MARTA CRISTINA DE MORAES PARIZI

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "MARTA CRISTINA DE MORAES PARIZI"

Transcrição

1 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS - ICE FACULDADE DE MATEMÁTICA - FAMAT MARTA CRISTINA DE MORAES PARIZI APLICAÇÕES DO MÉTODO DOS MULTIPLICADORES DE LAGRANGE Marabá - PA Março 2018

2 MARTA CRISTINA DE MORAES PARIZI APLICAÇÕES DO MÉTODO DOS MULTIPLICADORES DE LAGRANGE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Licenciatura Plena em Matemática da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará- Instituto de Ciências Exatas - ICE, como pré-requisito para a obtenção do Título de Licenciada em Matemática. Orientadora: Prof a. Ma. Elizabeth Rego Sabino Marabá - PA Março 2018

3

4 MARTA CRISTINA DE MORAES PARIZI APLICAÇÕES DO MÉTODO DOS MULTIPLICADORES DE LAGRANGE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Licenciatura Plena em Matemática da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará- Instituto de Ciências Exatas - ICE, como pré-requisito para a obtenção do Título de Licenciada em Matemática. Data da defesa: 12 de março de Conceito: Banca Examinadora Prof a Ma. Elizabeth Rego Sabino Orientadora Prof. Me. Claudionei Pereira de Oliveira Prof. Me. Fábio Barros de Sousa 3

5 Agradecimentos Acima de tudo, agradeço a Deus por mais esta vitória concedida. Aos meus pais Waldemar e Iraildes pelo carinho, conselhos, apoio e cuidado que sempre tiveram comigo. Aos meus irmãos Marcos, Eliane, Maressa e minha cunhada Daiane pelas palavras de incentivo e pelo companheirismo de sempre. Aos meus avós, tios, primos e sobrinhos pela compreenção e apoio durante todo o curso. Em especial a minha orientadora Prof a. Ma. Elizabeth Sabino, pela dedicação, pelo apoio e pela inesgotável paciência durante o desenvolvimento deste trabalho. A minha turma 2012, foram tantas alegrias e lágrimas juntos vou levar vocês para sempre no meu coração. Em especial a Danielle, Josivan e Elisandra por serem os ombros amigos nos desafios mais difíceis deste curso. A todos os meus amigos e em especial a Sarah e Katiane pelo apoio moral, incentivo e por sempre acreditarem no meu sucesso. Aos professores da Famat pela dedicação e paciência ao longo do curso. Enfim, a todos que direta ou indiretamente tiveram participação na minha vida durante este curso. O meu muito obrigada, a todos vocês! 4

6 Resumo Neste trabalho apresentamos definições importantes para compreenssão do método dos multiplicadores de Lagrange e aplicações deste método. Este método é uma ferramenta poderosa para otimização de funções sujeitas a restrições. Tem aplicabilidade em várias áreas, tais como, na economia, na indústria, na construção, sendo um conteúdo indispensável para a química, física, engenharias, entre outras. Com este método podemos resolver vários tipos de problemas, tais como, otimizar lucros, custos, gastos de quantidade de material, áreas, volumes, distâncias, entre outros. Neste trabalho, trataremos do uso do método dos multiplicadores de Lagrange para determinar o máximo e mínimo de funções de duas e três variáveis sujeitas a uma restrição. A pesquisa visa explorar primeiramente a teoria que fundamenta o método e posteriormente a aplicação do mesmo, através de problemas resolvidos detalhadamente. Palavras-chave: Multiplicadores de Lagrange. Derivadas. Máximos e Mínimos. 5

7 Abstract In this work we present important definitions for the Lagrange multipliers method and the applications of this method. This method is a powerful tool for optimizing constrained functions. It has applicability in several areas, such as in economics, industry, construction, being an indispensable content for chemistry, physics, engineering, among others. With this method we can solve several types of problems, such as optimizing profits, costs, quantity of material expenses, areas, volumes, distances, among others. In this work, we will use the Lagrange multipliers method to determine the maximum and minimum functions of two and three variables subject to a constraint. The research aims at exploring first the theory that bases the method and later the application of the same, through problems solved in detail. Key-Words: Lagrange multipliers. Derivatives. Maximum and Minimum. 6

8 Lista de Figuras 1.1 Interpretação geométrica para derivadas parciais. [10] Plano tangente de f(x, y) = xy no ponto P 1 (0, 0, 0) Plano tangente de f(x, y) = xy no ponto P 2 (1, 1, 1) Plano tangente de f(x, y) = xe x+y no ponto P 1 (1, 1, f(1, 1)) Plano tangente de f(x, y) = xe x+y no ponto P 2 (1, 0, f(1, 0)) Gráfico de máximo e mínimo. Fonte: referência [2] Exemplo de gráfico de sela Ponto de mínimo relativo de f Ponto de máximo de f Pontos de sela de f Gráfico dos extremos de f Gráfico dos extremos de f Gráfico dos extremos de f

9 Sumário Introdução 9 1 Derivadas Derivadas parciais Função diferenciável Plano tangente e vetor gradiente Regra da cadeia Derivadas parciais de 2 a ordem Máximos e mínimos de funções de duas variáveis Máximo e mínimo absoluto ou global Máximo e mínimo relativo ou local Ponto crítico ou estacionário Condição necessária para existência de pontos extremantes Condição suficiente para um ponto crítico ser extremante local Aplicações do método dos multiplicadores de Lagrange 40 Considerações finais 52 Apêndice 55 8

10 Introdução Maximizar ou minimizar uma função de mais de uma variável sujeita a restrições, pode se tornar uma tarefa difícil ou até impossível, caso não seja utilizado um método adequado para tal fim. Neste trabalho, apresentaremos o método dos multiplicadores de Lagrange, que é uma ferramenta poderosa quando se trata de maximizar ou minimizar funções de duas ou mais váriaveis sujeitas a restrições. Joseph-Louis Lagrange, foi um importante matemático e astrônomo italiano nascido em Turim, em 27 de janeiro de Seu interesse pela matemática surgiu quando leu uma obra do astrônomo Halley. Suas obras contribuiram para o avanço significativo em várias áreas da ciência, principalmente na matemática tendo impacto importante no cálculo diferencial e integral. Lagrange era autodidata e desde muito jovem, seu talento e originalidade de pensamento já eram admirados por muitos colegas cientistas da época. Aos 19 anos, foi nomeado professor de matemática na Escola Real de Artilharia em Turim. Não era de família rica e também não tinha grandes pretensões de juntar riquezas, seu desejo era poder ter mais tempo para se dedicar a matemática. Foi membro importante de algumas conhecidas e respeitadas sociedades de ciências. Membro da Academia de Berlim, na Alemanha, Académie de Sciences, na França e membro fundador da uma sociedade científica que mais tarde viria a ser a Academia Real de Ciências de Turim, na Itália. Contribuiu com várias obras matemáticas importantes para o cálculo, alguns exemplos dos seus descobrimentos são série de Lagrange, equação diferencial, princípio de Lagrange, equação do movimento e dentre eles, o objeto de estudo deste trabalho, um método revolucionário que leva seu nome, os multiplicadores de Lagrange. Faleceu em Paris no dia 10 de abril de 1813, e foi enterrado com honras em seu país de origem. Conforme consta em [3] e [4]. O objetivo deste trabalho é mostrar a aplicação do método dos multiplicadores de Lagrange, usando a derivada, para maximizar ou minimizar funções de duas e três variáveis sujeitas a uma restrição em problemas matemáticos. A pesquisa foi realizada de forma bibliográfica, feita a partir da análise de livros didáticos de cálculo diferencial e integral utilizados no ensino superior de várias áreas acadêmicas e sites relacionados ao tema. No primeiro capítulo deste trabalho, mostraremos definições essenciais para melhor com- 9

11 preenção do conteúdo dos próximos capítulos, tais como, função diferenciável, vetor gradiente, regra da cadeia e derivadas parciais de 2 a ordem. Já no segundo capítulo, apresentaremos um estudo sobre máximos e mínimos de duas variáveis explorando as definições de máximo e mínimo absoluto e relativo, ponto crítico, proposições e teoremas que ajudam a classificar se o ponto estudado é máximo, mínimo ou sela, condição necessária para existência de pontos extremantes e condição suficiente para um ponto crítico ser extremante local. No terceiro capítulo, apresentaremos o método dos Multiplicadores de Lagrange e alguns problemas de maximização e minimização de funções de duas e três váriaveis com uma restrição. Por fim, apresentaremos as considerações finais, as referências e apêndices. Para a construção dos gráficos em todo o trabalho, foram utilizados os softwares Maple 17 e Geogebra 5. 10

12 Capítulo 1 Derivadas Neste capítulo, apresentaremos um estudo sobre derivadas, mostraremos as definições de derivadas parcias, plano tangente, vetor gradiente, regra da cadeia e derivadas parciais de 2 a ordem. Iniciaremos com algumas definições fundamentais para melhor compreenção do conteúdo deste trabalho. Função de uma variável real a valores reais Definição 1.1 Uma função de uma variável real a valores reais é uma função f : A B, onde A e B são subconjuntos de IR. Sendo A o domínio de f, denotado por D(f) e B o contradomínio de f. Derivada de uma variável Definição 1.2 Sejam f uma função de uma variável e P um ponto de seu domínio. O limite f(x) f(p ) lim x P x P quando existe e é finito, denomina-se derivada em P e indica-se por f (P ). Assim, f f(x) f(p ) (P ) = lim. x P x P Se f admite derivada em P, então dizemos que f é derivável em P. Função de duas variáveis reais a valores reais Definição 1.3 Uma função de duas variáveis reais a valores reais é uma função f : A IR 2 IR, onde associa a cada par (x, y) A, um único número f(x, y) IR. O domínio é formado por todos os pontos (x, y) IR 2, para os quais o valor da função z = f(x, y) pode ser calculado. Função contínua de duas variáveis reais a valores reais 11

13 Definição 1.4 Sejam f : A IR 2 IR e (x 0, y 0 ) A um ponto de acumulação de A. Dizemos que f é contínua em (x 0, y 0 ) se 1.1 Derivadas parciais lim f(x, y) = f(x 0, y 0 ). (x,y) (x 0,y 0 ) Definição 1.5 Sejam f : A IR 2 IR z = f(x, y) uma função de duas variáveis e (x 0, y 0 ) A. Fixando y = y 0 podemos considerar a função g(x) = f(x, y 0 ). A derivada de g no ponto x = x 0, denominada derivada parcial de f em relação a x no ponto (x 0, y 0 ), denotada por, é definida por x (x 0, y 0 ) x (x 0, y 0 ) = lim x x0 g(x) g(x 0 ) x x 0 = lim x x0 f(x, y 0 ) f(x 0, y 0 ) x x 0 se o limite existir. Analogamente, a derivada parcial de f em relação a y no ponto (x 0, y 0 ) é dada por se o limite existir. y (x 0, y 0 ) = lim y y0 f(x 0, y) f(x 0, y 0 ) y y 0 A figura 1.1 mostra uma interpretação geométrica para a definição 1.5. Tomamos um ponto A na superfície por onde passam duas retas tangentes. A derivada em relação a x, mede a inclinação da reta tangente em uma seção paralela ao eixo x, com y constante, onde a tg α =. Analogamente, a derivada em relação a y, mede a inclinação da reta tangente em uma x seção paralela ao eixo y, com x constante, onde a tg β = y 12

14 Figura 1.1: Interpretação geométrica para derivadas parciais. [10]. Definição 1.6 Sejam f : A IR 2 IR z = f(x, y) uma função de duas variáveis e B A, o conjunto formado por todos os (x, y) tais que x (x 0, y 0 ) existe. Definimos a função derivada parcial de 1 a ordem de f em relação a x como sendo a função que a cada (x, y) B associa o número dado por x (x, y) = lim x x 0 f(x + x, y) f(x, y). x Definimos, também a função derivada parcial de 1 a ordem de f em relação a y como, (x, y) = lim y y 0 Diante das notações de derivadas podemos escrever: f(x, y + y) f(x, y). y i) Para a derivada de x (x, y): f x(x, y); D x f(x, y); D 1 f(x, y). ii) Para a derivada de y (x, y): f y(x, y); D y f(x, y); D 2 f(x, y). Exemplo 1.1 Usando a definição 1.6, calcule x e, onde f(x, y) = 2x + 5y 3. y Solução: Para (x, y), temos que x (x, y) = lim x x 0 2(x + x) + 5y 3 2x 5y + 3. x 13

15 Daí, Resolvendo, Logo, (x, y) = lim x x 0 2x + 2 x + 5y 3 2x 5y + 3. x 2 x (x, y) = lim x x 0 x. Analogamente, para (x, y), temos que y (x, y) = 2. x Daí, Resolvendo, Logo, (x, y) = lim y y 0 (x, y) = lim y y 0 2x + 5(y + y) 3 2x 5y + 3. y 2x + 5y + 5 y 3 2x 5y + 3. y 5 y (x, y) = lim y y 0 y. (x, y) = 5. y Exemplo 1.2 Calcule x e y, para f(x, y) = 2xy + sen2 xy. Solução: Para, teremos que derivar f(x, y) em relação a variável x, e a variável y será x constante, isto é, (x, y) = 2y + 2ysen(xy) cos xy. x Analogamente, para, teremos que derivar f(x, y) em relação a variável y, e a variável x y será constante, ou seja, (x, y) = 2x + 2xsen(xy) cos xy. y 14

