Formatação Jurídica do Coworking. ADIT Juris abril de 2018

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1 Formatação Jurídica do Coworking ADIT Juris abril de 2018

2 Formatação Jurídica do Coworking Índice 1. Conceitos Gerais 2. Estrutura Contratual 3. Estrutura Tributária 4. Alguns números do setor

3 1. Conceitos Gerais O que é? Coworking Escritório Virtual Business Center Centro de Negócio Escritório inteligente Centro de Apoio espaço sala individual ou coletiva, estação de trabalho + apoio administrativo serviços de escritório + domicílio? legal e/ou fiscal Quem é o operador do Coworking? Empresas que possuem imóveis próprios ou locados e promovem a adequação deste espaço pequeno e médio porte (inclusive no Simples Nacional) e multinacionais Pessoa física? Quem são os usuários/clientes? Pessoas físicas (autônomos, profissionais liberais etc) Pessoas jurídicas: Filiais, ponto de apoio em outra localidade Sede (domicílio fiscal) Usuários esporádicos: reuniões ou atividades pontuais Varejo?

4 1. Conceitos Gerais (continuação) Facilidades oferecidas pelos operadores (pacotes): Serviços próprios ou terceirizados (custo normalmente repassado ao usuário no custo mensal da locação) Recepção / Atendimento telefônico / Segurança / Copa / Limpeza Serviços de terceiros (custo normalmente repassado ao usuário mediante nota de débito) Internet / Telefonia (tarifador) / Impressoras Locação de equipamentos (repassado ao usuário no custo mensal da locação) Móveis de escritório / Equipamentos Disponibilização de domicílio Legal/societário Fiscal

5 2. Estrutura Contratual Algumas alternativas de estrutura jurídica (operacional): 1. Contrato de prestação de serviços 2. Contrato de cessão de uso de espaço combinado com prestação de serviços e locação de equipamentos 3. Contrato de locação/sublocação com prestação de serviços 4. Contrato de locação/sublocação, com terceirização da prestação de serviços Fundos de Investimento Imobiliário (consulta CVM) Instrução CVM 472 locação direito real?

6 2. Estrutura Contratual (continuação) Locação Lei nº 8.245/91: Ocupação de espaço mediante remuneração Atipicidade: Locação por temporada apenas para uso residencial Revisional Renovatória Garantias locatícias típicas Direito de preferência Cláusula de vigência Sublocação: vedação de alugueis em valor superior ao da locação Prestação de Serviços: Ausência de vínculo laboral, fiscal, previdenciário e trabalhista

7 2. Estrutura Contratual (continuação) Regulamentação da atividade aspectos obrigacionais: Projeto de Lei nº 8.300/2017 Câmara dos Deputados (16/08/2017): Obrigações relevantes atribuídas ao operador do Coworking: Informar alteração de dados cadastrais que possam inferir na arrecadação tributária Manter em local visível comprovante de endereço e dados atualizados dos serviços de contabilidade dos usuários Obrigações relevantes atribuídas aos usuários do Coworking: Deve possuir inscrição municipal e/ou estadual (conforme aplicável) Permanece como único responsável tributário, previdenciário, trabalhista da atividade que desempenhar (exceto se do mesmo grupo econômico do operador ou subordinado àquele) Manter procuração com poderes para receber notificações, intimações, citações judiciais e extrajudiciais. Locação? Os contratos regidos por lei não serão caracterizados como sublocação de espécie alguma Projeto de Lei não se aplica aos contratos que disponibilizam apenas um domicílio legal/fiscal

8 2. Estrutura Contratual (continuação) Regulamentação da atividade aspectos obrigacionais: Projeto de Lei nº 8.300/2017 Câmara dos Deputados (16/08/2017): Tramita em caráter conclusivo: apreciação apenas por Comissões. Divergência ou pedido subscrito por pelo menos 52 deputados: vai a plenário Desde 8/9/2017 o PL está em aprovação pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços (CDEICS) Próximas comissões: Comissão de Finanças e Tributação (CFT) Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) Prazo de 6 meses para operadoras se adequarem à legislação (se e quando publicada).

