UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO "A VEZ DO MESTRE"

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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO "A VEZ DO MESTRE" EDUCAÇÃO X LIMITE POR: MYRIAM BASTOS BARCELLOS DE SOUZA ORIENTADOR: PROF. MARCO ANTONIO CHAVES Rio de Janeiro, RJ, abril/2001

2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO "A VEZ DO MESTRE" EDUCAÇÃO X LIMITE POR: MYRIAM BASTOS BARCELLOS DE SOUZA Trabalho Monográfico apresentado como requisito parcial para obtenção do Grau de Especialista em Psicopedagogia. Rio de Janeiro, RJ, abril/2001

3 Agradeço a todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a execução desta pesquisa.

4 Dedico este trabalho à pessoa adolescente objeto desta pesquisa.

5 "... a educação se comporta como se se devesse equipar pessoas que partem para uma expedição polar com trajes de verão e mapas dos lagos italianos." Sigmund Freud

6 SUMÁRIO Pg 1 - INTRODUÇÃO Conceituação de alguns termos apresentados, segundo o Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa DESENVOLVIMENTO Definindo o conceito infância Definindo o conceito família Definindo o conceito adolescência Síndrome normal da adolescência Desenvolvimento físico Desenvolvimento psíquico Adolescência e o ideal adulto Romantismo das funções parentais Adolescência e marginalidade CONCLUSÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA ANEXOS

7 6 1. INTRODUÇÂO O que leva pais e educadores na sociedade atual a conceder direitos amplos de escolha aos adolescentes, ao invés de deveres e limites necessários a um bom desenvolvimento emocional e intelectual, é o tema desta pesquisa. Percebe-se nas sociedades modernas um número cada vez maior de adolescentes com dificuldades em dar sentido às suas atividades sociais e/ou educacionais. A crescente liberdade dada por pais e educadores, seja através do consentimento destes, ou obtida devido à omissão de atitudes dos adultos responsáveis, exige da parte dos adolescentes uma maturidade muitas vezes inexistente. Investigar o porquê da dificuldade dos responsáveis por estes adolescentes em lidar com limites educacionais torna-se uma questão interessante a ser pesquisada,assim como se a citada imaturidade teria origem em fatores biológicos, ambientais e/ou psicológicos.

8 7 A falta de limites educacionais nos adolescentes é observada independentemente da origem, do sexo, do grau de escolaridade, da situação sócioeconômica, da região geográfica ou do país de origem. Nesta reflexão sobre limites aplicados na educação, procurou-se estabelecer relações entre as propostas teóricas baseadas na interpretação psicanalítica, na conduta comportamental, investigação social e biológica e no senso comum. Os educadores e pesquisadores que aqui foram citados dedicam-se, de forma aprofundada, a investigação dos comportamentos praticados na adolescência, buscando constantemente novos enfoques e parâmetros, visando a orientação e esclarecimento do tema pela sua abrangência e importância no desenvolvimento social e cultural das sociedades através dos tempos.

9 8 1.1 CONCEITUAÇÂO DE ALGUNS TERMOS APRESENTADOS SEGUNDO O DICIONÁRIO BRASILEIRO DA LINGUA PORTUGUESA: Adolescência :o período da vida humana que sucede à infância, começa com a puberdade e se caracteriza por uma série de mudanças corporais e psicológicas(aproximadamente dos 12 aos 20 anos). Complexo de Édipo: inclinação erótica de uma criança pelo progenitor do sexo oposto, recalcada em virtude do conflito ambivalente com o progenitor do próprio sexo, ao mesmo tempo amado, odiado e temido. Demanda: ato de demandar ; ir em busca de, procurar. Educação: processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral da criança e do ser humano em geral, visando a sua melhor integração individual e social. Ideal: que existe somente na idéia, imaginário, fantástico. Inato: que nasce com o indivíduo, congênito, que pertence à natureza de um ser.

10 9 Infância : período de crescimento no ser humano que vai do nascimento até a puberdade. Latente: que permanece escondido, que não se manifesta, oculto. Limite : ponto que não se deve ou não se pode ultrapassar. Marginalizado: posto à margem de uma sociedade, de um grupo. Maturação: processo de transformação e desenvolvimento de um órgão ou organismo para o exercício pleno de suas funções, e que se prende essencialmente à idade. Maturidade: estado em que há maturação; época desse desenvolvimento; idade madura; perfeição, excelência, primor; circunspecção, siso, prudência. Narcisismo: amor excessivo a si mesmo. Puberdade :conjunto das transformações psicofisiológicas, ligadas à maturação sexual, que traduzem a passagem progressiva da infância à adolescência.

