Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER. Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação.

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1 Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER Referência: / Assunto: Restrição de acesso: Ementa: Órgão ou entidade recorrido (a): Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Não há restrição de acesso. Ausência de classificação informação incompleta Perda do Objeto Recorrente: M. P. C. de S. CEF Caixa Econômica Federal Senhor Ouvidor-Geral da União, 1. O presente parecer trata de solicitação de acesso à informação pública, com base na Lei nº 12.27/2011, conforme resumo descritivo abaixo apresentado: RELATÓRI O DATA Pedido 08/04/201 TEOR Cidadão direciona questionamento a CEF nos termos seguintes: A Lei de 30/09/198 publicada no DOU de 01/10/8, dispõe sobre o exercício da profissão de SECRETÁRIO. Com base na LAI solicito os seguintes esclarecimentos: 1) Quantos empregados exercem as seguintes funções: a) Secretário; b) Secretário Executivo; c) Secretário da Presidência; 21

2 d) Secretário do Colegiado. 2) Se todos os empregados possuem curso completo de Técnico em Secretariado (nível 2.º grau) e/ou Secretariado Executivo (Curso Superior) conforme Lei 7.377/8? 3) Considerando que houve questionamento acerca de possível irregularidade na nomeação desses empregados desde 2011 através do SIOUV (Ouvidoria da CAI- XA) devido à inadequação do Manual Normativo RH 183 com a Lei 7.377/8, pergunto se foi apurado internamente e qual a conclusão desse grupo de trabalho? 4) Porque a função de Secretário da CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes não é remunerada? ) A CAIXA avalia remunerar os membros da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA (Norma Regulamentadora NR- do MTE) como forma de valorização da atividade? O cidadão anexa ainda a Lei 7.377/8. Em resposta à solicitação do cidadão, a CEF traz o seguinte: A quantidade de empregados que exercem as Funções Gratificadas (ou correlatas), a saber: SECRETÁRIO (193 empregados), SECRETÁRIO EXECUTIVO (177 empregados) e SECRETÁRIO GERAL (1 empregado). Resposta Inicial 24/04/201 Os pré-requisitos exigidos para o exercício das referidas FG são: Nível médio para Secretário e Secretário Executivo, e Curso Superior concluído, autorizado e reconhecido pelo MEC, com emissão de diploma e Pós-Graduação concluída oferecida por instituição devidamente credenciada no MEC, com carga horária mínima de 360 horas e cuja área de conhecimento seja aplicável na área de atuação para Secretário Geral. A Norma Regulamentadora Nº do Ministério do Trabalho e Emprego, que regulamenta a Comissão Interna de Prevenção de Acidente não prevê a remuneração dos membros da CIPA e do secretário da CIPA. Não há previsão de remunerar os membros CIPA. Recurso à Autoridade Superior 29/04/201 O cidadão reitera parte de seu pedido original que considera não ter sido abordado na resposta fornecida pela CEF: 2) Se todos os empregados (NA FUNÇÃO DE SECRE- TARIO E SECRETARIO EXECUTIVO) possuem curso completo de Técnico em Secretariado (nível 2.º 22

3 grau) e/ou Secretariado Executivo (Curso Superior) conforme Lei 7.377/8? 3) Considerando que houve questionamento acerca de possível irregularidade na nomeação desses empregados desde 2011 através do SIOUV (Ouvidoria da CAIXA) devido a inadequação do Manual Normativo RH 183 com a Lei 7.377/8, pergunto se foi apurado internamente e qual a conclusão desse grupo de trabalho? Resposta do Recurso à Autoridade Superior Recurso à Autoridade Máxima 04/0/201 04/0/201 A CEF fornece a seguinte resposta: 1. Em atenção ao questionamento, ratificamos a informação prestada anteriormente de que na CAIXA não há o cargo de secretário, motivo pelo qual não há que se falar em atendimento ou descumprimento à lei mencionada. 2. A função gratificada de secretário compõe o plano de funções gratificadas que existe por liberalidade da CAIXA, motivo pelo qual ficam a cargo da Empresa as definições relacionadas às formas de designação, dispensa, bem como critérios e requisitos para o respectivo provimento, de acordo com a estratégia empresarial. Sem sentir seu pleito respondido, o cidadão insiste nos questionamentos já apresentados nos seguintes termos: Da leitura da Lei que encontra-se anexa a este e- SIC junto a inicial entendemos que a função de Secretário trata-se de uma função regulamentada (profissão com requisitos legais) desta forma Com base na LAI REITERO os seguintes esclarecimentos visto que as questões de n. 2 e n.3 não foram respondidas, pois não menciona se todos possuem o curso de formação obrigatório pela Lei citada e também se foi apurado internamente a questão e qual a conclusão após a avaliação uma vez que dizer que secretário não é cargo e sim função não muda em nada a obrigatoriedade da CAIXA seguir o princípio da legalidade e exigir a comprovação de formação destes empregados. 2) Se todos os empregados (NA FUNÇÃO DE SECRE- TARIO E SECRETARIO EXECUTIVO) possuem curso completo de Técnico em Secretariado (nível 2.º grau) e/ou Secretariado Executivo (Curso Superior) 23

