O Câmbio e as Exportações de Manufaturas: um túnel no fim da luz. Francisco Eduardo Pires de Souza Seminário IE/UFRJ em 01/09/09

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Transcrição:

O Câmbio e as Exportações de Manufaturas: um túnel no fim da luz Francisco Eduardo Pires de Souza Seminário IE/UFRJ em 01/09/09

A industrialização da pauta de Exportações Exportações de manufaturados sobe de 6% para 45% do total da pauta entre 1964 e 1980 No mesmo período ocorre grande diversificação da pauta.

0.6 0.5 0.4 0.3 0.2 0.1 0 Índice de Herfindahl-Hirschmann para as Exportações Brasileiras, 1962-2004 1962 1964 1966 1968 1970 1972 1974 1976 1978 1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004

Diversificação da Pauta de Exportação Redução da volatilidade dos termos de troca Redução da volatilidade macroeconômica (induzida pela demanda internacional) X Dinâmica Econômica comandada pelos preços internacionais de commodities

120 100 80 60 40 20 0 PIB real per capita da Venezuela e preço do petróleo em dólares constantes 1980 = 100 99.5 81.4 69.0 37.3 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Fonte: FMI, WEO, base de dados de abril de 2008. PIB per capita Preço do petróleo

Sinais de Desindustrialização da Pauta de Exportações

70 60 50 40 30 20 10 0 Exportações por Classes de Produtos (Participação % baseada em valores acumulados em 12 meses) 60.5 56.8 45.6 Básicos Semimanufaturados Manufaturados Dec-89 Jul-90 Feb-91 Sep-91 Apr-92 Nov-92 Jun-93 Jan-94 Aug-94 Mar-95 Oct-95 May- Dec-96 Jul-97 Feb-98 Sep-98 Apr-99 Nov-99 Jun-00 Jan-01 Aug-01 Mar-02 Oct-02 May- Dec-03 Jul-04 Feb-05 Sep-05 Apr-06 Nov-06 Jun-07 Jan-08 Aug-08 Mar-09 Fonte: MDIC/Secex

Índice Herfindahl-Hirschman das Exportações Brasileiras (2003-2008) 0.115 0.113 0.11 0.105 0.1 0.095 0.093 0.093 0.09 0.087 0.089 0.089 0.085 0.08 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Fonte: Secex

Questão:Desindustrialização evidenciada na pauta de exportações medida em valor é ilusória? Fruto do aumento dos preços das commodities que inflaria a participação dos básicos na pauta mesmo que os manufaturados tivessem um bom desempenho? Teste 1: Testemos essa hipótese verificando a evolução da composição da pauta de exportações, entre manufaturados e básicos, em volume.

Índice Relativo das Exportações Brasileiras Manufaturados/Básicos em Volume (Dados Anuais, 1993 = 100) 105 100 95 90 85 80 77.1 75 70 65 65.0 60 62.6 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Fonte dos dados sem ajuste: Funcex.

Questão:Desindustrialização evidenciada na pauta de exportações medida em valor é ilusória? Fruto do aumento dos preços das commodities que inflaria a participação dos básicos na pauta mesmo que os manufaturados tivessem um bom desempenho? Teste 1: Testemos essa hipótese verificando a evolução da composição da pauta de exportações, entre manufaturados e básicos, em volume. Teste 2: Verifiquemos o comportamento das exportações de manufaturados em volume isoladamente (tirando os básicos do denominador do índice) e, em seguida, comparando com a produção industrial.

120 100 80 60 40 20 0 Exportação de Manufaturados, em Volume, com Ajuste Sazonal 1994-2009 Jan-94 Jun-94 Nov-94 Apr-95 Sep-95 Feb-96 Jul-96 Dec-96 May-97 Oct-97 Mar-98 Aug-98 Jan-99 Jun-99 Nov-99 Apr-00 Sep-00 Feb-01 Jul-01 Dec-01 May-02 Oct-02 Mar-03 Aug-03 Jan-04 Jun-04 Nov-04 Apr-05 Sep-05 Feb-06 Jul-06 Dec-06 May-07 Oct-07 Mar-08 Aug-08 Jan-09 Fonte dos dados sem ajuste: Funcex.

Colocando o foco na estagnação recente...

