CUSTOS IRREVERSÍVEIS, LEIS DE CUSTOS E GERÊNCIA DE PROJETOS - A VIABILIDADE DE UM PROCESSO DE MUDANÇA



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Transcrição:

CUSTOS IRREVERSÍVEIS, LEIS DE CUSTOS E GERÊNCIA DE PROJETOS - A VIABILIDADE DE UM PROCESSO DE MUDANÇA Márcio Botlho da Fonsca Lima Luiz Buno da Silva Rsumo: Est artigo tm o objtivo d xpor a rlvância do papl dsmpnhado plos custos irrvrsívis ou irrcuprávis nas scolhas stratégicas das mprsas industriais qu s submtm a um procsso d mudança. Na introdução, dfin-s o concito d custos irrvrsívis no contxto d um modlo qu prmit stablcr condiçõs d ntrada ou d barriras à ntrada sm s rfrir a um concito d quilíbrio intrtmporal, caractrístico d um rgim rgular d produção. Logo após, aprsntamos as distinçõs ntr ss rgim aqul dnominado transitório ou irrgular. Em trciro lugar, nunciamos a nova acpção das noçõs d custos produtos d Alchian, assim como as lis d custos stablcidas por ss autor. Em sguida, dstacamos o prfil d um procsso d produção mprndido por uma mprsa industrial inovadora, focalizando a viabilidad stratégia d um tal procsso d mudança. Na quinta part, dscrvmos a xpriência m matéria d gstão d rcursos humanos ralizada pla Digital Equipmnt, na prspctiva d um nriqucimnto das comptências d uma ampliação das opçõs produtivas da mprsa. Finalmnt, sob o ponto d vista da disciplina Grência d Projtos, nós mostramos a difrnça ntr os fitos causados plos custos irrvrsívis pla ncssidad d capital d giro sobr a curva d custos acumulados. Concluímos, ainda, qu os custos irrcuprávis dvm sr lvados m considração ao s utilizar aplicativos tais como MS Projct ou CA suprprojct para aclração d projtos. Palavras-chav: Ára tmática: Intgração Concitual Sistêmica ntr a Gstão Econômica a Gstão Estratégica d Custos

III Congrsso Brasiliro d Gstão Estratégica d Custos Curitiba, PR, Brasil, 6 a 9 d outubro d 1996 CUSTOS IRREVERSÍVEIS, LEIS DE CUSTOS E GERÊNCIA DE PROJETOS - A VIABILIDADE DE UM PROCESSO DE MUDANÇA Márcio Botlho da Fonsca Lima Luiz Buno da Silva UFPb- Univrsidad Fdral da Paraíba CT- Cntro d Tcnologia DEP- Dpartamnto d Engnharia d Produção Campus univrsitário -Bloco "G" sala 1 CEP: 5851-97- João Pssoa -Pb RESUMO Est artigo tm o objtivo d xpor a rlvância do papl dsmpnhado plos custos irrvrsívis ou irrcuprávis nas scolhas stratégicas das mprsas industriais qu s submtm a um procsso d mudança. Na introdução, dfin-s o concito d custos irrvrsívis no contxto d um modlo qu prmit stablcr condiçõs d ntrada ou d barriras à ntrada sm s rfrir a um concito d quilíbrio intrtmporal, caractrístico d um rgim rgular d produção. Logo após, aprsntamos as distinçõs ntr ss rgim aqul dnominado transitório ou irrgular. Em trciro lugar, nunciamos a nova acpção das noçõs d custos produtos d Alchian, assim como as lis d custos stablcidas por ss autor. Em sguida, dstacamos o prfil d um procsso d produção mprndido por uma mprsa industrial inovadora, focalizando a viabilidad stratégia d um tal procsso d mudança. Na quinta part, dscrvmos a xpriência m matéria d gstão d rcursos humanos ralizada pla Digital Equipmnt, na prspctiva d um nriqucimnto das comptências d uma ampliação das opçõs produtivas da mprsa. Finalmnt, sob o ponto d vista da disciplina Grência d Projtos, nós mostramos a difrnça ntr os fitos causados plos custos irrvrsívis pla ncssidad d capital d giro sobr a curva d custos acumulados. Concluímos, ainda, qu os custos irrcuprávis dvm sr lvados m considração ao s utilizar aplicativos tais como MS Projct ou CA suprprojct para aclração d projtos. Ára tmática: Intgração Concitual Sistêmica ntr a Gstão Econômica a Gstão Estratégica d Custos.

