caput do art. 16 da Lei nº /2011; Súmula nº 1/2015 CMRI:

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1 Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER Referência: / Assunto: Restrição de acesso: Ementa: Órgão ou entidade recorrido (a): Recorrente: Recurso contra resposta incompleta ao pedido de acesso à informação. Sem restrição. Procedimento administrativo informação incompleta Canal alternativo; informação em transparência ativa; Necessidade de Trabalhos Adicionais; Tentativa de Franqueamento de Acesso Análise CGU: Acata-se a argumentação do recorrido; Informação em transparência ativa: demonstrado o procedimento para se localizar a informação disponível em transparência ativa, não se caracteriza a negativa de acesso à informação a que se refere o caput do art. 16 da Lei nº /2011; Súmula nº 1/20 CMRI: a orientação sobre a existência de canal ou procedimento específico pode ser considerada como atendimento do pedido Não conhecimento Considerações da CGU: Indicar a possibilidade de recurso, prazo correlato e autoridade para a qual é dirigido. Conselho Administrativo de Defesa Econômica Cade. R.D. Senhor Ouvidor-Geral da União, 1. O presente parecer trata de solicitação de acesso à informação, com base na Lei nº /2011, conforme resumo descritivo abaixo apresentado: RELATÓRIO Data Teor Pedido 28/04/20 Gostaria de saber se tramitam neste conselho processo ou procedimentos em face do Governo Municipal de 21

2 Resposta Inicial 28/04/20 CAJAMAR, seja a prefeitura, seja contra o prefeito de Cajamar, seja contra empresas do município envolvendo o poder público municipal, estadual e federal. (grifo meu) Em atenção à solicitação registrada sob o nº /20-50, informamos que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica - Cade é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério da Justiça, com sede e foro no Distrito Federal, que exerce, em todo o Território nacional, as atribuições dadas pela Lei nº /2011. O Cade tem como missão zelar pela livre concorrência no mercado (...). Para maiores informações acerca das competências do Cade, sugerimos a consulta à legislação pertinente, disponível em > Legislação. Por meio do site do Cade é possível consultar processos públicos submetidos à jurisdição desta Autarquia, sendo permitida a visualização de peças processuais e documentos ( > PROCESSUAL > PESQUISA PROCESSUAL). A referida pesquisa pode ser filtrada pelo nome do interessado ou por meio de palavras-chave (campo principal de busca). Esclarecemos, por oportuno, que a busca processual não exclui a possibilidade da existência de procedimentos de natureza sigilosa ou em fase de acesso restrito, nos termos da Lei nº /2011, da Lei nº 8.884/1994 e do Regimento Interno do Cade. No caso de processos que ainda não estão integralmente digitalizados, pedidos de cópias devem ser formalizados por meio do Sistema de Pedido de Cópia ( > PROCESSUAL > SISTEMA DE PEDIDO DE CÓPIAS), ou caso se trate de processo sigiloso, através de requerimento que pode ser acessado por meio do link informado. Por oportuno, esclarecemos que o deferimento dos pedidos de cópias ou vistas observam as hipóteses de sigilo ou de acesso restrito constantes da Lei nº 8.884/1994, da Lei nº /2011 e do Regimento Interno do Cade. (grifos meus) Recurso à 29/04/20 O acesso à informação é um direito de todos. 22

3 Autoridade Superior Resposta do Recurso à Autoridade Superior 30/04/20 E não foi cumprido pela autarquia federal. Solicito as informações requeridas nos termos da CF/88. Trata-se de recurso de primeira instância interposto... Verifico que o recurso foi interposto tempestivamente. Quanto ao mérito, cabe esclarecer: i) O Decreto nº 7.724/2012, que regulamenta a Lei de Acesso à Informação, delimitou a hipótese de recurso em sede de pedido de informação para o caso de negativa de acesso à informação ou de não fornecimento das razões da negativa do acesso (art. 21). No caso em análise, verifica-se que o pedido de informação foi respondido com as orientações sobre como encontrar a informação solicitada na Internet; ii) A Comissão Mista de Reavaliação de Informações (CMRI), instância recursal máxima da Lei de Acesso à Informação no Poder Executivo Federal, determina na Súmula nº 1/20: Caso exista canal ou procedimento específico efetivo para obtenção da informação solicitada, o órgão ou a entidade deve orientar o interessado a buscar a informação por intermédio desse canal ou procedimento, indicando os prazos e as condições para sua utilização, sendo o pedido considerado atendido. A resposta apresentada está em consonância à Súmula nº 1/20 ao orientar o Solicitante à busca processual por meio do site do Cade; e iii) Ademais, o pedido de informação pode ser considerado genérico e desarrazoado, ao solicitar informação sobre processos e procedimentos em trâmite no Cade em que qualquer empresa do município de Cajamar seja parte. A esse respeito, o Decreto nº 7.724/2012, preceitua que não serão atendidos os pedidos de acesso à informação genéricos, desproporcionais ou desarrazoados (artigo 13, incisos I e II). Não obstante, o SIC/Cade esforçou-se para atender a solicitação orientando o cidadão a realizar a pesquisa sobre as empresas ou pessoas através do site do Cade, conforme explicado acima. 23