16 1.2 Função diferenciável Definição 1.7 Dizemos que a função f(x, y) é diferenciável no ponto (x 0, y 0 ) se as derivadas parciais x (x 0, y 0 ) e y (x 0, y 0 ) existem e se [ ] f(x, y) f(x 0, y 0 ) + (x x 0, y 0 )[x x 0 ] + (x y 0, y 0 )[y y 0 ] lim = 0. (x,y) (x 0,y 0 ) (x, y) (x 0, y 0 ) Reescrevendo, podemos ter, onde, f(x, y) A lim (x,y) (x 0,y 0 ) (x, y) (x 0, y 0 ) = 0, A = f(x 0, y 0 ) + x (x 0, y 0 )[x x 0 ] + y (x 0, y 0 )[y y 0 ]. Proposição 1.1 Se f(x, y) é diferenciável no ponto (x 0, y 0 ) então f é contínua nesse ponto. Demonstração: Temos, por hipótese, que f(x, y) é diferenciável em (x 0, y 0 ). Assim, existem E ainda, onde, Como, x (x 0, y 0 ) e y (x 0, y 0 ). f(x, y) A lim (x,y) (x 0,y 0 ) (x, y) (x 0, y 0 ) A = f(x 0, y 0 ) + x (x 0, y 0 )[x x 0 ] + y (x 0, y 0 )[y y 0 ]. = 0, (1.1) Fazendo o produto entre (1.1) e (1.2), temos, Daí, lim (x x0 ) 2 + (y y 0 ) 2 = 0. (1.2) (x,y) (x 0,y 0 ) f(x, y) A lim (x,y) (x 0,y 0 ) (x x0 ) 2 + (y y 0 ). (x x 0 ) 2 + (y y 0 ) 2 = 0, 2 Agora, aplicando o limite em A temos, lim A = (x,y) (x 0,y 0 ) lim (x,y) (x 0,y 0 ) lim [f(x, y) A] = 0. (1.3) (x,y) (x 0,y 0 ) [ f(x 0, y 0 ) + x (x 0, y 0 )[x x 0 ] + y (x 0, y 0 )[y y 0 ] 15 ].

17 Note que, logo, lim [x x 0 ] = 0 e lim [y y 0 ] = 0 (x,y) (x 0,y 0 ) (x,y) (x 0,y 0 ) E daí, substituindo (1.4) em (1.3), temos ou seja, Portanto, f é contínua em (x 0, y 0 ). lim A = f(x 0, y 0 ). (1.4) (x,y) (x 0,y 0 ) lim f(x, y) f(x 0, y 0 ) = 0, (x,y) (x 0,y 0 ) lim f(x, y) = f(x 0, y 0 ). (x,y) (x 0,y 0 ) Proposição 1.2 Seja (x 0, y 0 ) um ponto do domínio da função f(x, y). Se f(x, y) possui derivadas parciais x e y em um conjunto aberto A que contem (x 0, y 0 ) e se essas derivadas parciais são contínuas em (x 0, y 0 ), então f é diferenciável em (x 0, y 0 ). Demonstração: Por hipótese, as derivadas parciais x (x 0, y 0 ) e y (x 0, y 0 ) existem. De acordo com a definição 1.7, devemos mostrar que f(x, y) f(x 0, y 0 ) x (x 0, y 0 )[x x 0 ] y (x 0, y 0 )[y y 0 ] lim (x,y) (x 0,y 0 ) (x, y) (x 0, y 0 ) = 0. (1.5) Como o conjunto A é aberto e (x 0, y 0 ) A, por definição, existe uma bola aberta B = B((x 0, y 0 ), r) que está contida em A. Tomamos (x, y) B. Temos que f(x, y) f(x 0, y 0 ) = f(x, y) f(x 0, y) + f(x 0, y) f(x 0, y 0 ). (1.6) Fixando y, obtemos a função f que pode ser vista como uma função de x e sua derivada parcial em relação a x pode ser vista como a derivada de uma função de uma variável. Como f tem derivadas parciais em todos os pontos da bola aberta B, usando o teorema do valor médio, ver apêndice Teorema.2, concluímos que existe um x entre x 0 e x tal que f(x, y) f(x 0, y) = x ( x, y)[x x 0]. (1.7) Analogamente, podemos concluir que existe um ȳ entre y 0 e y tal que f(x 0, y) f(x 0, y 0 ) = y (x 0, ȳ)[y y 0 ]. (1.8) 16

18 Reescrevendo (1.6) usando (1.7) e (1.8), obtemos, f(x, y) f(x 0, y 0 ) = x ( x, y)[x x 0] + y (x 0, ȳ)[y y 0 ]. (1.9) Portanto, usando (1.9), o quociente do limite dado em (1.5) pode ser escrito como x ( x, y)[x x 0] + y (x 0, ȳ)[y y 0 ] x (x 0, y 0 )[x x 0 ] y (x 0, y 0 )[y y 0 ] (x x0 ) 2 + (y y 0 ) 2 ou [ ] [ ( x, y) x x (x 0, y 0 ) [x x 0 ] y (x 0, ȳ) ] y (x 0, y 0 ) [y y 0 ] +. (1.10) (x x0 ) 2 + (y y 0 ) 2 (x x0 ) 2 + (y y 0 ) 2 Agora, usando as propriedades de limite, vamos mostrar que o limite dado na expressão (1.10) é zero. Temos que x x 0 1 (x x0 ) 2 + (y y 0 ) 2 e y y 0 1. (x x0 ) 2 + (y y 0 ) 2 Por outro lado, por hipótese, como x e y são contínuas em (x 0, y 0 ) e x,e ainda ȳ estão entre x 0 e x e y 0 e y, respectivamente, temos [ ] lim ( x, y) (x,y) (x 0,y 0 ) x x (x 0, y 0 ) = 0 e [ lim (x,y) (x 0,y 0 ) y (x 0, ȳ) ] y (x 0, y 0 ) = 0. Portanto, concluimos que o limite de (1.10) é zero. Logo f é diferenciável no ponto (x 0, y 0 ). Exemplo 1.3 Prove que f(x, y) = 2x 2 y 2 é diferenciável em IR 2, usando a definição 1.7. Solução: Considere (x 0, y 0 ) IR 2. As derivadas parciais de f são, e y x = 4x = 4x 0 (x0,y 0 ) = 2y = 2y 0. (x0,y 0 ) 17

19 Usando a definição 1.7, devemos mostrar que, lim (x,y) (x 0,y 0 ) De fato, tem-se, e daí, ou ainda, Reescrevendo, temos isto é, f(x, y) f(x 0, y 0 ) (x x 0, y 0 )[x x 0 ] (x y 0, y 0 )[y y 0 ] = 0. (x x0 ) 2 + (y y 0 ) 2 (2x 2 y 2 ) (2x 2 0 y lim 0) 2 4x 0 (x x 0 ) + 2y 0 (y y 0 ), (x,y) (x 0,y 0 ) (x x0 ) 2 + (y y 0 ) 2 lim (x,y) (x 0,y 0 ) 2x 2 y 2 2x y0 2 4x 0 x + 4x y 0 y 2y0 2 lim. (x,y) (x 0,y 0 ) (x x0 ) 2 + (y y 0 ) 2 2x 2 4x 0 x + 2x 2 0 y 2 + 2y 0 y y0 2 lim. (x,y) (x 0,y 0 ) (x x0 ) 2 + (y y 0 ) 2 2(x x 0 ) 2 (y y 0 ) 2 lim (x,y) (x 0,y 0 ) (x x0 ) 2 + (y y 0 ), 2 2(x x 0 ) 2 (x x0 ) 2 + (y y 0 ) 2 Usando as propriedades de limite, temos e Logo, f(x, y) é diferenciável em (x 0, y 0 ). lim (x,y) (x 0,y 0 ) 2(x 0 x lim 0 )2 x=x 0 y y 0 (x0 x 0 ) 2 + (y y 0 ) = 0 2 (y 0 y lim 0 )2 y=y 0 x x 0 (x x0 ) 2 + (y 0 y 0 ) = 0. 2 (y y 0 ) 2 (x x0 ) 2 + (y y 0 ) Plano tangente e vetor gradiente Definição 1.8 Seja f : IR 2 IR diferenciável no ponto (x 0, y 0 ). Chamamos de plano tangente ao gráfico de f no ponto (x 0, y 0, f(x 0, y 0 )) ao plano dado pela equação z f(x 0, y 0 ) = x (x 0, y 0 )(x x 0 ) + y (x 0, y 0 )(y y 0 ). Exemplo 1.4 Determinar o plano tangente ao gráfico de f(x, y) = xy nos pontos P 1 (0, 0, 0) e P 2 (1, 1, 1). Solução: Para determinar o plano tangente, vamos encontrar as derivadas parciais, x = y e y = x. 18

20 No ponto P 1 (0, 0, 0), temos x (0, 0) = 0 e (0, 0) = 0, y e ainda f(0, 0) = 0. Substituindo os valores encontrados, na equação do plano tangente dada na definição 1.8, obtemos z 0 = 0(x 0) + 0(y 0). Portanto, z = 0. Figura 1.2: Plano tangente de f(x, y) = xy no ponto P 1 (0, 0, 0). No ponto P 2 (1, 1, 1), temos x (1, 1) = 1 e (1, 1) = 1 y e ainda f(1, 1) = 1. Substituindo os valores encontrados, na equação do plano tangente dada na definição 1.8, obtemos z 1 = 1(x 1) + 1(y 1). Consequentemente, x + y z = 1. Figura 1.3: Plano tangente de f(x, y) = xy no ponto P 2 (1, 1, 1). 19

21 Exemplo 1.5 Determinar o plano tangente ao gráfico de f(x, y) = xe x+y nos pontos P 1 (1, 1, f(1, 1)) e P 2 (1, 0, f(1, 0)). Solução: Para determinar o plano tangente, vamos encontrar as derivadas parciais, No ponto P 1 (1, 1, f(1, 1)), temos x = xex+y + e x+y e y = xex+y. x (1, 1) = 1 e2 + e 2 = 2e 2 e y (1, 1) = 1 e2 = e 2. Substituindo os valores encontrados, na equação do plano tangente dada na definição 1.8, obtemos z e 2 = 2e 2 (x 1) + e 2 (y 1). Portanto, z = e 2 (2x + y 2). Figura 1.4: Plano tangente de f(x, y) = xe x+y no ponto P 1 (1, 1, f(1, 1)). No ponto P 2 (1, 0, f(1, 0)), temos x (1, 0) = e + e = 2e e (1, 0) = e. y Substituindo os valores encontrados, na equação do plano tangente dada na definição 1.8, obtemos z e = 2e(x 1) + e(y 0). Consequentemente, z = e(2x + y 1). 20

22 Figura 1.5: Plano tangente de f(x, y) = xe x+y no ponto P 2 (1, 0, f(1, 0)). Definição 1.9 Seja z = f(x, y) uma função que admite derivadas parciais de 1 a ordem no ponto (x 0, y 0 ). O gradiente de f no ponto (x 0, y 0 ) denotado por Grad f(x 0, y 0 ) ou f(x 0, y 0 ), é um vetor cujas componentes são as derivadas parciais de 1 a ordem de f nesse ponto. Exemplo 1.6 Determinar o vetor gradiente de f(x, y) = x 2 + y 2 3, no ponto P (0, 0). Solução: Para determinar o vetor gradiente, devemos inicialmente, encontrar as derivadas parciais de f: x (x, y) = 2x e (x, y) = 2y. y Assim, f(x, y) = (2x, 2y). No ponto P (0, 0), temos f(0, 0) = (0, 0). Exemplo 1.7 Determinar o vetor gradiente de f(x, y) = sen(3x + y), no ponto P (0, π 2 ). Solução: Para determinar o vetor gradiente, calcularemos as derivadas parciais de f: Assim, x (x, y) = 3cos(3x + y) e (x, y) = cos(3x + y). y f(x, y) = (3cos(3x + y), cos(3x + y)). No ponto P (0, π ), temos 2 f(0, π ) = (0, 0). 2 21

23 1.4 Regra da cadeia A regra da cadeia é usada nos estudos de cálculo para encontrar as derivadas das funções compostas. Existem vários casos para a regra da cadeia. Neste tópico, estudaremos dois casos. Caso I Definição 1.10 Sejam A e B conjuntos abertos em IR 2 e IR, respectivamente, e sejam z = f(x, y) uma função que tem derivadas parciais de 1 a ordem contínuas em A, x = x(t) e y = y(t) funções diferenciáveis em B tais que, para todo t B, temos (x(t), y(t)) A. Seja a função composta h(t) = f(x(t), y(t)), t B, então, essa função composta é diferenciável para todo t B e dh dt dh dt Exemplo 1.8 Encontrar a derivada dh dt Solução: Seja h(t) = f(x(t), y(t)). Daí, dh dt Agora, vamos calcular a derivada parcial = x dx dt + y dy dt. dada por = x dx dt + y dy dt x = 5y + 2x e dx dt = 2t, y = 5x 2y, e dy dt = 1. Substituindo os valores encontrados, temos dh dt = [5y + 2x] 2t + [5x 2y] 1. Substituindo os valores de x(t) e y(t), dados, temos, Daí, Segue que, é dada por f(x, y) = 5xy + x 2 y 2 x(t) = t 2 1 y(t) = t + 2 dh dt = [ 5(t + 2) + 2(t 2 1) ] 2t + 5(t 2 1) 2(t + 2). dh dt = (5t t2 2) 2t + 5t 2 5 2t 4. dh dt = 10t2 + 20t + 4t 3 4t + 5t 2 2t 9 22