III Congrsso Brasiliro d Gstão Estratégica d Custos Curitiba, PR, Brasil, 6 a 9 d outubro d 1996 CUSTOS IRREVERSÍVEIS, LEIS DE CUSTOS E GERÊNCIA DE PROJETOS - A VIABILIDADE DE UM PROCESSO DE MUDANÇA Márcio Botlho da Fonsca Lima Luiz Buno da Silva UFPb- Univrsidad Fdral da Paraíba CT- Cntro d Tcnologia DEP- Dpartamnto d Engnharia d Produção Campus univrsitário -Bloco "G" sala 1 CEP: 5851-97- João Pssoa -Pb RESUMO Est artigo tm o objtivo d xpor a rlvância do papl dsmpnhado plos custos irrvrsívis ou irrcuprávis nas scolhas stratégicas das mprsas industriais qu s submtm a um procsso d mudança. Na introdução, dfin-s o concito d custos irrvrsívis no contxto d um modlo qu prmit stablcr condiçõs d ntrada ou d barriras à ntrada sm s rfrir a um concito d quilíbrio intrtmporal, caractrístico d um rgim rgular d produção. Logo após, aprsntamos as distinçõs ntr ss rgim aqul dnominado transitório ou irrgular. Em trciro lugar, nunciamos a nova acpção das noçõs d custos produtos d Alchian, assim como as lis d custos stablcidas por ss autor. Em sguida, dstacamos o prfil d um procsso d produção mprndido por uma mprsa industrial inovadora, focalizando a viabilidad stratégia d um tal procsso d mudança. Na quinta part, dscrvmos a xpriência m matéria d gstão d rcursos humanos ralizada pla Digital Equipmnt, na prspctiva d um nriqucimnto das comptências d uma ampliação das opçõs produtivas da mprsa. Finalmnt, sob o ponto d vista da disciplina Grência d Projtos, nós mostramos a difrnça ntr os fitos causados plos custos irrvrsívis pla ncssidad d capital d giro sobr a curva d custos acumulados. Concluímos, ainda, qu os custos irrcuprávis dvm sr lvados m considração ao s utilizar aplicativos tais como MS Projct ou CA suprprojct para aclração d projtos. 1 - Introdução D acordo com W. Baumol, J. Panzar R. Willig (1982)[4], xistm duas catgorias d custos ngndradas pla ntrada num mrcado; a sabr, os custos qu podm sr irrvrsívis /ou irrcuprávis (sunk costs), ou não: no primiro caso, isso significa qu a saída da firma d um stor não pod s ftuar sm prda d capital suprior aos custos d uso dprciação do capital. S as condiçõs d saída tornam-s difícis, toda ntrada pod portanto sr dsncorajada: trata-s aqui d uma spéci d barrira à saída qu rduz a atratividad do stor. Os xmplos d tais custos são múltiplos: ls comportam os custos ncssários para o stablcimnto da rputação do ntrant (inclusiv publicidad), assim como os custos dstinados a adquirir uma tcnologia spcífica; algumas caractrísticas vidnts do capital favorcm o formato irrcuprávl dos custos: um alto grau d irrvrsibilidad, uma important spcificidad ao nívl do produto, uma longa durabilidad... Sgundo Y. Morvan (1991)[7] a possibilidad d xistência d custos (fixos ou não) irrvrsívis foi objto d inúmros dbats; pod-s qustionar s m várias situaçõs, ou sob crtas condiçõs, as conomias d scala os custos irrcuprávis não são stritamnt ligados;

III Congrsso Brasiliro d Gstão Estratégica d Custos Curitiba, PR, Brasil, 6 a 9 d outubro d 1996 ao contrário, o concito d custo irrcuprávl tm uma significação particular qu faz com qu não s possa sistmaticamnt assimila-lo ao concito d custo fixo. 1.1- O Modlo Tmporal D Baumol, Panzar Willig O modlo tmporal proposto por Baumol, Panzar Willig (1982:296-31)[4] prmit prcisar o papl fundamntal dos custos irrcuprávis (sunk costs) no procsso d dissuasão da ntrada, quando a rsposta da firma instalada à ntrada d um novo concorrnt não é spcificada a priori. O modlo é gral no sntido d prmitir a constatação d proposiçõs ligando custos irrcuprávis, custos d ntrada bm-star sm rstrição rlativa à naturza do quilíbrio d mrcado após a ntrada, isto é sobr a naturza