I N T E G R A D A a. 1 revista de Gestão Costeira Integrada para países de língua portuguesa ISSN 1677-4841. n 5 - ano 4-2006 http://www.gci.inf.



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Transcrição:

I N T E G R A D A a 1 revista de Gestã Csteira Integrada para países de língua prtuguesa ISSN 1677-4841 n 5 - an 4-2006 http://www.gci.inf.br

Ri Grande - RS - Fnte: www.rigrande.rs.gv.br Ri Grande - RS - Fnte: www.rigrande.rs.gv.br FOTOS Capa - Nasa Terra à nite - http://antwrp.nasa.gv/apd/ap001127.html Ft 1 - Prt Bel - SC Ft 2 - Várzea d Una - Sã Jsé da Cra Grande - PE - Fnte: Andrea Olint Ft 3 - Vista Aérea de Bmbinhas - SC Ft 4 - Laga ds Pats (RS) - http://pt.wikipedia.rg/wiki/laga_ds_pats_(laga)

SUMÁRIO Painel d leitr...01 Editrial... 02 Entrevista: O Gerenciament Csteir n Brasil: na prática...03 Decret Presidencial - Regulamenta us e a cupaçã da zna csteira e estabelece s critéri para a gestã da rla marítima... 06 SUMÁRIO A Gestã Csteira Ptiguar... 10 Prgrama de Gerenciament Csteir: experiência d prgrama em Pernambuc...18 A Gestã Ambiental da zna csteira n Brasil: s desafis atuais...23 Prpsta de um plan de açã para gerenciament integrad da zna csteira n municípi de Saquarema- RJ...25 Agenda ambiental prtuária: a cmpetitividade ds prts e a negciaçã de cnflits... 34 Plíticas ambientais e seus desdbraments: Gerenciament Csteir em debate...39 Rum à gestã integrada e participativa de znas csteiras n Brasil: percepções da cmunidade científica e d terceir setr...43 Bandeira Azul: um prgrama de certificaçã ambiental de praias cntribuind para a plítica brasileira de gerenciament csteir...49 Gestã Csteira n Brasil: instruments, fragilidades e ptencialidades... 52 Cngresss & Events... 58 Nrmas para apresentaçã de trabalhs...60 Chamada de trabalhs...60

GESTÃO I N T E G R A D A Editr Respnsável: Alverinh Dias Universidade d Algarve jdias@ualg.pt Marcus Plette Universidade d Vale d Itajaí mplette@univali.br Prjet Gráfic e Editraçã: Luís Henrique Martn Marcndes Silva luis.martn@gmail.cm Miltn L. Asmus Universidade Federal d Ri Grande dcasmus@furg.br Editres desta Ediçã: Ícar A. Cunha Universidade Católica de Sants icarcunha@unisants.brl Crp Editrial Alexander Turra Dieter Muehe Prf. Jse R. Dadn Institut Oceangráfic - USP Universidade Federal d Ri de Janeir Universidad de Buens Aires alexander.turra@gmail.cm dieter@ajat.cm.br trans1001@yah.cm Mysés Tessler Institut Oceangráfic - USP Mgtessle@usp.br Alexandre Schiavetti Fernand Gmes Vels Juan Manuel Barragan Paul Freire Vieira Ciências Ambientais - UESC Universidade d Prt - Prtugal Universidad de Cadiz Universidade Federal de Santa Catarina aleschi@htmail.cm vgmes@fe.up.pt juan.barragán@uca.es phfvieira@yah.cm.br Albert Camps Aquasis csteir@aquasis.rg Antni H. F. Klein Universidade d Vale d Itajaí klein@univali.br Carls Pereira da Silva Universidade Nva Lisba - Prtugal cpsilva@fcsh.unl.pt Cassian Mnteir Universidade Federal Fluminense mnteir@vm.uff.br Cláudi Maretti IUCN - Brasil Cmaretti@ul.cm.br Daniel Suman Rsenstiel Schl f Marine & Atmspheric Science University f Miami - Flrida - USA dsuman@rsmas.miami.edu Fernand Luiz Diehl Assciaçã Brasileira de Oceangrafia fdiehl@terra.cm.br Francelise Pantja Diehl Universidade d Vale d Itajaí fdiehl@univali.br Francisc Taveira Universidade d Prt - Prtugal fpint@fe.up.pt Dr. Hermes Pacule CDS-ZC (Centr de Desenvlviment sustentável das Znas Csteiras em Mçambique) cdscastal@teledata.mz Ja Luis Batista Carvalh Universidade d Vale d Itajaí carvalh@univali.br Jsé Carls Ferreira Universidade Nva de Lisba jcrf@fct.unl.pt Maria Inês F. ds Sants Universidade d Vale d Itajaí ceangrafia@univali.br Marinez Scherer-Widmer IAR - Institut Ambiental Ratnes marinez@flripa.cm.br Mari Sares Universidade d Estad Ri de Janeir marilgs@uerj.br Martinus Filet Agência GERCO martinus@agenciacsteira.gv.br Miltn L. Asmus Universidade Federal d Ri Grande dcasmus@furg.br Mnica Csta Universidade Federal de Pernambuc mfc@npd.utpe.br Paul R. Tagliani Fundaçã Universidade Federal d Ri Grande dcprt@furg.br Rafael M. Sperb Universidade d Vale d Itajaí rsperb@univali.br Renat S. Carreira Universidade d Estad Ri de Janeir carreira@uerj.br Walter Widmer Universidade Federal de Santa Catarina Núcle de Estuds d Mar - CCB - UFSC walterw@ccb.ufsc.br Gestã Csteira Integrada é uma Revista de âmbit internacinal para países de língua prtuguesa. A revista é editada cm api da Assciaçã Brasileira de Oceangrafia - AOCEANO e d Cmitê Oceangráfic Internacinal - COI. O bjetiv desta publicaçã é de prmver intercâmbi de idéias, experiências e infrmações relacinadas à Zna Csteira entre a sciedade civil rganizada, gvern e cmunidade científica. Vcê está cnvidad pel crp editrial a cntribuir cm artigs, cmentáris e sugestões. GESTÃO Jã Manuel Alveirinh Dias - FCMA - Universidade de Algarve Campus de Gambelas - CEP 8000-117 Far - Prtugal Tel.: 351 289 800 900 Fax: 351 289 818 353 E-mail: jdias@ualg.pt Marcus Plette - CTTMar - UNIVALI Rua Uruguai 458 - Fazenda -CEP 88.302-202 Itajaí - Santa Catarina - Brasil Tel: 55.47.3341.7717 - FAX: 55.47.3341.7715 E-mail: mplette@univali.br Ft: Héli Suenaga - 2005 01

I N T E G R A D A EDITORIAL O gerenciament csteir n Brasil encntra-se num períd marcante e de transfrmações. Alguns fats cntribuem para esse mment cm, pr exempl, (1) a inserçã cada vez mair d direcinament d Prgrama Brasileir de Gerenciament Csteir (GERCO) em diretrizes e princípis internacinalmente recnhecids e adtads, (2) mudanças plític-administrativas que se avizinham cm a finalizaçã da fase II d Prgrama Nacinal de Mei Ambientes (PNMA) que financiu partes significativas d GERCO ns últims ans, (3) nvas prpstas técnicas e metdlógicas para a elabraçã de alguns instruments cm indicadres de qualidade e de gestã, e (4) a gradativa estruturaçã de uma rede nacinal de cperaçã para gerenciament csteir rganizad pela Agência Brasileira de Gerenciament Csteir (Agência Csteira). O mment também é marcante pel fat de que PNGC II vai cmpletar 10 ans de existência cm alguns avançs em determinads estads csteirs, mas sem ter sid implantad adequadamente em váris setres da csta brasileira. Alheis à mairia ds plans e prjets de gestã csteira ns diferentes níveis de gvern, s uss da csta cntinuam a crescer de frma acelerada e ainda depreciand partes significativas de seus recurss e ecssistemas. O mment é, prtant, de reflexã, crítica e avaliaçã. Estams adtand a melhr plítica para a zna csteira? Pdems avaliar adequadamente GERCO? Necessitams de mudanças estruturantes em seus prcesss? Essas sã questões que precisam ser tratadas de frma clara e cm base em uma discussã prfunda e, dentr d pssível, fcada na sluçã ds prblemas emergids da prática acumulada ns últims ans. É nesse cenári que envlve uma discussã ampla e uma reflexã crítica que terems Encntr de Gerenciament Csteir (ENCOGERCO) de 2006 em Flrianóplis. Pensand em aprtar alguns aspects variads da miríade de ações que gerenciament csteir englba e que, eventualmente, prduziriam elements a serem usadas na rica discussã esperada, a revista Gestã Csteira Integrada decidiu publicar esse númer especial, incluind trabalhs realizads a partir d ENCOGERCO de 2004 realizad em Salvadr. Huve, nesta ediçã, a precupaçã de incluirms assunts variads que envlveram legislaçã ambiental, gestã csteira integrada, plans de açã em GCI, agenda ambiental prtuária, plíticas ambientais, gestã participativa e exempls de prgramas cm Bandeira Azul. Uma visã histórica crítica d gerenciament csteir é também aprtada através de uma entrevista cm Martinus Filet da Agência Csteira. Uma ba prtunidade de bterms um puc da grande experiência de Martinus nas questões tratadas. É nssa expectativa que esse vlume pssa prprcinar uma ba mstra ds váris aspects d gerenciament csteir n Brasil e cntribuir cm a imprtante discussã d mment que vivems. Ba leitura! EDITORIAL Miltn L. Asmus Ícar Cunha A Revista de Gestã Csteira Integrada a partir de janeir de 2007 irá integrar-se a Assciaçã Prtuguesa de Recurss Hídrics APRH. A Assciaçã Prtuguesa ds Recurss Hídrics (APRH) é uma assciaçã científica e técnica, sem fins lucrativs, que tem sede em Lisba, e pretende fmentar tratament setrial e interdisciplinar ds prblemas da água, cnstituind um fórum para prfissinais de diversas frmações e camps de atividade ligads n âmbit ds recurss hídrics e csteirs. Maires infrmações: Jã Manuel Alveirinh Dias - FCMA - Universidade de Algarve Campus de Gambelas - CEP 8000-117 Far - Prtugal Tel.: 351 289 800 900 Fax: 351 289 818 353 E-mail: jdias@ualg.pt 02

I N T E G R A D A ENTREVISTA MARTINUS FILET 03 O GERENCIAMENTO COSTEIRO NO BRASIL, NA PRÁTICA. O Gerenciament Csteir n Brasil tem uma história de idealism de cidadãs que lutaram e cntinuam lutand para alcançar resultads psitivs em benefíci d mei ambiente e da qualidade de vida da Zna Csteira, de maneira a integrar a natureza, hmem, a cultura caiçara, patrimôni edificad, as riquezas marinhas, enfim, td patrimôni natural e cultural d litral brasileir, rientand para desenvlviment da vida em sciedade sem prejuíz da qualidade ambiental. E ninguém melhr d que ecnmista Martinus Filet, testemunha de primeira hra dessa história, para cntar cm País deu s primeirs passs em direçã a uma nva pstura de planejament e envlviment scial cm as mdernas cncepções de manej e us ds recurss naturais csteirs, para bter a sustentabilidade que, defende ele, deve levar à incrpraçã de tds da cmunidade a prcess de desenvlviment e a exercíci cnsciente da cidadania. Martinus Filet é diretr d Departament de Planejament Ambiental Aplicad da Secretaria de Estad d Mei Ambiente d Gvern d Estad de Sã Paul (criada em 1987) e diretr superintendente da Agência Csteira (Agência Brasileira de Gerenciament Csteir), uma Organizaçã da Sciedade Civil de Interesse Públic (OSCIP) respeitada nacinal e internacinalmente em questões ambientais da Zna Csteira. Especialista em planejament ambiental, Filet recupera a trajetória histórica d gerenciament csteir n Brasil e fala sbre as expectativas de atuaçã, ns dias de hje. Revista de Gestã Csteira Integrada: O que é mais imprtante, plítica u prática de gerenciament csteir n Brasil? Martinus Filet: A plítica e a prática. É imprtante discutir sbre a plítica pública, mas a prática é que eu mais valriz. A prática faz as cisas acntecerem e traz a experiência, que é essencial para cmparar, reslver prblemas, enfrentar nvs desafis e cntinuar mbilizand as pessas em trn da idéia de que é pssível desenvlver sem destruir mei ambiente. Cm a experiência à frente, a pressã e as cntribuições para a implementaçã de plíticas ambientais eficazes sã facilitadas. RGCI: Cm se deu seu envlviment cm a idéia de gerenciament csteir? Martinus Filet: Já ns primeirs ans cm funcinári d gvern cmecei a mexer cm as questões ambientais n desenvlviment n litral de Sã Paul, hje denminad gerenciament csteir. Recém frmad pela Faculdade de Ecnmia e Administraçã da USP, já me interessava pel planejament reginal e urban. Fi na SUDELPA (Superintendência d Desenvlviment d Litral Paulista) que pela primeira vez me envlvi cm gerenciament csteir. A SUDELPA era uma autarquia d gvern de Sã Paul vltada a desenvlviment reginal d Vale d Ribeira e Litral Paulista. Eu entrei cm primeir gvern estadual demcrátic eleit [após fim da ditadura, em 1982], gvern Franc Mntr. E já cmecei a trabalhar nas questões d desenvlviment reginal, principalmente nas questões decrrentes da desrdenada frma de us e cupaçã d sl ns municípis d litral. Nessa épca Gvern Federal, principalmente através da CIRM Cmissã Interministerial para s Recurss d Mar, estava prmvend s últims semináris em trn d anteprjet de lei, que em 1983 fi enviad a Cngress Nacinal. Ns ans subseqüentes, já na Secretaria d Mei Ambiente, através d cnvêni cm a Gvern Federal, participei ds primeirs prjets para desenvlviment d gerenciament csteir n Estad de Sã Paul, facilitads devid a existência de uma prática de gestã csteira n Gvern. Érams uma equipe de técnics cmpsta de geógrafs, biólgs, sciólgs e arquitets e um pequen grup que iniciava s trabalhs cm infrmática para a mntagem de mapas digitais. A lei d Gerenciament Csteir só fi aprvada em 1988. RGCI: Até aí era só na esfera gvernamental que existia essa precupaçã de trabalh? Martinus Filet: Sim, era iniciativa de gvern, cm as universidades dand suprte técnic. Algumas pesquisavam temas relacinads a mar e as ecssistemas csteirs e fram cnvidadas pel gvern, que articulu esse cnheciment científic para prduzir Prgrama GERCO. N iníci fi uma frma mei cartesiana de fazer planejament, cm a elabraçã de muits mapas temátics, de temas de interesse ambiental, sem prduzir plans u zneaments prpriamente dits, era mais uma sistematizaçã cartgráfica das infrmações existentes.os apis principais vieram das Universidades de Sã Paul e das federais d Ri de Janeir, e d Ri Grande d Nrte e a Universidade de Sã Paul. Basicamente eram essas três universidades que estavam envlvidas na fundaçã d gerenciament csteir n Brasil. Mais tarde entraria também a Federal d Ri Grande (FURG). RGCI: Gerenciament csteir era um tema nv n Brasil? Martinus Filet: A final da década de setenta já havia alguma discussã sbre plíticas ambientais. Na Zna Csteira as iniciativas de prteçã ds recurss naturais cmeçaram antes, já que a CIRM, que é mais antiga, criada em 1976, avançava ns debates sbre Plan Setrial para s Recurss Mar - PSRM, que é uma das rigens d gerenciament csteir.cm advent da questã ambiental em escala mundial, que cresceu muit a partir de 1982, cm a I Cnferência Mundial d Mei Ambiente prmvid pela ONU, fi quand cmecei a acmpanhar assunt mais de pert, quand entrei n gvern estadual na SUDELPA, órgã que era a respnsável pel desenvlviment reginal d litral paulista incluind Vale d Ribeira regiã que detém mair flresta cntínua remanescente de Mata Atlântica d País. Apesar d tema ser nv, em praticamente tds s cntinentes, alguns países já esbçavam um mviment para a gestã csteira em decrrência ds acrds sbre s direits sbre mar, também patrcinads pela ONU. RGCI: Entã vcê pegu mviment pró-gerenciament csteir n Brasil? Martinus Filet: Praticamente. Na primeira metade ds ans itenta, huve a lendária batalha em trn d fechament d canal artificial d Val Grande, aberta para encurtar trajet d ri Ribeira de Iguape até prt de Iguape, na laguna, ainda a final d sécul XIX. Huve um cnflit muit intens entre pescadres e ambientalistas, de um lad pela preservaçã d cmplex lagunar, e agricultres e mineradres de utr, que alegavam que a barragem agravaria as enchentes. A direçã da SUDELPA slicitu a mediaçã da CIRM, que acabu pr encampar a tese d fechament. Esse fat marcu iníci d gerenciament csteir integrad em Sã Paul, depis ampliad cm s trabalhs d macrzneament da Regiã Lagunar. Em 1987 a SUDELPA fi extinta. Seus funcináris fram incrprads em utrs rganisms. A Secretaria Executiva d CONSEMA, Cnselh

