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Transcrição:

PN 864.05-5; Ap.: Tc. VN Gaia, 3ºJ. (); Ap.es: ; Ap.os: id.; id.. Acordam no Tribunal da Relação do Porto I. INTRODUÇÃO: (a) Nenhuma das partes se conforma com a sentença de 1ª instância, referente a responsabilidade civil rodoviária, que condenou a pagar ao A. uma indemnização composta das seguintes verb as: (i) 329,40, danos patrimoniais emergentes líquidos; (ii) 4 738,58, lucros cessantes; (iii) 19 951,92, idem; (iv) quantia qu e vier a ser liquidada em execução de sentença, danos sofrid os no veículo do A; (v) quantia que vier a ser liquidada em execução de sentença, prejuízo sofrido pelo A. em consequência de intervenção cirú rgica que terá de ser submetido; (vi) 19 951,92, danos não patrimoniais; (vii) juros de mora sobre (i) e (ii), contados da citação, 98.02.18; juros de mora sobre (iii) e (vi), contados do trânsito; juros de mora sobre (iv) e (v) contados da citação. (b) Da sentença recorrida: (1) a dinâmica do acidente de viação desenvolveu-se da forma traçada pelo A. na p.i., estando por isso provada a culpa do condutor contrário; 1 Adv.: Dr. 2 Adv.: Dr.

(2) Provou-se que o A. despendeu Pte 94 450$00 em consultas, exames e taxas moderadoras hospitalares + Pte 50 000$00 de transportes para os tratamentos + Pte 1 800 $00 de outras despesas conexas; (3) Provou-se tão somente que o velocípede d e que é proprietário sofreu danos e que terá ele, A., de ser sujeito a uma intervenção cirúrgica para extracção de material, com agravamento da situação clínica do seu joelho esquerdo; (4) Sofreu 600 dias de doença com ITA durante os 4 primeiros e ITP no tempo restante: era operário da indústria de calçado e auferia Pte 50 000$00 por mês, tendo estado sem poder trabalhar até 04.96, i.é, 527 dias daqueles 600; (5) Deixou por isso de ganhar Pte 950 000$00; (6) Ficou a padecer de IPG 20%, mas actualmente aufere o salário mensal de 570,00; (7) É nosso entendimento, com a intervenção e a frequente alteração da taxa de juros, dever seguir-se o [mero] critério da equidade, por se afigurar como mais correctivo e tendente a viabilizar o abalo da situação económica sofrido pela vítima em consequência do acidente de viação: deverá ser atribuída ao A. uma indemnização de Pte 4 000 000$00 pela perda da sua capacidade económica; (8) A indemnização por dano não patrimonial deve tender, efectivamente, a viabilizar um lenitivo ao lesado, com alcance significativo e não meramente simbólico : deverá ser atribuída ao A. a quantia compensatória [ neste caso: fractura do fémur e dos ossos do antebraço, apófice estilóide do cúbito e esfacelo do quinto dedo da mão esquerda, operado com encavilhamento endomedular c/kumtcher, osteossíntese c/material de pequenos fragmentos e fixação com fio Kirschener, correcção do esfacelo e fixação com fio K em f1 5º] de Pte 1 000 000$00; (9) Após a alta hospitalar, 94.12.29, o A. continua em tratamento externo entre 95.01.15 e 97.11.06: medicina física de reabilitação diária, 95.05.16 a 95.06.12: e após a alta manteve-se acamado na residência cerca de 3 meses, deambulando depois com auxílio de canadianas até finais de 1995;