24 Logo, Caso II dh dt = 4t3 + 15t t 9. Definição 1.11 Sejam A e B conjuntos abertos em IR 2 e sejam z = f(u, v) uma função que tem derivadas parciais de 1 a ordem continuas em A, u = u(x, y) e v = v(x, y) funções diferenciáveis em B tais que, para todo (x, y) B, temos (u(x, y), v(x, y)) A. Seja a função composta h(x, y) = f(u(x, y), v(x, y)), (x, y) B, então, a função composta h(x, y) é diferenciável para todo (x, y) B valendo: h x = u u x + v v x h y Ou ainda, na notação matricial, tem-se [ h x h y ] = = u u y + v v y [ u Exemplo 1.9 Encontrar x e y para v ] u x v x f(u, v) = u 2 + v 2 u(x, y) = cos xy v(x, y) = sen xy u y v y. Solução: Cálculo da, da definição 1.11, x Resolvendo as derivadas, temos x x = u u x + v v x. Substituindo os valores de u e v em (1.11), temos Logo, x = 2uy sen xy + 2vy cos xy (1.11) = 2y cos xy sen xy + 2y sen xy cos xy. x = 0. 23

25 Cálculo da. De modo análogo, y Resolvendo as derivadas, temos y y Substituindo os valores de u e v em (1.12), temos Logo, y = u u y + v v y. = 2ux sen xy + 2vx cos xy (1.12) = 2x cos xy sen xy + 2x sen xy cos xy. y = Derivadas parciais de 2 a ordem Definição 1.12 Seja z = f(x, y) temos para esta função quatro derivadas parciais de 2 a ordem. Para a derivada de f em relação a x, x, obtemos as seguintes derivadas parciais de 2a ordem: x ( ) = 2 f x x 2 e y ( x ) = 2 f y x Para a derivada de f em relação a y, y, obtemos as seguintes derivadas parciais de 2a ordem: ( ) ( ) = 2 f e = 2 f x y x y y y y. 2 Observação: Derivadas puras: 2 f x 2 e 2 f y 2. Derivadas mistas: 2 f x y e 2 f y x. Exemplo 1.10 Dada a função z = x 2 y 2 xy, determinar as suas derivadas parciais de 2 a ordem. Solução: Primeiramente, devemos encontrar as derivadas parciais de 1 a ordem de z. z x = 2xy2 y e z y = 2x2 y x. 24

26 Agora, partindo de z x, obtemos, as derivadas de 2a ordem em relação a x, e 2 z x 2 = x (2xy2 y) = 2y 2 2 z y x = y (2xy2 y) = 4xy 1. Partindo de z y, obtemos, as derivadas de 2a ordem em relação a y, 2 z y 2 = y (2x2 y x) = 2x 2 e 2 z x y = x (2x2 y x) = 4xy 1. Exemplo 1.11 Dada a função z = x 2 3y 3 + 4x 2 y 2, determinar as suas derivadas parciais de 2 a ordem. Solução: Primeiramente, devemos encontrar as derivadas parciais de 1 a ordem de z z x = 2x + 8xy2 e z y = 9y2 + 8x 2 y. Partindo de z x, obtemos, as derivadas de 2a ordem em relação a x, e 2 z x = 2 x (2x + 8xy2 ) = 2 + 8y 2 2 z y x = y (2x + 8xy2 ) = 16xy. Partindo de z y, obtemos, as derivadas de 2a ordem em relação a y, e 2 z y 2 = y ( 9y2 + 8x 2 y) = 18y + 8x 2 2 z x y = x ( 9y2 + 8x 2 y) = 16xy. O Teorema de Schwartz garante que se a função tem as derivadas parciais de 2 a ordem contínuas então as suas derivadas mistas são iguais. 25

27 Teorema 1.1 (Teorema de Schwartz) Seja z = f(x, y) uma função com derivadas parciais de 2 a ordem contínuas em um conjunto aberto A IR 2. Então, 2 f x y (x 0, y 0 ) = 2 f y x (x 0, y 0 ) para todo (x 0, y 0 ) A. Note que, as derivadas mistas nos exemplos 1.10 e 1.11 são iguais, assim como é exposto no teorema 1.1. A demonstração deste teorema não será feita e pode ser encontrada na referência [5]. 26

28 Capítulo 2 Máximos e mínimos de funções de duas variáveis Neste capítulo faremos um estudo de máximos e mínimos de duas variáveis pontuando as definições de máximo e mínimo absoluto e relativo, ponto crítico, condição necessária para existência de pontos extremantes e condição suficiente para um ponto crítico ser extremante local e, também, apresentaremos técnicas de resolução de exercícios para classificar os pontos de mínimo e de máximo. 2.1 Máximo e mínimo absoluto ou global Definição 2.1 Seja z = f(x, y) uma função de duas variáveis. Dizemos que (x 0, y 0 ) D(f) é ponto de máximo absoluto ou máximo global de f se, f(x, y) f(x 0, y 0 ), (x, y) D(f). Dizemos que f(x 0, y 0 ) é o valor máximo de f. Definição 2.2 Seja z = f(x, y) uma função de duas variáveis. Dizemos que (x 0, y 0 ) D(f) é ponto de mínimo absoluto ou mínimo global de f se, f(x, y) f(x 0, y 0 ), (x, y) D(f). Dizemos que f(x 0, y 0 ) é o valor mínimo de f. 2.2 Máximo e mínimo relativo ou local Definição 2.3 Seja z = f(x, y) uma função de duas variáveis. Dizemos que (x 0, y 0 ) D(f) é ponto de máximo relativo ou máximo local de f se existir uma bola aberta B ((x 0, y 0 ); r) tal que f(x, y) f(x 0, y 0 ), (x, y) B D(f). 27

29 Definição 2.4 Seja z = f(x, y) uma função de duas variáveis. Dizemos que (x 0, y 0 ) D(f) é ponto de mínimo relativo ou mínimo local de f se existir uma bola aberta B ((x 0, y 0 ); r) tal que f(x, y) f(x 0, y 0 ), (x, y) B D(f). A figura 2.1. exibe os pontos apresentados nas definições anteriores. Figura 2.1: Gráfico de máximo e mínimo. Fonte: referência [2]. 2.3 Ponto crítico ou estacionário Definição 2.5 Seja f uma função de duas variáveis definida em uma região aberta R que contém o ponto (x 0, y 0 ). O ponto (x 0, y 0 ) é um ponto crítico ou estacionário de f se nele ocorrer algumas dessas restrições: i) x (x 0, y 0 ) = 0 e y (x 0, y 0 ) = 0, ou ii) x (x 0, y 0 ) ou y (x 0, y 0 ) não existe, isto é, o plano tangente da função é horizontal ou não existe. Exemplo 2.1 Encontrar o ponto crítico de f(x, y) = x 2 + y 2 + 2x 6y + 6 Solução: Para encontrar o ponto crítico, primeiramente calculamos as derivadas parciais de 1 a ordem de f em relação a x e y, isto é, x = 2x + 2 e y 28 = 2y 6.

30 Agora, igualamos as derivadas parciais a zero, temos { 2x + 2 = 0 2y 6 = 0. Da primeira equação do sistema, temos x = 1. Da segunda equação do sistema, temos y = 3. Logo, o ponto crítico de f é ( 1, 3). Apesar dos pontos extremantes (máximo ou mínimo) de f estarem entre seus pontos críticos, nem sempre um ponto crítico é um ponto extremante. Um ponto crítico que não é um ponto extremante é chamado de ponto de sela. A figura 2.2 permite a visualização do esboço de um gráfico com pontos de sela. Figura 2.2: Exemplo de gráfico de sela. 2.4 Condição necessária para existência de pontos extremantes Proposição 2.1 Seja z = f(x, y) uma função diferenciável em um conjunto aberto A IR 2. Se (x 0, y 0 ) A é um ponto extremante local, então ou seja, (x 0, y 0 ) é ponto crítico de f. x (x 0, y 0 ) = 0 e y (x 0, y 0 ) = 0, A demonstração desta proposição pode ser encontrada na referência [5]. 29

31 2.5 Condição suficiente para um ponto crítico ser extremante local Proposição 2.2 Seja z = f(x, y) uma função cujas derivadas parciais de 1 a e 2 a ordem são contínuas em um conjunto aberto que contém (x 0, y 0 ) e suponhamos que (x 0, y 0 ) seja um ponto crítico de f. Seja H 1 (x, y) o determinante 2 f (x, y) x2 2 f (x, y) x y 2 f (x, y) y x 2 f (x, y) y2 Observando H(x, y) temos, a seguir, uma condição suficiente para um ponto crítico de f ser extremante local. a) Se H(x, y) > 0 e 2 f x 2 (x 0, y 0 ) > 0, então (x 0, y 0 ) é um ponto de mínimo local de f. b) Se H(x, y) > 0 e 2 f x 2 (x 0, y 0 ) < 0, então (x 0, y 0 ) é um ponto de máximo local de f. c) Se H(x, y) < 0, então (x 0, y 0 ) não é extremante local. Nesse caso, (x 0, y 0 ) é um ponto de sela. d) Se H(x, y) = 0, nada se pode afirmar. A ideia da demonstração desta proposição pode ser encontrada na referência [5]. Exemplo 2.2 Encontrar e classificar o ponto crítico da função z = x 2 + y 2 2x 8y + 7. Solução: Calculando as derivadas parciais z x e z y, temos Resultando no seguinte sistema, com a seguinte solução, z x = 2x 2 e z y { 2x 2 = 0 2y 8 = 0 x = 1 e y = 4.. = 2y 8. Assim, o ponto crítico é (1, 4). Calculando as derivadas de 2 a ordem, temos 2 z x 2 = 2, 2 z y x = 0, 2 z x y = 0 e 2 z y 2 = 2. 1 A matriz H(x, y) é conhecida como Matriz Hessiana. 30

32 Agora, usando a matriz hessiana calculamos o determinante, 2 f 2 f x 2 y x 2 0 H(x, y) = = 2 f 2 f 0 2 x y y 2 = 4 Como, H(x, y) = 4 > 0, analisamos a 2 f (1, 4) = 2 > 0. Logo, pela proposição 2.2 item a, o x2 ponto (1, 4) é ponto de mínimo relativo. O gráfico de f está representado na figura 2.3, onde A indica o ponto de mínimo. Figura 2.3: Ponto de mínimo relativo de f. Exemplo 2.3 Encontrar e classificar o ponto crítico da função f(x, y) = x+2y 2xy x 2 3y 2. Solução: Calculando as derivadas parciais de 1 a ordem de f em relação a x e a y, temos x = 1 2y 2x e y = 2 2x 6y Daí, construindo o sistema de equações a partir das derivadas parciais, temos, { 2x + 2y = 1 Resolvendo o sistema, temos que Isto é, temos o ponto crítico 2x + 6y = 2 y = 1 4 e x = 1 4. ( 1 4, 1 ). Calculando as derivadas de 2 a ordem, temos 4 2 f x 2 = 2, 2 f y x = 2, 2 f x y = 2 e 2 f y 2 = 6 31

33 Agora, usando a matriz hessiana calculamos o determinante 2 f 2 f x 2 y x 2 H(x, y) = = 2 f 2 f 2 x y y 2 ( 1 Como, H 4, 1 ) = 8 > 0, e observando que 4 ( 2 f 1 x 2 4, 1 ) = 2 < = 8 Pela proposição 2.2 item b, o ponto ( 1 4, 1 4) é ponto de máximo relativo. O gráfico de f está representado na figura 2.4, onde A indica o ponto de máximo. Figura 2.4: Ponto de máximo de f. Exemplo 2.4 Encontrar e classificar os pontos críticos da função f(x, y) = x 3 3x 2 y + 27y. Solução: Calculando as derivadas parciais de 1 a ordem de f em relação a x e a y, temos x = 3x2 6xy e y = 3x Daí, construindo o sistema de equações a partir das derivadas parciais, temos, { 3x 2 6xy = 0 3x = 0. Da segunda equação do sistema, temos x = ±3. 32

34 Substituindo os valores de x na primeira equação do sistema. Para x = 3, temos 18y = 27 y = 3 2. Para x = 3, temos 18y = 27 y = 3 2. Daí, obtemos os pontos críticos ( 3, 3 2), ( 3, 3 2). Calculando as derivadas de 2 a ordem, temos 2 f = 6x 6y, x2 2 f y x = 6x, 2 f x y = 6x e 2 f y 2 = 0 Agora, usando a matriz hessiana calculamos o determinante 2 f 2 f x 2 y x 6x 6y 6x H(x, y) = = 2 f 2 f 6x 0 = 36x2 x y y 2 Analisando os pontos críticos da função encontrada ao calcular H(x, y). Para ( 3, 3 2), temos H ( 3, 3 ) = = 324 < 0. 2 Logo, pela proposição 2.2 item c, o ponto ( 3, 3 2) é ponto de sela. Para ( 3, 3 2), temos H ( 3, 3 ) = 36 ( 3) 2 = 324 < 0. 2 Logo, pela proposição 2.2 item c, o ponto ( 3, 3 2) é ponto de sela. O gráfico de f está representado na figura