I N T E G R A D A Estadual d Mei Ambiente, criad pel gvern Franc Mntr, fi embriã da Secretaria d Mei Ambiente, estruturad n iníci d gvern Quércia. A Secretaria fi cmpsta pr gente da SUDELPA, da CETESB e da Secretaria da Agricultura que cedeu as estruturas de pesquisa e fiscalizaçã flrestal atual Departament Estadual deprteçã as Recurss Naturais. Mais adiante também vieram técnics da EMPLASA para realizar gerenciament da Regiã Metrplitana e seus mananciais. RGCI: Na realidade, quem estava capitaneand esse mviment cm envlviment mair era pessal da SUDELPA? Martinus Filet: N gerenciament csteir, sim. A SUDELPA era a respnsável pel litral, ela já prestava serviçs de td tip as municípis, da cnstruçã de estradas, esclas, até na questã ds lixões, prque a gente já discutia a grave situaçã d saneament básic n litral. O pessal da CETESB, cuja precupaçã mair sempre fi cntrle da pluiçã, também participu desse mviment. Naquela épca já havia um grup de pesquisadres cupads cm a questã da cntaminaçã ds ecssistemas csteirs, pr pluiçã industrial e acidentes cm óle, muit freqüentes naquele períd. Desde entã, muits técnics da SUDELPA se mantiveram envlvids n gerenciament csteir, frmand um grup frte, respnsável pr uma evluçã rápida d planejament e rdenament territrial csteir. Nã era um núcle muit grande, nã, ma fi se cnslidand a lng ds ans 90. RGCI: Quand se fala em gerenciament csteir n Brasil estams faland de Sã Paul? Martinus Filet: Sim. Os utrs estads só cmeçaram a realizar gerenciament csteir após 1990, dis ans após a aprvaçã da Lei 7661 n Cngress Nacinal, quand Ministéri d Mei Ambiente cnseguiu repassar verbas d Banc Mundial para financiar s prjets estaduais de gerenciament csteir, fi cm Prgrama Nacinal d Mei Ambiente. Cm s recurss federais, mais cinc estads iniciaram desenvlviment ds prjets de gerenciament csteir: Bahia, Ri Grande d Sul, Ri de Janeir, Ri Grande d Nrte e Santa Catarina. Vale lembrar, que em meads da década de 60 Gvern d Estad d Paraná já iniciava ações de gestã csteira, implantand na década seguinte nrmas cm bjetiv de disciplinar us d sl d litral paranaense. Frente a cnflit entre s municípis e Estad, em 1984 s dis níveis de gvern passaram a estabelecer em cnjunt s instruments técnics e legais necessáris a rdenament territrial d litral d Paraná, frmand Cnselh Litral, que seria primeir clegiad csteir exclusiv. O Estad de Sã Paul também teve um Cnselh de Defesa d Litral, CODEL instalad desde a década de 80, mas nã cm as mesmas funções legais de gestra d litral. RGCI: Se nã fsse essa verba d Banc Mundial nã haveria gerenciament csteir em nível nacinal? Martinus Filet: Sã Paul e Ri de Janeir, e até Paraná, já tinham trabalhs e rganisms frtes na área ambiental. Em Sã Paul já havia a CETESB. N Ri havia a FEEMA [Fundaçã Estadual de Engenharia d Mei Ambiente, de 1975], que era pdersa, era equivalente à CETESB em terms da qualidade ds serviçs, tecnlgias e cntrles ambientais. Depis declinu, n segund mandat d gvern Brizla [1990-1994], crreu uma queda de qualidade. A Bahia também tinha um bm investiment em órgãs ambientais, cm destaque para CRA [Crdenadria de Recurss Ambientais]. Assim, gerenciament csteir avançu mais ns estads d Sudeste, na Bahia e n Ri Grande d Nrte, que também tinha uma equipe atuante cm refrç da UFRN. Os demais estads nã tinham ainda estrutura e capacidade para gerenciar s prblemas ambientais, imaginem s csteirs. Pucas equipes se mantiveram atuantes depis que terminu recurs extern d BIRD. Havia puca cnsistência rganizacinal, as equipes mal remuneradas e s esfrçs eram insuficientes. RGCI: Quant temp duru a atuaçã em gerenciament csteir cm a ajuda financeira internacinal? Martinus Filet: Quase até final da década de nventa. Durante s dez ans cntams cm recurss, dava para tcar alguma cisa. Aí muits crdenadres estaduais d Gerenciament Csteir decidiram que era precis cntinuar. Quand a gente percebeu que a verba estava minguand, e s prgramas iriam ser desmntads, reslvems fundar uma entidade de api à gestã csteira que, após quase dis ans de discussã acabu na instituiçã da Agência Csteira, uma entidade independente de gverns, para tentar manter a gestã csteira viva. RGCI: A Agência Csteira já nascia cm interesse públic e precupaçã nacinal? Martinus Filet: Sim, criams uma OSCIP cm a precupaçã de dar suprte a prgrama nacinal de gerenciament csteir e s prgramas estaduais, prque valia a pena, a gente acreditava niss. Nã para suprte financeir, mas para manter a dispsiçã de persistir, de abrir nvs caminhs, de serms um el de ligaçã entre públic, privad e Gvern, um fórum permanente de debates d gerenciament csteir de maneira a que as equipes estaduais de gerenciament csteir nã perdessem embal. Era fundamental que s estads nã dispersassem seus recurss humans em utras atividades, seus técnics, seus militantes, mtivá-ls e facilitand para que gerenciament csteir cntinuasse cm estuds, prjets e ações, na raça, em benefíci d Brasil cm um td, mesm sem a verba que Gvern Federal repassava, apstand na pssibilidade de levantar s recurss financeirs necessáris em nvas fntes, slidárias cm as idéias defendidas, u interessadas em desenvlver prjets nas área marinha u csteira, dentr de padrões de qualidade recnhecids de respeit a Mei Ambiente. RGCI: A Agência Csteira surge, assim, cm um recurs técnic para manter gerenciament csteir em prática n Brasil. De que frma? Martinus Filet: Utilizand instruments de mbilizaçã scial. O ENCOGERCO é um deles. Sã encntrs de atres sciais que atuam n litral, n gerenciament csteir, e que vinham send realizads pel Ministéri d Mei Ambiente desde iníci d Prgrama Nacinal e pararam em 1997, cm fim ds recurss externs. O gvern entendeu que já tinha feit a sua parte mbilizand s estads e suas equipes, s ambientalistas, universidades, pessas precupadas cm as questões ambientais da Zna Csteira. E, certamente, a visã crreta de que a essência d gerenciament csteir está n envlviment ds cidadãs influenciu essa decisã. A Agência Csteira nã perdeu a prtunidade de ter mantid tds s cntats, assumind lg a peracinalizaçã ds Encntrs Nacinais de Gerenciament Csteir. RGCI: O que é ENCOGERCO exatamente? Martinus Filet: Um espaç de trca de experiências, frtaleciment de iniciativas invadras e de manutençã d ideal de desenvlviment sustentável para a Zna Csteira Brasileira. É um fórum bienal nacinal para discutir s avançs, as plíticas públicas, s cnflits e as frmas de incentivar gerenciament csteir cm prática primrdial a desenvlviment sustentável, à preservaçã e cnservaçã ds ambientes csteirs e marinhs. A Agência Csteira vem rganizand ENCOGERCO desde 2001. Fizems Encntr em 2002 em Sants, em 2004 em Salvadr e próxim será agra em 2006, em Flrianóplis. ENTREVISTA MARTINUS FILET 04

ENTREVISTA MARTINUS FILET 05 RGCI: Há utrs instruments de mbilizaçã de pessas utilizads pela Agência Csteira? Martinus Filet: Tems a Rede Csteira, que utiliza a cmunicaçã virtual pela internet. Sã pessas ns estads cm envlviment prfissinal nas questões de mei ambiente csteir, da militância, s pesquisadres, pessas u entidades, mas principalmente pessas, muitas vezes ligadas a ONGs, universidades, algum institut de pesquisa. E essas pessas trabalham em sintnia, é uma rede de trca de infrmações que pde ser acinada para cnsultas, reuniões e mesm ações e encntrs reginais e nacinais, a qualquer mment. A rede se apóia em um instrument valis: s Pnts Fcais da Agência Csteira, que sã pessas de ntória liderança e cnheciment d tema e que atuam especialmente na mbilizaçã da sciedade lcal nas capitais csteiras d Brasil e nas cidades de imprtância estratégica, cm Brasília. RGCI: Os Pnts Fcais têm papel ativ na estrutura de funcinament da Agência Csteira? Martinus Filet: Ttalmente. Sã pessas-chaves n api técnic lcal, parceiras de imprtância estratégica na mbilizaçã da cmunidade nde atuam. O Pnt Fcal é disseminadr, u seja, tem papel de articular utrs fcs de discussã, utras entidades. Nã é precis esperar ENCOGERCO para discutir, prpr, participar lcalmente u levar e trazer experiências internacinais. A diversidade brasileira exige cnheciments muitas vezes melhr percebids pr quem vivencia as realidades reginais. Manter a regiã mbilizada na precupaçã pró - gerenciament csteir, para depis levar as experiências a Encntr Nacinal, é extremamente significativ. RGCI: A Agência Csteira têm encntrad pnts de atuaçã ainda nã explrads? Martinus Filet: Precisams avançar mais na parte de capacitaçã de técnics, na educaçã ambiental da sciedade e ainda nã encntrams a frma exata para trabalhar essas questões. Uma das prpstas em fase de implementaçã é a Amazônia Azul. Agra que a gente está cm um mar tã imens para gerenciar, para explrar de frma sustentável, é a prtunidade de cmeçar um esfrç direcinad à educaçã ambiental. RGCI: O que é a Amazônia Azul? Martinus Filet: Para a Agência Csteira é um catalisadr. Para Brasil, é futur às prtas. Estams em vias de acrescentar mais quase um milhã de quilômetrs quadrads de mar para Brasil cuidar e explrar. A Amazônia Azul cmpreende a Zna Ecnômica Exclusiva de 200 milhas e mais esse acréscim que vai crrer agra na incrpraçã da Platafrma Cntinental, que resultará a um tamanh equivalente à metade d territóri brasileir de terra firme, na área marítima, vcê acredita! Iss precisa ser cuidad, nã é patrimôni nacinal, mas é cm se fsse prque Brasil tem exclusividade sbre esse mar, cm a explraçã mineral, petróle, a pesca, e traz respnsabilidades. E se agente nã administrar iss tud direitinh, vams perder esses direits para a explraçã internacinal. É precis mbilizar a ppulaçã para lhar de frente e nã dar mais as cstas para esse patrimôni. Nós vams trabalhar para disseminar essa idéia de gerenciament csteir integrad utilizand a Amazônia Azul cm marca, cm apel. RGCI: Cultivar a respnsabilidade de preservar a utilizaçã sustentável desse mar para s brasileirs e a idéia de mbilizaçã ppular sã as bases de açã da Agência Csteira? Martinus Filet: É iss. A Agência Csteira nã vai executar prjet de aplicaçã lcal específic, vai mbilizar para que s prgramas e prjets sejam GESTÃO I N T E G R A D A implementads. É iss que interessa: a Zna Csteira e nss mar sejam explrads cm sustentabilidade ambiental. Mbilizar, sim, e facilitar ações em trn de um ideal abslutamente viável. Para iss a Agência Csteira visa a integraçã nacinal ds váris agentes, n âmbit d públic, d privad e d nã gvernamental, prmvend frtaleciment ds rganisms capazes de tcar prjets de gerenciament csteir. RGCI: Cm se dá, na prática, esse trabalh de api feit pela Agência Csteira? Martinus Filet: A Agência Csteira acaba de fechar um acrd cm a Rede Eurpéia de Gerenciament Csteir, pr exempl, que traz cnheciments, a experiência eurpéia n camp da capacitaçã, cm pssibilidades de intercâmbi de estudiss e técnics e até de busca de recurss na Eurpa a serem investids na rede brasileira- REDE GERCO. RGCI: Frtalecer prgramas e prjets é um requisit para a btençã de recurss e parceirs? Martinus Filet: Sim. Patrcínis, api institucinal, parceirs, esse é uma tarefa difícil, mas tem que ser feit. Meia dúzia de pessas pdem até fazer um verã, mas é precis envlver muits para fazer tds s verões. A Agência Csteira atua nesse sentid, frtalecend as iniciativas sérias. Subsídis, referências, tud que auxilie a implementaçã de prjets cm sustentabilidade, cm qualidade ambiental, cnsiderand patrimôni históric-cultural assciad, hmem, s marcs arquitetônics, bem cm absrver a ppulaçã lcal. RGCI: Cm a Agência Csteira entende pder influir nas plíticas brasileiras de gerenciament csteir? Martinus Filet: Zeland pela qualidade d desenvlviment e pela sua sustentabilidade. Prpnd medidas e cbrand respnsabilidades. Discutind diretrizes e ampliand palc das discussões. Trabalhand para que as ppulações na área litrânea, nde a cnscientizaçã sbre a necessidade de usar Mei Ambiente cm equilíbri já se manifesta de frma crescente desde a década de itenta, tenham assegurad seus interesses ns prjets de desenvlviment sóci-ecnômic. O Brasil precisa cuidar d seu ambiente csteir para futur da vida e para dar cert enquant naçã. Seja num prjet turístic u de explraçã ds recurss marinhs, a qualidade ambiental prpiciada pela gestã adequada, é que pde definir sucess. É niss que acredita a Agência Csteira.

