REFLEXÕES SOBRE MANEIRAS DE EMPREENDEDORISMO MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

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1 REFLEXÕES SOBRE MANEIRAS DE EMPREENDEDORISMO MICRO E PEQUENAS EMPRESAS Wdson de Oliveira 2 Luiz Felipe Martoni 1 RESUMO O presente artigo visa orientar e fornecer informações para futuros empreendedores no decorrer de sua vida empresarial, são abordados assuntos na gestão e no desenvolvimento do processo da empresa com recomendações e sugestões. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica das características sobre as empresas de micro e pequeno porte na qual foram estudadas as causas que as levaram a falência ou sucesso em seu segmento. Sendo assim, ao concluir o artigo, os leitores terão conhecimentos de técnicas para se colocar em prática na gestão empreendedora independente do seu ramo, podendo interferir positivamente na economia brasileira gerando empregos e se tornando referência a novos empreendedores. Palavra chave: Empreendedorismo, gestão, economia. ABSTRACT This article aims to guide and provide information for future entrepreneurs during their business life, are the subjects covered in the management and development of the company's process with recommendations and suggestions in the conclusion. An analysis on the small, medium and large companies in which were studied the causes that led to failure or success in its segment was made. Thus, to complete the article, readers will have effective technical knowledge to put into practice making a good independent entrepreneurial management of your business and can help the Brazilian economy. Key words: Entrepreneurship, management, economics INTRODUÇÃO Diante da atualidade econômica, constata-se que a maioria das empresas de pequeno e médio porte infelizmente não permanece muitos anos no mercado, sendo assim é inevitável que a perda dos pequenos empresários nossa economia enfraquece, aumentando os índices de 1 Graduando em Administração de Empresas no Centro Universitário Dr. Edmundo Ulson (UNAR), luizfelipemartoni@hotmail.com. 2 Professor do curso de Administração de Empresas no Centro Universitário Dr. Edmundo Ulson (UNAR),. E- mail: Wdson.oliveira@unar.edu.br 1

2 desemprego e diminuindo PIB 2 nacional, não sendo bom para o desenvolvimento do país, segundo projeção do relatório Focus, do Banco Central. Com base nessas informações o presente estudo tem como objetivo dar subsídios e auxiliar os futuros empreendedores do Brasil para quando a abertura da empresa ocorrer, eles possam conhecer métodos na obtenção de sucesso e desenvolvimento empresarial. O artigo abordara temas sobre o empreendedorismo, quais as dificuldades das pequenas e micro empresas, a importância do administrador, como ser diferente em um mercado tão competitivo que é nos dias de hoje e como certas empresas obtiveram sucesso e o que levaram outras ao fracasso. O EMPREENDEDORISMO Segundo dados do SEBRAE (2014) o que motiva os futuros empreendedores a abrirem uma empresa é simplesmente o fato de verem uma oportunidade ou necessidade no ramo que escolheram, lembrando que 69% se encaixam em oportunidades, pois normalmente optam em ter uma renda maior do que recebem no atual serviço ou algo que lhes chamem a atenção para abrirem um próprio negócio e 31% em necessidades da qual o mercado de trabalho e a economia impõem a eles, por não conseguirem arrumar emprego que lhes paguem bem e de condições boas de trabalho, levando também em consideração o perfil que talvez não tenham para serem colaboradores. De acordo com ADIZES (1990, p.04), porém a criação de uma empresa deve ser somente quando houver uma necessidade dos consumidores finais, uma vez que, empresas vão a falência nos primeiros anos devido à falta de visão dos fundadores em notar algo que não tenha ainda no mercado. Ainda conforme o SEBRAE o grau de escolaridade desses empresários é de apenas 14% com ensino superior completo, 29% o segundo grau e 58% apenas o primeiro grau, dados referentes a 