35 Figura 2.5: Pontos de sela de f. Exemplo 2.5 Encontrar e classificar os pontos críticos de z = 8x 3 + 2xy 3x 2 + y Solução: Calculando as derivadas parciais de 1 a ordem de z em relação a x e y, temos z x = 24x2 + 2y 6x e z y Resultando no seguinte sistema, { 24x 2 + 2y 6x = 0 2x + 2y = 0. Da segunda equação do sistema, temos = 2x + 2y Substituindo o valor de (2.1) na primeira equação do sistema, temos x = y. (2.1) 24 ( y) 2 + 2y 6( y) = 0, ou ainda, 24y 2 + 8y = 0. Isto é, Substituindo os valores de y em (2.1), temos { y1 = 0 y 2 = 1. 3 x = 0 e x =

36 Assim, obtemos os pontos críticos (0, 0) e ( 1 3, 1 3). Agora, calculando as derivadas parciais de 2 a ordem, temos 2 z = 48x 6, x2 2 z y x = 2, 2 z x y = 2 e 2 z y 2 = 2. Usando a matriz hessiana calculamos o determinante, 2 z 2 z x 2 y x 48x 6 2 H(x, y) = = = 2 (48x 6) 2 2 = 96x z 2 z 2 2 x y y 2 Analisando os pontos críticos na função encontrada ao calcular o H(x, y). Para (0, 0), temos H(0, 0) = = 16 < 0. Logo, pela proposição 2.2, item c, o ponto (0, 0) é ponto de sela. Para ( 1 3, 1 3), temos E observando que H ( ) 1 3, 1 = 96 ( 1 ) 16 = 16 > ( ) 2 z 1 x 2 3, 1 = = 10 > Logo, pela proposição 2.2, item a, o ponto ( 1 3, 1 3) é ponto de mínimo relativo. O gráfico de f está representado na figura 2.6, onde A indica o ponto de mínimo. Figura 2.6: Gráfico dos extremos de f. Exemplo 2.6 Encontrar e classificar os pontos críticos de z = 1 3 y3 + 4xy 9y x 2. 35

37 Solução: Calculando as derivadas parciais de 1 a ordem de z em relação a x e a y, temos Resultando no seguinte sistema, Da primeira equação do sistema, temos z x = 4y 2x e z y = y2 + 4x 9. { 4y 2x = 0 y 2 + 4x 9 = 0 Substituindo (2.2) na segunda equação do sistema, temos x = 2y. (2.2) y 2 + 8y 9 = 0. Resolvendo, temos y 1 = 1 Substituindo os valores de y em (2.2), temos y 2 = 9. x = 2 e x = 18. Assim, obtemos os pontos críticos (2, 1) e ( 18, 9). Calculando as derivadas de 2 a ordem 2 z x 2 = 2, 2 z y x = 4, 2 z x y = 4 e 2 z y 2 = 2y. Agora, usando a matriz hessiana calculamos o determinante 2 z 2 z x 2 y x 2 4 H(x, y) = = = 2 2y 4 4 = 4y z 2 z 4 2y x y y 2 Analisando os pontos críticos na função encontrada ao calcular H(x, y). Para (2, 1), temos H(2, 1) = = 20 < 0. Logo, pela proposição 2.2, item c, o ponto (2, 1) é ponto de sela. Para ( 18, 9), temos H( 18, 9) = 4 ( 9) 16 = 20 > 0. 36

38 Observando que 2 f ( 18, 9) = 2 < 0. x2 Logo, pela proposição 2.2, item b, o ponto ( 18, 9) é ponto de máximo relativo. O gráfico de f está representado na figura 2.7, onde A indica o ponto de máximo. Figura 2.7: Gráfico dos extremos de f. Exemplo 2.7 Encontrar e classificar os pontos críticos de f(x, y) = x 3 + 3xy 2 15x 12y Solução: Calculando as derivadas parciais de 1 a ordem de f em relação a x e y, temos x = 3x2 + 3y 2 15 e y = 6xy 12. Daí, construindo o sistema de equações a partir das derivadas parciais, temos, { 3x 2 + 3y 2 15 = 0 6xy 12 = 0 Da segunda equação do sistema, temos Substituindo (2.3) na primeira equação do sistema, temos ( ) y 2 5 = 0. y x = 2 y. (2.3) Isto é, y 4 5y = 0. Faremos a seguinte mudança de variavel, y 2 = m, daí m 2 5m + 4 = 0. 37

39 Resolvendo, temos que Agora, substituindo m, temos e m 1 = 1 e m 2 = 4 y 2 = 1 y = ±1 y 2 = 4 y = ±2. Assim, substituindo os valores de y em (2.3) temos; para y = 1 x = 2; para y = 1 x = 2; para y = 2 x = 1; para y = 2 x = 1; Portanto, os pontos críticos são (2, 1), ( 2, 1), (1, 2) e ( 1, 2). Calculando as derivadas de 2 a ordem, temos 2 f x 2 = 6x, 2 f y x = 6y, 2 f x y = 6y e 2 f y 2 = 6x Agora, usando a matriz hessiana calculamos o determinante 2 f 2 f x 2 y x 6x 6y H(x, y) = = 2 f 2 f 6y 6x = 6x 6x 6y 6y = 36x2 36y 2 x y y 2 Analisando os pontos críticos na função encontrada ao calcular H(x, y). Para (2, 1), temos H(2, 1) = = 108 > 0. Observando que 2 f (2, 1) = 6 2 = 12 > 0. x2 Logo, pela proposição 2.2, item a, o ponto (2, 1) é ponto de mínimo relativo. Para ( 2, 1), temos H( 2, 1) = 36 ( 2) 2 36 ( 1) 2 = 108 > 0. Observando que 2 f ( 2, 1) = 6 ( 2) = 12 < 0. x2 Logo, pela proposição 2.2, item b, o ponto ( 2, 1) é ponto de máximo relativo. Para (1, 2), temos H(1, 2) = = = 108 < 0. 38

40 Logo, pela proposição 2.2, item c, o ponto (1, 2) é ponto de sela. Para ( 1, 2), temos H( 1, 2) = 36 ( 1) 2 36 ( 2) 2 = = 108 < 0. Logo, pela proposição 2.2, item c, o ponto ( 1, 2) é ponto de sela. O gráfico de f está representado na figura 2.8, onde A indica o ponto de máximo e B indica o ponto de mínimo. Figura 2.8: Gráfico dos extremos de f. 39

41 Capítulo 3 Aplicações do método dos multiplicadores de Lagrange O método dos multiplicadores de Lagrange é um assunto estudado nas disciplinas de Cálculo diferencial e integral no ensino superior. É uma ferramenta poderosa quando se trata de maximizar ou minimizar funções de duas ou mais variáveis sujeitas a m restrições. Muito usado em resolução de problemas que pedem a maximização de lucros, de volume e, minimização de custos, de gastos de material, sendo um método cuja a aplicação é indispensável para várias áreas, tais como na indústria, na construção, na economia, entre outros. Neste capítulo, faremos a aplicação do método dos multiplicadores de Lagrange em problemas de maximização e minimização de funções de duas e três variáveis sujeita a uma restrição. Entretanto, ressaltamos que o método também é válido para funções de n variáveis sujeitas m restrições, onde exemplos, podem ser encontrados na referência [8]. Teorema 3.1 Seja f(x, y) diferenciável no aberto A e seja B = {(x, y) A g(x, y) = 0}, onde g é uma função contínua e suas derivadas parciais também são contínuas em A, e g(x, y) (0, 0), para todo (x, y) B. Uma condição necessária para que (x 0, y 0 ) B seja extremante local de f em B é que exista um real λ 0 tal que f(x 0, y 0 ) = λ 0 g(x 0, y 0 ). Recorde que f e g representam o gradiente de cada função. A demonstração deste teorema pode ser encontrada na referência [6]. O método dos multiplicadores de Lagrange para duas variáveis consiste em determinar os valores máximo e mínimo de f(x, y) sujeita a g(x, y) = k, supondo que esses valores extremos existam e que g 0 sobre a superfície g(x, y) = k. Assim, reescrevemos a função de 40

42 forma que possamos determinar todos os valores de x, y e λ tal que x = λ g x (S) y = λ g y g(x, y) = k. Depois, deve-se calcular f em todos os pontos (x, y) que resultam do passo anterior. O maior desses valores será o valor máximo de f, e o menor será o valor mínimo de f. Exemplo 3.1 Encontre os extremos de f(x, y) = x 2 + 2y 2 sujeito a restrição x 2 + y 2 = 1. Solução: Sejam f(x, y) = x 2 + 2y 2 e g(x, y) = x 2 + y 2 1. Calculando o gradiente de f(x, y), temos Também, para o gradiente de g(x, y), temos Do teorema 3.1 temos que Substituindo os valores encontrados, temos x = 2x e y = 4y. g x = 2x e g y = 2y. f(x, y) = λ g(x, y) g(x, y) = k. (2x, 4y) = λ(2x, 2y) Daí, construindo o sistema de equações, temos 2x = λ2x 4y = λ2y x 2 + y 2 1 = 0 Da primeira equação do sistema, temos λ = 1. Agora, substituindo o valor de λ na segunda equação do sistema, temos 4y 2y = 0 y = 0. Também, substituindo o valor de y na terceira equação do sistema, obtemos x 2 1 = 0 x = ±1. Logo, os extremos de f(x, y) são ( 1, 0) e (1, 0). 41

43 Exemplo 3.2 Um fazendeiro quer cercar um pasto retangular ao longo da margem de um rio. O pasto deve ter 3200m 2. E não há necessidade de cercar do lado da margem do rio. Encontre as dimensões do pasto que consumirão a quantidade mínima de cerca. Solução: De acordo com as informações do problema, temos que função é obtida através do perimetro do pasto, P (x, y) = 2y + x. A restrição é obtida através da área, A(x, y) = xy = multiplicadores de Lagrange, primeiramente calculamos o A e P. Isto é, A x = y e A y = x Para usarmos o método dos Logo, A(x, y) = (y, x). E, Logo, P (x, y) = (1, 2). Do sistema S, temos P x = 1 e P y = 2 y = λ x = 2λ xy 3200 = 0. Da primeira equação do sistema, temos que λ = y. E substituindo y na segunda equação do sistema, temos x = 2y (3.1) Agora, substituindo (3.1) na terceira equação do sistema, temos 2y = 0 y = 40. E daí, x = 80. Assim, substituindo os valores de (80, 40) em P = 2y + x, temos P = 160. Logo, as dimensões do pasto para que se use uma quantidade mínima de cerca são x = 80m e y = 40m, onde serão usados 160m de cerca. O método dos multiplicadores de Lagrange para três variáveis consiste em determinar os valores máximo e mínimo de f(x, y, z) sujeita a g(x, y, z) = k, supondo que esses valores 42

44 extremos existam e que g 0 sobre a superficie g(x, y, z) = k. Assim, reescrevemos a função de forma que possamos determinar todos os valores de x, y, z e λ tal que x = λ g x (S 1 ) y = λ g y z = λ g z g(x, y, z) = k. Depois, deve-se calcular f em todos os pontos (x, y, z) que resultam do passo anterior. O maior desses valores será o valor máximo de f, e o menor será o valor mínimo de f. O método dos multiplicadores de Lagrange, também, pode ser estendido para espaços com dimensões infinitas. [9] Exemplo 3.3 Encontre o valor mínimo da função f(x, y, z) = x 2 + y 2 + z 2 sujeita a restrição 3x 2y + z 4. Solução: Sejam f(x, y, z) = x 2 + y 2 + z 2 e g(x, y, z) = 3x 2y + z 4. Para usarmos o método dos multiplicadores de Lagrange para três variáveis, vamos inicialmente encontrar f e g. Ou seja, x = 2x, Logo, f(x, y, z) = (2x, 2y, 2z). E, Logo, g(x, y, z) = (3, 2, 1). g x = 3, y = 2y e z = 2z. g y = 2 e g z = 1. Substituindo os valores encontrados em S 1 temos, 2x = 3λ 2y = 2λ S 1 2z = λ 3x 2y + z 4 = 0 Da segunda equação do sistema, temos que Agora, da primeira e terceira equações de S 1, temos λ = y. (3.2) λ = 2x 3 = 2z (3.3) 43

45 De (3.2) e (3.3), temos λ = y = 2x 3 Daí, y = 2x 3. (3.4) Ou ainda, z = x 3. (3.5) Agora, substituindo (3.4) e (3.5) na última equação de S 1, obtemos ( 3x 2 2x ) + x = 0 x = 2 7. De posse do valor de x, temos de (3.4) que E de (3.5) que Logo, o extremo de f(x, y, z) é y = z = 2 21 ( 2 7, 4 ) 21, Exemplo 3.4 Encontre a menor distância entre o ponto (1, 1, 1) e o plano x + 4y + 3z = 2. Solução: Da geometria analítica, sabemos que distância do ponto (x, y, z) ao ponto (1, 1, 1) é dada por d = (x 1) 2 + (y + 1) 2 + (z + 1) 2. Dessa forma, para facilitar os cálculos seguinte, usaremos d 2 = f(x, y, z) = (x 1) 2 + (y + 1) 2 + (z + 1) 2. (3.6) A restrição é que o ponto (1, 1, 1) pertença ao plano, ou seja, g(x, y, z) = x + 4y + 3z 2 = 0 Para usarmos o método dos multiplicadores de Lagrange para três variáveis, vamos inicialmente encontrar f e g. Ou seja, x = 2x 2, y = 2y + 2 e z = 2z

