2013: RECESSÃO NA EUROPA EMPURRA MUNDO PARA A CRISE

Documentos relacionados
DADOS ESTATÍSTICOS DA NATURA

CORELAÇÃO DE FORÇAS E NÚMEROS DA CSN

INFORME MINERAL DNPM JULHO DE 2012

Produtividade Física do Trabalho na Indústria de Transformação em Outubro de 2015

Análise Setorial. Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados

Panorama Mundial (2013)

fev./2010. ago./2011. fev./2012. nov.

INDICADORES INDUSTRIAIS RIO GRANDE DO SUL

Boletim Econômico Edição nº 89 novembro de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico

A CRISE INTERNACIONAL E A REPERCUSSÃO NO BRASIL

Análise Setorial. Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados

Desempenho da Agroindústria em histórica iniciada em Como tem sido freqüente nos últimos anos (exceto em 2003), os

WORLD INVESTMENT REPORT 2013 Cadeias de Valor Global: Investimento e Comércio para o Desenvolvimento

Desindustrialização e Produtividade na Indústria de Transformação

O PAPEL DA AGRICULTURA. Affonso Celso Pastore

Relatório Econômico Mensal Agosto 2011

CENÁRIOS 2013: PERSPECTIVAS E O SETOR DE BKs 19/03/2013

Cenário Econômico para 2014

Setor Externo: Triste Ajuste

Nota de Crédito PJ. Janeiro Fonte: BACEN Base: Novembro de 2014

cargas tributárias para empresas no mundou

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Março 2009

Indústria química no Brasil

Balança Comercial 2003

Gráfico 1: Goiás - Saldo de empregos formais, 2000 a 2013

Red Econolatin Expertos Económicos de Universidades Latinoamericanas

Press-release. Voith consegue superar conjuntura difícil 12/12/2012

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Junho 2010

Crescimento Econômico Brasileiro: Análise e Perspectivas

e a p e c d o d e s e m p r e g o Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo - CNC

101/15 30/06/2015. Análise Setorial. Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados

Indicador ANEFAC dos países do G-20 Edição Por Roberto Vertamatti*

O Mercado de Trabalho no Rio de Janeiro na Última Década

Produtividade Física do Trabalho na Indústria de Transformação em Março de 2014

A economia brasileira em transição: política macroeconômica, trabalho e desigualdade

Comércio e Investimento na Coréia do Sul. Traduzido e atualizado de Chong-Sup Kim Universidade Nacional de Seul

Operadora: Indicadores econômico-financeiros

Impacto da Indústria Automobilística na Geração de Riqueza & Papel dos Bancos como Alavancadores do Crescimento do Setor

Indicadores de Desempenho Julho de 2014

Uma política econômica de combate às desigualdades sociais

2012: DESACELERAÇÃO DA ECONOMIA MUNDIAL

Os determinantes do custo Brasil

A INDÚSTRIA QUÍMICA É RELEVANTE PARA O BRASIL 6 ª 10 % MAIOR. do PIB. Indústria Química DO MUNDO INDUSTRIAL. Fonte: ABIQUIM, IBGE PIA/2012

ANÁLISE DE COMPETITIVIDADE EMBALAGENS

RELATÓRIO TESE CENTRAL

Os investimentos no Brasil estão perdendo valor?

ANÁLISE DO DESEMPENHO DO SETOR EXTERNO BRASILEIRO NO SEGUNDO BIMESTRE DE 2013

Relatório Econômico Mensal Março de Turim Family Office & Investment Management

Saldo BC Importações Importações s/gás Exportações

X Encontro Nacional de Economia da Saúde: Panorama Econômico e Saúde no Brasil. Porto Alegre, 27 de outubro de 2011.