2003, porém com o passar do tempo e comparando ao ano de 2014 podemos constatar que houve uma mudança nos dados citados, a única porcentagem que não houve alteração foi a do ensino superior que se manteve 14%, 47% segundo grau completo e 39% primeiro grau completo. A idade preferida para abrirem uma empresa é dos 31 a 49 anos, o que correspondente a 48,7%, até os 30 anos, 28,8% após os 30 anos e dos 50 anos ou mais são 22,4%, lembrando que idade ou falta dela não significa experiência ou conhecimento e muito menos certeza que irá dar certo o negócio, mas segundo LUSSIER E PFEIFER (2001; OCDE 2002, p.57), a idade pode ser um fator determinante para o fracasso devido à falta de experiência. DIFICULDADES DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS Conforme o SEBRAE (2014) aponta, 99% das empresas no país são de pequenas e micro empresas, 70% dessas empresas fecham as portas em quatro anos e 50% nos dois primeiros anos, a principal causa desses fechamentos é a falta de planejamento dos fundadores da empresa ou envolvidos, planejamento na qual envolve encargos sociais, tributações que não podem ser deixadas de serem pagas, funcionários qualificados, ponto de localização, 2 Produto Interno Bruto 2

3 infraestrutura, publico alvo, missão, instabilidade econômica e a mudança constante dos clientes. Com o passar do tempo a tendência dessas dificuldades se agravarem é muito maior caso não tenha uma pessoa capacitado para administração, infelizmente a realidade da maioria das micro e pequenas empresas no Brasil é de não terem um administrador para gestão, o que acaba levando os donos a administrarem o próprio negócio. O que muitos empreendedores ainda não compreendem é que o fato de terem tido a idéia ou visão inicial do negocio, não é o suficiente para gerirem uma empresa que pretende nascer, crescer e se tornar madura ao longo dos anos. A falta de competência na gestão empresarial ou de experiência do empreendedor são fatores primordiais que levam uma empresa a falência com poucos anos de vida, conforme dados do estudo de HOLMES E HASWELL (1989, p.4), realizado na Austrália, 418 das empresas falidas entre 1981 e 1985, 90% fecharam devido a uma dessas causas. Entre os anos de 2003 a 2005 houve uma pesquisa na cidade de São Paulo pela Junta comercial do estado de São Paulo (JUCESP), (2005, p.09, tabela 5.1), com 100 empresas de médio e pequeno porte, nela foi constatado que empresários com grau superior em áreas como administração de empresas, engenharia e economia sobreviveram mais tempo do que os formados em outra área, nenhuma empresa gerida por eles fecharam as portas nos primeiros dois anos. Outro fator que impede a evolução das pequenas empresas é a barreira cultural, na maioria dos casos são empresas que não se preocupam em mudar a tradicional gestão de antigamente que vem dos donos e deram certo naquela época, hoje, devido à conjuntura econômica, as mudanças fiscais, contábeis e a própria evolução dos colaboradores é indispensável que haja também melhoras para que a empresa seja competitiva e não venha perder espaço. NOVOS EMPREENDEDORES A partir do momento que abre-se uma empresa são necessárias diversas analises sobre o ramo que irá atuar, essas analises nada mais são do que um plano estratégico para que não ocorra a falência prematura do negócio. Segundo David Lovett e Stuart Sllater (1999, p.181), o plano de negócio envolve saber qual a situação da empresa e aonde deseja que ela chegue a médio, curto e longo prazo, partindo desse principio é necessário elaborar a estratégia para alcançar o objetivo final, dentro do plano estão inclusas diversas analises que devem ser feitas antes e depois de aberta. A primeira etapa é definir o que a empresa vai ser, prestação de serviço, indústria ou comercio, definido o ramo é necessário fazer projeções financeiras para que possa calcular o capital disponível com o que irá precisar, também é necessário fazer uma analise do ambiente externo envolvendo concorrentes, economia e quais as atratividades de sua empresa, pontos fortes e fracos. Outro fator determinante é definir aonde vai ser a localização e o público - alvo de seu negócio, dependendo do ramo que irá atuar, certos lugares se tornam inviáveis para obter sucesso e conseguir se destacar entre outras empresas. 3