46 Logo, f(x, y, z) = (2x 2, 2y + 2, 2z + 2). E, Logo, g(x, y, z) = (1, 4, 3) g x = 1, g y = 4 e g z = 3. Daí, construindo o sistema de equações S 1, temos, 2x 2 = λ 2y + 2 = 4λ S 1 2z + 2 = 3λ x + 4y + 3z 2 = 0 Igualando as equações, temos 2x 2 = 2y Da primeira igualdade de (3.7), temos ou seja, 2x 2 = 2y A segunda igualdade de (3.7), nos dá E daí, 2y = 2z = 2z x 2 = y + 1 2, = λ. (3.7) x = y (3.8) y = z z = 3y 1. (3.9) 4 Agora, substituindo (3.8) e (3.9) na quarta equação de S 1, obtemos ( ) y + 5 3y 1 + 4y = 0 y = De posse do valor de y em (3.9), temos z = De modo análogo, usando o valor de y em (3.8), temos x = Agora, substituiremos os valores de x, y e z, em (3.6). Obtemos ( ) 2 ( ) d 2 = f(x, y, z) = ( 113 )

47 Resolvendo, temos Logo, d 2 = d = Portanto, a menor distância entre o ponto (1, 1, 1) e o plano é dado por Exemplo 3.5 Determinar três números positivos cujo produto seja 100 e cuja soma seja mínima. Solução: Sejam f(x, y, z) = x + y + z S e g(x, y, z) = xyz 100. Para usarmos o método dos multiplicadores de Lagrange para três variáveis, vamos inicialmente encontrar f e g. Ou seja, Logo, f(x, y, z) = (1, 1, 1). E, x = 1, g x = yz, Logo, g(x, y, z) = (yz, zx, xy). Daí, substituindo em S 1, temos S 1 y = 1 e z = 1. g y = zx e g z = xy. 1 = λyz 1 = λzx 1 = λxy xyz 100 = 0 Igualando as três primeiras equações de S 1, temos Na primeira igualdade de (3.10), temos Na segunda igualdade de (3.10), temos 1 yz = 1 xz = 1 xy 1 yz = 1 xz 1 xy = 1 xz x = y. z = y. Daí, substituindo x = y e z = y na quarta equação do sistema, temos y 3 = 100 y = = λ. (3.10) Como, y = x = z, assim, x = e z = logo, os três números que satisfazem o problema são: (x, y, z) = ( 3 100, , 3 100).

48 Exemplo 3.6 A temperatura T em qualquer ponto (x, y, z) no espaço é dada por T = 100x 2 yz. Determine a temperatura máxima sobre a esfera x 2 +y 2 +z 2 4, com z 0. Qual a temperatura mínima? Solução: Sejam T = f(x, y, z) = 100x 2 yz e g(x, y, z) = x 2 + y 2 + z 2 4. Vamos encontrar os candidatos a ponto crítico que estão na fronteira da esfera. Para usarmos o método dos multiplicadores de Lagrange para três variáveis, vamos inicialmente encontrar f e g. Ou seja, calculando o gradiente de f(x, y, z), temos x = 200xyz, y = 100x2 z Logo, f(x, y, z) = (200xyz, 100x 2 z, 100x 2 y). E, g x = 2x, Logo, g(x, y, z) = (2x, 2y, 2z). e z = 100x2 y. g y = 2y e g z = 2z. Daí, construindo o sistema de equações S 1, temos, 200xyz = 2λx 100x S 2 z = 2λy 1 100x 2 y = 2λz x 2 + y 2 + z 2 4 = 0 Igualando as três primeiras equações de S 1, temos 100yz = 50x2 z y Na primeira igualdade de (3.11), temos = 50x2 y z = λ (3.11) 2y 2 = x 2, e daí, Na segunda igualdade de (3.11), temos e daí, y 2 = x2 2 2z 2 = x 2, (3.12) z 2 = x2 2 Daí, substituindo (3.12) e (3.13) na quarta equação de S 1, temos (3.13) x 2 + x2 2 + x2 2 = 4 x2 = 2, 47

49 e daí, x = ± 2. Substituindo os valores de x em (3.12), temos y = ±1 Substituindo os valores de x em (3.13), temos z = ±1 Assim, encontramos dois extremos na fronteira da esfera ( 2, 1, 1) e ( 2, 1, 1), com z 0. Agora, substituindo ( 2, 1, 1) em T, temos T ( 2, 1, 1) = 200. E ainda, ( 2, 1, 1) em T, temos T ( 2, 1, 1) = 200. Logo, T = 200 é a temperatura máxima e T = 200 é a temperatura mínima. Exemplo 3.7 Uma companhia possui três fábricas produzindo o mesmo produto. Se as fábricas A, B e C produzem x, y e z unidades, respectivamente, seus custos de fabricação são (3x ), (y ) e (2z ). Se um pedido de 1100 unidades deve ser entregue, use o método dos multiplicadores de Lagrange para determinar como a produção deve ser distribuida entre as três fábricas, a fim de minimizar o custo total de fabricação. Solução: De acordo com as informações extraídas do problema, temos a função custo C dada por C(x, y) = 3x 2 + y 2 + 2z , e a função Q é a quantidade de produzidos pelas três fábricas, a saber, Q(x, y) = x + y + z Para usarmos o método dos multiplicadores de Lagrange para três variáveis, vamos inicialmente encontrar C e Q. Ou seja, C x = 6x, Logo, C(x, y, z) = (6x, 2y, 4z). E, Q x = 1, C y = 2y e C z = 4z. Q y = 1 e Q z = 1. 48

50 Logo, Q(x, y, z) = (1, 1, 1). Substituindo os valores encontrados, obtemos o sistema de equações S 1, daí 6x = λ 2y = λ S 1 4z = λ x + y + z 1100 = 0. Igualando a primeira e a segunda equações de S 1, temos x = y 3 (3.14) Igualando a segunda e a terceira equações de S 1, temos z = y 2 (3.15) Daí, substituindo (3.14) e (3.15) na quarta equação de S 1, temos Sendo assim, y 3 + y + y 2 = y 6 x = 200 e z = 300 = 1100 y = 600 Para minimizar o custo total de fabricação de produtos, as quantidades devem estar distribuidas de forma que a fábrica A produza 200 unidades, a fábrica B produza 600 unidade e a fábrica C produza 300 unidades. Exemplo 3.8 Uma firma de embalagem necessita fabricar caixas retangulares de 64cm 3 de volume. Se o material da parte lateral custa a metade do material a ser usado para a tampa e para o fundo da caixa, determinar as dimensões da caixa que minimizam o custo. Solução: Sejam f(x, y, z) = 2xya + zxa + yza, com a constante representando o custo do material e g(x, y, z) = xyz 64. Para usarmos o método dos multiplicadores de Lagrange para três variáveis, vamos inicialmente encontrar f e g. Ou seja, x = 2ya + za, y = 2xa + za e z Logo, f(x, y, z) = (2ya + za, 2xa + za, xa + ya). E, g x = yz, Logo, g(x, y, z) = (yz, zx, xy). g y = zx e g z = xy. Daí, substituindo no sistema S 1, temos, 2ya + za = λyz 2xa + za = λzx S 1 xa + ya = λxy xyz 64 = 0 49 = xa + ya.

51 Igualando as três primeiras equações do sistema, temos 2ya + za yz Na primeira igualdade de (3.16), temos ou ainda, 2ya + za yz = = 2xa + za xz 2xa + za xz = xa + ya xy 2xya + yza = 2xya + xza Também, igualando a primeira e a terceira equações de (3.16), temos = λ (3.16) x = y (3.17) 2ya + za yz = xa + ya xy xza + yza = 2xya + xza Daí, substituindo (3.17) e (3.18) na quarta equação de S 1, temos z = 2x (3.18) 2x 3 = 64 x = Como, y = x, logo, y = e z = Portanto, as dimensões da caixa que minimizam o custo são (x, y, z) = (2 3 4, 2 3 4, 4 3 4). Exemplo 3.9 A base de um aquário com volume V é feita de ardósia e os lados são de vidro. Se o preço da ardósia(por unidade de área) equivale a cinco vezes o preço do vidro, determine as dimensões do aquário para minimizar o custo do material. Solução: Sejam f(x, y, z) = 5xy + 2z(x + y) e g(x, y, z) = xyz V. Para usarmos o método dos multiplicadores de Lagrange para três variáveis, vamos inicialmente encontrar f e g. Ou seja, x = 5y + 2z, y = 5x + 2z e z = 2x + 2y. Logo, f(x, y, z) = (5y + 2z, 5x + 2z, 2x + 2y). E, g x = yz, g y = zx e g z = xy. 50

52 Logo, g(x, y, z) = (yz, zx, xy). Daí, substituindo em S 1, temos, 5y + 2z = λyz 5x + 2z = λzx 2x + 2y = λxy xyz V = 0 Igualando as três primeiras equações de S 1, temos 5y + 2z yz = 5x + 2z xz = 2x + 2y xy Igualando a primeira e a terceira equações de (3.19), temos ou ainda, 5y + 2z yz = 2x + 2y xy 2xz + 2yz = 5xy + 2xz = λ (3.19) z = 5x 2 (3.20) Na primeira igualdade de (3.19), temos ou seja, 5y + 2z yz = 5x + 2z xz 5xy + 2yz = 5xy + 2xz Daí, substituindo (3.20) e (3.21) na quarta equação de S 1, temos ( ) 5x x x = V 5x 3 = 2V 2 e daí, De (3.21), como x = y, então y = x (3.21) x = 3 2V 5. y = 3 2V 5. Agora, x = y = 2z 5. Substituindo x e y na quarta equação de S 1, temos e daí, ( 2z 5 ) ( ) 2z z = V 4z = V, 25V z = 3 4 ( 3 2V Portanto, as dimensões do aquário são, 3 2V, V 4 ).

DERIVADAS PARCIAIS. y = lim

DERIVADAS PARCIAIS. y = lim DERIVADAS PARCIAIS Definição: Seja f uma função de duas variáveis, x e y (f: D R onde D R 2 ) e (x 0, y 0 ) é um ponto no domínio de f ((x 0, y 0 ) D). A derivada parcial de f em relação a x no ponto (x

Leia mais

Máximos e mínimos (continuação)

Máximos e mínimos (continuação) UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CÁLCULO II - PROJETO NEWTON AULA 3 Assunto: Máximos e mínimos Palavras-chaves: máximos e mínimos, valores máximos e valores mínimos Máximos e mínimos (continuação) Sejam f

Leia mais

15 AULA. Máximos e Mínimos LIVRO. META Encontrar os pontos de máximo e mínimo de uma função de duas variáveis a valores reais.

15 AULA. Máximos e Mínimos LIVRO. META Encontrar os pontos de máximo e mínimo de uma função de duas variáveis a valores reais. 1 LIVRO Máximos e Mínimos 1 AULA META Encontrar os pontos de máximo e mínimo de uma função de duas variáveis a valores reais. OBJETIVOS Maximizar e/ou minimizar função de duas variáveis a valores reais.

Leia mais

Multiplicadores de Lagrange

Multiplicadores de Lagrange Multiplicadores de Lagrange Para motivar o método, suponha que queremos maximizar uma função f (x, y) sujeito a uma restrição g(x, y) = 0. Geometricamente: queremos um ponto sobre o gráfico da curva de

Leia mais

xy 2 (b) A função é contínua na origem? Justique sua resposta! (a) Calculando o limite pela reta y = mx:

xy 2 (b) A função é contínua na origem? Justique sua resposta! (a) Calculando o limite pela reta y = mx: NOME: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Instituto de Matemática PRIMEIRA PROVA UNIFICADA CÁLCULO II Politécnica, Engenharia Química e Ciência da Computação 21/05/2013. 1 a QUESTÃO : Dada a função

Leia mais

Derivadas Parciais Capítulo 14

Derivadas Parciais Capítulo 14 Derivadas Parciais Capítulo 14 DERIVADAS PARCIAIS No Exemplo 6 da Seção 14.7 maximizamos a função volume V = xyz sujeita à restrição 2xz + 2yz + xy = que expressa a condição de a área da superfície ser

Leia mais

MAT-2454 Cálculo Diferencial e Integral II EP-USP

MAT-2454 Cálculo Diferencial e Integral II EP-USP MAT-454 Cálculo Diferencial e Integral II EP-USP Solução da Questão da Terceira Prova 8//06 Questão (Tipo A Valor: 3, 0 pontos). a. Determine todos os pontos da superfície de nível da função g(x, y, z)

Leia mais

Derivadas direcionais Definição (Derivadas segundo um vector): f : Dom(f) R n R e P 0 int(dom(f)) então

Derivadas direcionais Definição (Derivadas segundo um vector): f : Dom(f) R n R e P 0 int(dom(f)) então Derivadas direcionais Definição (Derivadas segundo um vector): f : Dom(f) R n R e P 0 int(dom(f)) então Seja D v f(p 0 ) = lim λ 0 f(p 0 + λ v) f(p 0 ) λ v representa a derivada direcional de f segundo

Leia mais

1 Derivadas Parciais de Ordem Superior Em duas variáveis Em três variáveis. 1.3 Derivadas de Ordem

1 Derivadas Parciais de Ordem Superior Em duas variáveis Em três variáveis. 1.3 Derivadas de Ordem Contents 1 Derivadas Parciais de Ordem Superior 1 1.1 Em duas variáveis..................................... 1 1. Em três variáveis...................................... 1 1.3 Derivadas de Ordem...................................