Nacional e internacional

Balança Comercial do Rio Grande do Sul Janeiro Unidade de Estudos Econômicos UNIDADE DE ESTUDOS ECONÔMICOS

Depressões e crises CAPÍTULO 22. Olivier Blanchard Pearson Education Pearson Education Macroeconomia, 4/e Olivier Blanchard

Workshop - Mercado Imobiliário

Matemática. Aula: 02/10. Prof. Pedro. Visite o Portal dos Concursos Públicos

Empresas aéreas continuam a melhorar a rentabilidade Margem de lucro líquida de 5,1% para 2016

QUEDA NO NÍVEL DE ENDIVIDAMENTO DO CATARINENSE É ACOMPANHADA POR PEQUENA DETERIORAÇÃO DA QUALIDADE DAS DÍVIDAS

NOTA CEMEC 06/2015 CÂMBIO CONTRIBUI PARA RECUPERAÇÃO DE MARGENS E COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA

Texto para Coluna do NRE-POLI na Revista Construção e Mercado Pini Abril 2012

PAINEL. US$ Bilhões. nov-05 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1

CENÁRIOS ECONÔMICOS O QUE ESPERAR DE 2016? Prof. Antonio Lanzana Dezembro/2015

Maxi Indicadores de Desempenho da Indústria de Produtos Plásticos do Estado de Santa Catarina Relatório do 4º Trimestre 2011 Análise Conjuntural

Ano I Boletim II Outubro/2015. Primeira quinzena. são específicos aos segmentos industriais de Sertãozinho e região.

Pisa 2012: O que os dados dizem sobre o Brasil

RISCOS E OPORTUNIDADES PARA A INDÚSTRIA DE BENS DE CONSUMO. Junho de 2012

Perspectiva da Indústria de Autopeças no contexto do Inovar-Auto

PAINEL 16,0% 12,0% 8,0% 2,5% 1,9% 4,0% 1,4% 0,8% 0,8% 0,0% 5,0% 3,8% 2,8% 3,0% 2,1% 1,0% 1,0% -1,0%

ANÁLISE ECONÔMICO FINANCEIRA DA EMPRESA BOMBRIL S.A.

CAFÉ DA MANHÃ FRENTE PARLAMENTAR

ANEXO 3 INDICADORES SETORIAIS SOBRE MODA E TÊXTIL

A estratégia para enfrentar o aprofundamento da crise mundial Guido Mantega Ministro da Fazenda

Ficha de informação 1 POR QUE RAZÃO NECESSITA A UE DE UM PLANO DE INVESTIMENTO?

Indústria Automobilística: O Desafio da Competitividade Internacional

Boletim Econômico e do Setor Portuário. Sumário

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Março 2013

Situação da economia e perspectivas. Gerência-Executiva de Política Econômica (PEC)

MACROECONOMIA II PROFESSOR JOSE LUIS OREIRO PRIMEIRA LISTA DE EXERCÍCIOS

Estrutura Produtiva e Evolução da Economia de São Paulo

Perspectivas da Economia Brasileira

Exportação de Serviços

NOTA CEMEC 03/2015 FATORES DA QUEDA DO INVESTIMENTO

Relatório Econômico Mensal Maio de Turim Family Office & Investment Management

Presente ruim e futuro econômico desanimador para a construção civil

Índice de Confiança do Agronegócio

AINDA DÁ PARA SALVAR O ANO? E O QUE ESPERAR DE 2015?

GRUPO FIAT CNM/CUT - CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS METALÚRGICOS DA CUT

Indústria do Esporte. Análise de Faturamento FIFA Copa do Mundo

MERCADO DE MEIOS ELETRÔNICOS DE PAGAMENTO POPULAÇÃO E COMÉRCIO - ANO V. Indicador de atividade da micro e pequena indústria de São Paulo.