4 Recurso à Autoridade Máxima Resposta do Recurso à Autoridade Máxima 13/05/20 18/05/20 Ante o exposto, conheço do presente recurso e negolhe provimento para que a resposta inicialmente apresentada seja mantida nos termos aqui destacados. O acesso à informação é um direito de todos. E não foi cumprido pela autarquia federal. Solicito as informações requeridas nos termos da CF/88. Solicitei as informações por ser um direito de todos e por não ter o número de processo para consultar. No aguardo da decisão final. A resposta ao recurso confirma que este foi interposto tempestivamente. Ademais, afirma que não houve restrição de acesso a informação, visto ser possível realizar uma pesquisa processual no sítio do Cade, sendo esse, portanto, o canal específico efetivo para obtenção da informação solicitada, nos termos da Súmula nº 1/20 da CMRI. Após mencionar o art. 17 do Decreto 7.724/2011, afirma-se que a ausência do número processual não impede a pesquisa via internet nem o acesso à informação, porquanto a busca processual pode ser feita pelo nome do interessado ou por meio de palavras-chave. Caminhando para a conclusão da resposta ao recurso, explica-se que o caráter genérico e a desarrazoabilidade do pedido ocorrem em função da dificuldade de se delimitar todas as empresas do município de Cajamar. Nesse sentido, informa-se que tal delimitação e posterior busca profissional configuram-se como trabalhos adicionais de análise, interpretação ou consolidação de dados e informações (art. 13, III do Decreto 24

5 Recurso à CGU 19/05/ /2012). Por fim, diante das razões expostas, nega-se provimento ao recurso e mantem-se a resposta inicialmente apresentada. Reproduz o recurso dirigido à autoridade máxima do Cade. É o relatório. Análise 2. Registre-se que o recurso foi apresentado à CGU tempestivamente e recebido na esteira do disposto no caput e 1º do art. 16 da Lei nº /2011 (Lei de Acesso à Informação, doravante LAI), bem como em respeito ao prazo de 10 (dez) dias previsto no art. 23 do Decreto nº 7.724/2012, in verbis: Lei nº /2011 Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se: (...) 1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Controladoria Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias. Decreto nº 7.724/2012 Art. 23. Desprovido o recurso de que trata o parágrafo único do art. 21 ou infrutífera a reclamação de que trata o art. 22, poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à Controladoria-Geral da União, que deverá se manifestar no prazo de cinco dias, contado do recebimento do recurso. 3. Quanto ao cumprimento do art. da LAI c/c o art. 21 do Decreto n. º 7.724/2012, observa-se que consta da resposta que a autoridade que proferiu a decisão, em primeira instância, era a hierarquicamente superior à que adotou a decisão inicial, assim como também consta que a autoridade que proferiu a decisão em segunda instância foi o dirigente máximo do Cade. 4. Em relação ao objeto recursal, também no art. 16 da LAI encontram-se as únicas quatro situações em que é possível interpor recurso de mérito à CGU. 25

6 Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se: I - o acesso à informação não classificada como sigilosa for negado; II - a decisão de negativa de acesso à informação total ou parcialmente classificada como sigilosa não indicar a autoridade classificadora ou a hierarquicamente superior a quem possa ser dirigido pedido de acesso ou desclassificação; III - os procedimentos de classificação de informação sigilosa estabelecidos nesta Lei não tiverem sido observados; e IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros procedimentos previstos nesta Lei. (grifo meu) 5. O cidadão afirmou em seu recurso que o Cade não observou o direito de acesso à informação. Deve-se, então, analisar tal protesto, visto que, consoante o caput do art. 16 da LAI, o conhecimento de um recurso interposto no âmbito da Lei nº /2011 pela Controladoria-Geral da União depende da constatação da negativa de acesso à informação por parte de um órgão ou entidade do Poder Executivo Federal. 6. Em sua resposta ao pedido inicial, o recorrido informou que o cidadão poderia obter a informação demandada em sua página eletrônica disponível na rede mundial de computadores. Destaca-se que o Conselho não se limitou a dizer que o conteúdo se encontrava em seu sítio, mas também apresentou o caminho que o recorrente deveria seguir para acessar o que solicitou ( > processual > pesquisa processual). Considerando a informação dada pelo Cade, acessou-se tal página a fim de se confirmar a possibilidade de acesso por meio eletrônico. Obteve-se, então, o seguinte resultado: 26