11 10 2. DESENVOLVIMENTO Ao se pensar, num primeiro momento, nos limites necessários a uma educação satisfatória dentro da família contemporânea, cabe perguntar quando seria o tempo ideal para a prática desses limites. Reportando-se à primeira infância, torna-se necessário explicar sobre o surgimento desse conceito, e de outros citados, para a cultura vigente..

12 DEFININDO O CONCEITO INFÂNCIA Através dos séculos, o cuidado com a espécie fez com que os seres humanos, seres nascidos prematuramente e necessitando de um longo período de adaptação ao novo ambiente, e por isso extremamente dependentes, tivessem que contar com o amor e os cuidados dos pais ou responsáveis, de forma assídua e permanente, para assegurar a sobrevivência da própria espécie. Sem os cuidados e esforços fundamentais para um bom desenvolvimento, a espécie humana estaria presumivelmente ameaçada. Surge então, como uma forma natural de cuidado na infância, a proteção e o amparo, tanto fisiológica como emocionalmente, utilizando-se o amor como base dessa relação. Foi preciso adaptar o amor e o cuidado a diversas regras sociais, e a infância, como é vista hoje, tão merecedora de atenção e afetos constantes, tornou-se obrigatoriamente um tempo feliz e protegido na vida do ser humano. Não existe nessa fase da vida questionamentos de valor quanto ao afeto que lhe é dirigido por todos.

13 12 Diante de questões inevitáveis ao ser humano, tais como: morte, individualismo, tristeza, fatalidade, destino, cada criança ao nascer é investida do sentimento de continuidade, ou até de imortalidade, ocupando um lugar na subjetividade dos pais, podendo-se dizer que ela vem a ser um "consolo" para os mesmos. estabelecida. Cada criança ocupa um lugar determinado numa rede social Na sociedade que preza a cultura individualista, espera-se que este novo ser venha criar o seu lugar e lutar pelo seu destino, indo de encontro às idéias tradicionais e, porque não dizer, limitantes de suas potencialidades. Começa-se a delinear a complexidade do que é ensinar, transmitir e formar em nossa cultura. São atividades que trazem inseridas em sua base a idéia do conceito de individualidade. Segundo Buarque de Hollanda(2)," individualidade é o que constitui o sujeito, com seu caráter especial, particularidades ou originalidades que distingue uma pessoa ou coisa." Este sujeito ou ser não está só, ele pertence a um grupo, a uma comunidade chamada família.

14 DEFININDO O CONCEITO FAMÍLIA É preciso incluir o conceito de família como é visto hoje em dia. A família moderna se restringiu ao essencial, pais e filhos, mas nem por isso tem pouca força, pois é investida por sentimentos de amor muitas vezes contraditórios e conflitantes entre si. A família, cuja existência é fundamentada no amor, traz entre seus múltiplos anseios aquele que, inconscientemente, pede às suas crianças que realizem os sonhos frustrados dos pais. Outro traço característico e fundamental da modernidade é a insatisfação do sujeito, devido a seus anseios imperiosos de querer sempre mais: ele deve querer sempre mais do que os outros( ambição e inveja ). Baseado no entendimento de que a criança seria um consolo para os pais e que poderia realizar seus anseios, seus ideais de beleza e aplacar sua insatisfação, pode-se dizer que a infância preencheria uma função cultural essencial de tornar a modernidade (realidade) suportável. Graças à infância, os adultos entendem o sentido e a expectativa de suas vidas para além do limite estreito de sua sobrevivência individual.

15 14 E então chega-se ao questionamento de como seria preparar essa criança para o futuro, sem comprometer a imagem de sua felicidade.

16 DEFININDO O CONCEITO ADOLESCÊNCIA O crescimento físico e inevitável das crianças, tornando-as mais parecidas com os adultos pelo tamanho e maturação dos seus corpos, mas ainda não amadurecidas mental e psicologicamente, induz a pensar numa fase intermediária do crescimento. Através da transformação substancial do corpo do jovem, a fase chamada de puberdade, dá-se início a um período de turbulências, calcado numa manifestação hormonal, num processo natural de desenvolvimento chamado de adolescência. Segundo Knobel(6), "adolescência é processo e desenvolvimento". Charlotte Buhler(3) disse que o adolescente "quer duvidar, quer procurar, não decidir-se...", "e quando entra nesta idade difícil, pergunta-se quem é, o que é, para depois tentar uma resposta mais ou menos adequada a essa pergunta, interrogar-se a respeito do que fazer com ele, como o que ele supõe que é".

