obra, bem como tomar as medidas para a instauração de Tomada de Contas Especial nos casos de irregularidades ou pendências não sanadas pela prefeitura. Na resposta ao recurso de segunda instância, o banco informou ao cidadão que havia encaminhado ofício à prefeitura solicitando documentos que atestem a continuidade da obra, fixando prazo de 30 dias para o saneamento ou apresentação de esclarecimentos. A CEF informou que caso a situação não seja regularizada, realizará a instauração da Tomada de Contas Especial. 6. Por meio do recurso à CGU, o cidadão queixa-se do fato de que a obra não foi iniciada, mesmo diante da disponibilização de 50% do valor do convênio e do transcurso de 4 anos. Diante disso, questiona o monitoramento realizado pela CEF. Não obstante o fato de o recurso tratar-se, na realidade, de uma reclamação, esta CGU solicitou à Caixa esclarecimentos adicionais, prestados em 17/04/2015 e enviados ao cidadão em 04/05/2015, nestes termos: 1. Em atenção ao pedido de esclarecimentos referente ao registro no e-sic no NUP / , seguem abaixo nossas considerações: a) Quais as atribuições da CEF no que se refere ao acompanhamento e à fiscalização do contrato? O acompanhamento da obra se dá através de vistoria técnica amparada exclusivamente em constatação visual, sem qualquer apoio de instrumentos, testes e/ou ensaios e a precisão esperada das informações é compatível com essa metodologia, realizado quando da apresentação do Boletim de Medição, assinado pela fiscalização técnica do Tomador. A fiscalização da obra é de responsabilidade do engenheiro ou arquiteto do Tomador identificado através de ART ou RRT, conforme for o caso, apresentada pelo Tomador. b) Foram realizadas ações de fiscalização na obra? 211

12 A fiscalização da obra é de responsabilidade do profissional habilitado da Prefeitura de Campo Grande. c) Como se dá o monitoramento do contrato pela CEF? Para a operação em pauta, a CAIXA afere a execução das obras através de vistoria in loco, após o resultado da vistoria e existindo recurso em conta é autorizado o desbloqueio dos recursos limitado ao percentual aferido de obra. Para os próximos desbloqueios é necessário, além de novas vistorias a obra, a comprovação da execução financeira da parcela anterior, mediante o preenchimento pelo Tomador, no SICONV, das informações referentes aos pagamentos realizados. d) A CEF realizou, até o momento, alguma das ações previstas no 2º do art. 5º da Portaria Interministerial CGU/MF/MP 507/2011? Item I da Portaria 507/ A operação em pauta não se enquadra no procedimento simplificado visto que o valor de repasse é superior a R$ ,00, portanto foram realizadas 3 vistorias conforme Boletins de Medição encaminhados pelo Tomador. Item II da Portaria 507/ Não ocorreu nenhuma reformulação do projeto de engenharia das especificações dos serviços até a presente data. 7. Neste contexto, a CGU reconhece que não houve uma negativa de acesso à informação por parte do recorrido, mas registra que o atendimento realizado pela CEF não foi considerado satisfatório pelo cidadão, já que a informação a respeito do ofício enviado à prefeitura só foi concedida por ocasião do recurso de segunda instância. Ademais, os esclarecimentos sobre o papel da CEF enquanto mandatária da União não foram detalhados ou concedidos em linguagem de fácil compreensão. 8. Por fim, foi realizada consulta à Coordenação-Geral de Atendimento ao Cidadão, integrante da estrutura da Ouvidoria-Geral da União (CGCID/OGU/CGU-PR), para verificar se o pedido poderia ser recebido como denúncia. Desse modo, sugere-se o encaminhamento de cópia deste parecer àquela Coordenação a fim de que seja avaliada a consistência dos elementos apresentados para possível apuração da(s) irregularidade(s) denunciada(s). Informações sobre o andamento da denúncia podem ser solicitadas mediante apresentação de pedido de acesso à informação, no site 212

13 9. Ressalte-se que a providência sugerida não impede informar ao cidadão que no sítio eletrônico estão disponíveis as instruções para a apresentação de denúncias, solicitações, sugestões, reclamações e elogios referentes aos serviços públicos federais que envolvam ações de agentes, órgãos e entidades. Conforme verá, no e-ouv, novo sistema para o recebimento de manifestações de Ouvidoria, o cidadão poderá concentrar os argumentos e transmitir os arquivos sobre os fatos que deseje relatar de modo mais célere, diferentemente do processo de acesso à informação que, em virtude da natureza de seus objetivos, tem duração maior, por prever instâncias e prazos recursais a serem seguidos para a análise adequada do objeto pretendido. Conclusão 10. De todo o exposto, opina-se pelo não conhecimento do recurso, haja vista que não houve negativa de acesso à informação e que parte das manifestações do cidadão estão fora do escopo da LAI. 11. Por fim, observa-se que o recorrido descumpriu procedimentos básicos da Lei de Acesso à Informação. Nesse sentido, recomenda-se orientar a autoridade de monitoramento competente que reavalie os fluxos internos para assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso à informação, de forma eficiente e adequada aos objetivos legais, em especial recomenda-se: a) Informar em suas respostas ao cidadão a autoridade que tomou a decisão, a possibilidade de recurso, o prazo e a autoridade competente para apreciá-lo; b) Garantir que o recurso de segunda instância seja julgado pela Autoridade Máxima da entidade. MAÍRA LUÍSA MILANI DE LIMA Analista de Finanças e Controle 213

14 D E C I S Ã O No exercício das atribuições a mim conferidas pela Portaria n da Controladoria-Geral da União, de 22 de agosto de 2013, adoto, como fundamento deste ato, o parecer acima, para decidir pelo não conhecimento do recurso interposto, nos termos do art. 23 do Decreto 7.724/2012, no âmbito do pedido de informação / , direcionado à Caixa Econômica Federal. Diante da notícia, nos autos, de supostas irregularidades, determino o envio deste Parecer à Coordenação-Geral de Atendimento ao Cidadão (CGCID), a fim de que possa emitir opinião técnica sobre a matéria. GILBERTO WALLER JUNIOR Ouvidor-Geral da União Substituto 214

15 PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Controladoria-Geral da União Folha de Assinaturas Documento: PARECER nº 1516 de 27/05/2015 Referência: PROCESSO nº / Assunto: Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Signatário(s): GILBERTO WALLER JUNIOR Ouvidor Assinado Digitalmente em 27/05/2015 Relação de Despachos: aprovo. GILBERTO WALLER JUNIOR Ouvidor Assinado Digitalmente em 27/05/2015 Este despacho foi expedido eletronicamente pelo SGI. O código para verificação da autenticidade deste documento é: 6457cc23_8d266c884d7c5fa