O indicador do clima econômico piorou na América Latina e o Brasil registrou o indicador mais baixo desde janeiro de 1999

Portal de Informações FEBRABAN. Módulo I Crédito

Boletim de Conjuntura Econômica Dezembro 2008

Impáctos da Crise Econômia nos Sistemas de Saúde na Europa e Estados Unidos ( )

O COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO NO PERÍODO DE : BÊNÇÃO OU MALDIÇÃO DAS COMMODITIES? Stela Luiza de Mattos Ansanelli (Unesp)

Gráficos: Faturamento: População de animais de estimação:

Custo Brasil Agosto de 2013

ESTUDO SOBRE CIRCULAÇÃO DE REVISTAS

O Futuro da Indústria Química CARLOS FADIGAS

TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL II RELATÓRIO ANALÍTICO

Transcrição:

2013: RECESSÃO NA EUROPA EMPURRA MUNDO PARA A CRISE 30 países mais ricos do mundo (OCDE) tiveram uma queda no PIB de 0,2% no quarto trimestre de 2012. Diminuição forte do consumo na Europa vai afetar economia da China, EUA, Brasil, etc. PIB americano caiu -0,1% no quarto trimestre de 2012 (crescimento de 2,2% ao ano). O Japão entrou em recessão e o crescimento baixo dos EUA não reverte a crise europeia. Há também desaceleração do crescimento nos países emergentes. Resultado: estagnação econômica no mundo. Sinal que está se acentuando a crise que vem desde 2008. Previsão de nova queda em 2013 para a Europa. Esta é a situação econômica em fevereiro de 2012.

NOVO MOMENTO DA CRISE MUNDIAL Mundo tem superoferta de aço: 500 milhões de toneladas anuais que não são vendidas. Na indústria automobilística foram vendidos 70 milhões de veículos em 2012 e a indústria tem capacidade para produzir 90 milhões de carros. Queda de lucratividade das grandes corporações, por isso empresas começam a demitir e fechar fábricas, principalmente na Europa. Desempregados no mundo: 230 milhões. Espanha com 6 milhões de desempregados (25% da força de trabalho) e a Grécia perdeu 25% do PIB (depressão econômica pesada). Ford fecha fábrica na Bélgica, Honda na Inglaterra, GM anuncia fechamento em Bochum na Alemanha, a Peugeot na França quer fechar uma planta e demitir 8 mil operários. A Fiat está demitindo na Itália. Renault fez acordo para congelar salários em troca de não demitir 7.500 operários na França. Demissões massivas na Dow Chemical, com fechamento de 20 fábricas na Europa. A Thyssen-Krupp anunciou corte na Europa que pode chegar a 3,8 mil empregos no próximo período. São alguns exemplos que começam a se generalizar no mundo.

SÍNTESE Mais provável irmos a uma, estagnação da economia mundial, resultado de uma recessão na Europa, crescimento fraco nos EUA e diminuição do crescimento nos países emergentes.. Outras possibilidades menos prováveis: retomada fraca X depressão (recessão EUA, estouro bolha na China e desmoronamento da Zona do Euro). Nova onda de ataques ao proletariado mundial. A dinâmica econômica será resultado dos embates entre as classes ao nível local e mundial, um influenciando o outro e vice-e-versa

A DESACELERAÇÃO DA ECONOMIA BRASILERA EM 2012 Em %. Crescimento do PIB Brasil - anual - 2010/2012 em % 8,0% 7,0% 6,0% 5,0% 4,0% 3,0% 2,0% 1,0% 0,0% 2010 2011 2012 crescimento PIB 7,5% 2,7% 0,9% Pior que isso, a indústria de transformação saiu de um crescimento de 10,5% em 2010 e está em recessão, com queda de -2,5% em 2012.