17 SINDROME NORMAL DA ADOLESCÊNCIA Segundo Aberastury(1), pode-se sintetizar as características da adolescência descrevendo alguns sintomas que se apresentam nesta fase: a) Busca de si mesmo e de identidade A partir da elaboração do psiquismo desde o nascimento, surgem ansiedades básicas que, num processo psicológico contínuo, levarão o indivíduo até a maturidade. O adolescente poderá adotar diversas identidades que são chamadas de transitórias, que surgem conforme as circunstâncias, como, por exemplo: no dia da primeira festa, a mudança de escola, uma nova turma de amigos, o desejo de conquistar. b) Tendência grupal O adolescente busca segurança e estima pessoal através de um grupo de interesses, assimilando as regras do grupo em relação à moda, costume, música e diversas preferências.

18 17 c) Necessidade de intelectualizar e fantasiar Ocorre da necessidade que o adolescente tem em se defender das perdas internas, do papel infantil e do papel idealizado dos pais. Surgem neste momento a preocupação por princípios éticos, filosóficos e sociais, o que o leva a formular teorias de que pode mudar o mundo e a si mesmo. d) Crises religiosas O adolescente apresenta uma variedade de posições religiosas, saindo de períodos místicos para períodos de um ateísmo absoluto. As freqüentes crises religiosas aparecem como tentativas de solução da angústia que sente em busca de sua própria identificação. e) Deslocalização temporal É durante a adolescência que a noção de tempo vai adquirindo características desconcertantes para os adultos: a máxima urgência e a postergação dos objetivos dos adolescentes não seguem a lógica comum. f) Evolução sexual É normal que na adolescência apareçam predomínio de aspectos femininos no rapaz e masculinos na moça. O conceito de bissexualidade precisa estar presente, para que se possa aceitar que a tomada de posição heterossexual na idade adulta exige um processo de flutuação em ambos os papéis.

19 18 g) Atitude social reivindicatória Nem todo processo da adolescência depende do próprio adolescente como uma unidade isolada: a família é a primeira expressão da sociedade que influencia e determina grande parte da conduta dos adolescentes. h) Separação progressiva dos pais Para dar início a formação de sua identidade própria, o adolescente vai se separando dos pais, o que vem a ser favorecido pelas mudanças biológicas impostas no seu desenvolvimento cronológico. i) Flutuação do humor e do estado de ânimo As mudanças de humor são típicas da adolescência. É preciso entendê-las do ponto de vista como o adolescente vivencia o luto e as perdas dos objetos característicos de sua infância. Um sentimento básico de ansiedade e depressão acompanham permanentemente o adolescente.

20 DESENVOLVIMENTO FÌSICO No entender de Aberastury(1), " O período da infância e o da adolescência não devem ser vistos exclusivamente como uma preparação para a maturidade, é preciso que se perceba o momento do desenvolvimento em que se encontra cada indivíduo evolutivamente no seu processo biopsicodinâmico." Este processo determina uma modificação essencial na busca da identidade adulta, e se caracteriza por instabilidade na identidade do adolescente. Para Schteingart(7), o corpo e o esquema corporal são duas variáveis intimamente relacionadas,que apontam para o processo de definição da identidade e do conceito de si mesmo. O desenvolvimento físico ocorrido na puberdade se caracteriza por fases fundamentais, como: - a ativação dos hormônios da hipófise, que produz o estímulo fisiológico para a modificação sexual. - continuação do hormônio do crescimento, com a produção de óvulos e espermatozóides maduros.