BRASIL DECRETO PRESIDENCIAL REGULAMENTA O USO E A OCUPAÇÃO DA ZONA E ESTABELECE OS CRITÉRIOS PARA GESTÃO DA ORLA MARÍTIMA PRESIDENTIAL DECREE SETTLES THE USE AND OCCUPATION OF THE COASTAL ZONE AND ESTABLISHES THE CRITERIA FOR MANAGEMENT OF THE MARITIME MARGIN GILBERTO HUET DE BACELLAR SOBRINHO RESUMO: O Decret Presidencial n 5.300/2004 vei pr a frmataçã final d Prjet Orla. regulamentar a Lei n 7.661/1988 (que instituiu Plan Nacinal de As dificuldades da Secretaria d Patrimôni da Uniã (SPU) para fiscalizar a Gerenciament Csteir - PNGC). Além de regulamentar s limites, as cupaçã e s uss indevids ds Terrens de Marinha agravam-se, an a cmpetências de gestã e as regras de us e de cupaçã da Zna an, devid a prcess antrópic crescente de cupaçã d litral Csteira, esse Decret estabelece, também, s limites e as brasileir. Cnsciente dessa dificuldade, na medida em que as Prefeituras e s Estads ainda nã se encntram integrads e, pr vezes, criam cmpetências para a gestã da Orla Marítima, frnecend dificuldades junt às Delegacias d Patrimôni da Uniã (DPU) reginais instruments vltads à implementaçã d Prjet Orla pels para a fiscalizaçã ds Terrens de Marinha, a SPU idealizu Prjet Orla, Municípis csteirs. cm um instrument de atuaçã integrada. PALAVRAS-CHAVE: Decret 5.300/2004, Zna Csteira, Prjet Assim, Prjet Orla fi idealizad cm uma prpsta riginária da SPU, Orla. para fazer frente às suas dificuldades para fiscalizar a cupaçã e us indevid ds terrens da Uniã na Orla Marítima (Terrens de Marinha), ABSTRACT: The Presidential Decree # 5.300/2004 came t settle the fiscalizaçã essa que se restringia, basicamente, a uma açã plicial Law # 7.661/1988 (which instituted the Natinal Plan fr Castal prmvida pelas DPU reginais, enfrentand pressões de tda rdem, pr Management - PNGC). Besides settling the limits, the cmpetences f vezes d própri Pder Públic Municipal, cntand apenas cm api management and the rules f use and ccupatin f the Castal Zne, islad das Prcuradrias. this Decree establishes, as well, the limits and the cmpetences fr the Em meads de 1999, Prjet Orla fi inserid n âmbit d GI-GERCO management f the Maritime Margin, supplying instruments aimed at cm parte das ações priritárias d Plan de Açã Federal para a Zna the implementatin f the Orla Prject by the castal twns. Csteira (PAFZC) aprvad pela Resluçã CIRM n 005/1998, evluind KEY-WORDS: Decree 5.300/2004, castal zne, Orla Prject. para um Prjet Institucinal de Ações Integradas de Gestã da Orla Marítima. 1. ANTECEDENTES Teve iníci, a partir de entã, uma série de reuniões de trabalh, paralelamente a desenvlviment de prjets pilts de aplicaçã da A Lei n 7.661/1988 vei pr instituir Plan Nacinal de Gerenciament metdlgia d Prjet Orla, prmvids pel Ministéri d Mei Ambiente Csteir (PNGC), estabelecend nrmas e diretrizes genéricas e (MMA) sb a crdenaçã d GI-GERCO, em Municípis selecinads. remetend a PNGC, bem cm as Plan Estadual de Gerenciament Após algumas versões preliminares, esses trabalhs culminaram na Csteir (PEGC) e Plan Municipal de Gerenciament Csteir (PMGC), a elabraçã d dcument Prjet de Gestã Integrada da Orla Marítima efetiva disciplinaçã d gerenciament da Zna Csteira. Prjet Orla. Ns dezessete ans decrrids desde a prmulgaçã da Lei n 7.661/1988 O Prjet Orla tem cm bjetiv geral prmver a gestã da Orla Marítima, fram aprvadas, pr mei de Resluções da Cmissã Interministerial visand a cnservaçã, a cupaçã, rdenament e us sustentável ds para s Recurss d Mar (CIRM), duas versões d PNGC, a primeira em recurss ambientais, mediante parcerias entre gvern e a sciedade, 1990 e a segunda (PNGC-II), em 1997. Nesse períd crreram grande envlvend s três níveis de gvern e a sciedade, na perspectiva de mdificações n cenári jurídic nacinal, cm a prmulgaçã da descentralizaçã, de frmaçã de parcerias (em especial entre a SPU e s Cnstituiçã de 1988, seguida de Cnstituições Estaduais e de nvas leis Municípis csteirs, cm base n art. 4 da Lei n 9.636, de 1998), de rgânicas municipais. decisões clegiadas e de aprimrament da base nrmativa. Cm fundament nas dispsições da Lei n 7.661/1988 alguns Estads Em realidade, Prjet Orla prevê uma metdlgia de treinament de desenvlveram trabalhs vltads a gerenciament de suas Znas gestres lcais, para cada Municípi selecinad, vltada à elabraçã de Csteiras e, hje, já dispõem de PEGC aprvads pr lei estadual. Mas a um PLANO DE INTERVENÇÃO da Orla Marítima, cm base n mairia ds Estads ainda se encntra n estági inicial desse prcess. recnheciment das características naturais, ns tips de us e cupaçã D mesm md, as legislações municipais, em sua grande mairia, ainda existentes e prjetads. Cncluíd esse prcess, Municípi habilita-se a nã incrpraram diretrizes vltadas a gerenciament csteir. celebrar um Cnvêni cm a SPU, de md a assumir as tarefas de Em agst de 2001, Grup de Integraçã d Gerenciament Csteir (GIfiscalizaçã e de gerenciament d us e cupaçã da Orla Marítima GERCO), criad n âmbit da CIRM, entendend a necessidade de (basicamente s Terrens de Marinha), riginariamente de cmpetência regulamentaçã da Lei n 7.661/I988 e, em especial, de estabelecer-se s daquela Secretaria. Os recurss freirs arrecadads sbre essas áreas da princípis para a aplicaçã da metdlgia de implantaçã d Prjet Orla, Uniã, à luz desse Cnvêni, passam entã a ser direcinads em favr d tmu a iniciativa de instituir um Grup de Trabalh (GT) n âmbit da Municípi, em até 50%. CIRM, para dar iníci as trabalhs de regulamentaçã daquela Lei, Além de participar da arrecadaçã ds recurss freirs, MMA e s Órgãs assumind a crdenaçã ds trabalhs. Estaduais de Mei Ambiente (OEMA) vêm pririzand s Municípis que já Atendend a cnvite d GI-GERCO, a Diretria de Prts e Cstas pssuam Prjet Orla implementad, quant à destinaçã de recurss designu um Representante para exercer a Relatria desse GT. Os para nvs prjets, cm frma de incentiv para implementaçã d trabalhs técnics d GT fram cnduzids nas instalações da Secretaria Prjet Orla. da CIRM (SECIRM), em Brasília, cntand cm a participaçã de N Estad d Ri de Janeir, pr exempl, GI-GERCO/MMA, em representantes ds diverss setres envlvids. O GT adtu a estratégia crdenaçã cm GERCO / Secretaria Estadual de Mei Ambiente de uvir as piniões, críticas e sugestões ds técnics e pessas direta u prmveu, em 2004, treinament de gestres lcais e a aplicaçã da indiretamente envlvids cm gerenciament csteir. metdlgia de implementaçã d Prjet Orla em dezesseis Municípis. Os trabalhs desse GT técnic fram cncluíds em abril de 2002, Cm cnseqüência, quatr desses Municípis Macaé, Ri das Ostras, cnsubstanciad na apresentaçã de uma minuta de Decret Presidencial Quissamã e Armaçã de Búzis já celebraram Cnvênis cm a SPU, à SECIRM, a quem cube dar andament às etapas subseqüentes para a vltads à fiscalizaçã e a gerenciament d us e cupaçã da Orla sua prmulgaçã. Devid à necessidade de clher-se aval de tds s Marítima. Ministéris cm assent na CIRM, smad a períd pré-eleitral e à Os principais prblemas nrmalmente encntrads na Zna Csteira mudança de Gvern, Decret smente vei a ser prmulgad em crrespndem à cupaçã irregular de terrens da Uniã (Terrens de dezembr de 2004. Cabe mencinar, n entant, que tds s aspects Marinha), expansã desrdenada d turism, implementaçã da prpsts pel GT, em sua essência, fram mantids n Decret n 5.300, carcinicultura em áreas impróprias, falta de saneament básic e ersã. Um de 07 de dezembr de 2004. ds bjetivs d Prjet Orla é precisamente acelerar a implantaçã de instruments de cessã patrimnial para s Municípis, cm a cntrapartida 2. PROJETO ORLA de que a gestã da Orla Marítima seja feita de frma cmpatível cm Cnsiderand que Decret n 5.300/2004 estabelece uma série de cnceit de patrimôni cletiv. instruments vltads à implementaçã d Prjet Orla, cabe uma breve Realmente, um ds fundaments d Prjet Orla é empreg de digressã sbre s antecedentes e demais aspects que cntribuíram para instruments de rdenament territrial, cm a classificaçã e POLÍTICA AMBIENTAL 06