4 conforme Lei 7.377/8? Resposta do Recurso à Autoridade Máxima Recurso à CGU 11/0/201 11/0/201 3) Considerando que houve questionamento acerca de possível irregularidade na nomeação desses empregados desde 2011 através do SIOUV (Ouvidoria da CAIXA) devido a inadequação do Manual Normativo RH 183 com a Lei 7.377/8, pergunto se foi apurado internamente e qual a conclusão desse grupo de trabalho? A CEF ratifica a informação prestada anteriormente de que não há o cargo efetivo de secretário, motivo pelo qual não haveria que se falar em atendimento ou descumprimento à lei mencionada pelo cidadão. O cidadão apresenta seus questionamentos à CGU nos mesmos termos de seu recurso de segunda instância. É o relatório. Análise 2. Registre-se que o Recurso foi apresentado a CGU de forma tempestiva, em desacordo com o disposto no caput e 1º do art. 16 da Lei nº 12.27/2012, e ao prazo de 10 (dez) dias previsto no art. 23 do Decreto nº 7724/2012, in verbis: Lei nº 12.27/2011 Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de (cinco) dias se: (...) 1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Controladoria Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo de (cinco) dias. Decreto nº 7724/2012 Art. 23. Desprovido o recurso de que trata o parágrafo único do art. 21 ou infrutífera a reclamação de que trata o art. 22, poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à Controladoria-Geral da União, que deverá se manifestar no prazo de cinco dias, contado do recebimento do recurso. 3. Quanto ao cumprimento do art. 21 do Decreto n.º 7.724/2012, observa-se que consta da resposta que a autoridade que proferiu a decisão, em primeira instância, era a 24

5 hierarquicamente superior à que adotou a decisão inicial, assim como também consta que a autoridade que proferiu a decisão, em segunda instância, foi o dirigente máximo do órgão/entidade. 4. O cidadão apresenta questionamentos à CEF sem obter, em seu entendimento, resposta satisfativa. Busca saber se aqueles investidos nas funções de Secretário e Secretário Executivo possuem curso completo de Técnico em Secretariado (nível 2.º grau) e/ou Secretariado Executivo (curso superior), conforme Lei 7.377/8. Busca ainda saber do andamento do SIOUV na Ouvidoria da Caixa.. Talvez caiba salientar que a Lei 7.377/8, que regula a profissão de Secretário, não condiciona o exercício da função ao diploma de nível superior do Curso de Secretariado ou ao certificado do Curso de Secretariado de nível médio: Art. 2º - Para os efeitos desta lei, é considerado: I - Secretário-Executivo: a) o profissional diplomado no Brasil por Curso Superior de Secretariado, legalmente reconhecido, ou diplomado no exterior por Curso Superior de Secretariado, cujo diploma seja revalidado na forma da lei; b) portador de qualquer diploma de nível superior que, na data de início da vigência desta lei, houver comprovado, através de declarações de empregadores, o exercício efetivo, durante pelo menos trinta e seis meses, das atribuições mencionadas no art. 4º desta lei; II - Técnico em Secretariado: a) o profissional portador de certificado de conclusão de Curso de Secretariado, em nível de 2º grau; b) o portador de certificado de conclusão do 2º grau que, na data da vigência desta lei, houver comprovado, através de declarações de empregadores, o exercício efetivo, durante pelo menos trinta e seis meses, das atribuições mencionadas no art. º desta lei. 6. Há, portanto alternativas à graduação questionada pelo cidadão para o exercício das profissões em análise. Ambas podem ser exercidas, mesmo sem o Curso de Secretariado, desde que o indivíduo possua experiência comprovada no exercício da função, representada aí por atribuições listadas nos artigos 4º e º do referido diploma, in verbis: Art. 4º - São atribuições do Secretário Executivo: I - planejamento, organização e direção de serviços de secretaria; II - assistência e assessoramento direto a executivos; 2