da rtaliação da firma instalada postriormnt ao momnto m qu a ntrada sja ftivada. Considrando qu a ntrada consist num procsso tmporal, o modlo qu a rprsnta contém lmntos d strutura dinâmica. O tmpo é dividido, portanto, m três príodos: (1) o passado qu vai até ao momnto zro; (2) um príodo d dsquilíbrio d amplitud igual a ; (3) o futuro qu s inicia no instant, o comço do príodo 1. O príodo d dsquilíbrio rprsnta o intrvalo d tmpo durant o qual a firma instalada é incapaz d ajustar sus prços m fac d uma ntrada qu tria sido ralizada. No momnto zro, a firma instalada dtém K i unidads d capital aprsnta uma função d custo igual a V i Y, K - ond Y i i i é o fluxo d produtos - qu totaliza a soma dos custos d produção qu são plnamnt variávis durant o príodo d dsquilíbrio. No msmo instant zro, supõ-s qu o ntrant potncial dispõ d um procsso d produção rprsntado por sua função d custo variávl V Y, K - ond Y é o fluxo d produção. El pod comprar ss capital ao prço unitário. Um tal invstimnto pod sr apnas parcialmnt irrvrsívl pois supõm-s qu no fim do príodo d dsquilíbrio o ntrant possa liquidar su capital por um 1 1 prço unitário igual a. S todos os custos do capital são irrcuprávis, ao passo 1 qu s nnhum custo é irrcuprávl, sndo todos os invstimntos plnamnt rvrsívis. Na ausência d qualqur rstrição sobr a naturza do quilíbrio após a ntrada, os valors atuais dos lucros futuros da firma instalada do ntrant potncial podm sr considrados como funçõs das variávis d stado do sistma. Elas têm um limit infrior qu é o valor da rvnda, no início do príodo 1, dos capitais ngajados, ou sja: i f f 1 ( K, K ) K i 1 ( K, K ) K i i i Um plano d ntrada ntão é dfinido por um vtor d prço P P um fluxo d I produção Y Q ( P ), ond Q é a função d dmanda instantâna do mrcado. T A ntrada ocorrrá s somnt s o ntrant potncial constatar qu o lucro total a sr obtido plo mlhor plano d ntrada for positivo, ou sja: T f r m a x, K, ond P, Y K rt r dt ( 1 ) / r

III Congrsso Brasiliro d Gstão Estratégica d Custos Curitiba, PR, Brasil, 6 a 9 d outubro d 1996 f r é a taxa d atualização. Como 1 K manira sguint: P, Y, K é o custo ftivo do capital para o ntrant potncial. t ssa condição d ntrada pod sr scrita da m a x k 1 r ( ) / Traduzindo, o lucro total do ntrant potncial dv sr suprior (ou igual) aos bnfícios qu l pod obtr durant o príodo d dsquilíbrio, somnt. Caso as técnicas d produção sjam livrmnt disponívis, isto é, quando os custos variávis são idênticos para todas as firmas, ntão a condição suficint d ntrada sria: k. Portanto, os ganhos do príodo d dsquilíbrio quilibram as dspsas d capital. Ao contrário, a condição ncssária para o monopólio da firma instalada sja sustntávl pod sr xprssa por: K. S, além disso, todas as firmas s dparam com os msmos prços d fators ( ), a única difrnça m rlação à dfinição usual d sustntabilidad é qu a taxa d i rntabilidad do capital para o ntrant pod sr suprior àqula da firma instalada qu é r. Esta difrnça dv-s ao fato d qu o ntrant potncial pod sr obrigado a liquidar su capital durant o príodo d dsquilíbrio. Quando, la pod sr scrita pla xprssão sguint: r r r ( ) r ( ) r r. 1 1 i 1 1 Ela srá positiva quando, ou sja, na mdida m qu xistam custos 1 irrcuprávis. 