BRASIL GESTÃO POLÍTICA AMBIENTAL Enquadrament da Orla Marítima, cnsiderand padrã de qualidade cnsiderads de interesse da segurança nacinal u incluíds em áreas ambiental que se deseja atingir e/u manter a lng d temp, segund prtegidas pr legislaçã específica; estabelece que s prjets de classes de trechs da Orla Marítima, subclasses (tiplgias da rla) e lteament identificarã s lcais de acess à praia e que, nas áreas já estratégias de açã. Nesses sentid, Decret n 5.300/2004, além de cupadas pr lteaments sem acess à praia, Municípi em cnjunt dispr sbre a Zna Csteira, vei pr regulamentar s limites, bjetivs, cm órgã ambiental definirá as áreas de servidã de passagem, instruments, cmpetências e atribuições e as regras de us e cupaçã da respnsabilizand-se pr sua implantaçã, n praz máxim de dis ans Orla Marítima, estabelecend em seu Anex II um quadr rientadr para a a partir da data de publicaçã d Decret; classificaçã da aspects estes que sã apresentads, mais adiante, n n) estabelece s limites Orla Marítima, tant a sua faixa marítima, que se presente artig. estende em direçã a mar até a linha da isóbata de dez metrs, cm a sua estreita faixa terrestre, que se estende até cinqüenta metrs em áreas 3 PRINCIPAIS ASPECTOS DO DECRETO N 5.300/2004 urbanizadas u duzents metrs em áreas nã urbanizadas, a partir da Dentre s diverss dispsitivs da Lei n 7.661/1988 e demais linha de preamar u d limite final de ecssistemas praia, duna, cstã dispsições regulamentads pel Decret n 5.300/2004, pdem ser rchs, manguesal, etc. nde estã situads s Terrens de Marinha e ressaltads s seguintes aspects: seus acrescids (Art. 23); a) Estabelece s limites da Zna Csteira, tant a sua faixa marítima, ) prevê a elabraçã de um PLANO DE INTERVENÇÃO cm instrument crrespndente a dze milhas (Mar Territrial), cm a sua faixa para gestã da Orla Marítima, cm base n recnheciment das terrestre, crrespndente as limites territriais ds Municípis que características naturais e ns tips de us e cupaçã da rla, existentes cmpõem a Zna Csteira (Art. 3 ); e prjetads, e em cnfrmidade cm planejament federal, estadual e b) Define as características daqueles Municípis que, embra nã municipal da Zna Csteira (Art. 25); defrntantes cm mar, devam cmpr a faixa terrestre da Zna p) estabelece dze tiplgias, três classes genéricas e três tips de Csteira, prevend a inclusã de Municípis, distantes até cinqüenta estratégias de intervençã predminantes da Orla Marítima, para efeit quilômetrs da linha da csta, que desenvlvam atividades cm impact de caracterizaçã sciambiental, classificaçã e planejament da sua ambiental significativ na Zna Csteira u em ecssistemas csteirs gestã, segund aspects físics e prcesss de us e cupaçã relevantes (Art. 4 ); predminantes (Art. 26, 27 e 28), apresentand um quadr rientadr n c) Prevê que MMA deverá fazer publicar anualmente, n Diári Oficial da Anex II d Decret; Uniã, a relaçã ds Municípis que cmpõem a Zna Csteira (Art. 4, q) Prevê que pderã ser celebrads cnvênis u cntrats, entre a SPU e 1 ); s Municípis, para execuçã das ações de gestã na Orla Marítima em d) Prevê, entre s princípis para a gestã da Zna Csteira, além ds áreas de dmíni da Uniã, cnsiderand cm requisit PLANO DE estabelecids na Plítica Nacinal de Mei Ambiente, na Plítica INTERVENÇÃO da Orla Marítima e suas diretrizes para trech Nacinal para s Recurss d Mar e na Plítica Nacinal de Recurss cnsiderad (Art. 29); Hídrics, a bservância ds cmprmisss internacinais assumids r) Prevê que cmpete a MMA, em articulaçã cm IBAMA e s órgãs pel Brasil e a bservância ds direits de liberdade de navegaçã, na estaduais de mei ambiente, pr mei da Crdenaçã d PEGC, frma da legislaçã vigente (Art. 5, Inciss I e II); preparar e manter atualizads s fundaments técnics e nrmativs para e) Prevê, também, entre s princípis para a gestã da Zna Csteira, a a gestã da Orla Marítima, prvend meis para capacitaçã e cnsideraçã ds limites municipais para efeit das articulações assistência as Municípis (Art. 30); necessárias a prcess de gestã (Art. 5º, Incis VIII); s) Prevê que cmpete as Municípis elabrar e executar PLANO DE f) Estabelece cm bjetivs da gestã da Zna Csteira, entre utrs, INTERVENÇÃO da Orla Marítima, de md participativ cm clegiad rdenament d us ds recurss naturais e da cupaçã ds espaçs municipal, órgãs, instituições e rganizações da sciedade interessads csteirs, bem cm estabeleciment de um prcess de gestã (Art. 32); integrada, descentralizada e participativa das atividades t) Prevê que cmpete a MMA, em articulaçã cm Ministéri d Turism, sciecnômicas, de md a cntribuir para a elevaçã da qualidade de Institut Brasileir de Turism EMBRATUR e a SPU, desenvlver, vida da ppulaçã e para a prteçã d seu patrimôni natural, históric, atualizar e divulgar rteir para elabraçã d PLANO DE étnic e cultural (Art. 6, Inciss I e II); INTERVENÇÃO da Orla Marítima (Art. 37). g) Cnsidera a aplicaçã d Princípi da Precauçã tal cm definid na Agenda 21, adtand-se medidas eficazes para impedir u minimizar a 4. CONCLUSÃO degradaçã d mei ambiente, sempre que huver perig de dan O Decret n 5.300/2004 reedita muits ds aspects e diretivas de gestã da grave u irreversível, mesm na falta de dads científics cmplets e Zna Csteira prevists pel PNGC-II, aprvad pela Resluçã CIRM n atualizads (Art. 6, Incis X); 005/1997, de puc cnheciment d públic. Nesse sentid, reitera h) Cnsidera cm instruments para a gestã da Zna Csteira, entre bjetiv prepnderante d gerenciament csteir, de planejar e gerenciar, utrs, PNGC-II, bem cm s PEGC e s PMGC, prevend que de frma integrada, descentralizada e participativa as atividades esses últims sejam instituíds pr leis estaduais e municipais, sciecnômicas na Zna Csteira, de frma a garantir sua utilizaçã respectivamente (Art. 7 e 8 ); sustentável, pr mei de medidas de cntrle, prteçã, preservaçã e i) Cnsidera, também, Zneament Eclógic-Ecnômic Csteir recuperaçã ds recurss naturais e ecssistemas csteirs. (ZEEC) cm um ds instruments para a gestã da Zna Csteira, na Cm relaçã a Prjet Orla, Decret n 5.300/2004 vei pr estabelecer, rientaçã d rdenament territrial e cm mecanism de api às prtunamente, s instruments vltads à sua implementaçã junt as ações de mnitrament, licenciament, fiscalizaçã e gestã (Art. 7 e Municípis csteirs. 9 ), apresentand, nesse sentid, um quadr rientadr n Anex I d Em verdade, Prjet Orla vem se apresentand, pr mei da aplicaçã da Decret; metdlgia prevista para a elabraçã d PLANO DE INTERVENÇÃO da j) estabelece que a aprvaçã de financiaments cm recurss da Uniã, rla, cm a participaçã de gestres lcais d Municípi, cm um de fntes externas pr ela avalizadas u de entidades de crédit ficiais, instrument eficaz de disciplinaçã d us e cupaçã da Orla Marítima, na bem cm a cncessã de benefícis fiscais e de incentivs públics medida em que cnsidera parâmetrs ambientais de sustentabilidade. para prjets na Zna Csteira, ficará cndicinada à sua N entant, cabe ressaltar que a área terrestre de atuaçã d Prjet Orla cmpatibilidade cm as diretrizes de planejament territrial previstas restringe-se a uma estreita faixa d litral, que pde variar de cinqüenta a pels PEGC, PMGC e ZEEC (Art. 15); duzents metrs, enquant s limites terrestres da Zna Csteira vã bem k) prevê que qualquer empreendiment na Zna Csteira deverá ser mais além, englband s territóris ds Municípis csteirs e, ainda, s cmpatível cm a infra-estrutura de saneament e sistema viári territóris daqueles Municípis nã cnfrntantes cm mar, distantes até existentes, preservand as características ambientais e a qualidade cinqüenta quilômetrs d litral, mas que prmvam impact ambiental paisagística, bem cm, na hipótese da inexistência de cleta de lix e sbre a Zna Csteira. de rede de esgt sanitári, que empreendedr deverá apresentar Assim, Prjet Orla, cnsubstanciad n Plan de Intervençã previst sluçã autônma, cmpatível cm as características físicas e pela sua metdlgia, apresenta-se, mais prpriamente, apenas cm uma ambientais da área d empreendiment ( Art. 16); ferramenta, n âmbit d prcess mair de gerenciament da Zna l) prevê que a área a ser desmatada para instalaçã, ampliaçã u Csteira, cujs limites sã bem mais ampls. realcaçã de empreendiments u atividades na Zna Csteira, que implicar na supressã de vegetaçã nativa, será cmpensada pr averbaçã de, n mínim, uma área equivalente, na mesma zna Maires Infrmações: Gilbert Huet de Bacellar Sbrinh afetada (Art. 17); Assessr da Gerência de Mei Ambiente m) quant às praias, prevê que as mesmas sã bens públics de us Diretria de Prts e Cstas cmum d pv, send assegurad sempre livre e franc acess a elas O autr fi Relatr d GT, instituíd n âmbit da CIRM, que elabru a e a mar, em qualquer direçã e sentid, ressalvads s trechs minuta d Decret n 5.300/2004. 07

BRASIL POLÍTICA AMBIENTAL 08

BRASIL GESTÃO POLÍTICA AMBIENTAL Simpósi Temátic : Prgresss na América Latina sbre Gestã Csteira Integrada Para as duas cnferencias deste Simpósi Temátic s seguintes tópics terã cm base as grandes precupações durante s últims ans na América Latina: a) avaliaçã da transfrmaçã que induzem as mercads aberts e a negciaçã ambiental, b) Quantificaçã ds mecanisms eclógics, impact ambiental, e a melhria ds instruments de valraçã ecnômica das funções eclógicas da zna csteira, c) aprfundar s esfrçs dirigids a cnheciment, impact, e a mitigaçã das mudanças climáticas glbais sbre as áreas csteiras, d) melhrar a cmpreensã sbre as vantagens de uma gestã csteira integrada, e) destacar enfque de ecssistema para a tmada de decisões sbre s recurss naturais csteirs, f) desenvlver sluções para a implementaçã efetiva de uma gestã ambiental litrânea; g) vantagem ds prgramas sbre gestã csteira integrada na escala reginal vs a escala lcal, h) nvas ectecnlgias para a reabilitaçã de áreas csteiras degradadas, i) marc jurídic e nrmativ para respaldar as iniciativas de gestã csteira, j) as metdlgias sugeridas cm resultad de estuds de cas êxitss, k) utrs. Cnvidads para Simpósi : Temátic: Alejandr Yáñez-Arancibia (Méxic) Alexandre M. Mazzer (Brasil) Adlf Acuña (Chile) A. L. Lara-Dmínguez (Méxic) Daniel Cnde (Uruguay) Daniel O. Suman (Estads Unids) Emili Ocha (Ecuadr) Jhn W. Day (Estads Unids) Jsé R. Dadón (Argentina). Gaspar Gnzález Sansón (Cuba). Marcus Plette (Brasil) Martin Fth (Alemanha) Miltn Asmus (Brasil) Néstr J. Windevxhel (América Central) Paul Rbert Tagliani (Brasil) Paul Freire Vieira (Brasil) R,. Twilley (Estads Unids) Stephen B. Olsen (Estads Unids) W. J. Mitsch, R. (Estads Unids) O Simpósi cntará ainda cm a mesa-rednda sbre Gestã Csteira Integrada e Desenvlviment Lcal cm a participaçã ds principais estuds de cas em implementaçã e implementads na atualidade n Brasil. 09

RIO GRANDE DO NORTE - BRASIL A GESTÃO POTIGUAR THE POTIGUAR COASTAL MANAGEMENT ANA MARIA TEIXEIRA MARCELINO RESUMO: O artig enfca prcess de institucinalizaçã d ecnômics e instituições lcais, nacinais e internacinais, cabend a gerenciament csteir n Estad d Ri Grande d Nrte, trazend à Estad manter a interlcuçã cm e entre s agentes bem cm mediar s discussã a experiência ptiguar na elabraçã e aplicaçã d interesses diverss, rientand us d territóri através da implantaçã de zneament eclógic-ecnômic cm instrument de planejament prcesss de planejament e gestã territrial e ambiental. ambiental e territrial, facilitadr d prcess de gestã csteira. Resulta d É para esse espaç territrial que, há mais de duas décadas, é dirigida a exame de dcuments e da realizaçã de entrevistas cm técnics d Plítica Nacinal de Gerenciament Csteir, cnsiderand períd que se órgã ambiental estadual respnsável pela crdenaçã d Prgrama de estende desde s prcediments iniciais para a sua definiçã, a fase de Gerenciament Csteir (GERCO-RN). instituiçã d Plan Nacinal de Gerenciament Csteir (PNGC) e a efetiva PALAVRAS-CHAVE: planejament, gestã, mei ambiente, territóri, aplicaçã da plítica pels estads csteirs. Para implantar planejament zneament. e a gestã integrads da zna csteira brasileira, Gvern Federal instituiu plítica específica através da Lei 7.661, de 16.05.88. A segunda versã d ABSTRACT : This article fcuses n the prcess f institutinalizatin f the PNGC, datada de 03.12.97, apresenta cm um de seus princípis a State f Ri Grande d Nrte's castal management prgram. It brings int prmçã da gestã integrada ds ambientes csteir e marinh, cm a discussin the lcal experience in the develpment and implementatin f cnstruçã e manutençã de mecanisms transparentes e participativs de the ecnmical-eclgical zning as a tl fr territrial and envirnmental tmada de decisã, a qual deve se basear na melhr infrmaçã e tecnlgia planning, thus facilitating the prcess f castal administratin. The article dispníveis. Visa também buscar a cmpatibilizaçã das plíticas públicas results frm the exam f dcuments and frm interviews with technicians em tds s níveis da administraçã e subsidiar a frmulaçã de plíticas, wrking at the State envirnmental rganizatin which is respnsible fr the plans e prgramas gvernamentais, prmvend dentre utrs bjetivs: c-rdinatin f the Castal Management Prgram (GERCO-RN). rdenament d us ds recurss naturais e da cupaçã ds espaçs csteirs; estabeleciment d prcess de gestã integrada, KEY-WORDS: planning, management, envirnment, territry, zning. descentralizada e participativa das atividades sóci-ecnômicas; a incrpraçã da dimensã ambiental nas plíticas setriais vltadas à gestã 1. INTRODUÇÃO integrada ds ambientes csteirs e marinhs (PNGC II, 1997). O presente text registra s esfrçs desenvlvids n Estad d Ri O PNGC II destaca a integraçã de ações, desde planejament até a Grande d Nrte para a implantaçã d Plan Estadual de Gerenciament implementaçã ds instruments de gestã, direcinads para a Csteir (PEGC), abrdand especialmente um ds seus instruments, nrmatizaçã d us d territóri e para a rientaçã a desenvlviment Zneament Eclógic-Ecnômic (ZEE). Send PEGC um ds sóci-ecnômic cm base na sustentabilidade ambiental da zna csteira () instruments da Plítica Nacinal de Gerenciament Csteir, clca-se à brasileira. O mdel institucinal para a implementaçã d Prgrama discussã a experiência desenvlvida pel Estad na execuçã das ações Nacinal de Gerenciament Csteir (GERCO) fundamenta sua frma de relativas a essa Plítica, direcinada à implantaçã de uma gestã pautada gestã a partir da açã realizada pels estads sb crdenaçã federal. na sustentabilidade ambiental csteira. Prtant, recrte para esta Este mdel de gestã se desenvlve de frma descentralizada e expsiçã refere-se à frmulaçã e implantaçã d zneament e seu participativa, cm api ds clegiads csteirs estaduais, que rebatiment n planejament de setres d gvern estadual e ds cnstituem s fóruns de participaçã scial. Esta açã estatal busca imprimir gverns ds municípis situads n Litral Oriental. O text nã tem cm uma gestã csteira n Brasil, cnfrmada em uma estrutura que facilite a bjetiv desenvlver um debate teóric sbre tema, mas simplesmente integraçã d planejament, da administraçã e a gestã d territóri e ds cmunicar as experiências de trabalh d GERCO-RN. Situa-se n recurss naturais ns três níveis de gvern, tend em vista que Estad é dmíni da experiência institucinal e pessal. Prtant, fram utilizads, um ds principais agentes n prcess de mdificaçã da paisagem, d us para sua elabraçã, dads ficiais, reflexões sbre a açã estatal e e das frmas de cupaçã d territóri. privada desenvlvidas pela autra em sua pesquisa para a elabraçã da O Estad d Ri Grande d Nrte é um ds pineirs ns estuds sbre a () dissertaçã de mestrad, assim cm depiments de técnics d regiã csteira (IDEMA, 1998), cntribuind, segund relata Cunha (2005), Institut de Desenvlviment Ecnômic e Mei Ambiente d Ri Grande a lng de td prcess que levu, a partir de 1982, à definiçã da d Nrte (IDEMA). As entrevistas prprcinaram a reflexã sbre s () Plítica Nacinal de Gerenciament Csteir. Seguind s pressupsts d quatr ans e mei de utilizaçã d zneament cm instrument PNGC e cm base em quatrze ans de trabalhs e pesquisas sbre a zna aglutinadr de ações setriais e a prática ctidiana d licenciament csteira, Estad instituiu PEGC, em 20.08.96, pela Lei nº 6.950 e ambiental. designu IDEMA para a crdenaçã das atividades d GERCO-RN. O text situa inicialmente gerenciament csteir n Estad e discute s Neste mesm an, é criada a Subcrdenadria de Gerenciament Csteir prcesss de elabraçã d Zneament Eclógic-Ecnômic (ZEE) d (SUGERCO), integrada à estrutura d IDEMA, vinculada a Crdenadria de Litral Oriental. Em seguida, apresenta algumas experiências que Mei Ambiente. A Subcrdenadria tem bjetiv de crdenar e executar resultaram desse primeir macrzneament, cm planejament e as ações d PEGC ns trinta e três municípis que cmpõem a zna csteira, gestã de unidades de cnservaçã, a elabraçã de Plans Diretres segund a figura 01. Municipais e a sua aplicaçã ns prcediments d licenciament Em um encadeament das ações gvernamentais para a institucinalizaçã ambiental. Traz registr sucintd prcess atual d ZEE ds Estuáris e d gerenciament csteir n Estad, a Lei Cmplementar nº 148, de 26 de áreas adjacentes, trabalh que se destina a detalhar zneament d dezembr de 1996, que dispõe sbre a plítica estadual de cntrle e Litral Oriental e avançar na implementaçã d planejament e gestã d preservaçã d mei ambiente, definiu a zna csteira cm Litral Nrte. O text finaliza cm um cmentári sbre s indicadres de (...) patrimôni estadual e espaç a ser especialmente prtegid, na frma aprimrament da aplicaçã das Plíticas de Mei Ambiente e de da Lei, cabend a Pder Públic, a instituiçã de instruments nrmativs Gerenciament Csteir d Ri Grande d Nrte. de cntrle que garantam a recuperaçã, preservaçã e cnservaçã ds recurss naturais da regiã. 2. A INSTITUCIONALIZAÇÃO DA GESTÃO Em fevereir de 1999, Decret nº 14.338 que aprvu regulament d A zna csteira brasileira é cmpsta pr diferentes lugares e práticas IDEMA, especificu as atribuições da SUGERCO cm unidade de api à ctidianas. É neste territóri nde acntece efeit das transfrmações Crdenadria de Mei Ambiente (CMA) n exercíci das funções de resultantes de ações riginadas em nível lcal, nacinal u mundial levand planejar e gerenciar a utilizaçã ds recurss naturais e as atividades sócia uma grande diversidade de ações de planejament e gestã ecnômicas da zna csteira. Cabe à SUGERCO: implementar PEGC; diferenciadas para s váris lugares que cmpõem. N prcess históric elabrar e implementar s Plans de Gestã da zna csteira, em articulaçã de frmaçã d territóri csteir estã envlvidas relações sciais cm municípis e instituições públicas e privadas; prmver a articulaçã específicas materializadas na paisagem e na estrutura territrial. As entre s órgãs setriais que atuam na área, visand à integraçã das ações plíticas públicas, territriais e ambientais direcinadas à zna csteira gvernamentais destinadas à zna csteira; assessrar e rientar s cntribuem para prcess de valrizaçã d espaç, criand cndições municípis csteirs na elabraçã ds seus instruments legais de para que se instalem atividades ecnômicas (MORAES, 1999). Para este rdenament d territóri; alimentar cm dads sistematizads Sistema espaç cnfluem s interesses da cletividade lcal, ds agentes 10 GESTÃO