120 100 80 60 40 20 0 Exportação de Manufaturados, em Volume, com Ajuste Sazonal (suavizada) junho 2004-junho2007 103.5 66.1 69.7 Jun-04 Aug-04 Oct-04 Dec-04 Feb-05 Apr-05 Jun-05 Aug-05 Oct-05 Dec-05 Feb-06 Apr-06 Jun-06 Aug-06 Oct-06 Dec-06 Feb-07 Apr-07 Jun-07 Aug-07 Oct-07 Dec-07 Feb-08 Apr-08 Jun-08 Aug-08 Oct-08 Dec-08 Feb-09 Apr-09 Fonte dos dados sem ajuste: Funcex.

Como proporção da produção industrial, as exportações já vinham declinando antes da crise atual.

90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Índice relativo das Exportações de Manufaturados x Produção da Indústria Geral jan/1994-maio/2009 Jan-94 Jun-94 Nov-94 Apr-95 Sep-95 Feb-96 Jul-96 Dec-96 May-97 Oct-97 Mar-98 Aug-98 Jan-99 Jun-99 Nov-99 Apr-00 Sep-00 Feb-01 Jul-01 Dec-01 May-02 Oct-02 Mar-03 Aug-03 Jan-04 Jun-04 Nov-04 Apr-05 Sep-05 Feb-06 Jul-06 Dec-06 May-07 Oct-07 Mar-08 Aug-08 Jan-09 Fontes: Funcex e IBGE.

Indagando sobre as causas É um fenômeno determinado de fora? As exportações mundiais de manufaturados teriam estagnado ou declinado nos dois períodos anteriormente destacados?

Índice Relativo das Exportações Brasileiras/Exportações Mundiais de Manufaturas em Volume (Dados Anuais, 1993 = 100) 105 100 100 100 95 90 85 84 80 75 70 70 65 60 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Fontes: Funcex; ONU, Monthly Bulletin of Statistics; e OMC..

Indagando sobre as causas É um fenômeno determinado de fora? As exportações mundiais de manufaturados teriam estagnado ou declinado nos dois períodos anteriormente destacados? Haveria uma tendência de perda de participação das exportações mundiais de manufaturas nas exportações mundiais totais?

Índices Relativos de Volume das Exportações Mundiais (1995 = 100) 180 160 140 120 100 80 Manufaturas/Agrícolas Manufaturas/Minerais e Combustíveis 60 40 20 0 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Fonte: OMC.

Indagando sobre as causas É um fenômeno determinado de fora? As exportações mundiais de manufaturados teriam estagnado ou declinado nos dois períodos anteriormente destacados? Haveria uma tendência de perda de participação das exportações mundiais de manufaturas nas exportações mundiais totais? As exportações de manufaturados, regime cambial e comportamento da taxa de câmbio real

Taxa de Crescimento das Exportações Brasileiras de Manufaturados e Taxa de Câmbio Real Efetiva Período Taxa de Crescimento das Exportações de Manufaturados, Média do Período (%) Taxa de Câmbio Real Efetiva Base: junho de 1994 = 100 (média do período) 1994-1998 0.8 74 1999-2005 12.0 121 2006-2008 0.1 93 Fontes: FUNCEX e Banco Central do Brasil.

Índice de Participação das Exportações Brasileiras de Manufaturados nas Mundiais 1 e Taxa de Câmbio Real Efetiva 2 Período Variação do Índice de Participação 3 Taxa de Câmbio Real Efetiva (média do período) 1994-1998 -30 74 1999-2005 30 121 2006-2008 -16 93 Fontes: Funcex, ONU, Monthly Bulletin of Statistics, OMC e Banco Central do Brasil. 1 O índice de participação foi definido como o relativo dos índices de volume das exportações brasileiras e mundiais, ambas com base 100 em 1993. 2 Calculada pelo Banco Central, usando o IPCA como deflator doméstico. Base: junho de 1994=100. 3 Variação absoluta acumulada do índice ao longo dos anos indicados.