21 20 - desenvolvimento das características sexuais primárias ( aumento do pênis, dos testículos, útero e vagina ). -desenvolvimento das características sexuais secundárias(amadurecimento dos seios, crescimento dos pelos pubianos, mudança de voz ). proporção do corpo.. - modificações fisiológicas em geral e mudanças de tamanho, peso e

22 DESENVOLVIMENTO PSÍQUICO O esquema corporal é a representação mental que o sujeito tem de seu próprio corpo, como conseqüência de suas experiências em constante evolução. A noção de indivíduo vai se estabelecendo desde os primeiros movimentos da dissociação, projeção e introjeção do ego ( eu interior ), permitindo o conhecimento de si mesmo (self ) e do mundo exterior, isto é, do mundo interno e do mundo externo.( Knobel,6). Nesse momento são de fundamental importância os processos de luto com relação ao corpo infantil perdido. É quando começa a modificação já citada do esquema corporal, levando a um novo conhecimento físico de si mesmo, em busca da verdadeira identidade. Segundo Sherif e Sherif(8), o sentimento de identidade se forma através das experiências surgidas do autoconhecimento. A partir das variadas concepções que pessoas, grupos e instituições têm do próprio indivíduo, este vai assimilando valores do ambiente social vivido e formando o próprio sentimento de identidade. A Psicanálise acredita que, somado a esse conceito do auto conhecimento, é necessário integrar todo o passado, o experimentado e o

23 22 internalizado ( e também o rejeitado ) com as exigências do meio e as exigências instintivas, inatas. O adolescente precisa dar continuidade a tudo isso dentro da personalidade em busca de um novo sentimento de continuidade e semelhança consigo mesmo. Para Erickson(4), a adolescência é caracterizada como " um período estabelecido entre a passagem da infância à plena atuação genital procriativa, chamado de " moratória psicossexual ", onde tudo poderia ser experimentado sem ser necessário identificar-se com papéis específicos, para poder no futuro definir-se a própria personalidade."

24 ADOLESCÊNCIA E O IDEAL ADULTO Poder-se-ia dizer que o adulto procura espelhar-se na adolescência, no que diz respeito a suposta e urgente felicidade a ser vivida. Os adultos não se imaginam crianças, mas a adolescência (fase intermediária que assim se denominou) é atrativa e possível. Os adultos podem querer ser adolescentes, porque percebem que estes são hipoteticamente felizes, sem as obrigações e as responsabilidades da vida adulta. Um certo sentimento de inveja surgiria ao perceber que o adolescente poderia moldar a vida a seu favor. Os adolescentes oferecem uma imagem viável, uma postura possível e imitável tornando-se então um ideal para os adultos. Antigamente acontecia o contrário: a imagem adulta é que era idealizada pelos adolescentes, através do engajamento político e social e a mudança dos costumes. A maturidade era exigida para os adolescentes como uma forma de se distanciar da infância, para que se pudesse adquirir reconhecimento social e independência.

25 24 Com a mudança dos valores sociais, onde o lazer e o aproveitamento da vida estão inseridos como ideal de uma época, inverteramse os papéis e a adolescência passou a ser um ideal para os adultos, que encontram na visão do comportamento adolescente uma possibilidade de prazer menos utópico e imediato, um tempo de férias permanente. Pode-se observar esse comportamento no modo de se vestir, de falar e de agir de muitos adultos, que buscam satisfação na mesma estética dos adolescentes, quando afastam a tradição e idealizam liberdade, independência, insubordinação. Segundo Bier(11), "...tudo no mundo hoje é feito para adolescentes, e com um detalhe: a adolescência vai até os 30 anos. E quem já passou dos 30 quer continuar adolescente." Com isso, o adolescente percebe que tornando-se o ideal dos adultos, ele se torna um ideal para si mesmo, ele ocupa o centro das atenções da cultura vigente. O período de transição vivido pela maioria dos adolescentes, como qualquer transição que se conhece, é marcado pela rebeldia: neste caso pela revolta aos padrões culturais estabelecidos pela geração anterior. É preciso que o adolescente se liberte do que lhe é imposto: ele precisa se "marginalizar" para ser aceito pelos seus pares, ou seja, se rebelar contra o que é tradicionalmente aceito.

26 ROMANTISMO DAS FUNÇÔES PARENTAIS Alguns pais acham que o amor deve ser investido de sacrifícios e superproteção, no intuito de propiciar tudo o que os filhos desejam. Acreditam, assim, que estes terão vida tranqüila no futuro, serão felizes e livres de frustrações. Vivem buscando agradar e estabelecendo vínculos de dependência, esforçando-se ao máximo em proteger os filhos de problemas e decepções; à medida que os filhos crescem, eles vão ficando exigentes e testam constantemente as determinações dos pais. A fantasia de se casar, ter filhos, cuidá-los com todos os artifícios que a sociedade de consumo oferece, ainda é o objetivo de muitos homens e mulheres. Quando a maternidade/paternidade se concretiza, o casal encontrase diante de situações de impasse submetendo-se a uma carga maior de compromissos, ou seja: mais deveres e menos direitos. Deixar a criança aos cuidados de outrem, para que os pais possam fazer uso de sua vida pessoal e profissional, gera conflito e sentimento de culpa, fazendo com que os momentos vividos em comum tenham uma permissividade e tolerância maiores.