Leia mais

Aula 18. Método Multiplicadores Lagrange (continuação)

Aula 18. Método Multiplicadores Lagrange (continuação) Aula 18 Método Multiplicadores Lagrange (continuação) Na aula anterior introduzimos o Método dos Multiplicadores de Lagrange, que serve para maximizar/minimizar uma função restrita a um domínio do tipo

Leia mais

14 AULA. Vetor Gradiente e as Derivadas Direcionais LIVRO

14 AULA. Vetor Gradiente e as Derivadas Direcionais LIVRO 1 LIVRO Vetor Gradiente e as Derivadas Direcionais 14 AULA META Definir o vetor gradiente de uma função de duas variáveis reais e interpretá-lo geometricamente. Além disso, estudaremos a derivada direcional

Leia mais

CÁLCULO I. 1 Derivada de Funções Elementares

CÁLCULO I. 1 Derivada de Funções Elementares CÁLCULO I Prof. Marcos Diniz Prof. Edilson Neri Prof. André Almeida Aula n o : Derivada das Funções Elementares. Regras de Derivação. Objetivos da Aula Apresentar a derivada das funções elementares; Apresentar

Leia mais

Aula 15. Derivadas Direcionais e Vetor Gradiente. Quando u = (1, 0) ou u = (0, 1), obtemos as derivadas parciais em relação a x ou y, respectivamente.

Aula 15. Derivadas Direcionais e Vetor Gradiente. Quando u = (1, 0) ou u = (0, 1), obtemos as derivadas parciais em relação a x ou y, respectivamente. Aula 15 Derivadas Direcionais e Vetor Gradiente Seja f(x, y) uma função de variáveis. Iremos usar a notação D u f(x 0, y 0 ) para: Derivada direcional de f no ponto (x 0, y 0 ), na direção do vetor unitário

Leia mais

MAT Cálculo Diferencial e Integral para Engenharia II 2 o semestre de Prova Substitutiva - 03/12/2012. Gabarito - TURMA A

MAT Cálculo Diferencial e Integral para Engenharia II 2 o semestre de Prova Substitutiva - 03/12/2012. Gabarito - TURMA A MAT 25 - Cálculo Diferencial e Integral para Engenaria II 2 o semestre de 2012 - Prova Substitutiva - 0/12/2012 Gabarito - TURMA A Questão 1. pontos) Seja a função fx,y) = ) x5 sen x +y x 2 +y 2, se x,y)

Leia mais

MAT Cálculo 2 para Economia 3 a Prova - 28 de novembro de 2016

MAT Cálculo 2 para Economia 3 a Prova - 28 de novembro de 2016 MAT 0147 - Cálculo para Economia 3 a Prova - 8 de novembro de 016 Questão 1) Determine o máximo e o mínimo de f(x, y) = x 4 + y em D = {(x, y); x + y 1}. Soluç~ao: As derivadas parciais f x (x, y) = 4x

Leia mais

Cálculo Diferencial e Integral II

Cálculo Diferencial e Integral II Instituto Superior Técnico Departamento de Matemática Secção de Álgebra e Análise Cálculo Diferencial e Integral II Ficha de trabalho 1 (versão de 6/0/009 (Esboço de Conjuntos. Topologia. Limites. Continuidade

Leia mais

Universidade Estadual de Montes Claros Departamento de Ciências Exatas Curso de Licenciatura em Matemática. Notas de Aulas de

Universidade Estadual de Montes Claros Departamento de Ciências Exatas Curso de Licenciatura em Matemática. Notas de Aulas de Universidade Estadual de Montes Claros Departamento de Ciências Exatas Curso de Licenciatura em Matemática Notas de Aulas de Cálculo Rosivaldo Antonio Gonçalves Notas de aulas que foram elaboradas para

Leia mais

(x,y) x Exemplo: (x, y) ou f x. x = f x = 2xy. y = f y

(x,y) x Exemplo: (x, y) ou f x. x = f x = 2xy. y = f y 1 DEFINIÇÃO DE Chamamos de derivada parcial quando temos uma função que envolve mais de uma variável e queremos derivar em relação a uma delas. De forma geral, basta derivarmos em relação à variável de

Leia mais

MAT Cálculo Diferencial e Integral para Engenharia II 3 a lista de exercícios

MAT Cálculo Diferencial e Integral para Engenharia II 3 a lista de exercícios MAT 454 - Cálculo Diferencial e Integral para Engenharia II a lista de exercícios - 7. Ache os pontos do hiperbolóide x y + z = onde a reta normal é paralela à reta que une os pontos (,, ) e (5,, 6)..

Leia mais

1o sem profa. daniela m. vieira. (a) f(x, y) = 3x y no conjunto A de todos (x, y) tais que x 0, y 0, y x 3, x + y 4 e

1o sem profa. daniela m. vieira. (a) f(x, y) = 3x y no conjunto A de todos (x, y) tais que x 0, y 0, y x 3, x + y 4 e mat51 - cálculo várias variáveis i - licenciatura 1o sem 011 - profa daniela m vieira SÉTIMA LISTA DE EXERCÍCIOS (1) Estude a função dada com relação a máximo e mínimo no conjunto dado (a) f(x, y) = x

Leia mais

Respostas sem justificativas não serão aceitas Não é permitido o uso de aparelhos eletrônicos

Respostas sem justificativas não serão aceitas Não é permitido o uso de aparelhos eletrônicos UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO UNIDADE ACADÊMICA DO CABO DE SANTO AGOSTINHO CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL - 018. - TURMA MA 1A VERIFICAÇÃO DE APRENDIZAGEM - PARTE Nome Legível RG CPF Respostas

Leia mais

MAT Cálculo Diferencial e Integral para Engenharia II 2 o semestre de Prova Substitutiva - 03/12/2012. Gabarito - TURMA A

MAT Cálculo Diferencial e Integral para Engenharia II 2 o semestre de Prova Substitutiva - 03/12/2012. Gabarito - TURMA A MAT 25 - Cálculo Diferencial e Integral para Engenharia II 2 o semestre de 2012 - Prova Substitutiva - 0/12/2012 Gabarito - TURMA A Questão 1.( pontos) Seja a função f(x,y) = ( ) x5 sen x +y x 2 +y 2,

Leia mais

P4 de Cálculo a Várias Variáveis I MAT Data: 02 de julho

P4 de Cálculo a Várias Variáveis I MAT Data: 02 de julho P de Cálculo a Várias Variáveis I MAT 6 03. Data: 0 de julho Nome: Assinatura: Matrícula: Turma: Questão Valor Nota Revisão 5.0 5.0 Total 0.0 Instruções Mantenha seu celular desligado durante toda a prova.

Leia mais

(7) Suponha que sobre uma certa região do espaço o potencial elétrico V é dado por V(x, y, z) = 5x 2 3xy + xyz.

(7) Suponha que sobre uma certa região do espaço o potencial elétrico V é dado por V(x, y, z) = 5x 2 3xy + xyz. 1. MAT - 0147 CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL II PARA ECÔNOMIA 3 a LISTA DE EXERCÍCIOS - 017 1) Em cada caso, esboce a superfície de nível c da função F : R 3 R: a) Fx, y, z) = x + y + 3z e c = 1 b) Fx,

Leia mais

Derivadas Parciais Capítulo 14

Derivadas Parciais Capítulo 14 Derivadas Parciais Capítulo 14 DERIVADAS PARCIAIS Como vimos no Capítulo 4, no Volume I, um dos principais usos da derivada ordinária é na determinação dos valores máximo e mínimo. DERIVADAS PARCIAIS 14.7

Leia mais

SEGUNDA CHAMADA CALCULO 2 2/2017

SEGUNDA CHAMADA CALCULO 2 2/2017 9/11/017 SEGUNDA CHAMADA CALCULO /017 PROF: RENATO FERREIRA DE VELLOSO VIANNA Questão 1,5 pontos). Resolva os problemas de valor inicial: y + 4y + 4y = e x {, y = xyy + 4), a) = y0) = 0, b) = y0) = 5.

Leia mais

1. as equações paramétricas da reta que contém o ponto A e é perpendicular ao plano de equação x 2y + 3z = 17;

1. as equações paramétricas da reta que contém o ponto A e é perpendicular ao plano de equação x 2y + 3z = 17; PROVA 1 09 de setembro de 2015 08h30 1 2 3 4 5 081 x = 1 + 3t 0811 Considere a reta L de equações paramétricas y = t z = 5 A = (5, 0, 2). Obtenha e o ponto 1. as equações paramétricas da reta que contém

Leia mais

Derivadas Parciais Capítulo 14

Derivadas Parciais Capítulo 14 Derivadas Parciais Capítulo 14 DERIVADAS PARCIAIS 14.6 Derivadas Direcionais e o Vetor Gradiente Nesta seção, vamos aprender como encontrar: As taxas de variação de uma função de duas ou mais variáveis

Leia mais

Matemática 2. Teste Final. Atenção: Esta prova deve ser entregue ao fim de 1 Hora. Deve justificar detalhadamente todas as suas respostas.

Matemática 2. Teste Final. Atenção: Esta prova deve ser entregue ao fim de 1 Hora. Deve justificar detalhadamente todas as suas respostas. Matemática 2 Lic. em Economia, Gestão e Finanças Data: 4 de Julho de 2017 Duração: 1H Teste Final Atenção: Esta prova deve ser entregue ao fim de 1 Hora. Deve justificar detalhadamente todas as suas respostas.

Leia mais

MAT Lista de exercícios

MAT Lista de exercícios 1 Curvas no R n 1. Esboce a imagem das seguintes curvas para t R a) γ(t) = (1, t) b) γ(t) = (t, cos(t)) c) γ(t) = (t, t ) d) γ(t) = (cos(t), sen(t), 2t) e) γ(t) = (t, 2t, 3t) f) γ(t) = ( 2 cos(t), 2sen(t))

Leia mais

Índice. AULA 5 Derivação implícita 3. AULA 6 Aplicações de derivadas 4. AULA 7 Aplicações de derivadas 6. AULA 8 Esboço de gráficos 9

Índice. AULA 5 Derivação implícita 3. AULA 6 Aplicações de derivadas 4. AULA 7 Aplicações de derivadas 6. AULA 8 Esboço de gráficos 9 www.matematicaemexercicios.com Derivadas Vol. 2 1 Índice AULA 5 Derivação implícita 3 AULA 6 Aplicações de derivadas 4 AULA 7 Aplicações de derivadas 6 AULA 8 Esboço de gráficos 9 www.matematicaemexercicios.com

Leia mais

A Derivada. Derivadas Aula 16. Alexandre Nolasco de Carvalho Universidade de São Paulo São Carlos SP, Brazil

A Derivada. Derivadas Aula 16. Alexandre Nolasco de Carvalho Universidade de São Paulo São Carlos SP, Brazil Derivadas Aula 16 Alexandre Nolasco de Carvalho Universidade de São Paulo São Carlos SP, Brazil 04 de Abril de 2014 Primeiro Semestre de 2014 Turma 2014104 - Engenharia Mecânica A Derivada Seja x = f(t)

Leia mais

Noções de matemática. Maurício Yoshida Izumi

Noções de matemática. Maurício Yoshida Izumi Noções de matemática Maurício Yosida Izumi 29 de agosto de 2015 Sumário 1 Notação e funções 2 1.1 Números reais........................................ 2 1.2 Intervalos...........................................