(10) Por todos estes danos morais deverá ser indemnizado através da quantia compensatória de Pte 1 000 000$00; (11) O A. sofreu lesões fortes com as lesões e tratamentos, angústia, clausura hospitalar e acamamento no domicílio; apresenta queixas actuais de dor no punho esquerdo, impotência funcional do membro superior esquerdo e instabilidade articular ao nível do joelho esquerdo; cicatriz linear na face lateral do terço médio da coxa esqu erda, cicatriz linear na nádega esquerda; atingimento do movimento de prunação e flexão do punho à esquerda; instabilidade anterior do joelho esquerdo, desvio externo do pé esquerdo durante a marcha; lesão ligamentar do joelho esquerdo e consolidação viciosa do fémur esquerdo; (12) Ficou a recear e deixou de praticar desporto devido à vergonha e inibição que sente pelos seus padecimentos; (13) Deverá ser-lhe atribuída uma quantia compensatória de Pte 1 200 000$00; (14) Após a interposição da presente acção, foi submetido a intervenção cirúrgica para extracção do ma terial de osteossíntese aplicado na operação correctiva das lesões, hospitalizado por isso desde 98.05.22, doente e impossibilitado para trabalhar então até 98.06.28, com dores, angústia e incómodos; (15) Da mesma forma, agravou-se o estado do A. passando a apresentar queixas dolorosas na anca esquerda e na região lombar, a ter dificuldades em segurar, puxar e transportar pesos, a fazer pausas de hora a hora nas viagens longas; (16) Deverá ser-lhe atribuída, aqui, a quantia compensatória de Pte 800 000$00; (17) Formulou o A. pedido de juros legais a partir da data da citação, todavia, o dano patrimonial que se constitui nos lucros cessantes e os danos não patrimoniais só serão acrescidos de juros a partir do trânsito em julgado: já foi tida em linha de conta a depreciação monetária até à decisão que os juros moratórios visam preencher. II. MATÉRIA ASSENTE:

(1) No dia 94.01.20, 19.00h, em f rente ao nº 393 da R ua Santos Pousada, Oliveira do Douro, VN Gaia, ocorreu um acidente de viação em que foram intervenientes os velocípedes com motor, conduzido pelo A. e, propriedade de e conduzido por (2) Na altura do acidente o piso estava seco, não chov ia, nem havia nevoeiro: a via, configurando uma recta, tem aqui 5,40m aproximadamente; (3) O A. circulava no sentido Oliveira do Douro/Avintes, enquanto ao contrário, mas sem qualquer luz no seu velocípede com motor; (4) À frente de circulava um v eículo ligeiro de passageiros, que o ciclista ultrapassou ao aproximar-se no nº 293; (5) O proprietário de 3VNG havia transferido a responsabilidade civil decorrente da circulação rodoviária do veículo para a R., mediante o contrato de seguro titulado na ap. (6) O A. nasceu em 78.08.25 ; (7) Circulava a uma velocidade inferior a 40 Km/h, pela metade direita da faixa de rodagem, atento o seu sentido de marcha; (8) circulav a a uma velocidade superior a 60 Km/h; (9) Quando ultrapassou o automóvel que seguia na sua frente, invadiu a metade esquerda da faixa de rodagem atento o seu sentido de marcha, e embateu no A. que aí circulava encostado à sua direita; (10) O A. era visível para, além do mais, através da iluminação do veículo ligeiro que estava a ultrapassar; (11) Mas a menos de 20m do local do acidente existia um poste de iluminação pública; (12) Em consequência do embate, o A. foi de imediato transportado para CH VN Gaia, onde foi assistido no serviço de urgência com diagnóstico de fractura do fémur esqu erdo, dos ossos do antebraço esquerdo, da apófice estilóide do cúbito esquerdo e esfacelo do 5º dedo da mão esquerda; (13) Nesse mesmo dia foi operado: encavilhamento endomedular c/kumtcher no fémur esquerdo, osteossíntese do rádio e do cúbito com materiaql de pequenos fragmentos, fixação com fio Kirschener da apófice estilóide cubital; correcção cirúrgica do esfacelo; fixação com fio K em f1 do 5º dedo;