RIO GRANDE DO NORTE - BRASIL de Infrmações para Gerenciament Csteir (SIGERCO) referentes a mei ambiente, sbretud n que cncerne a tratament digital de imagens de satélite, geprcesssament e banc de dads; dispnibilizar as infrmações d SIGERCO. Cmpete também à Subcrdenadria auxiliar a CMA, quand slicitada, na execuçã das ações de licenciament GESTÃO e mnitrament, através da participaçã na elabraçã de terms de referência para Estuds de Impact Ambiental; avaliaçã ds Relatóris de Impact n Mei Ambiente; elabraçã de pareceres técnics referentes à implantaçã de empreendiments e atividades na zna csteira, além de exercer utras atividades crrelatas. 11 3. OS USOS DA ZONA E O PLANEJAMENTO AMBIENTAL E (...) as nrmas de us e cupaçã d sl e de manej ds TERRITORIAL recurss naturais em zna s especificas, definidas a partir das Na zna csteira nrte-ri-grandense, as atividades ecnômicas sã análises, de frma integrada, de suas características físicas, desenvlvidas cm mair intensidade n Litral Oriental devid à existência bióticas e sóci-ecnômicas, visand assegurar as áreas da aglmeraçã urbana de Natal e ds municípis circunvizinhs, nde prtegidas, as reservas de recurss e póls de desenvlviment. está cncentrada a mair ppulaçã e a mair parte de equipaments (Lei nº 6.950 que instituiu PEGC, 1996). industriais e de prestaçã de serviçs. É na Regiã Metrplitana de Natal, Além de ser um instrument técnic de definiçã d us e cupaçã d sl, cmpsta pels municípis de Ceará Mirim, Extremz, Sã Gnçal d zneament traz também a pssibilidade da integraçã de ações de Amarante, Macaíba, Natal, Parnamirim, Sã Jsé d Mipibu e Nísia planejament, implantaçã e acmpanhament das diretrizes prpstas. Flresta, que se bserva a expansã das znas urbanas e de atividades Cnsiste também em um instrument de prduçã d espaç csteir ecnômicas de frma mais intensa, espalhand-se gradativamente para s resultante de prjets cuja cncepçã se rigina das ações de atres sciais demais municípis d Litral Oriental. específics que determinam as frmas de us e cupaçã d territóri, As atividades ecnômicas cm turism, a carcinicultura, a explraçã favrecend a hierarquia entre lugares. Em vista dist, a elabraçã d petrlífera, a p rduçã agrícl a, dentre utras, assim cm as zneament deve envlver s segments sciais que detêm interesses implantações de infra-estruturas necessárias a funcinament das específics, às vezes divergentes, sbre um mesm territóri, dentre s iniciativas privadas, cnfiguram-se em agentes dinâmics de criaçã e quais devem ser incluíds s detentres d capital que desejam investir na cnsum de espaçs e de mdificaçã das paisagens, influind direta u zna csteira (MORAES, 1999). indiretamente nas relações ds grups sciais e ns lugares pr eles A plítica de gestã csteira assciada a utras plíticas territriais habitads. Nas mudanças dessas relações, incluem-se também as frmas desenvlvidas pels diverss setres estatais nas suas escalas de atuaçã, de explraçã e us ds recurss naturais, na medida em que estes, a pr um lad atendem a interesse ds atres sciais e pr utr geram sfrerem a açã d trabalh human, adquirem valr, transfrmand-se em cnflits, que devem ser intermediads pel própri Estad. Na zna bjets de cnsum e em frmas cnstruídas. Cm bem destaca Mraes csteira, as demandas pel us e cupaçã d territóri sã riginadas pr (1994), é trabalh materializad na paisagem - valr depsitad ns atres nacinais u até mesm internacinais interessads na implantaçã lugares - que dá especificidade a cada espaç. Nesta especificidade, estã de atividades ecnômicas. Além destes, s atres lcais também demandam incluídas as cndições ds elements naturais que cmpõem a paisagem e frmas preferenciais de us e cupaçã, gerand cnflits de interesses as relações d hmem cm ambiente. Tds estes prcesss sã entre a ppulaçã lcal e s empreendedres. A Estad cabe atender às cncretizads n territóri, representaçã da relaçã de pder exercida pr demandas de cunh scial exigida pels atres lcais, mas também viabilizar grups sciais, dentre estes s detentres d capital, s trabalhadres e empreendiments instaland infra-estruturas de suprte a setr prdutiv. estad, que tem dentre as suas atribuições a de intermediar s cnflits de interesses que cnvergem para um mesm lugar. 4. O ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO (ZEE) DO LITORAL Cnsiderand essa cnfluência de interesses diverss para a zna ORIENTAL. csteira, Estad reslveu implementar zneament csteir cm A plítica ambiental estadual inclui s zneaments eclógic-ecnômics prpósit de utilizá-l cm instrument básic de planejament, cnfrme cm um ds instruments de aplicaçã das nrmas ambientais definidas dispst n PEGC, estabelecend, após discussã pública de suas cm bjetiv de prteger s recurss naturais e culturais. As pressões recmendações técnicas,

RIO GRANDE DO NORTE - BRASIL cnflitusas presentes na zna csteira, demandadas pel mercad 5. ALGUNS ASPECTOS DA LEI QUE INSTITUI O ZEE DO LITORAL imbiliári, pels setres envlvids cm turism, a carcinicultura, ORIENTAL. explraçã de petróle e de sal marinh, dentre utrs, assim cm as A lei em questã cnstitui uma diretriz geral para esta prçã d litral nrtedemandas da ppulaçã que habita a zna csteira, levaram Estad, ri-grandense, que é divida em duas grandes znas: as Znas Interir através das ações d GERCO, a definir nrmas de cupaçã d sl Csteira e a Especial Csteira, de acrd cm a figura 02. A primeira, que se necessárias à expansã ds núcles ppulacinais e a disciplinament da caracteriza pel us agrícla, crrespnde às áreas canavieiras e as implantaçã de empreendiments ecnômics. Para ist, Estad tabuleirs csteirs, cm destaque para a cupaçã cm a pecuária, a desenvlveu ZEE d Litral Oriental, e está encaminhand prcess de agricultura e pequenas aglmerações urbanas. A segunda representa a área elabraçã d zneament ds estuáris e de seus entrns, cnfrme de mair cmplexidade pr cnter as unidades ambientais legalmente cmentáris apresentads em item específic deste text. Este prtegidas, aquelas nas quais se restringe us e a cupaçã d sl, instrument é cnsiderad principal balizadr d prcess de inclusive ns espaçs urbanizads e de expansã urbanas. Ela inclui uma rdenament territrial necessári para a btençã da sustentabilidade faixa de quinhents metrs cntads a partir da linha mais alta da maré n ambiental n desenvlviment da zna csteira, pis é sentid d cntinente, a qual, pr ser cnsiderada de relevante interesse (...) nrteadr de prtunidades para desenvlviment ecnômic e eclógic, turístic e paisagístic, recebeu tratament especial. facilitadr d desenvlviment sustentável, cnsiderand-se este cm um prcess de mudança e elevaçã das prtunidades sciais que cmpatibilize, n temp e n espaç, cresciment ecnômic, a cnservaçã ds recurss naturais e d mei ambiente e a eqüidade scial. (IDEMA, 1998, p.17). Neste sentid, a SUGERCO desenvlveu s estuds necessáris à definiçã d macrzneament d Litral Oriental cm a participaçã ds técnics da instituiçã num exercíci de aplicaçã da metdlgia prpsta pela crdenaçã nacinal d GERCO ajustada à realidade lcal. Segund () cmenta Dantas (2005), naquela prtunidade fi cntratada um cnsultria para a análise ds dads gerads pela equipe e para frmatar cnjuntamente a metdlgia adtada na definiçã d zneament. Segund relatóri preparad para subsidiar Prjet de Lei d Pder Executiv enviad à Assembléia Legislativa, a prpsta técnica fi aperfeiçada através d debate públic sbre a prblemática csteira d Litral Oriental, que cntu cm a participaçã de representantes de órgãs gvernamentais e da sciedade civil. Desta frma, as rientações para us e cupaçã d territóri nessa prçã d litral ptiguar resultaram de um prcess para qual cnvergiram s cnflits de interesses ds váris agentes sciais, ecnômics e plítics atuantes na regiã. Registra relatóri a realizaçã de dez reuniões em um períd de seis meses, cntand cm envlviment de representações da sciedade ds municípis envlvids, das universidades, das prefeituras, ds órgãs setriais estaduais e federais, da Federaçã das Industrias (FIERN) representada pel Sindicat da Indústria da Cnstruçã Civil, além de utras participações. Fram cnsideradas as cntribuições rais apresentadas ns debates assim cm as prpstas enviadas pr escrit a IDEMA, que permitiu aprimrament d text técnic inicial (IDEMA, 1998). Também cnsta d dcument citad que, durante períd da elabraçã final ds estuds técnics e das discussões públicas d ZEE, até a publicaçã e vigência da nrma estadual que viria a traçar as diretrizes gerais para us e cupaçã d sl, Pder Executiv suspendeu, pel Decret nº 13.211 de 09.01.97, licenciament ambiental de cnstruções acima de três paviments em uma faixa de trezents metrs a partir da linha de alcance da mais alta maré ns dezesseis municípis csteirs d Litral () Oriental. Tal iniciativa vei em respsta à precupaçã d órgã ambiental cm a desfiguraçã da paisagem csteira, a partir d increment de cnstruções cm alts gabarits, nas praias d municípi de Parnamirim, principalmente em Pirangi d Nrte. O acelerament de cnstruções n litral, na rla marítima ds municípis mais próxims de Natal, acntece cm a implantaçã da Via Rta d Sl, açã vinculada à primeira etapa d A lei dispõe que nas Áreas Urbanizadas e de Expansã Urbana sã Prgrama para Desenvlviment d Turism para Nrdeste permitids s uss e atividades cmpatíveis cm as ptencialidades e (PRODETUR I) que facilitu acess às praias situadas a sul de Natal. limitações ambientais, devend cada municípi definir e cntrlar s espaçs Além da intensificaçã das cnstruções de equipaments de api a territriais através d estabeleciment de instruments nrmativs, dentre s atividade turística na regiã, esse investiment públic também tem quais s Plans Diretres. As nrmas ambientais e de us d sl ds favrecid a expansã de empreendiments vltads à segunda mradia. municípis devem adequar-se às dispsições cntidas na lei, cm exceçã Após as discussões crridas nas citadas reuniões e a apreciaçã da das áreas urbanas que cntavam cm Plan Diretr instituíd legalmente prpsta pel Cnselh Estadual d Mei Ambiente (CONEMA), a minuta antes d ZEE d Litral Oriental. de lei fi encaminhada a Pder Executiv que a transfrmu em Prjet de Lei apresentand- à Assembléia Legislativa. A partir daí, ampliu-se Dentre as dispsições para cupaçã de áreas urbanizadas e de expansã debate tant através da mídia lcal, quant através da participaçã de urbana, situadas na Zna Especial Csteira que excluem as áreas de instituições e entidades de classe que nã haviam participad das prteçã, destacam-se as destinadas à faixa ds quinhents metrs discussões anterires. Na mídia, api plític a prjet fi dad pel adjacente a mar. N que se refere a gabarit das cnstruções, elas Secretári de Estad d Planejament e das Finanças (SEPLAN), a qual determinam que ns primeirs cem metrs a altura máxima permitida é de IDEMA se vincula cm autarquia, e s esclareciments técnics fram dis paviments; ds cem as duzents e cinqüenta metrs, três paviments cncedids pel Diretr Geral d Institut. A titular da SUGERCO atendeu a n máxim; ds duzents e cinqüenta as quinhents metrs, máxim de slicitações para participar de debates junt a entidades e instituições que seis paviments. Os dispsitivs da lei asseguram s acesss públics às () nã haviam participad d prcess de discussã anterir. praias, num espaçament de n máxim duzents e cinqüenta metrs e A prpsta técnica, acrescida das cntribuições, fi transfrmada na Lei definem cmpriment máxim de duzents e cinqüenta metrs e taxa de Estadual nº 7.872, em 20 de julh de 2000. Ela abrange s municípis de cupaçã máxima de 70 % para as quadras ds nvs lteaments.para Ri d Fg, Maxaranguape, Ceará Mirim, Extremz, Sã Gnçal d tda a Zna Especial Csteira, fica determinad que as cnstruções Amarante, Macaíba, Parnamirim, Sã Jsé de Mipibú, Nísia Flresta, bservem relev e valrizem a vegetaçã natural existente n terren; que Senadr Gergin Avelin, Arês, Tibau d Sul, Vila Flr, Gianinha, seja bservada a cmpatibilizaçã d empreendiment cm a infra-estrutura Canguaretama, e Baía Frmsa. de saneament básic, sistema viári e estacinament; a mesma GESTÃO 12