Leia mais

Instituto de Matemática Departamento de Métodos Matemáticos

Instituto de Matemática Departamento de Métodos Matemáticos ?????? @ @ @@ @@?????? @ @ @@ @@ Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de Matemática Departamento de Métodos Matemáticos Prova Final Unificada de Cálculo II Politécnica,Escola Química - 03/12/2013

Leia mais

ln(x + y) (x + y 1) < 1 (x + y 1)2 3. Determine o polinômio de Taylor de ordem 2 da função dada, em volta do ponto dado:

ln(x + y) (x + y 1) < 1 (x + y 1)2 3. Determine o polinômio de Taylor de ordem 2 da função dada, em volta do ponto dado: ā Lista de MAT 454 - Cálculo II - a) POLINÔMIOS DE TAYLOR 1. Seja f(x, y) = ln (x + y). a) Determine o polinômio de Taylor de ordem um de f em torno de ( 1, 1 ). b) Mostre que para todo (x, y) IR com x

Leia mais

12 AULA. ciáveis LIVRO. META Estudar derivadas de funções de duas variáveis a valores reais.

12 AULA. ciáveis LIVRO. META Estudar derivadas de funções de duas variáveis a valores reais. 1 LIVRO Diferen- Funções ciáveis META Estudar derivadas de funções de duas variáveis a valores reais. OBJETIVOS Estender os conceitos de diferenciabilidade de funções de uma variável a valores reais. PRÉ-REQUISITOS

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CÁLCULO L NOTAS DA NONA AULA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO Resumo. Nesta aula, apresentaremos as funções logaritmo e exponencial e calcularemos as suas derivadas. Também estabeleceremos algumas propriedades

Leia mais

Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de São Paulo. Módulo I: Cálculo Diferencial e Integral Funções de Duas ou Mais Variáveis

Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de São Paulo. Módulo I: Cálculo Diferencial e Integral Funções de Duas ou Mais Variáveis Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de São Paulo Módulo I: Cálculo Diferencial e Integral Funções de Duas ou Mais Variáveis Professora Renata Alcarde Sermarini Notas de aula do

Leia mais

Lista Determine o valor máximo e o valor mínimo da função f sujeita às restrições explicitadas:

Lista Determine o valor máximo e o valor mínimo da função f sujeita às restrições explicitadas: UFPR - Universidade Federal do Paraná Setor de Ciências Exatas Departamento de Matemática CM048 - Cálculo II - Matemática Diurno Prof. Zeca Eidam Lista 3 Máximos e mínimos de funções de duas variáveis

Leia mais

Cálculo II. Resumo e Exercícios P3

Cálculo II. Resumo e Exercícios P3 Cálculo II Resumo e Exercícios P3 Resuminho Teórico e Fórmulas Parte 1 Funções de Três Variáveis w = f(x, y, z) Definida em R +, apenas um valor de w para cada (x, y, z). Domínio de Função de Três Variáveis:

Leia mais

Cálculo Diferencial e Integral II Resolução do Exame/Teste de Recuperação 02 de Julho de 2018, 15:00h - versão 2 Duração: Exame (3h), Teste (1h30)

Cálculo Diferencial e Integral II Resolução do Exame/Teste de Recuperação 02 de Julho de 2018, 15:00h - versão 2 Duração: Exame (3h), Teste (1h30) Instituto Superior Técnico Departamento de Matemática Secção de Álgebra e Análise Cálculo Diferencial e Integral II do Exame/Teste de Recuperação 2 de Julho de 218, 15:h - versão 2 Duração: Exame (3h),

Leia mais

4 o Roteiro de Atividades: reforço da segunda parte do curso de Cálculo II Instituto de Astronomia e Geofísica

4 o Roteiro de Atividades: reforço da segunda parte do curso de Cálculo II Instituto de Astronomia e Geofísica 4 o Roteiro de Atividades: reforço da segunda parte do curso de Cálculo II Instituto de Astronomia e Geofísica Objetivo do Roteiro Pesquisa e Atividades: Teoremas de diferenciabilidade de funções, Vetor

Leia mais

MAT CÁLCULO 2 PARA ECONOMIA. Geometria Analítica

MAT CÁLCULO 2 PARA ECONOMIA. Geometria Analítica MT0146 - CÁLCULO PR ECONOMI SEMESTRE DE 016 LIST DE PROBLEMS Geometria nalítica 1) Sejam π 1 e π os planos de equações, respectivamente, x + y + z = e x y + z = 1. Seja r a reta formada pela interseção

Leia mais

Os únicos candidatos a extremantes locais são os pontos críticos de f pois o D f 2 é aberto. f

Os únicos candidatos a extremantes locais são os pontos críticos de f pois o D f 2 é aberto. f CAPÍTULO 16 Exercícios 16 1 Seja (x y) x y xy x y Os únicos candidatos a extremantes locais são os pontos críticos de pois o D é aberto De ( x x y ) x y ( y x y ) y x 1 resulta que os candidatos a extremantes

Leia mais

Resumo: Regra da cadeia, caso geral

Resumo: Regra da cadeia, caso geral Resumo: Regra da cadeia, caso geral Teorema Suponha que u = u(x 1,..., x n ) seja uma função diferenciável de n variáveis x 1,... x n onde cada x i é uma função diferenciável de m variáveis t 1,..., t

Leia mais

MAT Cálculo Diferencial e Integral para Engenharia II 3 a lista de exercícios

MAT Cálculo Diferencial e Integral para Engenharia II 3 a lista de exercícios MAT454 - Cálculo Diferencial e Integral para Engenharia II a lista de exercícios - 014 1. Em cada caso, esboce a superfície de nível c da função F : R R: a) Fx, y, z) = x + y + z e c = 1 b) Fx, y, z) =

Leia mais

Cálculo II. Resumo Teórico Completo

Cálculo II. Resumo Teórico Completo Cálculo II Resumo Teórico Completo Cálculo 2 A disciplina visa estudar funções e gráficos, de forma semelhante a Cálculo 1, mas expande o estudo para funções de mais de uma variável, bem como gráficos

Leia mais

Aula 5 Derivadas parciais

Aula 5 Derivadas parciais Aula 5 Derivadas parciais MÓDULO 1 AULA 5 Objetivos Aprender a calcular as derivadas parciais de funções de várias variáveis. Conecer a interpretação geométrica desse conceito. Introdução Ao longodas quatro

Leia mais

Máximos e mínimos UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CÁLCULO II - PROJETO NEWTON AULA 22. Assunto: Máximos e mínimos

Máximos e mínimos UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CÁLCULO II - PROJETO NEWTON AULA 22. Assunto: Máximos e mínimos Assunto: Máximos e mínimos UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CÁLCULO II - PROJETO NEWTON AULA Palavras-chaves: máximos e mínimos, valores máximos e valores mínimos Máximos e mínimos Sejam f uma função a valores

Leia mais

MAT 2454 Cálculo II Resolução da Lista 3

MAT 2454 Cálculo II Resolução da Lista 3 MAT 2454 Cálculo II Resolução da Lista 3 por César Morad I. Superfícies de Nível, Planos Tangentes e Derivadas Direcionais 1.1. Em cada caso, esboce a superfície de nível c da função F: R 2 R: a. F(x,

Leia mais

Cálculo 1 - Quinta Lista de Exercícios Derivadas

Cálculo 1 - Quinta Lista de Exercícios Derivadas Cálculo 1 - Quinta Lista de Exercícios Derivadas Prof. Fabio Silva Botelho November 2, 2017 1. Seja f : D = R\{ 7/5} R onde 1 5x+7. Seja x D. Utilizando a definição de derivada, calcule f (x). Calcule

Leia mais

Capítulo 4. Exemplo 4.1 Seja a função f(x, y) = 3x2 + 5y

Capítulo 4. Exemplo 4.1 Seja a função f(x, y) = 3x2 + 5y Capítulo 4 Funções de várias variáveis 4.1 Definição e exemplos Em muitas situações, o valor de um bem pode depender de dois ou mais fatores. Por exemplo, o lucro da venda de um produto pode depender do

Leia mais

Diferenciabilidade de funções reais de várias variáveis reais

Diferenciabilidade de funções reais de várias variáveis reais Diferenciabilidade de funções reais de várias variáveis reais Cálculo II Departamento de Matemática Universidade de Aveiro 2018-2019 Cálculo II 2018-2019 Diferenciabilidade de f.r.v.v.r. 1 / 1 Derivadas

Leia mais

3 A Reta Tangente Definição: Seja y = f(x) uma curva definida no intervalo. curva y = f(x). A reta secante s é a reta que passa pelos pontos

3 A Reta Tangente Definição: Seja y = f(x) uma curva definida no intervalo. curva y = f(x). A reta secante s é a reta que passa pelos pontos 3 A Reta Tangente Definição: Seja y = f(x) uma curva definida no intervalo (a, b) Sejam P(p, f(p)) e Q(x, f(x)) dois pontos distintos da curva y = f(x). A reta secante s é a reta que passa pelos pontos

Leia mais

Derivadas 1

Derivadas 1 www.matematicaemexercicios.com Derivadas 1 Índice AULA 1 Introdução 3 AULA 2 Derivadas fundamentais 5 AULA 3 Derivada do produto e do quociente de funções 7 AULA 4 Regra da cadeia 9 www.matematicaemexercicios.com

Leia mais

MATEMÁTICA II. Profa. Dra. Amanda Liz Pacífico Manfrim Perticarrari

MATEMÁTICA II. Profa. Dra. Amanda Liz Pacífico Manfrim Perticarrari MATEMÁTICA II Profa. Dra. Amanda Liz Pacífico Manfrim Perticarrari amanda.perticarrari@unesp.br DERIVADAS PARCIAIS DERIVADAS PARCIAIS Sejam z = f x, y uma função real de duas variáveis reais; x 0, y 0

Leia mais

Instituto de Matemática - IM/UFRJ Cálculo I - MAC118 1 a Prova - Gabarito - 13/10/2016

Instituto de Matemática - IM/UFRJ Cálculo I - MAC118 1 a Prova - Gabarito - 13/10/2016 Instituto de Matemática - IM/UFRJ Cálculo I - MAC118 1 a Prova - Gabarito - 13/10/2016 Questão 1: (2 pontos) x (a) (0.4 ponto) Calcule o ite: 2 + 3 2. x 1 x 1 ( πx + 5 ) (b) (0.4 ponto) Calcule o ite:

Leia mais

Geometria Analítica II - Aula 4 82

Geometria Analítica II - Aula 4 82 Geometria Analítica II - Aula 4 8 IM-UFF K. Frensel - J. Delgado Aula 5 Esferas Iniciaremos o nosso estudo sobre superfícies com a esfera, que já nos é familiar. A esfera S de centro no ponto A e raio

Leia mais

Aula 25. Alexandre Nolasco de Carvalho Universidade de São Paulo São Carlos SP, Brazil

Aula 25. Alexandre Nolasco de Carvalho Universidade de São Paulo São Carlos SP, Brazil Assíntotas, Esboço de Gráfico e Aplicações Aula 25 Alexandre Nolasco de Carvalho Universidade de São Paulo São Carlos SP, Brazil 09 de Maio de 2014 Primeiro Semestre de 2014 Turma 2014106 - Engenharia

Leia mais

Variedades e Extremos Condicionados (Resolução Sumária)

Variedades e Extremos Condicionados (Resolução Sumária) Variedades e Extremos Condicionados (Resolução Sumária) 3 de Maio de 013 1. Mostre que os seguintes conjuntos são variedades e indique a respectiva dimensão: (a) {(x,y,z) R 3 : x +y z = 1}; Resolução:

Leia mais

Cálculo Infinitesimal II / Cálculo II - Apontamentos de Apoio Capítulo 3 - Funções de n Variáveis

Cálculo Infinitesimal II / Cálculo II - Apontamentos de Apoio Capítulo 3 - Funções de n Variáveis Cálculo Infinitesimal II / Cálculo II - Apontamentos de Apoio Capítulo 3 - Funções de n Variáveis Neste capítulo vamos estender as noções do cálculo diferencial a funções que dependem de mais de uma variável

Leia mais

MAT Cálculo II - IQ Prof. Oswaldo Rio Branco de Oliveira 2 ō semestre de 2008 Prova Substitutiva

MAT Cálculo II - IQ Prof. Oswaldo Rio Branco de Oliveira 2 ō semestre de 2008 Prova Substitutiva MAT212 - Cálculo II - IQ Prof. Oswaldo Rio Branco de Oliveira 2 ō semestre de 2008 Prova Substitutiva Nome : N ō USP : GABARITO Q 1 2 3 4 5 6 Total N 1. Seja f(x, y) = 2xy2, se (x, y) (0, 0), f(0, 0) =

Leia mais

MAT Cálculo Diferencial e Integral para Engenharia II 3 a lista de exercícios

MAT Cálculo Diferencial e Integral para Engenharia II 3 a lista de exercícios MAT44 - Cálculo Diferencial e Integral para Engenharia II a lista de exercícios - 01 1. Esboce a superfície de nível da função F : A R R para o nível c: a) F(x, y, z) = x+y+z e c = 1 b) F(x, y, z) = x

Leia mais

Capítulo 12. Ângulo entre duas retas no espaço. Definição 1. O ângulo (r1, r2 ) entre duas retas r1 e r2 é assim definido:

Capítulo 12. Ângulo entre duas retas no espaço. Definição 1. O ângulo (r1, r2 ) entre duas retas r1 e r2 é assim definido: Capítulo 1 1. Ângulo entre duas retas no espaço Definição 1 O ângulo (r1, r ) entre duas retas r1 e r é assim definido: (r1, r ) 0o se r1 e r são coincidentes, se as retas são concorrentes, isto é, r1

Leia mais

Lista 1. (1,0). (Neste caso, usar a definição de derivada parcial é menos trabalhoso do que aplicar as regras de derivação.

Lista 1. (1,0). (Neste caso, usar a definição de derivada parcial é menos trabalhoso do que aplicar as regras de derivação. UFPR - Universidade Federal do Paraná Departamento de Matemática CM04 - Cálculo II Prof. José Carlos Eidam Lista Derivadas parciais, gradiente e diferenciabilidade. Ache as derivadas parciais de primeira

Leia mais

Teoremas e Propriedades Operatórias

Teoremas e Propriedades Operatórias Capítulo 10 Teoremas e Propriedades Operatórias Como vimos no capítulo anterior, mesmo que nossa habilidade no cálculo de ites seja bastante boa, utilizar diretamente a definição para calcular derivadas

Leia mais

CAPÍTULO 8 REGRA DA CADEIA (UM CASO PARTICULAR)

CAPÍTULO 8 REGRA DA CADEIA (UM CASO PARTICULAR) CAPÍTULO 8 REGRA DA CADEIA UM CASO PARTICULAR 81 Introdução Em Cálculo 1A, aprendemos que, para derivar a função hx x 2 3x + 2 37, o mais sensato é fazer uso da regra da cadeia A regra da cadeia que é

Leia mais

Aula 12. Ângulo entre duas retas no espaço. Definição 1. O ângulo (r1, r2 ) entre duas retas r1 e r2 se define da seguinte maneira:

Aula 12. Ângulo entre duas retas no espaço. Definição 1. O ângulo (r1, r2 ) entre duas retas r1 e r2 se define da seguinte maneira: Aula 1 1. Ângulo entre duas retas no espaço Definição 1 O ângulo (r1, r ) entre duas retas r1 e r se define da seguinte maneira: (r1, r ) 0o se r1 e r são coincidentes, Se as retas são concorrentes, isto

Leia mais

Tópico 4. Derivadas (Parte 1)

Tópico 4. Derivadas (Parte 1) Tópico 4. Derivadas (Parte 1) 4.1. A reta tangente Para círculos, a tangencia é natural? Suponha que a reta r da figura vá se aproximando da circunferência até tocá-la num único ponto. Na situação da figura

Leia mais

Algumas Regras para Diferenciação

Algumas Regras para Diferenciação UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA: CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I Algumas Regras para

Leia mais

CÁLCULO I Prof. Edilson Neri Júnior Prof. André Almeida

CÁLCULO I Prof. Edilson Neri Júnior Prof. André Almeida CÁLCULO I Prof. Edilson Neri Júnior Prof. André Almeida Aula n o 09: Regras de Derivação Objetivos da Aula Apresentar e aplicar as regras operacionais de derivação; Derivar funções utilizando diferentes

Leia mais

Derivadas Parciais. Copyright Cengage Learning. Todos os direitos reservados.