1 Assim, s todos os bns d capital do ntrant podm sr rvndidos sm prda ( ), d manira qu nnhum custo sja irrvrsívl, ntão r ; s, além disso, todos os outros tipos d custos são iguais, o ntrant potncial não stará submtido a qualqur dsvantagm d custo m rlação ao concorrnt já instalado. Qur dizr qu não xist nnhuma barrira à ntrada, qualqur qu sja a capitalização (ótima) K qu o ntrant possa slcionar no su ngajamnto. E isto é vrdadiro até msmo quando a tcnologia impõ custos fixos substanciais. Sgundo J. L. Gaffard (199)[6], o modlo supracitado prmit stablcr condiçõs d ntrada ou d barriras ã ntrada sm s rfrir a um concito d quilíbrio intrtmporal, caractrístico d um rgim rgular. Isso s dv ao fato d qu, finalmnt, o qu importa, para o ntrant potncial, quando s trata d tomar a dcisão d ntrar ou não, é o lucro stimado durant o príodo d dsquilíbrio, mdido d tal manira qu sja imputada à rnda dst príodo a difrnça - r, qu rprsnta a part ftivamnt irrcuprávl do custo suportado por st ntrant. Implicitamnt, a anális é dslocada da considração d um ótimo intrtmporal para aqula da viabilidad ao longo d uma sqüência, tapa por tapa. Nss sntido, a anális propriamnt dita torna-s amplamnt nriqucida pois o qu s focaliza atualmnt não é somnt a ralidad da ntrada d uma firma sobr um mrcado ond outras firmas já stão instaladas, mas também a viabilidad do procsso d mudança ngajado por uma mprsa qu inova constrói um ambint inédito matrializado por novos produtos mrcados. 2 - O domínio dos custos d produção, ond

III Congrsso Brasiliro d Gstão Estratégica d Custos Curitiba, PR, Brasil, 6 a 9 d outubro d 1996 O objtivo prmannt da mprsa industrial, qu s ncontra m condiçõs normais d produção d mrcado, é controlar sus custos d produção. Contudo, a naturza do problma assim colocado é difrnt sgundo a ótica rtida na anális também, concrtamnt, sgundo aqula sguida plo mprsário, qu pod sr, sja uma ótica d rgim rgular, sja uma ótica d rgim irrgular ou transitório. Na situação dita d rgim rgular, a mprsa é, m princípio, tcnologicamnt ficaz, o qu significa qu la stá sobr a frontira do conjunto d produção qu sua função d custo indica o custo mínimo incorrido m cada nívl d produção. O control dos custos ngloba, ntão, dois objtivos: o primiro, qu é largamnt indpndnt do toda rstrição d naturza tcnológica, é procurar obtr prços mais baixos para os fators d produção, taxas d salários mais baixos, por xmplo; o sgundo é liminar causas d inficácia instantâna, qualificada, gralmnt, d inficiência X, para podr s situar ftivamnt sobr a frontira do conjunto d produção. Assim, o qu importa é qu os custos suportados no príodo corrnt são, analiticamnt, imputávis à produção corrnt. Na situação dita d rgim irrgular ou transitório, a mprsa não é mais tcnologicamnt ficaz, porqu la s ncontra confrontada ao problma da implantação d novos procssos d produção, o qu implica qu os fundos não são plnamnt utilizados, ou msmo ao problma d aprndizagm d uma nova tcnologia. Uma distorção xist, ntão, ncssariamnt ntr o prfil dos custos aqul da produção, qu faz com qu analiticamnt os custos corrnts não podriam sr simplsmnt imputados à produção corrnt. O control dos custos torna-s um problma d rcupração dos custos, cuja dimnsão tmporal é vidnt. Com fito, os custos suportados inicialmnt para construir uma nova capacidad produtiva somnt podm sr rcuprados mais tard quando a produção dos bns for ftivada. Est dsvio no tmpo ntr custos produtos, qu não tm ral importância num rgim rgular, visto a instantanidad das difrnts fass d atividad, torna-s ssncial num rgim transitório. No contxto d um tal rgim transitório não xist mais função d produção bm dfinida. Isto não s dv à naturza das motivaçõs ou à caractrística não cooprativa do jogo intrno ntr os grupos constitutivos da mprsa (acionistas, mprgados, grnts), qu impd qu la possa sr atingida mbora la xista, como é o caso m prsnça da inficiência X, mas ao fato d qu a tcnologia não é mais dada a priori stá m curso d constituição. O instrumnto analítico parc sr uma função d custo qu,, naturalmnt, não é mais drivada da função d produção ntão não xprim situaçõs d ficácia tcnológica. Esta função d custo dv prmitir rssaltar o papl do tmpo, s inscrvndo portanto numa prspctiva analítica qu é aqula dos modlos tmporais d produção. 