RIO GRANDE DO NORTE - BRASIL GESTÃO GESTÃO a mesma prescriçã crre em relaçã à altura e à vlumetria das à cupaçã e us d territóri, tend em vista a carência de nrmas lcais. edificações cm a paisagem e a escala d entrn d assentament urban (DANTAS, 2005). existente. Em se tratand d planejament reginal, a Secretaria de Estad d Turism Das áreas de preservações identificadas n ZEE d Litral Oriental, (SETUR) tem mantid uma interlcuçã cm órgã ambiental desde a cnstam aquelas já definidas na Lei nº 6.950 de 20.08.96, que instituiu primeira etapa d PRODETUR e utilizad s instruments e demais () PEGC: as dunas, cm u sem cbertura vegetal, s manguezais, as matas infrmações geradas pela SUGERCO. Um ds fóruns de discussã e ciliares. O zneament nã cita s brejs e áreas úmidas e as restingas encaminhament das ações da SETUR é Cnselh d Pól Turístic Csta cnstantes d PEGC, entretant traz em acréscim pntais, falésias, das Dunas cmpst pr representantes de órgãs federais, estaduais e () nascentes ds cps d'água de superfície, praias, sítis arquelógics e municipais, de empresas e empresáris d setr turístic, universidades, s recifes de crais e de arenit. Determina a Lei d ZEE d Litral Oriental órgãs financiadres da atividade turística e representações de segments que as áreas de preservaçã destinam-se, priritariamente, à criaçã de rganizads da sciedade. O IDEMA integra Cnselh cm uma unidades de cnservaçã, para estuds e pesquisa científica, para representaçã da Diretria apiada tecnicamente pela SUGERCO e em prgramas de educaçã ambiental, para recreaçã e lazer cntemplativ e mments específics, pel setr de licenciament e cntrle ambiental. O para a pesca artesanal. Especifica para as matas ciliares uma faixa mínima bjetiv d Pól é viabilizar a integraçã das diversas ações setriais que têm de prteçã de cinqüenta metrs a partir d leit mais saznal; determina interfaces cm turism e desenvlver ações n sentid da prevençã da uma faixa de cem metrs para mnitrament da cupaçã das falésias, degradaçã ambiental e da paisagem csteira (MARCELINO, 1999). A área permitind seu us e cupaçã a partir ds trinta e três metrs, cntads a de abrangência crrespnde basicamente à regiã d Litral Oriental, partir d spé da falésia; prtege um rai de quinhents metrs a partir d incluind três municípis d Litral Nrte: Pedra Grande, Sã Miguel d aflrament ds sítis arquelógics. Gsts e Turs (PDITS, 2002). () De acrd cm Dantas (2005), a segunda etapa d PRODETUR, registrada 6. SUBSÍDIOS AO PLANEJAMENTO AMBIENTAL E TERRITORIAL. n Plan de Desenvlviment Integrad de Turism Sustentável para Pól Cm a instituiçã d ZEE d Litral Oriental, a SUGERCO passu a utilizar Csta das Dunas (PDITS), teve sua cnstruçã n âmbit d Cnselh d esse instrument na cntinuidade d prcess de assessria as Pól e agregu demandas setriais e ambientais, dentre as quais a municípis csteirs que nã têm as suas plíticas ambientais e territriais manutençã e elabraçã ds plans de manej das unidades de definidas. A lei ainda cntinua send a diretriz geral utilizada n ctidian da cnservaçã csteiras cnfrme apresentad n quadr 01. prática administrativa municipal n que diz respeit às decisões referentes 13 Atualmente, estã send viabilizads s recurss necessáris à capacitaçã administrativa e técnica, para que estes agentes pssam implantaçã e a mnitrament das unidades de cnservaçã situadas n exercer efetivamente sua cmpetência de cntrle ambiental, d us e Litral Oriental. Segund infrma Dantas (2005), cm exceçã d Parque cupaçã d sl e de gestã ds recurss públics, criand as cndições Estadual Dunas de Natal e da APA de Jenipabu criads antes a ZEE d necessárias para manter uma capacidade instalada de atendiment das Litral Oriental, as demais seguem as indicações d zneament. Ressalta demandas pr infra-estr utura básica e serviçs públics de sua uma especificidade cm relaçã a Área de Prteçã Ambiental Bnfim- respnsabilidade. A fragilidade d pder públic municipal é, neste sentid, a Guaraíra n que cncerne a parceria inter-institucinal, pr agregar na sua justificativa apresentada pel PDITS para a retmada ds Plans Diretres gestã, além da SETUR, a Secretaria de Estad ds Recurss Hídrics que fram elabrads, mas ainda nã implantads. (PDITS, 2002). (SERIHD). Dentre s bjetivs que levaram a sua criaçã está a prteçã Ds trinta e três municípis da zna csteira d Estad, apenas seis situads d cmplex de lagas que atende a abasteciment, parte d prgrama n Litral Oriental pssuem Plans Diretres, cnfrme apresentad n de adutras d Estad, que exigiu a integraçã das ações setriais entre quadr 02. Dantas (2005) destaca que, em razã da atividade turística, s as duas secretarias e IDEMA, desde a definiçã da área da APA, a municípis da área de atuaçã d Pól Csta das Dunas, estã se planejament e a gestã. mvimentand mais cncretamente n sentid de implementaçã ds seus O PDITS registra s investiments na primeira etapa d PRODETUR para a planejaments territriais. Smam-se a ist as exigências clcadas pel elabraçã ds Plans Diretres de cinc municípis. Desta frma, Estatut das Cidades, que determina que devem ter Plans Diretres s resgata-se a relaçã entre as prescrições urbanísticas cnstantes ds municípis cm ppulaçã acima de vinte mil habitantes, s que integram plans municipais e ZEE d Litral Oriental, tend em vista que s regiões metrplitanas e aglmerações urbanas e s que fazem parte de estuds técnics d zneament serviram de subsídi as plans. A partir áreas de especial interesse turístic, dentre utrs critéris (OLIVEIRA, da vigência da Lei s instruments municipais passaram a cnsiderar as 2001). rientações da nrma estadual e a especificar cm mair detalhe as Cnfrme dads d Institut Brasileir de Gegrafia e Estatística (IBGE, questões próprias de us e cupaçã d territóri lcal. 2000), apresentads n quadr 02 a seguir, nze ds trinta e três municípis O Plan fundamenta-se ns resultads btids a partir ds investiments csteirs atendem as critéris de ppulaçã. Extremz e Nísia Flresta realizads, a fim de identificar as ações que venham a cmpletar e a fram incluíds pr fazerem parte da Regiã Metrplitana de Natal. Cm cmplementar a 1 fase d prgrama. O plan cnstata cresciment da acréscim ds municípis d Pól Csta das Dunas, de acrd cm critéri atividade turística ns últims ans, prém cnsidera ser ainda necessári turístic adtad pel PDITS (2002), atinge-se um ttal de dezesseis apiar as administrações municipais n prcess de reestruturaçã e

RIO GRANDE DO NORTE - BRASIL municípis. Vale destacar que n Plan Estratégic de Desenvlviment d Turism n Ri Grande d Nrte (PEDT) de 1997, tds s municípis da zna csteira ptiguar, cm exceçã de Alt d Rdrigues e Carnaubais, sã cnsiderads turístics, de interesse turístic u cm ptencial turístic. Assim send, 94% ds municípis da zna csteira nrte-rigrandense estã classificads entre aqueles cm brigatriedade de ter Plan Diretr. Além ds trabalhs cm a SETUR e a SERIHD, Dantas (2005) destaca s realizads cm a Gerência Reginal d Patrimôni da Uniã (GRPU). As atividades desenvlvidas em cnjunt fram ampliadas cm a participaçã cnjunta n Cnselh d Pól Csta das Dunas - nde a GRPU também () está representada - e n Prjet Orla. As ações desse prjet tem cntribuíd n prcess de integraçã entre IDEMA e a GRPU na participaçã em nível nacinal, reginal e lcal das discussões sbre Prjet, cncretizadas na realizaçã d Plan de Gestã Integrad da Orla Marítima de Tibau d Sul. As rientações e definições ds prjets de urbanizaçã de praias ds municípis que ptam pr esse tip de intervençã urbanística em funçã da atividade turística e que sã apiads pel Pól, sã previamente discutidas pel IDEMA, GRPU, Prefeituras e utrs envlvids, cm bjetiv de permitir que estes prjets bservem s dispsitivs das nrmas ambiental e patrimnial, evitand maires prblemas que pssam eventualmente surgir durante prcess de licenciament ambiental e de autrizaçã d us ds terrens da Uniã. GESTÃO 7. CONTRIBUIÇÃO AO LICENCIAMENTO AMBIENTAL. cncentra a mair pressã pr cnstruções de empreendiments turístics e () () Dantas, Miranda e Silva (2005) cmpartilham a piniã de que ZEE d cndmínis para segundas residências. Os empreendedres, interessads Litral Oriental, além de ser base para a elabraçã de plans, em cnstruir dentr da faixa ds quinhents metrs, em atendiment as zneaments e prjets vltads a us e a cupaçã da zna csteira, parâmetrs exigids pela Lei, têm apresentad prjets já adequads à também tem sid fundamental para licenciament ambiental, uma das nrma em vigr u sã levads a se ajustarem à mesma dentr d prcess frmas de gestã d órgã estadual de mei ambiente. A utilizaçã deste de licenciament ambiental. Predminam s prjets hrizntais nas instrument tem se dad pr iniciativa própria ds municípis u pr intervenções prpstas e s verticais bedecem a escalnament sugestã d IDEMA, que exige cm parte ds prcediments determinad na lei. necessáris a licenciament ambiental. Ele vem se cnstituind n mais Miranda (2005) afirma que n iníci da vigência da lei, pr dificuldades frte instrument para prcediment de licenciament de técnicas e estruturais d setr de licenciament ambiental, ZEE nã fi empreendiments, mesm para aqueles de caráter lcal, de impact lcal e utilizad adequadamente, chegand a haver cnflits entre licenças emitidas de mnitrament estadual, prque frnece parâmetrs para a rientaçã e e a nrma estadual. Prém, cm resultad d prcess de capacitaçã da cntrle das áreas passíveis de cupaçã, para as que necessitam de um equipe de trabalh, atualmente a nrma está send aplicada cuidad especial u que apntam para a restriçã de qualquer us. Elas crriqueiramente, atendend às necessidades d licenciament n Litral avaliam que se nã existisse essa nrma rientadra da gestã ambiental e Oriental. Silva (2005) recnhece que esse instrument de gestã csteira se territrial para licenciament ambiental d Litral Oriental, seria bem mais trnu imprescindível n prcess de licenciament. Prém, a prática tem difícil encaminhar s prcesss de licenciament da zna csteira, pela sua demnstrad a necessidade de que sejam revists aspects específics da especificidade e pressã cnstantes. Cnsideram também que ZEE lei, cm s que tratam da cupaçã das falésias e das faixas de prteçã de cntribuiu para a reduçã das pressões pr cnstruções, especialmente na ris e lagas que, segund ela, ferem dispsitivs de nrmas anterires, rla marítima, trnand-se um parâmetr de cntrle ambiental e territrial. cm Códig Flrestal. Segund Silva (2005) a partir d Decret nº 13.211 de 09.01.97 e cm a psterir Lei nº 7.872/00, fi facilitad cntrle da explsã de 8. O ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO DOS ESTUÁRIOS cnstruções de espigões próxims a mar ns municípis mais próxims Pautad na experiência d ZEE d Litral Oriental, Estad está de Natal e ns demais municípis csteirs d Litral Oriental, nde se implementand, em cntinuidade cm as ações d PEGC, zneament ds 14