6 III - coleta de informações para a consecução de objetivos e metas de empresas; IV - redação de textos profissionais especializados, inclusive em idioma estrangeiro; V - interpretação e sintetização de textos e documentos; VI - taquigrafia de ditados, discursos, conferências, palestras de explanações, inclusive em idioma estrangeiro; VII - versão e tradução em idioma estrangeiro, para atender às necessidades de comunicação da empresa; VIII - registro e distribuição de expedientes e outras tarefas correlatas; IX - orientação da avaliação e seleção da correspondência para fins de encaminhamento à chefia; X - conhecimentos protocolares. Art. º - São atribuições do Técnico em Secretariado: I - organização e manutenção dos arquivos de secretaria; II - classificação, registro e distribuição da correspondência; III - redação e datilografia de correspondência ou documentos de rotina, inclusive em idioma estrangeiro; IV - execução de serviços típicos de escritório, tais como recepção, registro de compromissos, informações e atendimento telefônico. 7. Há ainda a opção listada no Art. 3º que garante o direito ao exercício da profissão aos que, embora não habilitados nos termos do artigo 2º, possuam pelo menos cinco anos ininterruptos ou dez anos intercalados de exercício de atividades próprias de secretaria. Art. 3º - É assegurado o direito ao exercício da profissão aos que, embora não habilitados nos termos do artigo anterior, contem pelo menos cinco anos ininterruptos ou dez anos intercalados de exercício de atividades próprias de secretaria, na data da vigência desta lei. 8. Em atendimento à solicitação de esclarecimentos desta Controladoria, a Caixa permanece consistente com o apresentado ao cidadão: Esclarecemos que possuir o curso Superior de Secretariado ou certificado de conclusão de Curso de Secretariado em nível de 2º grau não constitui pré-requisito para exercer a função gratificada de secretário executivo, conforme Manual Normativo que disciplina as funções gratificadas da Caixa. Sendo assim, os (as) empregados (as) que apresentam esses cursos em seus currículos CAIXA fizeram por iniciativa própria. (destaquei) 26

7 9. Apresenta então o quadro abaixo, onde contabiliza aqueles que possuem, conforme questionado, quantos possuem Curso Superior de Secretariado ou certificado de conclusão de Curso de Secretariado em nível de 2º grau: Função Gratificada Quantidade Quantidade nível TOTAL nível médio superior Secretário Secretário Executivo TOTAL A CAIXA acrescenta ainda que há dois Secretários de Vice-Presidência que possuem nível técnico de secretariado e um que possui nível superior nessa área. 11. Sobre o último andamento do SIOUV , a CAIXA informa que a Ocorrência encontra-se finalizada, sendo que a resposta ao solicitante se deu em 07 de abril de 2011 e que o mesmo a avaliou declarando-se satisfeito. O cidadão solicitante é o mesmo responsável pela abertura da Ocorrência SIOUV , e dessa forma, já possuidor da resposta e movimentações da referida Ocorrência. 12. Ao proceder com solicitação de acesso à informação de que já detém domínio, o cidadão implica a desnecessária movimentação da Administração Pública, causando prejuízos à boa prestação do direito à informação. Tal situação poderia caracterizar a situação descrita no Inciso II do Artigo 4º da Lei nº de 29 de Janeiro de 1999: Art. 4º São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos em ato normativo: (...) II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé; 13. A CAIXA, após interlocução com a CGU, optou por fornecer os esclarecimentos constantes neste parecer ao cidadão, atendendo assim sua demanda. 14. Tendo sido os esclarecimentos solicitados plenamente atendidos ao longo da instrução do recurso de 3ª instância, entende-se que o pedido foi respondido, 27

8 restando prejudicado o recurso do cidadão. Cabe-nos então a aplicação do art. 2 da Lei nº 9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal e faculta ao órgão competente declarar extinto o processo em razão do exaurimento da sua finalidade ou quando o objeto da decisão se tornar inútil ou prejudicado por fato superveniente. 28

9 Conclusão 10. Diante do exposto, opina-se pela perda de objeto do recurso, uma vez que a informação demandada foi fornecida ao solicitante durante a fase de instrução. DANTON LOPES Analista de Finanças e Controle D E C I S Ã O No exercício das atribuições a mim conferidas pela Portaria n da Controladoria-Geral da União, de 22 de agosto de 2013, adoto, como fundamento deste ato, o parecer acima, para decidir pela perda do objeto do recurso interposto, nos termos do art. 23 do referido Decreto, no âmbito do pedido de informação nº /201-71, direcionado à CEF Caixa Econômica Federal. LUIS HENRIQUE FANAN Ouvidor-Geral da União 29

10 PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Controladoria-Geral da União Folha de Assinaturas Documento: PARECER nº 1479 de 2/0/201 Referência: PROCESSO nº / Assunto: Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Signatário(s): GILBERTO WALLER JUNIOR Ouvidor Assinado Digitalmente em 2/0/201 Relação de Despachos: aprovo. GILBERTO WALLER JUNIOR Ouvidor Assinado Digitalmente em 2/0/201 Este despacho foi expedido eletronicamente pelo SGI. O código para verificação da autenticidade deste documento é: c7ba0303_8d262c89b24ad7