3 - Custos produtos numa ótica tmporal: a nova acpção das noçõs d custo produto Os custos produtos, quando são aprndidos sgundo sua dimnsão tmporal, têm uma acpção intiramnt difrnt daqula qu é habitualmnt rtida. Esta outra acpção tm como particularidad o fato d qu la insr a toria do capital no coração da toria da firma; la prmit dfinir lis ou proposiçõs qu são cornts com a obsrvação mpírica qu, na maioria das vzs, são concrnnts aos rgims irrgulars. 3.1 - Custo d produção modificação do valor do capital

III Congrsso Brasiliro d Gstão Estratégica d Custos Curitiba, PR, Brasil, 6 a 9 d outubro d 1996 A manira sgunda a qual a dimnsão tmporal pod sr introduzida consist m dfinir os custos como a modificação do valor do capital social, rsultant d alguma opração particular, supondo qu a transformação da rnda é omitida no cálculo da variação do valor do capital social. Um xmplo prmit ilustrar ssa dfinição: supondo qu o valor atual dos ativos d uma mprsa sja 1 no início d uma opração, dvria sr 8 um anos após, no final da opração, não lvando m considração a vnda dos produtos dsta opração; o valor atual dsss 8 sndo, por xmplo, (a taxa d atualização 6%), 75,47, o custo da opração m valor prsnt do capital é d 24,53 (1-75,47). A xprssão do custo m unidad do capital social stá aqui insrida numa abordagm fundista da avaliação da mprsa, oposta no caso prsnt a uma abordagm matrialista. Ela é, com fito, cornt com a idéia qu o capital não é assimilávl à sua contrapartida m ativos imobilizados, mas constitui um valor montário qu é somnt o valor do bnfícios futuros qu os acionários podm sprar. A produção é, portanto, dfinida como uma opração qu s propaga no tmpo, isto é, como um programa cujas as caractrísticas são as sguints: 1. Uma taxa d produção ( x ) qu é gralmnt o único aspcto considrado na anális conômica standard ; 2. O volum total d produção ( V ) acumulado durant o programa d produção; 3. A duração da opração d produção ( m ); Essas três caractrísticas são rsumidas na fórmula sguint: V T m x ( t ) dt T ond V é o volum total d produção, x(t) a taxa d produção no instant t, T o momnto m qu a primira unidad d produto é forncida, m o intrvalo d tmpo durant o qual a produção tornas possívl. Cada uma das caractrísticas mncionadas para dsignar a opração d produção pod aftar o custo d produção. 3.2 - Os custos d produção fora do rgim prmannt: as lis d custos Sobr a bas das dfiniçõs prcdnts, - Alchian (1959) [1] labora um conjunto d proposiçõs sobr a manira pla qual os custos são aftados por uma variação dssas variávis ou caractrísticas. Naturalmnt, dntr as variávis V, x, T m somnt três são indpndnts, a quarta sndo ntão rstrição contrariamnt ao rgim prmannt ond as quatro caractrísticas são invariants (o qu justifica o fato d qu só s rtém apnas uma dntr las na anális). Sja C a função d custo (isto é d modificação d valor do capital social) tal qu: C = F(V,x,T,m) Proposição 1: C x ( t ) T = T ; V = V Os custos aumntam na mdida m qu a taxa x, sgundo a qual um volum é produzido, é mais lvada, o príodo d fabricação do produto, m, sndo rduzido m consqüência. Proposição 2: 2 x C T = T ; V = V 2