7 Confirma-se, portanto, que a informação requerida encontra-se em transparência ativa, ou seja, é informação de interesse geral que os órgãos e entidades públicas devem divulgar independentemente de solicitações 1. Tanto a Lei de Acesso à Informação quanto o Decreto 7.724/2012 dispõem sobre a matéria: Lei /2011 Art. 8 o É dever dos órgãos e entidades públicas promover, independentemente de requerimentos, a divulgação em local de fácil acesso, no âmbito de suas competências, de informações de interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas. Decreto 7.724/2012 CAPÍTULO III DA TRANSPARÊNCIA ATIVA Art. 7 o É dever dos órgãos e entidades promover, independente de requerimento, a divulgação em seus sítios na Internet de informações de interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas, observado o disposto nos arts. 7 o e 8 o da Lei n o , de (...) Diante dessas explicações e ainda analisando se houve ou não negativa de acesso por parte do Cade, convém mencionar o art. 11, 6º da LAI: Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conceder o acesso imediato à informação disponível. 1Orientações para a implementação da Lei de Acesso à Informação nas Ouvidorias Públicas: rumo ao sistema participativo; Coleção OGU: p

8 6 o Caso a informação solicitada esteja disponível ao público em formato impresso, eletrônico ou em qualquer outro meio de acesso universal, serão informados ao requerente, por escrito, o lugar e a forma pela qual se poderá consultar, obter ou reproduzir a referida informação, procedimento esse que desonerará o órgão ou entidade pública da obrigação de seu fornecimento direto, salvo se o requerente declarar não dispor de meios para realizar por si mesmo tais procedimentos. (grifo meu) Nota-se, portanto, que a disponibilização da informação em transparência ativa desonera o órgão ou entidade pública de seu fornecimento direto. Paralelamente, destaca-se que o cidadão, em seu recurso, nada mencionou sobre eventual impossibilidade de realizar a consulta à página do Cade, razão pela qual se afasta a exceção prevista no parágrafo 6º do art. 11 da LAI. Destarte, conclui-se não ter havido negativa de acesso à informação por parte do recorrido. Nessa direção, menciona-se, como exemplo, um precedente da CGU em que a disponibilização da informação em transparência ativa obstaculizou o pleno conhecimento do recurso então analisado. Referência: / Ementa: Terceirização informação incompleta informação sigilosa; sigilo comercial; transparência ativa Análise CGU: informação em transparência ativa; acata-se argumentação do recorrido - Não conhecimento; conhecido e desprovido Recomendações da CGU: Indicar a possibilidade de recursos; transparência ativa. De todo o exposto, opina-se pelo não conhecimento do recurso, no que se refere às informações disponibilizadas em transparência ativa Finalmente, merece destaque a orientação da Súmula CMRI nº 1/20: Caso exista canal ou procedimento específico efetivo para obtenção da informação solicitada, o órgão ou a entidade deve orientar o interessado a buscar a informação por intermédio desse canal ou procedimento, indicando os prazos e as condições para sua utilização, sendo o pedido considerado atendido. (grifo meu) Considerando que o recorrido orientou o solicitante sobre a busca processual por meio do sítio do Cade, entende-se, consoante expresso na súmula mencionada, que o pedido foi atendido. Conclusão 8. De todo o exposto, opina-se pelo não conhecimento do recurso, uma vez que estando as informações demandadas em transparência ativa não houve negativa de acesso à informação por parte do recorrido (art. 11, 6 o c/c art. 16, caput da Lei /2011), visto que 28

9 esse orientou o recorrente sobre o procedimento específico para o atendimento de sua pretensão (Súmula nº 1/20 da CMRI). 9. Por fim, destaca-se que o recorrido descumpriu procedimentos básicos da Lei de Acesso à Informação. Nesse sentido, recomenda-se orientar a autoridade de monitoramento competente que reavalie os fluxos internos para assegurar a observância das normas relativas ao acesso à informação, de forma eficiente e adequada aos objetivos legais, em especial recomenda-se Informar em suas respostas ao cidadão a possibilidade de recurso, o prazo para propor o recurso e a autoridade competente para apreciar o recurso. ÍCARO DA SILVA TEIXEIRA Analista de Finanças e Controle D E C I S Ã O No exercício das atribuições a mim conferidas pela Portaria n da Controladoria-Geral da União, de 22 de agosto de 2013, adoto, como fundamento deste ato, o parecer acima, para decidir pelo não conhecimento do recurso interposto, nos termos do art. 23 do Decreto 7.724/2012, no âmbito do pedido de informação nº /20-50, direcionado ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica - Cade. Luis Henrique Fanan Ouvidor-Geral da União 29

10 PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Controladoria-Geral da União Folha de Assinaturas Documento: PARECER nº 1482 de 25/05/20 Referência: PROCESSO nº /20-50 Assunto: Recurso contra resposta incompleta ao pedido de acesso à informação. Signatário(s): GILBERTO WALLER JUNIOR Ouvidor Assinado Digitalmente em 25/05/20 Relação de Despachos: aprovo. GILBERTO WALLER JUNIOR Ouvidor Assinado Digitalmente em 25/05/20 Este despacho foi expedido eletronicamente pelo SGI. O código para verificação da autenticidade deste documento é: c55eebef_8d f680d3