4 Para David Lovett e Stuart Sllater (1999, p.182), caso o investidor ou o empreendedor não consiga elaborar o plano estratégico, consultores e administradores de empresas podem ajudar facilitando o processo de desenvolvimento e oferecendo exemplos a serem seguidos. Além de todas essas análises vai ser necessária muita dedicação e interesse do empreendedor principalmente nos primeiros anos de vida, pois somente com o acompanhamento do dono ou gestor é que a empresa prosperara. COMO SER DIFERENTE NOS DIAS DE HOJE Estamos vivendo em uma época na qual as mudanças são constantes e não param de acontecer, empresas são criadas e fechadas com pouco tempo de funcionamento, inovações na parte tecnológica, países subdesenvolvidos se tornando desenvolvidos, países aparentemente estáveis entrando em crise econômica mundial. Com base nas informações de jornais, televisão, internet e outros meio de comunicação, chega-se à conclusão que tudo esta em constante evolução e mudança, algumas melhores e outras para piores e o que não evolui acaba perdendo espaço e market share 3 no ramo em que atua. As atratividades aos clientes podem ser de varias maneiras como um preço abaixo, qualidade a mais no produto que seja oferecido, atendimento personalizado aos clientes entre diversas outras coisas, mas para que seja implementado depende das pessoas que fazem parte da empresa (funcionários, gerentes, entre outros) e sendo assim é necessário que ocorra investimento no capital humano para que possa haver criação de idéias e eficiência para serem colocadas em prática no dia a dia do negócio como afirma o autor Bill Peace (2001, p.338). O ADMINISTRADOR Para Bill Peace (2001, p.332), o desempenho de uma empresa depende não só da qualidade de seu pessoal, mas também até que ponto as pessoas são bem administradas. O administrador é responsável pela gestão da empresa que atua, buscando sempre ser bem sucedido no que lhe é proposto, ele tem a função de achar soluções em momentos de crise e de organizar toda parte gerencial da empresa para que seja altamente lucrativa aos investidores e prazerosa aos colaboradores. Ele tem uma visão clara do que executa e através disso acaba se tornando líder entre as outras pessoas que convivem no seu ciclo de trabalho, responsável por elaborar as estratégias e colocá-las em práticas seu papel dentro de qualquer empresa é de muita importância. Entretanto o administrador sozinho nada pode fazer em determinadas empresas se não houver colaboração das pessoas envolvidas no projeto ou modelo a ser seguido, para que isso ocorra de maneira eficiente é necessário que as pessoas sejam capacitadas para implementar a gestão determinada pelo administrador. 3 Fatia ou quota de mercado que uma empresa tem no seu segmento ou no segmento de um determinado produto 4

5 SUCESSO E FRACASSO DAS EMPRESAS O empreendedor bem sucedido tem um comportamento diferente dos demais, são marcados pela constante capacidade de aprendizado, motivados e persistentes quando buscam um objetivo, confiantes e criativos, assumem riscos controlados para que alem de tudo não possa haver erros (PEREIRA, 1995), perfil do empreendedor ideal. O que também pode influenciar no sucesso ou falência da empresa caso não haja administrador e infelizmente é o que ocorre na atualidade das maiorias das EPP 4 e M.E 5 no Brasil, são varias as observações que podemos citar que torna as empresas diferentes uma das outras quando falamos em sucesso ou fracasso. Uma delas é a falta de planejamento de seus fundadores, não sabendo qual será seu público - alvo e qual mercado pretende atingir, localização inadequada, pouca divulgação da marca entre outras coisas, faltando um plano de negócio para a fundação da empresa. Em