III Congrsso Brasiliro d Gstão Estratégica d Custos Curitiba, PR, Brasil, 6 a 9 d outubro d 1996 Proposição 3: O crscimnto dos custos é uma função crscnt da taxa d produção. C V x = x, T = T O custo aumnta com o volum d produção para x T dados, o príodo d colocação à disposição, m, sndo aumntado por consguint. Proposição 4: 2 V C x = x, T = T 2 O crscimnto do custo diminui quando o volum d produção aumnta. Proposição 5: C V V T = T O custo médio diminui com o acréscimo do volum d produção (sta proposição é dduzida logicamnt da prcdnt). Proposição 6: 2 C x V T = T O crscimnto do custo diminui quando a taxa d produção o volum total d produção aumntam. Proposição 7: C T x = x, V = V O custo é mnor quando o príodo d tmpo ntr a dcisão d produzir a libração do produto é mais longo. Esta proposição é o corolário da proposição 2. Com fito, quando T é maior, mais fraca é a taxa sgundo a qual os inputs são comprados, mais baixo ntão é o su prço, porqu mnors são os custos d sus vnddors quando a proposição 2 lhs é aplicada, o custo do programa d produção torna-s mnor. 3.3 - Custos d produção a curto longo prazos Proposição 8: Todas as drivadas das proposiçõs 1-5 são funçõs dcrscnts d T, todas las sguindo ritmos difrnts. Essa proposição stablc uma difrnça sgundo a amplitud com a qual os inputs variam no imdiato, a curto trmo a longo prazo. Ela prmit vitar a confusão acarrtada pla distinção ntr custos d curto longo prazos. Convncionalmnt, os custos d curto prazo são aquls qu são suportados quando crtos fators são fixos; só há fators fixos no intrvalo d tmpo do momnto imdiato. Contudo,

III Congrsso Brasiliro d Gstão Estratégica d Custos Curitiba, PR, Brasil, 6 a 9 d outubro d 1996 quando todos fators variam, qur dizr, a curto a longo prazos, os custos d variação dos fators difrm ntr sss fators, os ratios dsss custos variam sgundo o intrvalo d tmpo durant o qual as variaçõs ocorrm. Assim, a cada momnto o produtor scolhrá os inputs qu l fará variar sobr a bas d considraçõs d custos, não m função d rstriçõs técnicas qu impdiriam a variação d alguns inputs. As difrnças ntr uma opração d curto prazo (T próximo) uma opração d longo prazo (T afastado) implicam difrnças d custo: o produto disponívl m datas mais avançadas o é a um custo mnor. Isso significa qu a ofrta a um custo dado srá maior o prço mnor num futuro mais avançado m fac d uma dmanda acrscida. O rsultado assim obtido - compltamnt clássico - o foi sm rcorrr ao postulado d fixação d crtos fators a curto trmo. D fato, d uma manira gral, para um programa d produção há somnt um custo, não dois - aquls d curto longo prazos - A qustão não é, quais são os custos d curto longo prazos d uma opração. Mas, ao invés disto, como os custos total, médio, marginal variam quando o T da opração modifica? Rsposta: ls diminum quando T aumnta, sgundo as proposiçõs 7 8 (Alchian, 1959/1977, p. 29). [1,2] 3.4 - Custos d produção aprndizagm Proposição 9: Quando a quantidad total d unidads produzidas aumnta, o custo dos futuros produtos diminui. As proposiçõs 1-8 s rfrm a custos para um stado dado d conhcimntos, isto é, para um stado dado da tcnologia (aqui dissociada da técnica). A proposição 9 stablc o fito d modificaçõs d tcnologia considrando qu o conhcimnto aumnta como rsultado da produção qu isto diminui os custos d produção. No caso prsnt, o fito sobr os custos são rlativos aos novos (futuros) produtos qu sguirão o produto do qual o crscimnto do volum d produção V ngndra o procsso d aprndizagm. Est fito é aqui distinguido do fito sobr os custos tal qual l é dscrito pla proposição 4 qu nos lva à qustão da ficácia dos procssos d produção atuais, s bm qu na prática os dois fitos são confundidos na curva d aprndizagm. El é, gralmnt, justificado pla xistência d fators d aprndizagm qu são o mlhoramnto das frramntas, o crscimnto da ficácia da produção sobrtudo a familiarização com o trabalho o mlhoramnto da coordnação na mprsa da organização dos atliês. D outra manira, a anális dss fito d aprndizagm ultrapassa o quadro strito da produção concrn à organização das atividads. 