CRISE SE APROXIMA DO BRASIL, MAS AINDA NÃO TEM RECESSÃO Elementos determinantes da crise mundial: diminuição dos investimentos (queda de 18% dos investimentos no mundo).. No Brasil, os investimentos externos caíram 2%, porém, o Brasil é o terceiro país que mais recebeu capital internacional em 2012, atrás apenas da China (contando Hong Kong junto) e EUA. Por isso, se inicia a desaceleração mas ainda não chegou a crise, pois os investimentos estrangeiros estão cobrindo o rombo das transações com o exterior. Isso é o que ainda segura a crise, junto com consumo interno da população (varejo), que cresceu 3,1% em 2012. Porém, a dinâmica é clara: a crise está se aproximando do Brasil e estourará quando diminuir a entrada de capital internacional, aí teremos crise forte. Elemento que gera a crise: diminuição dos investimentos da patronal: -4% em 2012.

PIB POR SETORES. Fonte: IBGE 2013

QUEDA NA PRODUÇÃO INDUSTRIAL. Fonte: IBGE 2013

PRODUÇÃO INDUSTRIAL POR REGIÃO. Fonte: IBGE serie dessazonalizada

QUEDA DA PRODUÇÃO, DO EMPREGO E DA RENDA. Estes números mostram que a indústria já tem índices de produção negativos, enquanto faturamento dos patrões e o salário dos trabalhadores sobem. Quer dizer, em 2012 houve uma estagnação da indústria no Brasil. A indústria, de forma geral, indica o futuro da economia. Olhando por setores vemos que: Se o faturamento total da indústria cresceu 2,4% em 2012, na indústria metalúrgica caiu -1,5%, em Veículos automotores caiu -0,6% e aeroespacial caiu em -14,5%. Setores que cresceram o faturamento em 2012: Máquinas e equipamentos (16,3%), eletroeletrônico (14,6%), Química (2,1%) porém, em quase todos houve queda das horas trabalhadas e na capacidade instalada. No emprego, no total da indústria de transformação houve uma queda de -0,2%, porém caiu -5,8% eletroeletrônico, -0,4% em metalurgia básica e -0,4% em veículos automotores. Pesquisa Industrial Mensal Produção Física Brasil - IBGE Indicadores Conjunturais da Indústria Segundo Categoria de Uso - Dez/2012 Categorias de Uso Variação (%) Acumulado no ano 2012 Bens de Capital -12,6% Bens de Consumo Intermediário -1,9% Bens de consumo duráveis -4,6% Indústria Geral -2,5% Indústria de Transformação -0,8% Faturamento da Indústria 2,4% Pessoal ocupado assalariado -0,2% Horas trabalhadas -1,5% Folha de pagamento real 5,1%

DEMISSÃO EM CONTA-GOTAS NA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO. Está iniciando um ataque da patronal aos trabalhadores, demitindo excesso de trabalhadores em algumas áreas, principalmente na indústria de transformação, veja o exemplo no ABC paulista: se perderam 52 mil postos de trabalho na indústria de transformação na Região do ABC entre 2011 e 2012 (-14,1%). Também estamos vendo o ataque da GM em São José. A queda do emprego na indústria, ainda que mostra uma tendência, ainda é muito pequena e restrita a alguns setores. Os empresários estão em compasso de espera para ver a dinâmica da crise, antes de decidir demitir em massa.

SITUAÇÃO DA INDÚSTRIA BRASILEIRA Segundo o IBGE, em 2012, a Indústria Geral caiu 2,5%. No estado de São Paulo, esta queda foi mais acentuada, de 3,8%; No entanto, o setor de Produtos Químicos, contribuiu com números positivos. Apenas Borracha e Plástico não seguiu esta tendência; Farmacêutica: 0,5%; Perfumaria, sabões, detergentes e produtos de limpeza: 3,3%; Outros produtos químicos: 3,7%; Borracha e plástico: -1,9%; Graças a este desempenho os setores contribuíram positivamente com aumento de 0,2% no total da indústria, apesar da indústria ter caído 2,5%.

