Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER. Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Sem restrição.

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1 Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER Referência: /201-9 Assunto: Restrição de acesso: Ementa: Órgão ou entidade recorrido (a): Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Sem restrição. Recorrente: M. P. C. S. Solicitação de ofícios, documentos e informações relacionados a procedimento realizado pela Caixa Econômica Federal para a promoção de empregados à Função de Técnico em Segurança do Trabalho. A solicitação é por informação inexistente, pois pressupõe suposta ilegalidade negada pelo órgão. Apesar disso, órgão recorrido disponibiliza dados relacionados ao tema do pedido do cidadão, o que representa uma tentativa de franqueamento de acesso à informação. Não conhecimento do recurso. CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (CEF) Senhor Ouvidor-Geral da União, 1. O presente parecer trata de solicitação de acesso à informação pública, com base na Lei nº /2011, conforme resumo descritivo abaixo apresentado: RELATÓRIO Data Teor Pedido 07/0/201 Trata-se de solicitação que pretende acesso a informação referente a procedimentos da Caixa Econômica Federal no que diz respeito à promoção de empregados à Função de Técnico em Segurança do Trabalho. O cidadão trata de suposta adoção de critérios irregulares e ilegais nessa nomeação, com citação de diversas normas vinculadas ao tema. Nesse sentido, faz os seguintes requerimentos ao órgão: 1) Desta forma solicito anexar o documento (CE/CI) ou qualquer outra forma oficial em que a matriz da CAIXA autoriza as GIPES a nomearem Técnicos em Segurança do Trabalho e Auxiliares de Enfermagem do Trabalho sem que os empregados tenham CONCLUIDO o curso de formação e tendo deferido o registro no MTE. 2) Solicito citar os nomes dos Gestores da CAIXA que assinaram o citado documento, a data, as funções que 21

2 Resposta Inicial Recurso à Autoridade Superior Resposta do Recurso à Autoridade Superior 28/0/201 28/0/201 05/05/201 exercem na CAIXA e o número do documento que esta autorização recebeu internamente. 3) Favor esclarecer porque a CAIXA não divulgou internamente para todo o corpo de empregados esta informação via ) Se a CAIXA entende que agindo desta forma, nomeando empregados sem a conclusão do curso de formação técnica e posterior registro no MTE, não está prejudicando os demais empregados que possuem o curso concluído e com registro no MTE? (como é o meu caso!) 5) Considerando que a nomeação de empregados para a função de Técnico em Segurança do Trabalho sem que o empregado-candidato não possua a formação técnica obrigatória, é uma afronta ao principio da legalidade pergunto se este situação será revista? 6) A Caixa aceita dialogar esta questão com os representantes dos trabalhadores? Órgão informa que o cidadão é funcionário da Caixa Econômica e que, por isso, deveria utilizar canais internos adequados à solicitação em questão (atender.caixa ou SIATE). Indica ainda outros canais de atendimento, como o SAC e a ouvidoria. Cidadão contesta afirmação de que, por ser funcionário da CAIXA, não poderia utilizar-se do e-sic para a solicitação em questão. Expõe opinião de que os sistemas recomendados, ATENDER.CAIXA e SIATE.CAIXA, são limitados. A partir dessas observações, reitera pedido inicial. Órgão responde a demanda com os seguintes esclarecimentos: 1. Conforme solicitação através do E-SIC, site CGU, informamos que: 1.1. Em que pese seus argumentos, informamos que a forma de provimento de funções de confiança na CAIXA atendem critérios objetivos e subjetivos e que a função em questão é de difícil provimento Também não podemos retirar dos gestores da CAIXA a responsabilidade e a possibilidade de escolha de empregados que tenham conhecimentos, habilidades e atitudes para atuar nas funções em provimento, por entender que habilidades e atitudes são os principais focos de observação, e que o conhecimento pode ser adquirido e fomentado pela organização Sob estes argumentos, flexibilizamos o acesso à função apontada incentivando a realização do curso de Técnico de Segurança do trabalho, custeado pela CAIXA. 1.. Para esta designação, não é cobrada a atuação nas atividades relacionadas, pois o emprega- 22