4 - O prfil d um procsso d produção assimtria tmporal Todo procsso qu consist na construção d um quipamnto na sua utilização durant um príodo dtrminado aprsnta o prfil ilustrado sgundo a figura 1: há um príodo d construção durant o qual os fators são postos m funcionamnto sm qu haja produto final; l é sguido por um príodo d utilização durant o qual o produto final é obtido a partir d fators d produção qu são associados ao funcionamnto do quipamnto doravant construído. Sgundo M. Amndola J. L. Gaffard (199)[3] os custos irrcuprávis stão no coração das stratégias das firmas, não só porqu ls s constitum numa dificuldad ssncial, mas

III Congrsso Brasiliro d Gstão Estratégica d Custos Curitiba, PR, Brasil, 6 a 9 d outubro d 1996 também porqu ls influnciam d manira dcisiva a dlimitação das frontiras d atividad das firmas. Ests custos são, com fito, prcbidos como uma barrira à ntrada: uma mprsa qu ntra atrasada numa atividad dv, assim, suportar os msmos custos m rlação a um msmo príodo, d tal manira qu s uma rstrição d vndas s manifsta, la srá submtida à uma rstrição d financiamnto mais fort do qu aqula nfrntada pla firma já instalada, fato qu podrá conduzi-la a sair do mrcado. Um squma prmit ilustrar isto (fig. 1). Considrmos duas firmas - A B - qu põm m funcionamnto procssos d produção idênticos - isto é tndo o msmo prfil tmporal - com a difrnça qu a firma B comçou sua atividad T príodos após a firma A. Num momnto qualqur, t, do príodo d utilização, a difrnça d rcupração dos custos - dsignada pla ára hachuriada - stá m favor da mprsa A. Lgnda N= príodo da fas d utilização n= príodo da fas d construção Figura 1 - O prfil d um procsso d produção assimtria tmporal Font: J.L. Gaffard, 199[6] A mprsa A podia ntão ngajar inicialmnt sss procssos d produção, malgrado a incrtitud inrnt à uma tal opração (inovação) cujos rsultados não podm aparcr snão após um crto príodo d tmpo, às vzs muito longo, porqu, simultanamnt, la construiria uma barrira à ntrada m fac da mprsa B qu rprsnta aqui todo o ntrant potncial qu comçaria sua atividad após a mprsa A. Esta barrira não é absoluta; mas la é crtamnt uma amaça factívl na prspctiva d uma cris d vndas ou mais simplsmnt d vndas muito incrtas. Esta barrira é, contudo, um instrumnto stratégico qu a mprsa pod não tr intrss m utilizar: assim, uma mprsa tndo ngajado a construção d uma capacidad produtiva suportado custos irrcuprávis pod, ants msmo do príodo d utilização, ralizar uma transfrência d tcnologia m bnfício d outras mprsas (ao invés, ntão, d rigir uma barrira à ntrada), lvando m considração, por xmplo, quais são as condiçõs d aprndizagm nssa atividad. 5 - Uma Expriência D Gstão D Rcursos Humanos Para A Criação D Tcnologia: Os Grupos Participativos Da Digital Equipmnt Corporation Sgundo J.L.Gaffard (199)[6], o princípio da organização m grupos participativos, stablcido no fim dos anos 7 pla D.E.C., é fruto da toria dnominada organization dsign, cujos objtivos são a qualidad máxima dos produtos, a qualidad do trabalho, o domínio dos custos, o mínimo d nívis hirárquicos. Ess princípio consist m fazr com qu todos os opradors d um msmo cntro ou d um atliê sjam rsponsávis polivalnts no su trabalho. Isso significa qu cada um