DESEMPENHO DA INDÚSTRIA QUÍMICA BRASILEIRA Desempenho da Indústria Química Brasileira Variação da Produção no Acumulado de 2012 em % 6,00% 5,66% 5,00% 4,00% 3,32% 3,74% 3,00% 2,00% 1,00% 0,52% 0,00% -1,00% -2,00% Farmacêutica Perfumaria, sabões, detergentes e produtos de limpeza Outros produtos químicos Borracha e plástico -1,92% TOTAL Acumulado Jan/Dez 2012 Fonte: IBGE

VARIAÇÃO DA PRODUÇÃO ENTRE 2009 A 2012 30,00% 25,00% 20,00% 15,00% 10,00% 5,00% Indústria Geral Setores Selecionados 0,00% -5,00% 2009 2010 2011 2012-10,00% Fonte: IBGE O período que vai de 2009 até 2012 é de números ruins para a Indústria Brasileira, que amargurou uma queda na produção física acumulada de 9%. No entanto, os setores selecionados (Farmacêutico; Perfumaria, sabões, detergentes e produtos de limpeza; Outros produtos químicos; e Borracha e plástico) tiveram um aumento acumulado de 28%. O que evidencia que a Indústria Química foi uma das que melhor se saiu neste período de crise econômica mundial.

2,00% 1,50% 1,00% 0,50% Variação do Emprego e Horas Trabalhadas no Setor entre 2011 e 2012 em % 1,00% 1,39% Observem que a quantidade de horas trabalhadas mostrou uma variação menor do que o total de trabalhadores empregados, no setor de produtos químicos. Ou seja, mais horas trabalhadas, com menos trabalhadores. Aumento da jornada de trabalho. 0,00% Ind. Geral Produtos Químicos Borracha e Plástico -0,50% -1,00% -1,50% -2,00% -2,50% -1,36% -1,88% INDICADORES DO PESSOAL OCUPADO ASSALARIADO INDICADORES DO NÚMERO DE HORAS PAGAS -1,63% Fonte: IBGE -1,78%

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 * 100 UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE INSTALADA EM % 95 90 85 80 81 86 87 89 90 80 81 83 87 87 87 87 81 80 83 80 82 75 70 65 60 55 50 Fonte: ABIQUIM Em 2012 houve um leve aumento da utilização da capacidade instalada da indústria química (o quanto a indústria utilizou de sua capacidade de produzir, com suas máquinas e equipamentos), de 80% em 2011, para 82%, em 2012. No entanto, ainda está abaixo da média dos últimos 17 anos, de 84,2%.

FATURAMENTO DA INDÚSTRIA QUÍMICA MUNDIAL EM 2011 PAÍS FATURAMENTO 1 CHINA 1.286 2 ESTADOS UNIDOS 759 3 JAPÃO 382 4 ALEMANHA 261 5 COREIA 172 6 BRASIL 157 7 ÍNDIA 152 8 FRANÇA 151 9 ITÁLIA 115 10 RÚSSIA 114 11 REINO UNIDO 103 12 TAIWAN 90 13 HOLANDA 83 14 ESPANHA 82 15 SUIÇA 73 Fonte: ABIQUIM Brasil em 6º lugar Estima-se que o faturamento no ano de 2011, deste setor, tenha sido de 4.998,4 bilhões de dólares. O Brasil representa 3,14% deste total; Em um ano o faturamento da Indústria Química no Brasil avançou 21%; De 2010 para 2011 o Brasil avançou uma posição neste ranking, deixando a Índia para trás.

Faturamento líquido da indústria química mundial 1990 a 2011 US$ bilhões Mundo + 7% a.a. Brasil + 8% a.a. China + 18% a.a. 1.600 1.200 5.100 4.100 2.600 1.700 1990 1995 2000 2005 2010 2011 Outros Itália França Índia Brasil Coreia Alemanha Japão EUA China Fontes: ACC, Cefic e Abiquim 2