(14) Em 94.12.14, em regime de internamento, foi efectuada limpeza cirúrgica da necrose cutânea desse 5º dedo da mão esquerda, que entretanto lhe sobreveio; (15) Ficou acamado em internamento hospitalar até 94.12.29, data da alta hospitalar e a partir daí continuou em tratamento na consulta externa de ortopedia: deslocou-se lá por 18 vezes entre 95.01.05 e 97.11.06; fez tratamento de medicina física de reabilitação diariamente, entre 95.05.16 e 95.06.12; (16) Após a alta hospitalar, o A. regressou ao domicílio, onde se manteve acamado cerca de 3 meses, apenas se levantando para os tratamentos e consultas hospitalares; (17) A partir de 03.95, o A. passou a deambular com o auxílio de canadianas até finais desse ano; (18) O A. sofreu fortes dores com as lesões e tratamentos, angústia e clausura hospitalar ou com o acamamento no domicílio; (19) Sofreu 600 dias de doença, com ITA durante os primeiros 4 meses e ITP durante o resto do tempo; (20) No momento do acidente considerou que iria morrer; (21) Actualmente, o A. apresenta queixas dolorosas no punho esquerdo, impotência funcional do membro superior esquerdo, dor e instabilidade articular ao nível do joelho esquerdo; (22) Para além das cicatrizes lineares do antebraço esquerdo, com 12 cm de comprimento (bordo rad ial), 10 cm de comprimento (bordo cubital), e 5 cm (estilóide cubital/bordo cubital do punho), e da cicatriz linear na face lateral do terço médio da coxa esquerda, com 22 cm de comprimento, ou de cicatriz linear na nádega esquerd a com 3 cm de comprimento, apresenta dismetria dos membros inferiores por encurtamento de 0,3 cm do membro inferior esquerdo e também atingimento do movimento de pronação e de flexão do punho à esquerda, instabilidade anterior do joelho esquerdo, desvio externo do pé esquerdo durante a marcha, lesão ligamentar do joelho esquerdo e consolidação viciosa do fémur esquerdo com pequeno desvio externo do pé; (23) O A. padece de IPG funcional 20%;

(24) Terá de ser submetido a nova intervenção cirúrgica para extracção de material ortopédico, o q ue constitui agravamento da situação clínica do seu joelho esquerdo; (25) Era um rapaz robusto, com aspecto atlético e gozava de boa saúd e; praticava desporto e frequentava bailes e outros divertimentos; (26) Tudo isto deixou de fazer em consequência do acidente: vergonha e inibição que sente pelas consequências do sinistro; (27) O A. ficou a recear, depois, ter de se submeter a nova interven ção cirúrgica, adiando sucessivamente a data da mesma na expectativa de esquecer os sofrimentos com as antecedentes intervenções médicas; (28) Era operário da indústria de calçado, auferindo Pte 50 000$00 por mês: esteve sem poder trabalhar até final de 04.96; (29) Desp endeu Pte 94 460$ 00 em consultas hospitalares, exames, consultas médicas e taxas moderadoras; (30) E Pte 50 000$00 nas despesas de transportes p ara essas mesmas consultas e tratamentos; (31) O velocípede sofreu d anos; (32) Em 98.05.28, o A. foi submetido a uma intervenção cirúrgica para ex tracção de material de osteossíntese aplicado na intervenção cirúrgica correctiva anterior; (33) Para este efeito esteve hospitalizado desde 98.05.22, doente e impossibilitado para o trabalho até 98.06.28; (34) E mais uma vez, durante a clausura hospitalar e após, sofreu fortes angústias dores e incómodos; (35) Já depois de instaurada a presente acção, agravou-se o estado de saúde do A., passando a apresentar queix as dolorosas na anca esquerda e na região lombar, a ter dificuldades em erguer, puxar e transportar pesos, forçado a fazer pausas de hora a hora nas viagens longas; (36) O A. teve consultas hospitalares em 98.02.12, 98.04.30, 98.05.28, 98.06.04, com as quais despendeu Pte 1 800$00; (37) Aufere presentemente o salário mensal de 578,00. III. CLS./AL EGAÇÕES (A.):

(a) A indemnização por d anos patrimoniais devida ao A., decorrente da perda da sua capacidade de ganho (IPP) deve fixar-se em 39 500,00; (b) Sobre aquela indemnização, bem como sobre a indemnização por danos não patrimoniais a que se reporta I.(b)(vi) devem incidir juros à tax a legal desde a citação. IV. CONTRA-ALEGAÇÕES: não houve. V. CLS./ALEGAÇÕES (SPS): (a) A indemnização por danos patrimoniais fixada com base na equidade deverá ser de 12 500,00; (b) Deverá igualmente ser reduzida a indemnização po r danos não patrimoniais para, no máx imo, 10 000,00. VI. CONTRA-ALEGAÇÕES: (a) A Ap.e limita-se a invocar ser excessivo o valor indemnizatório fixado na decisão recorrida sem contudo apresentar ar gumentação ou fundamentos que a contrariem: apenas diz, como é hábito de quem há-de pagar, é muito; (b) Quanto aos danos não patrimoniais, a recorrente também não vai além daquela posição: trata-se de uma posição económica mas inócua processualmente; (c) Os sofrimentos sofridos pelo A. correspondem, pelo contrário, a um quadro doloroso intenso que bem justifica a decisão. VII. RECURSO: pronto para julgamento, nos termos do art. 705 CPC. VIII. SEQUÊNCIA: (a) Enquanto a Companhia de Segu ros pede a redução indemnizatória pela perda da capacidade de ganho baseando-se em que o A. não sofreu diminuição de salário, este pede um aumento para 39 500,00, com base num provável