27 26 Esta situação é percebida pela criança, que manipula consciente ou inconscientemente os pais, demonstrando freqüentemente comportamento irritado e autoritário. Diante de tal situação, os pais, inseguros do seu papel, abrem mão de sua autoridade. O vínculo exagerado que se forma, ao invés de cumprir o papel desejado para esses pais, gera nos filhos insegurança e dependência, influenciando na construção da própria identidade ao chegar a adolescência. Algumas questões podem ser aqui colocadas, numa tentativa de esclarecer melhor o porquê da dificuldade que o adulto apresenta, em mostrar a essa criança/adolescente a ordem natural que cada papel representa numa sociedade hierárquica: a) Não se pode orientar agradando sempre: pais que desejam ser amigos esquecem-se de que, no papel de educador, estão implícitos os limites que, além de em determinados momentos impedir a ação, norteiam a mesma ação. b) Alguns pais, devido a situações traumáticas em sua história pessoal, tentam preencher o vazio interior sentido com excessos no atendimento à criança ou adolescente, no intuito de suprir o que lhes faltou no passado. c) A necessidade de superar crenças passadas, no que diz respeito a tabus e preconceitos, fez com que os pais rompessem certos paradigmas, como virgindade, independência, obediência, deixando que o próprio filho decidisse o melhor caminho a seguir.

28 27 d) Colocar limites poderia deixar marcas emocionais; o afeto em excesso surgiu no lugar da censura, da orientação, e dar amor asseguraria felicidade. Ao invés de gerar autoconfiança, a falta de limites gerou filhos inseguros, indecisos, intolerantes e agressivos. De acordo com Waiselfisz(9), a figura do pai amigo é criticada por alguns jovens como um sinal de modernidade que coloca as figuras das autoridades parentais em segundo plano. Como disse um dos jovens entrevistados para uma pesquisa(10): "Acho que antes de ser amigos, têm de ser pais". Pais e mães são acusados pelos filhos de não saberem colocar-lhes limites e de não reprimi-los quando necessário. Os jovens se ressentem da necessidade de imposição de limites.

29 ADOLESCÊNCIA E MARGINALIDADE Os jovens não desistirão de tentar chamar a atenção e o reconhecimento dos adultos; se não puder ser dentro de um pacto social estabelecido, tentarão fazê-lo fora dele, num pacto alternativo com qualquer grupo que o aceite. Para o adolescente, a família não é considerada sua verdadeira comunidade: esta é composta pelo grupo onde ele mais se identifica. O adolescente sente-se recusado pelos adultos em função de não compartilhar da "maturidade" esperada por estes. Afastando-se então,cria microssociedades que vão desde o grupo de amigos até o grupo de estilo, até a gangue. A constituição do grupo adolescente é, do ponto de vista dos adultos, uma transgressão, porque multiplica substancialmente a tentação de infringir regras. A transgressão tentará vivenciar o que os adolescentes acreditam ser o desejo recalcado dos adultos; o grupo por eles constituídos deverá transgredir o pacto social para poder merecer a atenção dos adultos.

30 29 Quando o adolescente age dessa forma, o adulto que não quer ou não pode reconhecer seus próprios desejos, reprime, e novamente o adolescente buscará impor pela força o seu reconhecimento. Freud(5) sustentou que o amor parental leva embutido uma cota de narcisismo. O adulto, quando se endereça a uma criança, demanda-lhe inconscientemente repor aquilo que experimenta estar lhe faltando. O desprezo que o adolescente mostra frente ao adulto é, em parte, uma defesa para superar a depressão advinda de suas perdas infantis, mas é também um juízo de valor que deve ser respeitado.