III Congrsso Brasiliro d Gstão Estratégica d Custos Curitiba, PR, Brasil, 6 a 9 d outubro d 1996 dva sabr fazr tudo, dsd a rcpção dos produtos intrmdiários até a libração dos produtos finais, da opração mais simpls até a opração mais complxa. Isso significa também qu cada um dva possuir a capacidad d grir sus stoqus d propor mlhorias ou d dmandar a aquisição d um novo quipamnto, qu cada um particip do rcrutamnto no su nívl hirárquico. Isso significa, nfim, qu cada um tnha a possibilidad d s iniciar m atividads outras qu a simpls fabricação, tais como as finanças, as rlaçõs sociais, a avaliação dos custos. Ess modo d gstão dos rcursos humanos s inscrv corrtamnt num procsso d intgração das difrnts fass do procsso d produção ntndido num sntido amplo, na prspctiva d um nriqucimnto das comptências d uma ampliação das opçõs produtivas da mprsa. El dvria comandar uma rpartição da quas rnda organizacional das suas flutuaçõs. 6 - Conclusão Sgundo A. Flury M.T. Flury (1995)[5], as mprsas lídrs da indústria brasilira manifstam uma procupação crscnt com a stabilização da mão-d-obra. Tais mprsas aprsntam índics anuais d rotatividad ntr 2 a 5%, valors considrados baixos para os padrõs brasiliros. As políticas d stabilização são justificadas plos sguints argumntos: os custos nvolvidos, notadamnt os custos d contratação dmissão do pssoal qu aprsntam valors supriors àqul d mantr o mprgo; plo valor qu um mprgado xprint compromtido pod grar para a mprsa, pla aplicação d conhcimnto tácito. Tais considraçõs por si só rvlam a consistência das prdiçõs tóricas xibidas nst artigo, spcialmnt a xistência dos custos irrcuprávis, qu são as principais rstriçõs intrtmporais a qu as mprsas industriais stão submtidas durant o stablcimnto d suas stratégias, também plo fato d qu a mprsa não stá jamais m situação d ficácia tcnológica mas, ao contrário, smpr m situação d aprndizagm. O jogo dssas stratégias consist na capacidad d criar novos produtos novos mrcados, isto é, a ficácia tcnológica no tmpo. Finalizando, sob uma prspctiva tórica, é important notar qu a dfinição dos custos irrcuprávis stá ligada ao horizont tmporal rtido: quanto maior for ss horizont, mais lvados srão os custos irrcuprávis; custos irrcuprávis rduzidos mnor dpndência d rcursos financiros xtrnos favorcm a viabilidad do procsso d mudança; custos irrcuprávis mais lvados um procsso d aprndizagm mnos rgular compromtriam considravlmnt a viabilidad do procsso d mudança. Sob o ponto d vista da grência d projtos, é important salintar qu os custos irrcuprávis aprsntam caractrísticas opostas à noção d capital d giro. Enquanto ss último, na curva d custos acumulados (s), aprsnta um valor mais lvado quanto mnor for o horizont tmporal rtido, os custos irrcuprávis aprsntam um comportamnto diamtralmnt oposto. Além disso, é prciso tomar cuidado ao s utilizar aplicativos tais como MS Projct ou CA Suprprojct para aclração d projtos, pois nsss programas considra-s qu, gralmnt, os rcursos humanos são homogênos os custos totais são divididos m custos fixos custos uniformmnt variávis, fato qu ignora a importância stratégica dos custos irrcuprávis na laboração d projtos qu nvolvam atividads d psquisa dsnvolvimnto.

III Congrsso Brasiliro d Gstão Estratégica d Custos Curitiba, PR, Brasil, 6 a 9 d outubro d 1996 7 - Rfrências [1]ALCHIAN, A., 1959. Costs and Outputs, in Essays by Abramovitz and othrs, Th allocation of conomic Rsourcs, Stanford Univrsity Prss, Stanford. [2]ALCHIAN, A., 1977. Economic Forcs at Work, Librty Prss, Indianapolis. [3]AMENDOLA, M., GAFFARD J. L., 199. Efficincy and th firm out of quilibrium, Standford Univrsity, USA. [4]BAUMOL, W., PANZAR, J., WILLIG, R., 1982. Contstabl Markts and th thory of industrial structur, Nw-York, Harcourt Brac Jovanovitch. [5]FLEURY, A., FLEURY, M.T., 1995. Aprndizagm inovação organizacional: as xpriências d Japão, Coréia Brasil: Atlas, São Paulo, Brasil. 237p. [6]GAFFARD, J. L., 199. Économi industrill t d i innovation: Dalloz, Paris, Franc. 47p. [7]MORVAN, Y., 1991. Fondmnts d conomi industrill: Economica, 2 édition, Paris, Franc. 639p.