FATURAMENTO DA INDÚSTRIA QUÍMICA POR SETORES 2010/2012 Faturamento da Industria Química por setores 2010 a 2012 em R$ bilhões 300 250 200 150 100 50 0 Total Prod. Farmacêutic Fertilizantes Higiene Defensivos Limpeza Tintas Fibras Químicos o agric. 2010 223,4 107,7 36,2 20,8 23,5 12,9 13,5 6,8 2,0 2011 258,8 123,5 43,0 28,6 25,2 14,4 14,4 7,5 2,2 2012 291,0 137,4 48,2 33,0 29,3 17,1 15,0 8,5 2,5 Fontes: Abiquim e associações dos segmentos específicos. * 2012 é estimado Previsão de crescimento do faturamento do setor em 2012 é de 12,4% em reais, segundo a ABIMAQ 4

A Indústria brasileira, hoje, tem o mesmo peso no PIB do que nos anos de JK, começo da industrialização brasileira. Em 2012, este peso foi de 13%, em contraste com o auge, em meados da década de 1980, quando era de 27%. 10,7 10,8 10,1 11,0 4,0 3,5 3,8 4,8 O setor diminuiu sua participação no PIB total brasileiro (anos 90 > 2012: 3,6% > 2,6% do PIB total; 16% > 10% do PIB industrial) 42,3 33,7 35,1 23,9 26,1 15,3 17,4 14,5 5,9 7,4 8,9 10,7 11,9 10,4 13,1 15,8 43,1 15,1 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12* Exportações Importações Fonte: ABIQUIM A diferença do que é exportado com o que é importado já resulta em um déficit de US$ 27 bilhões de dólares em 2012 Apesar de ser um país com um dos maiores faturamentos do setor no mundo, a indústria química acompanha a indústria geral, com paulatina transferência da produção para o exterior, com perda de peso da produção industrial nacional e avanço dos importados, como mostra gráfico acima.

CONCLUSÕES O Brasil passa por um período de crise na Indústria, com um acúmulo de queda de 9%, na Indústria Geral, nos últimos quatro anos. No entanto, os setores da produção química estão muito acima da média, onde nos últimos quatro anos houve crescimento acumulado da produção de 28%. Isto dá margem a reivindicações salariais; O Brasil avançou uma posição no ranking de países que mais faturam, no setor, ultrapassando a Índia, em 2011. Isto aconteceu porque, entre 2010 e 2011, o faturamento total da indústria química ter avançado 21%, segundo a própria ABIQUIM.

CONCLUSÕES As empresas do setor, normalmente, sustentam altas taxas de rentabilidade, salvo um ano ou outro de perdas; O setor possui algumas das empresas mais lucrativas que atuam no Brasil, como a Natura, 3M e EMS.

Análise de Empresas do Setor Químico

VENDAS E LUCROS DA NATURA NA DÉCADA PETISTA 2003/2012 Fonte: Relatórios anuais da Natura, disponíveis em www.natura.net Empresa muito rentável, com margem de lucro de 15% em média. Indústria automobilística tem margem de lucro de 3% das vendas. Margem da Vale foi de 35% em 2011, caiu em 2012. Margem da Petrobras foi 8% em 2012. Crescimento das vendas em 38% ao ano entre 2003 e 2012, quatro vezes mais que o crescimento da China. Crescimento do lucro em 59,2% ao ano entre 2003 e 2011, cinco vezes mais que crescimento chinês.

LUCROS DA NATURA NA DÉCADA PETISTA 2003/2012 Fonte: Relatórios anuais da Natura, disponíveis em www.natura.net Retorno de lucros aos donos de 100% do lucro líquido, quando o normal é de 25%. Praticamente se entrega todo o lucro aos donos.

LUCROS X PLR DA NATURA NA DÉCADA PETISTA 2003/2012 Fonte: Relatórios anuais da Natura, disponíveis em www.natura.net Nível bom de PLR conquistado em 2012, cerca de 8% do lucro líquido. Reivindicação dos trabalhadores da Vale é de 8% do lucro líquido. Vale paga por volta de 4% e Petrobras 5% do lucro líquido.