3 Recurso à Autoridade Máxima Resposta do Recurso à Autoridade Máxima 05/05/201 12/05/201 do integra a equipe como aprendiz e apenas acompanha as atividades do SESMT como rotina de aprendizagem, até completar os estudos e poder atuar de fato no processo As questões colocadas relacionadas à assinatura de documentos, embora não tenha orientação direta desta GERET, não é argumento factível do interlocutor, quando a principal norma que dita as atividades do SESMT, o PPRA, informa o seguinte: A elaboração, implementação, acompanhamento e avaliação do PPRA poderão ser feitas pelo Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT ou por pessoa ou equipe de pessoas que, a critério do empregador, sejam capazes de desenvolver o disposto nesta NR (NR 9 - PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS). (Grifo nosso) Reitera solicitação inicial sem apresentar novos argumentos. Considera que informações recebidas não correspondem às solicitadas. Órgão esclarece questões e disponibiliza documento que orientou a designação de empregados à função de técnico de segurança do trabalho. Mais uma vez destaca que foi facultado que o empregado obtivesse curso, custeado pela CAIXA, para realização de curso técnico que permite o exercício da função em questão. Destaca-se os seguintes trechos da resposta: 1.3. No entanto, reforçamos que apenas é apresentada a possibilidade de que o empregado com interesse em exercer a FG de Técnico de Segurança do Trabalho obtenha o custeio da CAIXA para realização do curso técnico pertinente. 1.. Durante a realização do curso, o empregado aprendiz não atua de forma autônoma, mas tão somente acompanha as atividades realizadas até o término de sua formação, o que atende aos interesses da CAIXA Nesse período, o empregado é designado por prazo, apenas sendo designado de forma efetiva após a finalização do curso Por fim, ratificamos que todas as normas existentes e aplicáveis estão sendo rigorosamente cumpridas pela CAIXA De: GERPE - GN Gestão da Rede de Gestão de Pessoas Enviada em: quarta-feira, 22 de 23

4 Recurso à CGU 12/05/201 maio de :31 Para: (...) Senhoras (es) Gestoras (es) 1 Retransmitimos msg. GECOG/GE- DES01 autorizando o custeio integral do Curso Técnico Segurança no Trabalho a empregados interessados em ocupar FG nessas Unidades e orientando os procedimentos operacionais decorrentes da ação, limitado às quantidades de vagas e às unidades relacionadas abaixo. TÉCNICO SEGU- RANÇA DO TRABALHO VAGAS (...) 2 Solicitamos providenciar seleção interna para identificar empregados que possam desempenhar as atividades inerentes às FG e participar do curso, requisito para designação. 3 Ressalte-se que a designação do empregado selecionado deverá se dar por prazo até que o mesmo passe a cumprir os requisitos para o exercício da FG constantes no MN RH183, conforme orientação da GE- COG/GEDES03 anexa. Em não havendo provimento da vaga até o final desse semestre, solicitamos informar a esta Unidade, para adoção de outras providências de provimento ou transformação das vagas em Assistente Júnior. (grifo nosso) Reitera solicitação inicial sem apresentar novos argumentos. Considera que informações recebidas não correspondem às solicitadas. É o relatório. Análise 2. Registre-se que o Recurso foi apresentado perante a CGU de forma tempestiva e recebido na esteira do disposto no caput e 1 o do art. 16 da Lei n o /2011, bem como em respeito ao prazo de 10 (dez) dias previsto no art. 23 do Decreto n o 7.72/2012, in verbis: Lei n o /2011 Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se: (...) 1 o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Controladoria Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias. Decreto n o 7.72/2012 2

5 Art. 23. Desprovido o recurso de que trata o parágrafo único do art. 21 ou infrutífera a reclamação de que trata o art. 22, poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à Controladoria-Geral da União, que deverá se manifestar no prazo de cinco dias, contado do recebimento do recurso. 3. Quanto ao cumprimento dos art. 21 do Decreto n.º 7.72/2012, consta da resposta ao recurso de 1ª instância que a autoridade que tomou a decisão era superior à que respondeu o pedido inicial. No entanto, não consta que a autoridade máxima do órgão proferiu a decisão em 2ª instância.. A análise do mérito da presente questão passa pela delimitação do objeto do recurso interposto à CGU, de forma a apreciar se a solicitação é compatível com o âmbito de aplicação da Lei de Acesso à Informação (Lei nᵒ /11). Trata-se de pedido com diversos objetos, formulados através de questionamentos. Percebe-se que a maioria das perguntas tem por temática o procedimento realizado pela Caixa Econômica Federal para a promoção de empregados à Função de Técnico em Segurança do Trabalho. O cidadão examina uma suposta adoção de critérios ilegais nessa nomeação, a qual não poderia ocorrer sem que as pessoas indicadas não concluíssem determinado curso de formação exigido como pré-requisito para a função. O pedido de acesso à informação pressupõe a existência de irregularidades e solicita documentos relacionados com esse suposto procedimento ilegal. Exemplo disso pode ser visto nas perguntas a seguir: 1) Desta forma solicito anexar o documento (CE/CI) ou qualquer outra forma oficial em que a matriz da CAIXA autoriza as GIPES a nomearem Técnicos em Segurança do Trabalho e Auxiliares de Enfermagem do Trabalho sem que os empregados tenham CONCLUIDO o curso de formação e tendo deferido o registro no MTE. 2) Solicito citar os nomes dos Gestores da CAIXA que assinaram o citado documento, a data, as funções que exercem na CAIXA e o número do documento que esta autorização recebeu internamente. 3) Favor esclarecer porque a CAIXA não divulgou internamente para todo o corpo de empregados esta informação via ) Se a CAIXA entende que agindo desta forma, nomeando empregados sem a conclusão do curso de formação técnica e posterior registro no MTE, não está prejudicando os demais empregados que possuem o curso concluído e com registro no MTE? (como é o meu caso!) 5) Considerando que a nomeação de empregados para a função de Técnico em Segurança do Trabalho sem que o empregado-candidato não possua a formação técnica obrigatória, é uma afronta ao principio da legalidade pergunto se este situação será revista? 6) A Caixa aceita dialogar esta questão com os representantes dos trabalhadores? 25