9 3. Estrutura Tributária (continuação) Tributação do Operador (ex: lucro presumido): 1. Locação/sublocação pura : IRPJ/CSLL/PIS/COFINS alíquota efetiva de 11,33% a 14,53% ISS não incidência Sem emissão de nota fiscal Risco tributário (ISS): essência X forma 2. Prestação de Serviços pura : IRPJ/CSLL/PIS/COFINS alíquota efetiva de 11,33% a 14,53% ISS alíquota de 2% a 5% (em São Paulo = 5%) Com emissão de nota fiscal 3. Locação/sublocação + Prestação de Serviços: IRPJ/CSLL/PIS/COFINS alíquota efetiva de 11,33% a 14,53% ISS sobre a locação não incidência ISS sobre o serviços alíquota de 2% a 5% (em São Paulo = 5%) Com emissão de nota fiscal apenas para os serviços Razoabilidade na proporcionalização do faturamento X Risco tributário (essência X forma)

10 3. Estrutura Tributária (continuação) ISS São Paulo Solidariedade tributária do Operador desde 1ª de janeiro de 2018 Lei Municipal nº /17 insere o inciso IV na Lei Municipal nº /03: Art É responsável solidário pelo pagamento do Imposto: (...) IV - o escritório virtual, business center, centro de negócios, escritório inteligente, centro de apoio, escritório terceirizado ou congênere, relativamente às empresas que utilizem seus espaços ou estruturas, quando essas empresas não estiverem regularmente cadastradas no Cadastro de Contribuintes Mobiliários - CCM do Município de São Paulo Exceção: não se aplica quando os usuários possuem CCM próprio

11 3. Estrutura Tributária (continuação) ISS São Paulo Solidariedade tributária do Operador desde 1ª de janeiro de 2018 Solidariedade: Possibilidade do Fisco atribuir a terceiro o ônus do tributo. benefício de ordem? Art São solidariamente obrigadas: I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal; II - as pessoas expressamente designadas por lei. Hipóteses de solidariedade no CTN (artigos 134/135) sempre para pessoas com interesse comum : os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores; os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes; o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio; os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício; Etc.

12 3. Estrutura Tributária (continuação) ISS São Paulo Solidariedade tributária do Operador desde 1ª de janeiro de 2018 Riscos para o Operador: Passivo tributário relevante imensurável e incontrolável Obstáculo na contratação com os usuários exigência burocrática Projetos de Lei em andamento que visam a revogação integral e expressa do inciso IV: PL 29/2017 Poupatempo do Empreendedor Existe um substitutivo ao PL 29 (ainda não protocolizado): revogar o inciso IV e atribuir ao operador o dever de fiscalizar e denunciar o usuário irregular com o objetivo de combater evasão fiscal PL 180/2018 (março/2018): revogar o inciso IV Justificativa: locação de espaço para que o usuário realize suas atividades não caracteriza o vínculo ao fato gerador da respectiva obrigação

13 3. Estrutura Tributária (continuação) ISS São Paulo Solidariedade tributária do Operador desde 1ª de janeiro de 2018 Mitigação do risco do Operador: Medidas judiciais: MS / ADIN: Princípio da isonomia Princípio da capacidade contributiva Limitação ao poder indiscriminado de estabelecer hipótese de solidariedade tributária Medidas contratuais: Fase pré-contratual Exigência de cadastro do usuário CCM Fase contratual Definição de responsabilidade (não gera efeito perante o Fisco, mas assegura o regresso) Prestação de contas esporádicas Causa de rescisão antecipada

14 Alguns números do setor 810 Espaços (total de espaços de coworking conhecidos em fevereiro de 2017) 56 mil Estações de Trabalho (total de estações de trabalho disponíveis para o público) 313 mil m² (total de metros quadrados ocupados por espaços de coworking) 210 mil pessoas (total de pessoas que passam mensalmente pelos espaços para trabalhar, participar de eventos e fazer reuniões) Fonte:

15 Obrigada! Marina Del Arco (11) (11)