VENDAS X CUSTO PESSOAL DA NATURA NA DÉCADA PETISTA 2003/2012 Fonte: Relatórios anuais da Natura, disponíveis em www.natura.net Gasto baixo com mão de obra, que torna a empresa rentável. A Vale e a Petrobras, por exemplo, gastam 5% das vendas com pessoal.

A EXPLORAÇÃO DO TRABALHADOR DA NATURA Segundo o balanço da Natura de 2011 (disponível no site da empresa), cada trabalhador da Natura gerou uma riqueza de R$ 1.019.770,00 no ano de 2011. Rende ao mês R$ 84.980,83 reais ou R$ 505,83 reais por hora, considerando uma jornada de 42 horas semanais. O custo deste trabalhador para a empresa neste mesmo ano foi de R$ 48.367,00 de salários e encargos, isto é, R$ 3.720,53 reais por mês entre salários, encargos, PLT, tudo. Isto significa R$ 22,14 reais por hora. Considerando uma jornada de 42 horas semanais, em 7 horas e meia de trabalho, isto é, menos de 1 dia de trabalho, o funcionário paga seu salário mensal (com encargos e tudo). Dito de outra forma, o funcionário trabalha 1 dia para si e 21 dias para o patrão por mês. Se fosse trabalhar para si, trabalharia apenas 12 dias no ano para ganhar o que ganha atualmente.

Vendas da Johnson & Johnson 1995 a 2010 em US$ bilhões 2.500 2.000 1.500 1.000 500 0 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Faturamento 1.205 1.233 1.195 1.191 1.815 1.804 1.801 1.584 1.697 1.555 1.533 1.904 1.955 2.018 1.444 1.541 Fonte: Revista Exame Maiores e Melhores A empresa não disponibiliza dados além das vendas. Mais informações temos somente do ano 1998 onde tínhamos na empresa 2.509 funcionários e gastou US$ 221 milhões com folha de pagamento, representando 18% do faturamento. Por estes dados apresentados, em 30 horas de trabalho o funcionário pagava seu salario e encargos mensais.

Lucro Líquido Receita Líquida 180.000 160.000 140.000 120.000 100.000 1.400.000 1.200.000 1.000.000 800.000 80.000 600.000 60.000 400.000 40.000 20.000-2009 2010 2011 Lucro Líquido 200.000-2009 2010 2011 Receita Líquida Fonte: EUROFARMA Relatório Anual 2011 Apesar do aumento da receita líquida, a Eurofarma teve queda na lucratividade, sendo de 2009 para 2010 uma queda de 3,7%, e de 2010 para 2011, de 92,5%. No entanto, 2011 foi um ano excepcional, não refletindo a real situação da empresa. A margem de lucro líquida foi de 15,5%, em 2009, para 13,2%, em 2010, e 0,9% em 2011.

Lucro Líquido x PLR (2009 2011) 180.000 160.000 140.000 120.000 100.000 80.000 60.000 Lucro Líquido PLR 40.000 20.000-2009 2010 2011 Fonte: EUROFARMA Relatório Anual 2011 A PLR da Eurofarma foi de 46,5 milhões de reais, no ano de 2011, o que equivaleu a quatro vezes o lucro líquido da empresa. No entanto, este fenômeno tem a ver com a imensa queda do lucro líquido da empresa em 2011. A PLR teve um aumento de 24% de 2010 para 2011. Se comparar a receita líquida total de 2011, a PLR correspondeu a 3,5% desta receita.

Receita Líquida Lucro Líquido 2.000.000 400.000 1.500.000 300.000 1.000.000 200.000 500.000 100.000 0 2010 2011 Receita Líquida 0 2010 2011 Lucro Líquido Fonte: Diário Oficial Empresarial do Governo de SP Em um momento onde o setor Farmacêutico tinha crescido apenas 1,24% da sua produção, a E.M.S. teve um crescimento de 66% de seu lucro líquido, passando de uma margem de lucro de 17,8% para 22,1%, a mais alta das empresas estudadas.