RIO GRANDE DO NORTE - BRASIL GESTÃO GESTÃO 15 estuáris e das áreas de entrn. O zneament das três grandes regiões instituiçã d PEGC e em quatr ans de implantaçã d ZEE d Litral estuarinas d Litral Nrte abrange quase td s territóris da mairia ds Oriental indicam também dificuldades n esfrç d órgã crdenadr d municípis ali situads, incluind Mssró, municípi que detém a segunda GERCO na efetivaçã das plíticas ambiental e de gestã csteira. Cm já mair ppulaçã d Estad. N Litral Oriental, zneament está alertava Marcel Bursztyn (1993), algumas delas dizem respeit a nível de permitind - em funçã da escala de trabalh adtada, que permite uma exigências e demandas diversificadas direcinadas a órgã ambiental, que abrdagem mais detalhada d espaç gegráfic - detalhament d terminam pr limitar sua atuaçã. Dentre elas está descmpass entre a zneament anterir nas regiões estuarinas. Neste sentid, s estuds necessidade de um bm desempenh institucinal e as cndições técnicas e permitem a rientaçã mais específica de uss d ambiente estuarin e ds administrativas reduzidas. Sma-se a este fatr a burcracia e a setrizaçã seus entrns, cm fc n cntrle de atividades cm a carcinicultura. vertical d estad, que dificultam a açã hrizntal ds órgãs respnsáveis O IDEMA apresentu resultad ds estuds sbre s estuáris a pela aplicaçã da plítica ambiental, a qual deveria perpassar tdas as CONEMA, n iníci de 2005. Os estuds, que ainda sã passíveis de demais plíticas públicas que tenham implicações territriais e ambientais. revisã e mdificações, subsidiaram uma prpsta técnica de nrmas que Alia-se a essa questã burcrática, a carência ds meis materiais e (...) estabelecem princípis, diretrizes e prcediments à implantaçã d humans para aplicaçã ds instruments, além de questões de natureza Zneament Eclógic-Ecnômic ds Estuáris d Ri Grande d Nrte plític-institucinal. Outras dificuldades estã relacinadas à diversidade de (...) cm uma (...) iniciativa de relevante benefíci e urgente necessidade cmpetências atribuídas as órgãs ambientais (pesquisa, planejament, para rdenament d espaç, disciplina d us e cupaçã d sl e gerenciament, licenciament, fiscalizaçã, mnitrament, educaçã), explraçã sustentada ds recurss naturais e prteçã ambiental além d atendiment às demandas judiciais, legislativas e as prvenientes da (IDEMA, 2005, p. 2). sciedade civil. O cnjunt de limitações e a abrangência de atribuições A prpsta apresentada estabelece diretrizes, critéris, parâmetrs, dificultam a açã d órgã ambiental, tendend à fragmentaçã das ações sistemas, prcediments e instruments para implantaçã d ZEE ns em cada uma destas atribuições. Estuáris e em seus entrns cm prpósit de implementar prcess O mdel institucinal d GERCO, estruturad a partir de uma crdenaçã de gestã de prgramas e prjets destinads a desenvlviment nacinal para s dezessete estads csteirs, nã assegura que s sustentável das regiões estuarinas. Segund dcument, a grande resultads na aplicaçã d PNGC sejam semelhantes em cada uma das atratividade das regiões estuarinas, que se intensificu a partir de 1999, unidades federativas. Observa-se que Ri Grande d Nrte tem cm fc principal para a ins talaçã de atividades prdut ivas, cnquistad certa autnmia cm resultad da institucinalizaçã d especialmente para a prduçã de camarã marinh em cativeir, passu a GERCO, desenvlvend ações para a zna csteira cm recurss própris, gerar impacts sóci-ecnômics e ambientais significativs. Em vista que permite também alguma independência na aplicaçã de metdlgias dist, Gvern d Estad, que cntu inicialmente cm api financeir prpstas para prjets cm rientaçã nacinal. A diversidade e a d Ministéri da Integraçã Nacinal, reslveu executar s trabalhs cm cmplexidade da aplicaçã da plítica nacinal de gestã csteira ns recurss própris, uma vez que referid api nã fi suficiente para Estads também é bservada ns municípis que nã absrvem da mesma cumprir crngrama de ações d prjet. maneira as rientações da plítica estadual. Adtand uma frma de trabalh diversificada da utilizada na elabraçã Os interesses muitas vezes divergentes e cntraditóris dirigids a mesm d ZEE d Litral Oriental, s estuds técnics fram desenvlvids territóri, cncretizads através de ações de cmpetência de cada um ds através de cnvêni cm a Fundaçã de Pesquisa e Cultura da três níveis de gvern, exigem a utilizaçã de mecanisms que facilitem a Universidade Federal d RN (FUNPEC), cntand cm a participaçã da interlcuçã e pssibilitem um mínim de cnsens indispensável à Universidade Federal d Ri Grande d Nrte (UFRN), da Universidade articulaçã e à integraçã das diferentes esferas de gvern, para que se Ptiguar (UnP) e d Institut de Ciências d Mar da Universidade Federal assegurem s resultads pretendids na aplicaçã de plíticas (SILVA e d Ceará (UFC). Também participaram ds trabalhs a Secretaria de COSTA, 1995). Dantas (2005) cnsidera que a articulaçã de plíticas Estad da Agricultura, Pecuária e da Pesca (SAPE) e Serviç Brasileir cnfrme precnizad n PEGC, se cnstitui em uma meta d Estad, de Api às Micr e Pequenas Empresas (SEBRAE-RN). avaliand que ainda nã existe uma prática mais abrangente envlvend A IDEMA cabe prceder a avaliaçã das prpstas técnicas ajustand-as IDEMA e utrs setres de gvern n que diz respeit a planejament e n prcess de discussã iniciad primeiramente n âmbit d CONEMA. () gestã integrads. O zneament eclógic-ecnômic tem sid caminh Segund Oliveira (2005), Cnselh criu uma Câmara Técnica para adtad para a facilitaçã desse cmplex exercíci de pder entre as avaliar e prpr ajustes a zneament apresentad e abriu prcess de instâncias de gvern e destes cm a iniciativa privada e a sciedade lcal. audiências públicas cm bjetiv da prmçã ds ajustes necessáris à nrma técnica. Os trabalhs da Câmara Técnica fram crdenads pela Na questã d us d territóri, a relaçã entre Estad e s municípis SUGERCO n períd de març a junh d an em curs, cntand cm a ganha um grau de cmplexidade mair em funçã da desestruturaçã ds participaçã de representantes da Federaçã de Entidades Ambientalistas gverns lcais em assumir suas respnsabilidades cnstitucinais. A Ptiguar (FEAP), IBAMA, OAB-RN, SEBRAE-RN e da Assembléia mesm temp em que adta a pçã da definiçã de uma diretriz geral de us Legislativa. Ainda em març, cm api da Assembléia Legislativa, fram e cupaçã territrial, deixand espaç para que s municípis avancem nas cnvcads municípis, representações sciais, entidades de ensin suas especificidades sóci-ambientais e territriais, Estad se depara cm atuantes na zna csteira, cm destaque para s setres da Universidade a necessidade de avançar n detalhament de áreas específicas, cm é Estadual que exercem suas atividades ns municípis d Litral Nrte. cas d zneament d Litral Oriental, fc principal de interesse da Realizada a primeira audiência pública, passu a acntecer slicitações de atividade turística e área para a qual Estad tenta desenvlver instruments entidades interessadas em discutir temas específics, cm a Assciaçã que minimizem a degradaçã ambiental. Brasileira de Criadres de Camarã (ABCC) e prefeituras municipais, que N que se refere as recurss materiais e humans, repetem-se, na zna têm trazid para as discussões, realizadas ns municípis, nã smente s csteira, as estruturas tradicinais das administrações ds municípis d Ri representantes ds Pderes Executiv e Legislativ, mas s da sciedade Grande d Nrte cnsistind numa das dificuldades na implantaçã d civil lcal. Tant prcess de trabalh da Câmara Técnica, cuj relatóri PEGC. Ns territóris ds municípis csteirs sã mais intensamente final se encntra em prcess de encaminhament junt CONEMA, cm implantads s serviçs e bras de infra-estrutura de api as de discussã pública d zneament, têm cntad cm a participaçã da empreendiments ecnômics, dentre s quais turism. O direcinament Assessria Técnica, da Diretria Geral d IDEMA, da Crdenadria de ds investiments para a regiã nem sempre assegura as municípis Mei Ambiente e da Subcrdenadria de Licenciament e Cntrle melhrias sciais e ecnômicas, situaçã essa acentuada naqueles que nã Ambiental, envlvend também, ns mments necessáris, s membrs pssuem instruments nrmativs para us d territóri e ficam mais da cnsultria técnica externa respnsável pela elabraçã ds estuds. expsts às determinações d mercad, mantend-se dependentes das plíticas e nrmas públicas das esferas estadual e federal. (MARCELINO, Cnfrme dcument sbre zneament ds estuáris, dispnibilizad 1999). na página d IDEMA, na internet, fi adtad prcediment metdlógic para a definiçã ds níveis de vulnerabilidade e da capacidade de suprte Apesar da iniciativa d pder públic estadual n sentid de dtar as ds estuáris, identificand a da carga máxima que cada um deles administrações municipais de instruments de nrmatizaçã d us e cmprta. Ist apnta, segund Oliveira (2005), para uma nva frma de cupaçã d sl cm parte das ações d PRODETUR-RN e da gestã e de prcediments relativs a licenciament ambiental. O SUGERCO, essas nrmas nã têm sid usadas na sua plenitude na prática dcument relata ainda que, cm resultad ds estuds, d prcess de das frágeis administrações municipais. Assinala Oliveira (2005) que s debate instaurad e da pressã crescente pela cupaçã das regiões municípis que fram beneficiads cm Plans Diretres na primeira etapa estuarinas n Litral Nrte, Ministéri Públic determinu a IDEMA a d PRODETUR, avançaram apenas na transfrmaçã em lei das prpstas suspensã d licenciament ambiental para a atividade da carcinicultura técnicas. Ele exemplifica cm municípi de Parnamirim que, apesar de ser até que passe a vigrar a lei d zneament. um ds mais adiantads na implementaçã d plan, tem se limitad a utilizar apenas as prescrições urbanísticas, passand a larg cm relaçã à 9. A GESTÃO POTIGUAR: AVANÇOS E DESAFIOS instauraçã de instruments imprtantes e cmplementares para a plítica Além ds resultads expsts até aqui, as experiências acumuladas em urbana. vinte e três ans de estuds sbre a zna csteira, em nve ans de