cálculo actuarial. Ao mesmo tempo, defende a contagem dos juros de mora a partir da data da citação. (b) Entretanto, a R. considera demasiada também a estimativa indemnizatória pelos danos não patrimoniais. (c) Comecemos por este último item: a sentença concedeu 19 951,92, por um aleijão de um jovem na flor da idade. Parece não haver qualquer motivo ou razão convincente para não aceitar o quantum indemnizatório que peca efectivamente por escassez. (d) Com efeito, não só as dores, incómodos, angústia, stress hospitalar e de tratamentos médicos dur ante um tempo, primeiro de intensidade, depois de relevo ex tenso, justificam uma compensação severa, quanto principalmente o desgosto do defeito físico, eterno, e a mágoa da incapacidade não podem deixar de ser suavizadas senão por aquele mínimo de metálico, consoante, aliás, às práticas actuariais vigentes no campo da regulação dos sinistros rodoviários. (e) Mas enfrentando o problema da estimativa dos danos futuros, ainda que não impressione o argumento da Companhia de Seguros, pois a incapacidade profissional lá está e é incontornável motivo de menores salários, segun do a lógica abstracta do mercado de trabalho, e sempre em relação àqueles que poderiam ser obtidos numa carreir a estandardizada (sendo portanto ilegítimo pôr lado a lado o salário anterior ao acidente de um jovem de 16 anos e o salário posterior, atingidos os 20, de aprendiz a oficial), o certo é que este dado de um acompanhamento vivencial dos rendimentos concretos da vítima perturba uma decisão meramente actuarística. (f) Deste modo, como aliás acaba por não ser verdadeiramente posto em causa, o juízo tem de nos remeter para a equidade, no horizonte da tradição jurisprudencial. (g) Ora, nestas circunstâncias de perda jov em de uma energia labo ral de 20%, as sentenças comuns, tendo em conta estratos profissionais e nível de ganhos equivalentes, aproximam-se justamente de uma média indemnizatória que coincide com a proposta de 39 500,00 sustentada n a minuta do recurso do A..

(h) Contudo, não há evidentemente que actualizar este quantum tendo em conta a delonga entre a data da p.i. e a data da sentença: é de considerar portanto válida a arquitectura singela do crescimento da indemnização, no momento inicial do argumentário. (i) Por fim, é jurisprudência contemporaneamente assente, sobre o momento da contagem dos juros de mora nestas circunstâncias, não haver razão, segundo o art. 805 CC, para não serem contados a partir da data da citação. Mas não deixará de se dizer serem judiciosos os motivos e elegante a justificação dada na sentença recorrida para a contagem a partir da data da sentença, corrente que sempre se estribou em doutrina fecunda. (j) Opta-se aqui com naturalidade pelo hábito moderno dos tribunais, tendo em conta uma necessária previsibilidade do direito, cuja função reguladora ancora antes de mais na ex pectativa da sanção efectiva, concorde e concreta. (k) Por conseguinte, vistos os arts. 564/2 e 566/3 CC, 805/3 do mesmo diploma legal, vai alterada a sentença recorrida nestes termos: (i) a verba aqui referida em I.(a)(vi) passa para 39 500,00; (ii) os juros de mora que vence, tanto como os da verba I.(a)(iii), contam da citação. IX. CUSTAS: por SPS que sucumbiu e pelo A., na medida da sucumbência, se e apenas se vierem a ser alteradas as condições de fortuna que lhe justificaram apoio judiciário.