Vendas da Unilever 1995 a 2011 em US$ bilhões 9.000 8.000 7.000 6.000 5.000 4.000 3.000 2.000 1.000 0 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Faturamento 5.233 4.904 6.698 7.025 7.208 5.303 5.874 6.767 8.406 6.791 7.455 7.134 7.049 6.942 6.830 7.296 Fonte: Revista Exame Maiores e Melhores A empresa não disponibiliza dados além das vendas. Mais informações temos somente do ano 2009, onde se informa que a firma tinha 12 mil funcionários e cada um rendeu U$ 408.683,33. Em 1999, onde tínhamos na empresa 9.159 funcionários e gastou US$ 540 milhões com folha de pagamento, representando 7% do faturamento. Por estes dados apresentados, em 12 horas de trabalho o funcionário pagava seu salario e encargos mensais.

Vendas da Saint Gobain 1995 a 2011 em US$ bilhões 1600 1400 1200 1000 800 600 400 200 0 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Faturamento 968,1 971,9 939,8 864,4 901,8 956,0 1.012, 1.105, 1.058, 1.115, 1.123, 1.208, 1.108, 706,2 442,9 451,0 1.533, Fonte: Revista Exame Maiores e Melhores O grande crescimento de 2011 é que se refere a venda de todo o grupo e não apenas do setor de vidros (gráfico até 2010). Em 2011,a Saint Gobain tinha 6.395 funcionários, e cada um rendeu em 2011 US$ 239.748,80. A empresa gastou U$ 231,8 mil com folha de pagamento, portanto, teve como salário e encargos médio o valor de U$ 2.883,86. A empresa gastou US$ 231 milhões com folha de pagamento, representando 15% do faturamento. Por estes dados apresentados, em 25 horas de trabalho o funcionário pagava seu salario e encargos mensais.

Vendas da Rhodia 2003 a 2011 em US$ bilhões 2.500,0 2.000,0 1.500,0 1.000,0 500,0 0,0 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011* Faturamento 1.666,9 2.106,2 2.096,4 2.124,3 2.089,6 1.763,6 1.395,0 1.289,1 1.040,7 Fonte: Revista Exame Maiores e Melhores. 2011 representa as vendas líquidas da empresa. Em 2008, a Rhodia tinha 2.831 funcionários, e cada um rendeu US$ 622.960,08. A empresa gastou U$ 138,7 mil com folha de pagamento, represetando 7,8% do faturamento, teve como salário e encargos mensal médio o valor de U$ 3.768,71. Por estes dados apresentados, em 13 horas de trabalho o funcionário pagava seu salario e encargos mensais.

Vendas da 3M 1995 a 2011 em US$ bilhões 1.400,0 1.200,0 1.000,0 800,0 600,0 400,0 200,0 0,0 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011* Faturamento 1.077 1.109 1.148 1.141 1.192 1.228 1.243 1.163 1.071 1.162 1.168 1.237 1.286 1.290 1.176 1.345 1.027 Fonte: Revista Exame Maiores e Melhores. 2011 representa as vendas líquidas da empresa. Em 2011, a 3M Rhodia tinha 3.214 funcionários, e cada um rendeu US$ 319.726,00. A empresa gastou U$ 165,2 mil com folha de pagamento, representando 16% do faturamento, teve como salário e encargos mensal médio o valor de U$ 3.953,85. Por estes dados apresentados, em 26 horas de trabalho o funcionário pagava seu salario e encargos mensais.

Vendas da Procter & Gamble - 2003 a 2011 em US$ bilhões 2000 1800 1600 1400 1200 1000 800 600 400 200 0 2002 2003 2006 2007 2010 2011* Faturamento 476,6 444,5 479,2 505,1 1.892,00 1.407,80 Fonte: Revista Exame Maiores e Melhores. 2011 representa as vendas líquidas da empresa.