RIO GRANDE DO NORTE - BRASIL Em vista dist, as unidades administrativas cntinuam desestruturadas Ambiental (SIGGA), cm parte da plítica prmvida pel Estad, vltada para fazer frente à tendência da cupaçã desrdenada, induzida pel a gerenciament de infrmações e que inclui, dentre utrs itens, a capital de caráter tradicinal, ficand ainda mais vulneráveis a sistematizaçã ds prcediments de licenciament e dads para interferências ecnômicas e plíticas. Vale também destacar que as mnitrament e gestã ambiental. plíticas de rdenament territrial, principalmente se mal definidas e A implantaçã de um mdel de gestã sistemátic que cnte cm uma aplicadas, pdem cntribuir para acentuar a questã da segregaçã sóci- cmpsiçã bem representativa da sciedade e de setres gvernamentais espacial e da degradaçã ambiental pel surgiment de nvs espaçs e n prcess de gestã, segund as técnicas entrevistadas, será fatr de da açã imediata d mercad, que prcura se aprpriar das melhres mdificaçã d quadr de centralidade da gestã csteira n IDEMA cm áreas. Desta frma, pdem ser estabelecidas limitações ecnômicas e parte principalmente d prcediment de licenciament ambiental. sciais a acess a us da terra e as equipaments cletivs instalads. Cmpreende-se que planejament para desenvlviment lcal u (MARCELINO, 1999). reginal exige a articulaçã intersetrial em nível de gvern e deste cm Essa fragilidade n nível municipal amplia as dificuldades d gvern setr prdutiv, cm mei de viabilizar a cmpatibilizaçã das ações de estadual, que é brigad a manter um sistema de api e rientaçã várias naturezas, através de um prcess de gestã que permita a referentes a questões de cmpetência ds gverns lcais. N cas d participaçã ds segments sciais e apnte para a execuçã d órgã ambiental, num esfrç para equacinar tais dificuldades, segund gerenciament d territóri. Tend em vista as cntradições que limitam a () cmenta Sucupira (2005), fi ampliada a estrutura física, administrativa e açã estatal, Diegues (2001) defende ser fundamental a inserçã das técnica d IDEMA ns últims dis ans. Prém, esta melhria n ppulações csteiras ns prcesss de planejament e gestã, cm frma funcinament d institut geru nvas demandas ds setres públics de se atingir a sustentabilidade d desenvlviment prpst pela plítica de municipais, estaduais e federais, de cnsultres de empresas e gestã csteira. pesquisadres que slicitam prduts técnics, especialmente sbre a Dantas (2005) assinala que a articulaçã de plíticas, cnfrme precnizad zna csteira d Estad. Aumentu também a necessidade de dar suprte n PEGC, se cnstitui em uma meta d Estad, avaliand que ainda nã às decisões gvernamentais na área de cntrle, planejament e gestã existe uma prática mais abrangente neste sentid envlvend IDEMA e ambiental. Na mesma linha de racicíni, Silva (2005) destaca que utrs setres de gvern n que diz respeit a planejament e gestã númer de prcesss tramitand n setr de cntrle ambiental ainda é integrads. Além ds setres estaduais (turism e recurss hídrics, que já muit mair d que a capacidade técnica instalada, que dificulta uma ampliaram exercíci d trabalh cnjunt), há também aqueles (ainda melhr fluidez n sistema de licenciament. pucs) agentes públics e privads que cnsultam a SUGERCO para bter As atividades que se instalam em determinadas áreas atendem rientaçã prévia a prjets e aquisiçã de áreas, cnhecer u pedir imediatamente às grandes empresas e as empreendedres, capazes de esclareciments sbre a Lei d ZEE, bem cm sbre utrs instruments de se aprpriar dessa parte da faixa litrânea. Entretant, bserva-se a rigem federal cm Decret 5.300 de dezembr de 2004, que irracinalidade ds investiments d capital privad e públic na própria regulamentu a Lei 7661, em utilizaçã pel IDEMA. Ela ressalta que a esclha de lcais para as intervenções cnstrutivas, às vezes inadequads prcura a órgã ambiental pels setres gvernamentais e pela iniciativa face às limitações ambientais que põem também em risc investiment privada é, em geral, mtivada principalmente pela exigência d ecnômic. Na inexistência de um quadr de plíticas públicas e setriais licenciament ambiental. bem definidas pels diferentes níveis de gvern, permeadas cm as N planejament e na gestã reginal u lcal, as questões ambientais recmendações da plítica ambiental, papel d Estad fica devem ser cnsideradas de frma intrínseca, levand a que instruments cmprmetid, já que ele é, a mesm temp, prdutr de espaçs, cm s definids pel PEGC se trnem efetivamente em elements reguladr, nrmatizadr e gestr d us d territóri e ds recurss catalisadres e rdenadres das plíticas e prgramas direcinads para a ambientais. O planejament e execuçã de ações setrizadas, tant pelas zna csteira. Desta frma, a açã pública na área ambiental pde significar três esferas de gvern quant em cada um desses níveis, a frma a pssibilidade de articulaçã setrial favrecend a retmada d irracinal ds investiments de capital de rigem pública e/u privada, a planejament que cnsidere a vulnerabilidade ds diferentes lugares. Cm nã cnsideraçã da sustentabilidade ds recurss naturais e ambientais, bem destaca Mraes (1994), as plíticas ambientais cm uma mdalidade dificultam planejament e a gestã csteira nã smente cm relaçã a de plítica territrial, representam mais um fatr de mdelagem d territóri, e rdenament d territóri, mas inclusive n esfrç pela integraçã e estã presentes n que se refere à prduçã d espaç. O zneament, timizaçã ds resultads das plíticas setriais destinadas à regiã prtant, é recnhecid pela plítica ambiental e de gestã csteira d Ri (MARCELINO, 1999). Em face de tdas estas questões, a exigência legal Grande d Nrte cm um plan de desenvlviment reginal, e nã cm d licenciament ambiental para bras públicas e privadas nã tem sid uma açã exclusiva d órgã ambiental. Os depiments identificam, suficiente para que se exerça cntrle efetiv ds impacts negativs e da entretant, que ainda se faz necessári um trabalh junt as órgãs degradaçã da paisagem e d ambiente, pela puca agilidade ds órgãs setriais d gvern estadual n sentid de trnar zneament cada vez fiscalizadres e pela visã limitada d empreendedr que insiste em mais utilizad cm instrument de planejament e gestã independente ds cnstruir em áreas nã adequadas, que, além de causar impacts sciais prcesss de licenciament ambiental (SILVA, 2005). e ambientais, põem em risc investiment e a reprduçã d capital Cnfrme demnstrad, a aplicaçã da plítica de gestã csteira n Ri empregad. Grande d Nrte é permeada de muitas dificuldades em vista d prcess Para timizar prcess de gestã ambiental e territrial e crrigir cmplex que a cmpõe. Observa-se entretant, que a plítica ambiental deficiências na implementaçã d PEGC, Dantas e Miranda (2005) adta zneament e dá seqüência a esta açã n detalhament das áreas identificam, além da utilizaçã d zneament, a necessidade de se dar csteiras zneadas, intrduzind a utilizaçã da metdlgia de capacidade cntinuidade a desenvlviment de ações de cperaçã técnica entre de carga ds ambientes estuarins cm intuit de timizar planejament, órgã ambiental e s municípis csteirs, tant s que elabraram s a gestã e mnitrament ds estuáris e das áreas de entrn. A prática Plans Diretres quant s que ainda nã fizeram. Entendem que assim ctidiana d IDEMA cm crdenadr d PEGC, tant n que diz respeit s instruments da plítica ambiental e s d PEGC pderã ser melhr às atribuições da SUGERCO quant as d setr de licenciament e cntrle utilizads ns prcesss de gestã lcais. Silva (2005) recnhece a ambiental, demnstra a utilizaçã d zneament eclógic-ecnômic necessidade de se retmar a rientaçã e a assessria as municípis cm um instrument de planejament e facilitadr d prcess de gestã, sbre as frmas de gestã lcal, defendend que s plans municipais cntribuind inclusive para a identificaçã ds ajustes técnics, plítics e facilitarã a integraçã das ações entre órgã ambiental estadual e s administrativs necessáris a gerenciament integrad da zna csteira. municípis. A implantaçã de um mdel de gestã sistemátic que cnte cm uma cmpsiçã bem representativa da sciedade e de setres 10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: gvern amenta is n pr cess de gest ã, seg und as técnic as BURSZTYN, Marcel. Estad e Mei Ambiente n Brasil: desafis entrevistadas, será fatr de mdificaçã d atual quadr de centralidade ins tit uci na is. In: BUR SZT YN, Mar cel (Or g). Para pensar da gestã csteira n IDEMA, que tem se limitad principalmente a desenvlviment sustentável. - Sã Paul: Editra Brasiliense, 1993. prcediment de licenciament ambiental. Dantas e Cunha (2005) MARCELINO, Ana Maria Teixeira. O turism e a mdificaçã d espaç e da destacam que, n prcess de implantaçã d ZEE ds Estuáris, será paisagem litrânea ptiguar. Natal, 1999. (Dissertaçã de Mestrad. UFRN. dada atençã especial à definiçã ds plans de gestã ds municípis Prgrama de Pós-Graduaçã em Ciências Sciais). envlvids. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, DOS RECURSOS HÍDRICOS E DA Tratand das dificuldades n acmpanhament das licenças emitidas e n AMAZÔN IA LEGAL. Avaliaçã das nrmas legais aplicáveis a mnitrament ambiental, Sucupira (2005) clca que um ds mtivs para gerenciament csteir aspects ambientais: subsídis à tmada de que estas ações nã sejam executadas satisfatriamente reside n fat d decisã. Brasília: MMA: SIP; PNMA, 1998. Institut ainda nã dispr de um sistema de infrmações gegráficas. MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO. Prjet assciad a um banc de dads sbre a zna csteira e sbre utras Orla: Fundaments para a gestã integrada. Brasília: MMA/SQA; Brasília: regiões d Estad. Para reslver essa deficiência na gestã ambiental, está MP/SPU, 2002. send implementad Sistema de Infrmações e Gerenciament Ge- GESTÃO 16

RIO GRANDE DO NORTE - BRASIL GESTÃO GESTÃO MORAES, Antôni Carls Rbert de. Territóri e História n Brasil. Sã Federal d Ri Grande d Nrte, crdenu s estuds sbre a Paul: Hucitec, 2002. zna csteira d Estad de 1982 a 1988, s quais tiveram papel. Mei ambiente e ciências humanas. Sã Paul: Hucitec, imprtante nas definições da atual Plítica Nacinal de 1994. Gerenciament Csteir.. Cntribuiçã para a gestã da zna csteira d Brasil: elements para uma gegrafia d litral brasileir. Sã Paul: Hucitec; 5 Jsenita de Araúj da Csta Dantas, Arquiteta e Urbanista, Edusp, 1999. especialista em Plíticas Públicas, Assessra Técnica d IDEMA. COMISSÃO INTERMINISTERIAL PARA RECURSOS DO MAR. Plan 6 O Decret excluiu Natal ds dezessete municípis d Litral Nacinal de Gerenciament Csteir II. Brasília: SECIRM, 1997. Oriental, pis este municípi já pssuía, à épca, Plan Diretr e OLIVEIRA, Isabel Cristina Eiras de. Estatut da Cidade; para prescrições próprias para a cupaçã da referida faixa. cmpreender... Ri de Janeir: IBAM/DUMA, 2001. 7 Depiment da autra que, à épca, assumia a funçã de RIO GRANDE DO NORTE. Institut de Desenvlviment Ecnômic e Crdenadra d GERCO n Estad e de Subcrdenadra de Mei Ambiente. Prpsta de Prjet de Lei d zneament eclógic- Gerenciament Csteir d IDEMA. ecnômic d litral riental d Ri Grande d Nrte. Relatóri Técnic. 8 A inclusã n PEGC das dunas csteiras nã vegetadas cm Natal: 1998. área de preservaçã representa uma exceçã n direit. Institut de Desenvlviment Ecnômic e Mei Ambiente. Prjet de Zneament Eclógic-Ecnômic ds Estuáris d Ri Grande brasileir que nã trata claramente d seu us e cupaçã. d Nrte (ZEE / Rn). Natal: IDEMA, 2005. Dispnível em Apenas as dunas vegetadas sã prtegidas pel Códig <http://www.rn.gv.br/secretarias/idema/dwnlads.asp> Acess em Flrestal. (MMA, 1998). 19.08.2005. 9 A inclusã ds sítis arquelógics n zneament resultu. Lei nº 6.950, de 20 de agst de 1996. Dispõe sbre Plan de prjet de pesquisa desenvlvid pela UFRN / Labratóri Estadual de Gerenciament Csteir, e dá utras prvidências. Natal: de Arquelgia d Departament de História, intitulad O 1996. hmem das Dunas, cm a participaçã d IDEMA através da. Lei Cmplementar nº 148, de 26 de dezembr de 1996. Dispõe sbre a plítica estadual de cntrle e preservaçã d mei SUGERCO. O prjet teve cm bjetiv resgatar prcess ambiente. Natal: 1996. históric de cupaçã da zna csteira, permitind a. Decret nº 14.338 de 25 de fevereir de 1999. Aprva identificaçã de sítis histórics imprtantes lcalizads Regulament d Institut de Desenvlviment Ecnômic e Mei Ambiente principalmente na Zna Especial Csteira, que crrem risc d Ri Grande d Nrte IDEMA. Natal: 1999. de desaparecerem antes de serem devidamente estudads. A. Lei 7.872, de 20 de julh de 2000. Dispõe sbre nrma clca que s sítis identificads e cadastrads pdem Zneament Eclógic-Ecnômic d Litral Oriental d Ri Grande d ser alv de prjets específics que permitam salvament Nrte e dá utras prvidências. Natal: 2000. arquelógic.. Secretaria Estadual de Turism. Plan de Desenvlviment Integrad de Turism Sustentável para Pól Csta das Dunas (PDITS). 10 Jsenita Araúj da Csta Dantas, Arquiteta e Urbanista, Assessra Natal: SETUR/PRODETUR-RN, 2002. 1 CD-Rm. Prduzid pel Técnica d IDEMA. PRODETUR-RN. 11 O Prjet Orla intrduz uma açã sistemática de. Plan estratégic de desenvlviment turístic d Estad d planejament da açã lcal visand repassar atribuições da Ri Grande d Nrte: diagnóstic preliminar. Natal: SETUR, 1997. gestã deste espaç, atualmente alcadas n gvern federal, SILVA, Pedr Luiz de Barrs e COSTA, Vera Lúcia Cabral. para a esfera d municípi, incrprand nrmas ambientais na Descentralizaçã e crise da federaçã. In: AFONSO, Rui de Brit Álvares e plítica de regulamentaçã ds uss ds terrens e acrescids SILVA, Luiz Barrs (Org.)..A Federaçã em Perspectiva: ensais de marinha, buscand aumentar a dinâmica e mbilizaçã selecinads. Sã Paul: FUNDAP, 1995. scial neste prcess. Cnsiste em (...) uma estratégia de 11. ENTREVISTAS CONCEDIDAS COM O OBJETIVO DE descentralizaçã de plíticas públicas, enfcand um espaç LEVANTAMENTO DE DADOS PARA PROJETO DE TESE: de alta peculiaridade natural e jurídica: a Orla Marítima (MMA, CUNHA, Eugêni Marcs Sares. Depiment [ag. 2005]. Entrevistadra: 2002, p. 7). O Decret Federal nº 5.300/2004 integru Prjet Ana Maria Teixeira Marcelin. 2 fitas cassete (120min). Orla a PNGC, instituíd pela Lei nº 7.661/1988). DANTAS, Jsenita Araúj da Csta. Depiment [ag. 2005]. 12 Ivansca Rcha de Miranda, Biólga, Crdenadra de Mei Entrevistadra: Ana Maria Teixeira Marcelin. 2 fitas cassete (120min). MIRANDA, Ivansca Rcha. Depiment e SILVA, Mary Srage Praxedes Ambiente d IDEMA. da. [ag. 2005]. Entrevistadra: Ana Maria Teixeira Marcelin. 1 fita cassete 13 Mary Srage Praxedes da Silva, Mestre em Bilgia Marinha, (60 min). titular da Subcrdenadria de Licenciament e Cntrle OLIVEIRA, Rsa Maria Pinheir de. Depiment [ag. 2005]. Ambiental d IDEMA. Entrevistadra: Ana Maria Teixeira Marcelin. 1 fita cassete (60 min). 14 Rsa Maria Pinheir de Oliveira, Arquiteta e Urbanista, SUCUPIRA, Jsé Carls. Depiment [ag. 2005]. Entrevistadra: Ana Subcrdenadra de Gerenciament Csteir d IDEMA. Maria Teixeira Marcelin. 1 fita cassete (60 min). 15 Jsé Carls Sucupira, Engenheir Cartógraf, técnic da equipe da SUGERCO. 2 Dissertaçã de mestrad intitulada O turism e a mdificaçã d espaç e da paisagem litrânea ptiguar. Natal, 1999. (Dissertaçã de Mestrad. UFRN. Prgrama de Maires Infrmações: Pós-Graduaçã em Ciências Sciais) ANA MARIA TEIXEIRA MARCELINO Dutranda d Curs de Pós-Graduaçã em Gegrafia 3 Os instruments da Plítica Nacinal de Gerenciament Csteir, definids n PNGC II sã: Plan Estadual (PEGC) e Plan Municipal Humana da Faculdade de Filsfia, Letras e Ciências (PMGC); Sistema de Infrmações (SIGERCO); Sistema de Humanas da Universidade de Sã Paul. E-mail: Mnitrament Ambiental (SMA-ZC); Relatóri da Qualidade anamtm@usp.br. Ambiental da Zna Csteira (RQA-ZC); Zneament Eclógic- Ecnômic Csteir (ZEEC) e; Plan de Gestã da Zna csteira (PGZC). 4 Eugêni Marcs Sares Cunha, Dutr em Gelgia Marinha, atual Diretr Geral d IDEMA, infrmu em entrevista à autra que, n períd 1978-1980, ele desenvlveu estuds de pesquisa de mestrad sbre Estuári d Ri Ptengi em Natal vltads à gestã ambiental. Este estud cnstituiu um ds pnts de partida para s trabalhs que seriam encaminhads pela Cmissã Interministerial para Recurss d Mar na implementaçã d Prgrama de Gerenciament Csteir. Cm dcente e pesquisadr da Universidade 17