31 30 3.CONCLUSÃO A preparação para a vida adulta não é feita sem conflitos. Os conceitos de idade difícil, crise potencial, etapa conturbada, período de turbulência, estado de revolta, podem eclodir, ou não, em conflitos com a ordem social, seja familiar ou coletiva. A noção de adolescência como categoria social é culturalmente variável, de acordo com os conteúdos e significados próprios, que se modificam de sociedade para sociedade e, na mesma sociedade, por meio de suas divisões internas. Somente quando o mundo adulto compreender adequadamente o adolescente,e facilitar sua tarefa evolutiva, este poderá desempenhar-se de modo correto e apreciar sua identidade, para elaborar uma personalidade mais sadia e feliz. Muitos pais angustiam-se e atemorizam-se diante do crescimento de seus filhos, revivendo suas próprias situações edípicas conflitivas; eles não são alheios às ansiedades que despertam a sexualidade

32 31 dos filhos, o desprendimento dos mesmos frente as situações novas, e também aos ciúmes que isto implica em si próprios. Seria simplificar demais o problema da adolescência atribuir todas as características desta fase às mudanças psicobiológicas, como se tudo não ocorresse num âmbito social. Este relato, por si só, seria suficiente para revelar as dificuldades que o adolescente encontra no seu relacionamento com os adultos, mas se somarmos a isto os anseios, desejos e sentimentos reprimidos dos adultos perceberemos a dimensão real da dificuldade em impor os limites. Cabe perguntar quando, em que época, em que idade, seria o limite ideal para a aquisição da maturidade? O que na realidade significa ser maduro? reconhece dentro de si? Como transmitir limites se, muitas vezes, o adulto não os O período infantil e o da adolescência não devem ser vistos apenas como uma preparação para a maturidade: é necessário enfocá-los de acordo com o momento individual do desenvolvimento, e o que significa o ser humano nessas etapas da vida. É compreensível aceitar que o caminho da adolescência é entrar no mundo adulto, mas temos que reconhecer que a aquisição da identidade acontece aos poucos, assimilando características de cada momento evolutivo. A adolescência seria, então, um momento do desenvolvimento, uma etapa a mais no processo total do viver.

33 32 O estudo da adolescência, geralmente, centraliza-se no adolescente; este enfoque será incompleto enquanto não se levar em conta o outro lado da questão, ou seja, a ambivalência e a resistência dos pais em aceitar o processo de crescimento dos filhos. Que conflitos conscientes e inconscientes levam os pais a ignorar ou a não compreender a evolução do filho? Estaria na resposta a dificuldade em orientar o comportamento adolescente? esta pergunta a compreensão da O adulto que não possui em sua história de vida este processo evolutivo bem direcionado, e com um desfecho satisfatório para si próprio, levará algum tempo para aplacar suas angústias e enxergar que a pessoa adolescente que tanto o incomoda está, na realidade, lembrando a si próprio com todos os seus conflitos e anseios ainda latentes. O adulto imaturo, por conseguinte, afasta a identificação com adultos que ele rejeita, escolhendo em troca um novo modelo de comportamento que, aparentemente inadequado, o satisfaz esteticamente. A crise da adolescência torna-se então difícil de administrar, se compreendermos que esta é o mesmo tipo de crise que assola muitos adultos modernos.

34 33 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 1) ABERASTURY,A. Adolescência normal. Artes Médicas, ) BUARQUE DE HOLLANDA,A. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa, 2ª ed. Nova Fronteira, ) BUHLER,CH. La vida psíquica del adolescente. Espasa Calpe Argentina, ) ERICKSON, E. Infância y sociedad. Buenos Ayres, Home, ) FREUD,S. Introducion al narcisismo ) KNOBEL, M. Psicologia de la adolescência. Revista de la Universidad de la Plata, ) SCHTEINGART,M. La adolescência normal y sus transtornos endócrinos. Buenos Ayres, 1964.

35 34 8) SHERIF E SHERIF. Problems of youth: transition to adulthood in a changing world. Chicago, ) WAISELFISZ,J J. Juventude, violência e cidadania: Os jovens de Brasília. Unesco. Cortez, )"Os pais e a família".- pesquisa do livro, Juventude, violência e cidadania.pág.77. Cortez, ) BIER,X. "Os Maias, que coisa soberba." Revista Contigo, ed. n , Abril Ed. Jan, 2001.

36 35 5. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA BOM SUCESSO, E. Afeto e Limite. Dunya, CALLIGARIS, C. A Adolescência. Publifolha, ZAGURY, T. Sem padecer no paraíso. Em defesa dos pais ou Sobre a tirania dos filhos. Record, 1991.

37 36 6. ANEXOS - Declaração de estágio. - Comprovantes de atividades extra curriculares.

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