Indagando sobre as causas É um fenômeno determinado de fora? As exportações mundiais de manufaturados teriam estagnado ou declinado nos dois períodos anteriormente destacados? Haveria uma tendência de perda de participação das exportações mundiais de manufaturas nas exportações mundiais totais? As exportações de manufaturados, regime cambial e comportamento da taxa de câmbio real Expansão da Demanda Doméstica e NUCI

200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 Atividade Industrial e Exportação de Manufaturados (2003-2009) jan/03 mar/03 mai/03 jul/03 set/03 nov/03 jan/04 mar/04 mai/04 jul/04 set/04 nov/04 jan/05 mar/05 mai/05 jul/05 set/05 nov/05 jan/06 mar/06 mai/06 jul/06 set/06 nov/06 jan/07 mar/07 mai/07 jul/07 set/07 nov/07 jan/08 mar/08 mai/08 set/08 nov/08 jan/09 mar/09 mai/09 jul/08 X Manufaturados (MM3m) NUCI dessaz. Fonte: CNI e Funcex 84 83 82 81 80 79 78 77 76 75 74

Como explicar os dois padrões de comportamento distintos observados em 2004 e 2008?

Agregados Macroeconômicos: Variação Trimestre contra igual Trimestre do Ano Anterior (%) Período PIB Cfam Cgov FBCF Exp Exp Man IV.04 4,5 5,2 4,1 8,0 9,9 25,3 III.08 6,8 7,3 6,4 19,7 2,0-2,7 Fonte: IBGE, Contas Nacionais Trimestrais e MDIC/SECEX.

O primeiro período em fatos estilizados Câmbio Depreciado Dinamismo Exportador Crescimento do Investimento e do PIB induzido pelas exportações Crescimento do consumo induzido pelo crescimento do PIB Crescimento do consumo induzido pela expansão do crédito O segundo período em fatos estilizados Crescimento do Investimento e do PIB induzido pelo consumo Exportações de manufaturados estagnadas ou em queda Câmbio Apreciado

Dependent Variable: LEXP Method: Least Squares Date: 08/30/09 Time: 11:15 Sample (adjusted): 1994M01 2008M12 Included observations: 180 after adjustments Variable Coefficient Std. Error t-statistic Prob. Elast. C -1.33837 0.358054-3.737896 0.00030 LWORD 0.969812 0.102407 9.470201 0.00000 1.64714 LWORD(-1) -0.666679 0.113135-5.892754 0.00000 LCAMBIO 0.153382 0.043283 3.543684 0.00050 0.137227 D1^LCAMBIO -0.088501 0.035324-2.505379 0.01320 LEXP(-1) 0.34912 0.06023 5.79642 0.00000 LEXP(-2) 0.222225 0.051419 4.321853 0.00000 D08_10-0.175488 0.074897-2.343072 0.02030 LEXP(-12) 0.244619 0.043452 5.629589 0.00000 R-squared 0.96536 Mean dependent va 4.956721 Adjusted R-squared 0.96374 S.D. dependent var 0.385622 S.E. of regression 0.073431 Akaike info criterion -2.336247 Sum squared resid 0.92204 Schwarz criterion -2.176599 Log likelihood 219.2622 Hannan-Quinn criter -2.271517 F-statistic 595.6941 Durbin-Watson stat 1.927808 Prob(F-statistic) 0 Breusch-Godfrey Serial Correlation LM Test: F-statistic 2.206505 Prob. F(2,169) 0.1132 Obs*R-squared 4.580636 Prob. Chi-Square(2) 0.1012 Heteroskedasticity Test: ARCH F-statistic 0.526398 Prob. F(1,177) 0.4691 Obs*R-squared 0.530767 Prob. Chi-Square(1) 0.4663 Jarque-Bera 0.321655 Probability 0.851439

Porque um túnel no fim da luz O primeiro padrão de crescimento (a partir do segundo semestre de 2003) era sustentável e compatível com alguma especialização, mas não excessiva, na estrutura produtiva. No segundo padrão (do período mais recente), pode-se até ter crescimento industrial, mas: Com perda de market share nos mercados externo e interno Com reprimarização da pauta de exportações, introduzindo maior volatilidade e dependência dos preços internacionais O crescimento industrial só será possível na medida em que a absorção doméstica superar o produto doméstico (dada a perda de market share), o que implica que só é viável com um déficit crescente nas transações correntes, portanto com a possível reconstrução de um quadro de vulnerabilidade externa, como no passado não muito distante. Ainda não estamos no túnel, mas sua entrada está bem visível adiante.