seguida vem à baixa capacitação de seus colaboradores, sendo que muitas pequenas empresas não investem na qualificação da mão de obra de seus funcionários, sendo assim a qualidade de seus serviços prestados deixa a desejar perdendo ou havendo alta rotatividade de clientes, passando uma imagem ruim a possíveis futuros clientes. Outro fator determinante é a falta de percepção do empreendedor em ver oportunidades ao mudar de segmento ou aderir mais um atrativo a empresa por meio de outra especificação de produto como é o caso da operadora TIM, que no inicio bem antes de ser uma empresa de telefonia faziam máquinas de escrever, depois de um período quando veio o surgimento da internet e não vendo mais mercado com maquinas de escrever acabou migrando para outro ramo, hoje é a segunda maior empresa do Brasil de telefonia móvel em número de clientes perdendo somente para VIVO. Empresas bem sucedidas trabalham com controles diários, isso envolve toda entrada e saída de dinheiro, detalhe das compras especificadamente de cada produto ou item, relatórios de vendas podendo analisar quais dias são melhores para empresa e quais as baixas, entre outras coisas, e o que constatamos na maioria das empresas que acabam fechando suas portas é a falta desses controles e dados. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente estudo buscou contribuir com os futuros empreendedores no nosso País para que as micro e pequenas empresas fundadas não venham a ser extintas nos primeiros anos de vida, sendo assim, concluímos que antes da abertura de qualquer empresa independente de seu segmento é necessário que seja feita uma análise estratégica do negócio. O empreendedor deve ter muita percepção para que veja as oportunidades que ocorreram no dia-dia e em volta de sua empresa, conhecer seu ramo muito bem pode ser um diferencial para criação de novos produtos juntamente com a localização de seu ponto. 4 Empresa de Pequeno Porte 5 Microempresa 5

6 O ideal no início e no decorrer da vida de qualquer empresa que tenha algo de atrativo para seus clientes, algo inovador que desperte o desejo e a curiosidade deles não sendo apenas mais uma em seu segmento. Um ponto importante para a saúde da empresa seria a contratação de um administrador, pois ele se preocuparia em melhorar a empresa e sobraria mais tempo ao empreendedor, podendose fazer análises futuras e estratégicas. Recomenda-se que ao empreender o empreendedor conheça muita bem o ramo que irá atuar, ressaltando que a idade não influencia no fracasso ou sucesso, contudo o empreendedor necessita de conhecimento do que esteja fazendo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FERREIRA, Luis Fernando Filardi; SANTOS, Silvio Aparecido dos. Mortalidade Precoce: Uma Análise das Micro e Pequenas Empresas de São Paulo. V Encontro de Estudos sobre Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas, São Paulo, p.1-17, MACHADO, Hilka P.vier; ESPINHA, Pedro Guena. Reflexões sobre as Dimensões do Fracasso e Mortalidade de Pequenas Empresas. Revista capital científico Guarapuava, Guarapuava - PR, p.52-64, jun MARKHAM, Calvert. Como Ser Seu Próprio Consultor de Gestão: Ferramentas e Técnicas de Consultoria. São Paulo: Editora Clio, p. NEVES, João Adamor Dias; PESSOA, Raimundo Wellington Araújo. Causas da Mortalidade de Micros e Pequenas Empresas: O Caso das Lojas de um Shopping Center. Organizações em contexto: ano 2, nº 4, Minas Gerais, p , 20 nov ROHLANDER, David. O Código Ceo: Segredo dos Grandes Líderes da Atualidade. São Paulo: Editora Universo dos livros, p. SLATTER, Stuart; LOVETT, David. Como Recuperar uma Empresa: A Gestão da Recuperação do Valor e da Performance. São Paulo: Editora Atlas S.A, p. TOZZI, Elisa. Os Cargos que vão Pagar mais em Disponível em: < Acesso em 05/01/2015. DERLEIT. As grandes Dificuldades das Pequenas Empresas. Disponível em: < Acesso em 18/12/2014. BRITO, Fernando. O Brasil devia ter saudades de seus aventureiros. São melhores que os acomodados. Disponível em: < Acesso em 03/01/