Derivadas Parciais. Copyright Cengage Learning. Todos os direitos reservados. 14 Derivadas Parciais Copyright Cengage Learning. Todos os direitos reservados. 14.6 Derivadas Direcionais e o Vetor Gradiente Copyright Cengage Learning. Todos os direitos reservados. Derivadas Direcionais

Leia mais

Aula Distância entre duas retas paralelas no espaço. Definição 1. Exemplo 1

Aula Distância entre duas retas paralelas no espaço. Definição 1. Exemplo 1 Aula 1 Sejam r 1 = P 1 + t v 1 t R} e r 2 = P 2 + t v 2 t R} duas retas no espaço. Se r 1 r 2, sabemos que r 1 e r 2 são concorrentes (isto é r 1 r 2 ) ou não se intersectam. Quando a segunda possibilidade

Leia mais

Prova de Conhecimentos Específicos 1 a QUESTÃO: (2,0 pontos)

Prova de Conhecimentos Específicos 1 a QUESTÃO: (2,0 pontos) Prova de Conhecimentos Específicos 1 a QUESTÃO: (,0 pontos) 5x Considere a função f(x)=. Determine, se existirem: x +7 (i) os pontos de descontinuidade de f; (ii) as assíntotas horizontais e verticais

Leia mais

21 e 22. Superfícies Quádricas. Sumário

21 e 22. Superfícies Quádricas. Sumário 21 e 22 Superfícies uádricas Sumário 21.1 Introdução....................... 2 21.2 Elipsoide........................ 3 21.3 Hiperboloide de uma Folha.............. 4 21.4 Hiperboloide de duas folhas..............

Leia mais

PARTE 10 REGRA DA CADEIA

PARTE 10 REGRA DA CADEIA PARTE 10 REGRA DA CADEIA 10.1 Introdução Em Cálculo 1A, quando queríamos derivar a função h(x = (x 2 3x + 2 37, fazíamos uso da regra da cadeia, que é uma das mais importantes regras de derivação e nos

Leia mais

Lista 2. (d) f (x, y) = x y x

Lista 2. (d) f (x, y) = x y x UFPR - Universidade Federal do Paraná Setor de Ciências Exatas Departamento de Matemática CM048 - Cálculo II - Matemática Diurno - 207/ Prof. Zeca Eidam Lista 2 Funções reais de duas e três variáveis.

Leia mais

11.5 Derivada Direcional, Vetor Gradiente e Planos Tangentes

11.5 Derivada Direcional, Vetor Gradiente e Planos Tangentes 11.5 Derivada Direcional, Vetor Gradiente e Planos Tangentes Luiza Amalia Pinto Cantão Depto. de Engenharia Ambiental Universidade Estadual Paulista UNESP luiza@sorocaba.unesp.br Estudos Anteriores Derivadas

Leia mais

CÁLCULO III - MAT Encontre todos os máximos locais, mínimos locais e pontos de sela nas seguintes funções:

CÁLCULO III - MAT Encontre todos os máximos locais, mínimos locais e pontos de sela nas seguintes funções: UNIVERSIDADE FEDERAL DA INTEGRAÇÃO LATINO-AMERICANA Instituto Latino-Americano de Ciências da Vida e da Natureza Centro Interdisciplinar de Ciências da Natureza CÁLCULO III - MAT0036 9 a Lista de exercícios

Leia mais

MAT Cálculo Diferencial e Integral para Engenharia II 2 a lista de exercícios

MAT Cálculo Diferencial e Integral para Engenharia II 2 a lista de exercícios MAT454 - Cálculo Diferencial e Integral para Engenharia II a lista de exercícios - 009 1. Ache as derivadas parciais de primeira ordem das funções: ( y (a) f(x, y) = arctg (b) f(x, y) = ln(1 + cos x) (xy

Leia mais

Derivada - Parte 2 - Regras de derivação

Derivada - Parte 2 - Regras de derivação Derivada - Parte 2 - Wellington D. Previero previero@utfpr.edu.br http://paginapessoal.utfpr.edu.br/previero Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Câmpus Londrina Wellington D. Previero Derivada

Leia mais

Aula 22 O teste da derivada segunda para extremos relativos.

Aula 22 O teste da derivada segunda para extremos relativos. O teste da derivada segunda para extremos relativos. MÓDULO 2 - AULA 22 Aula 22 O teste da derivada segunda para extremos relativos. Objetivo: Utilizar a derivada segunda para determinar pontos de máximo

Leia mais

AT3-1 - Unidade 3. Derivadas e Aplicações 1. Cálculo Diferencial e Integral. UAB - UFSCar. Bacharelado em Sistemas de Informação

AT3-1 - Unidade 3. Derivadas e Aplicações 1. Cálculo Diferencial e Integral. UAB - UFSCar. Bacharelado em Sistemas de Informação AT3-1 - Unidade 3 1 Cálculo Diferencial e Integral Bacharelado em Sistemas de Informação UAB - UFSCar 1 Versão com 34 páginas 1 / 34 Tópicos de AT3-1 1 Uma noção intuitiva Caracterização da derivada Regras

Leia mais

Lista de Exercícios de Cálculo 3 Sétima Semana

Lista de Exercícios de Cálculo 3 Sétima Semana Lista de Exercícios de Cálculo Sétima Semana Parte A. Use os multiplicados de Lagrange para determinar os valores máximos e mínimos da função sujeita as restrições dadas. (a) f(x, y) = x 2 + y 2 s.a. xy

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CÁLCULO II - PROJETO NEWTON AULA 16. F (t 0 ) = f (g(t 0 )).g (t 0 ) F (t) = f (g(t)).g (t)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CÁLCULO II - PROJETO NEWTON AULA 16. F (t 0 ) = f (g(t 0 )).g (t 0 ) F (t) = f (g(t)).g (t) Assunto: Regra da cadeia UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CÁLCULO II - PROJETO NEWTON AULA 16 Palavras-chaves: derivada,derivadas parciais, função composta, regra da cadeia Regra da Cadeia Os teoremas que

Leia mais

CÁLCULO I Prof. Marcos Diniz Prof. André Almeida Prof. Edilson Neri Júnior

CÁLCULO I Prof. Marcos Diniz Prof. André Almeida Prof. Edilson Neri Júnior Objetivos da Aula CÁLCULO I Prof. Marcos Diniz Prof. André Almeida Prof. Edilson Neri Júnior Aula n o 4: Aproximações Lineares e Diferenciais. Regra de L Hôspital. Definir e calcular a aproximação linear

Leia mais

Cálculo a Várias Variáveis I - MAT Cronograma para P2: aulas teóricas (segundas e quartas)

Cálculo a Várias Variáveis I - MAT Cronograma para P2: aulas teóricas (segundas e quartas) Cálculo a Várias Variáveis I - MAT 116 0141 Cronograma para P: aulas teóricas (segundas e quartas) Aula 10 4 de março (segunda) Aula 11 6 de março (quarta) Referências: Cálculo Vol James Stewart Seções

Leia mais

Apostila Cálculo Diferencial e Integral I: Derivada

Apostila Cálculo Diferencial e Integral I: Derivada Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia Campus Vitória da Conquista Coordenação Técnica Pedagógica Programa de Assistência e Apoio aos Estudantes Apostila Cálculo Diferencial e Integral

Leia mais

J. Delgado - K. Frensel - L. Crissaff Geometria Analítica e Cálculo Vetorial

J. Delgado - K. Frensel - L. Crissaff Geometria Analítica e Cálculo Vetorial 178 Capítulo 10 Equação da reta e do plano no espaço 1. Equações paramétricas da reta no espaço Sejam A e B dois pontos distintos no espaço e seja r a reta que os contém. Então, P r existe t R tal que

Leia mais

Plano tangente e reta normal

Plano tangente e reta normal UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CÁLCULO II - PROJETO NEWTON AULA 15 Assunto: Plano tangente, reta normal, vetor gradiente e regra da cadeia Palavras-chaves: plano tangente, reta normal, gradiente, função

Leia mais

CÁLCULO II Prof. Jerônimo Monteiro

CÁLCULO II Prof. Jerônimo Monteiro CÁLCULO II Pro. Jerônimo Monteiro Gabarito - Lista Semanal 08 Questão 1. Calcule 2 para (x, y, onde x = r cos θ e y = r sen θ. 2 Solução: Primeiro, calculamos pela regra da cadeia, como segue: = + = (

Leia mais

ATENÇÃO: O 2 ō Teste corresponde às perguntas 5 a 10. Resolução abreviada. 1. Seja f(x,y) = a) Determine o domínio de f e a respectiva fronteira.

ATENÇÃO: O 2 ō Teste corresponde às perguntas 5 a 10. Resolução abreviada. 1. Seja f(x,y) = a) Determine o domínio de f e a respectiva fronteira. Instituto uperior Técnico Departamento de Matemática ecção de Álgebra e Análise Cálculo Diferencial e Integral II 2 ō Teste/ ō Exame - de Janeiro de 2 Duração: Teste - h3m ; Exame - 3h Apresente e justifique

Leia mais

1.1. Expressão geral de arcos com uma mesma extremidade Expressão geral de arcos com uma mesma extremidade

1.1. Expressão geral de arcos com uma mesma extremidade Expressão geral de arcos com uma mesma extremidade UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA 1.1. Expressão geral de arcos

Leia mais

Resumo com exercícios resolvidos dos assuntos:

Resumo com exercícios resolvidos dos assuntos: www.engenhariafacil.weebly.com (0)- Considerações iniciais: Resumo com exercícios resolvidos dos assuntos: Máximos e mínimos absolutos e Multiplicador de Lagrange -Grande parte das funções não possui máximos

Leia mais

1. Limite. lim. Ou seja, o limite é igual ao valor da função em x 0. Exemplos: 1.1) Calcule lim x 1 x 2 + 2

1. Limite. lim. Ou seja, o limite é igual ao valor da função em x 0. Exemplos: 1.1) Calcule lim x 1 x 2 + 2 1. Limite Definição: o limite de uma função f(x) quando seu argumento x tende a x0 é o valor L para o qual a função se aproxima quando x se aproxima de x0 (note que a função não precisa estar definida

Leia mais

Aula 15 Derivadas parciais de ordens superiores

Aula 15 Derivadas parciais de ordens superiores MÓDULO 1 AULA 15 Aula 15 Derivadas parciais de ordens superiores Objetivos Usar a Regra da Cadeia para calcular derivadas parciais de ordens superiores. Conhecer uma condição suficiente para a comutatividade

Leia mais

MAT 121 : Cálculo II. Aula 27 e 28, Segunda 03/11/2014. Sylvain Bonnot (IME-USP)

MAT 121 : Cálculo II. Aula 27 e 28, Segunda 03/11/2014. Sylvain Bonnot (IME-USP) MAT 121 : Cálculo II Aula 27 e 28, Segunda 03/11/2014 Sylvain Bonnot (IME-USP) 2014 1 Resumo 1 Derivadas parciais: seja f : R 2 R, a derivada parcial f x (a, b) é o limite (quando existe) lim h 0 f (a

Leia mais

MAT1153 / LISTA DE EXERCÍCIOS : CAMPOS CONSERVATIVOS, INTEGRAIS DE LINHA, TRABALHO E TEOREMA DE GREEN

MAT1153 / LISTA DE EXERCÍCIOS : CAMPOS CONSERVATIVOS, INTEGRAIS DE LINHA, TRABALHO E TEOREMA DE GREEN MAT1153 / 2008.1 LISTA DE EXERCÍCIOS : CAMPOS CONSERVATIVOS, INTEGRAIS DE LINHA, TRABALHO E TEOREMA DE GREEN OBS: Faça os exercícios sobre campos conservativos em primeiro lugar. (1 Fazer exercícios 1:(c,

Leia mais

Derivada. Capítulo Retas tangentes e normais Número derivado

Derivada. Capítulo Retas tangentes e normais Número derivado Capítulo 3 Derivada 3.1 Retas tangentes e normais Vamos considerar o problema que consiste em traçar a reta tangente e a reta normal a uma curvay= f(x) num determinado ponto (a,f(a)) da curva. Por isso

Leia mais