6 5. Todas as informações solicitadas pelo cidadão pressupõem a existência de um procedimento ilegal que o órgão alega não ter ocorrido. A resposta do órgão é um ato administrativo e, assim, as informações disponibilizadas são consideradas legítimas e verdadeiras. Trata-se da presunção relativa de legitimidade, a qual abarca a noção de regularidade quanto ao conteúdo presente na resposta da administração pública. Sendo assim, a informação solicitada não existe, pois ela pressupõe fatos que foram negados pelo órgão. 6. O questionamento acerca da ilegalidade da atuação do órgão exigiria a apuração de dados ainda não existentes. Caso o solicitante fizesse um pedido de apuração, essa solicitação não seria de acesso à informação, e sim denúncia. A Lei de Acesso à Informação objetiva a disponibilização de dados existentes na administração pública, e não o exame do mérito ou a apuração de desvios referentes a temas que não estão abarcados na definição legal de informação. O art. 3º do Decreto n o 7.72/2012 que regulamenta a Lei de Acesso à Informação define informação como: dados, processados ou não, que podem ser utilizados para produção e transmissão de conhecimento, contidos em qualquer meio, suporte ou formato. A investigação ou apuração de irregularidades exigiria a produção de dados, e não o acesso a dados já existentes. 7. Mesmo diante de uma informação solicitada inexistente, órgão disponibiliza, acertadamente, informações concernentes ao tema do pedido, de forma a cumprir com interesse de transparência presente na Lei de Acesso à Informação. A Caixa Econômica Federal disponibilizou ao cidadão informações, normativos e documentos vinculados ao procedimento de promoção de empregados à função de Técnico de Segurança. Conclusão 8. De todo o exposto, opina-se pelo não conhecimento do recurso, pois a informação solicitada é inexistente. 9. Por fim, observamos que o recorrido descumpriu procedimento básico da Lei de Acesso à Informação. Recomenda-se orientar a autoridade de monitoramento competente que reavalie os fluxos internos para assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso à informação. Em 26

7 especial, recomenda-se que o responsável por decidir em segunda instância seja a autoridade máxima do órgão. AUGUSTO CÉSAR FEITOSA PINTO FERREIRA Analista de Finanças e Controle D E C I S Ã O No exercício das atribuições a mim conferidas pela Portaria n da Controladoria-Geral da União, de 22 de agosto de 2013, adoto, como fundamento deste ato, o parecer acima, para decidir pelo não conhecimento do recurso interposto, nos termos do art. 23 do Decreto n o 7.72/2012, no âmbito do pedido de informação nº /201-9, direcionado à Caixa Econômica Federal (CEF). GILBERTO WALLER JUNIOR Ouvidor-Geral da União - Substituto 27

8 PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Controladoria-Geral da União Folha de Assinaturas Documento: PARECER nº 2507 de 2/06/201 Referência: PROCESSO nº /201-9 Assunto: Recurso de Acesso à Informação Signatário(s): GILBERTO WALLER JUNIOR Ouvidor Assinado Digitalmente em 2/06/201 Relação de Despachos: aprovo. GILBERTO WALLER JUNIOR Ouvidor Assinado Digitalmente em 2/06/201 Este despacho foi expedido eletronicamente pelo SGI. O código para verificação da autenticidade deste documento é: 9c38307_8d15db32b1eda