CAMPO/CIDADE-RURAL/URBANO: OS EQUÍVOCOS NA DELIMITAÇÃO E NA LEITURA
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- Zaira Belém Cesário
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1 CAMPO/CIDADE-RURAL/URBANO: OS EQUÍVOCOS NA DELIMITAÇÃO E NA LEITURA Marcelino Francisco de Oliveira Universidade Federal de Goiás, Campus Catalão - Núcleo de Estudos e Pesquisas Socioambientais (NEPSA/CNPq/UFG) marcelino--2007@hotmail.com Estevane de Paula Pontes Mendes Universidade Federal de Goiás, Campus Catalão - Núcleo de Estudos e Pesquisas Socioambientais (NEPSA/CNPq/UFG) estevaneufg@gmail.com Resumo O presente trabalho propõe estabelecer diálogo sobre o procedimento metodológico utilizado para a delimitação de cidades e vilas no Brasil, como também promover distinção das categorias campo-cidade e rural-urbano, não com o intuito de uma definição, mas sim de chamar a atenção quanto aos inúmeros equívocos em se considerar cidade como urbano e campo como rural. Campo e cidade possuem suas especificidade e diferenças, no entanto ambos caminham numa via de mão única afirmando o não isolamento. Nessa perspectiva, há a necessidade de que medidas sejam tomadas no sentido de evitar que pequenos proprietários e trabalhadores continuem migrando para as cidades, ao passo que o índice de urbanização aumente e a população rural diminua, consoante aos sensos demográficos realizados pelo Instituto de Geografia e Estatística (IBGE), e atinja total urbanização do país. Palavras-chave: Campo/cidade. Rural/urbano. Equívocos na delimitação e na leitura. Introdução O processo de urbanização, industrialização e modernização tem feito com que campo e cidade no Brasil passem por transformações significativas nas suas formas espaciais, com isso categorias como rural e urbano têm sido pensadas e analisadas de forma equivocada, não sendo vistas como conteúdo social das formas no espaço. Tanto campo e cidade quanto rural e urbano têm sido delimitados de forma operatória no que diz respeito aos seus aspectos físicos. Rural e urbano estão constantemente sendo confundidos com campo e cidade. Não se pretende promover definições entre tais categorias, mas sim distinções para que a ruralidade brasileira não seja suprimida por dados estatísticos ou equívocos quanto ao significado de ambas as categorias, na tentativa de evitar a supressão do rural.
2 Indistinções e relações entre campo e cidade rural e urbano O processo de urbanização, industrialização e modernização e as suas relações com o campo brasileiro têm possibilitado, através de estudos, indistinções e até mesmo o isolamento das categorias campo-cidade e rural-urbano. Apesar das diferenciações existentes entre ambas as categorias não se deve analisá-las como iguais, tendo campo equivalente ao rural e cidade ao urbano. No século XX, o Brasil atingiu rapidamente elevado índice urbano, o que tem demonstrado que seja de fato mais rural do que urbano, deste modo ao analisar o crescente índice de urbanização acredita-se que em pouco tempo o país alcançará o máximo. Fatores como indistinção das categorias e o Decreto-Lei 311/1938, que delimita de forma operatória e não analítica ao considerar qualquer município ou vila como urbano, provoca a urbanização crescente do país, assim é necessário pensar em uma saída clara e precisa quanto o destino da ruralidade brasileira. Ao realizar as distinções entre as categorias, Biazzo (2008) ressalta que rural e urbano, por vezes, têm sido abordados como categorias operatórias, lidas como partes materiais que compõem os espaços produzidos pela sociedade. Mais que isso, elas são abordadas como categorias nas dimensões econômicas e políticas, que têm como base a divisão social do trabalho, sem um viés cultural e social e uma forma adequada para a realização de análises que permitam distinguir mais precisamente o que realmente é rural e urbano no Brasil. É possível perceber, nas diversas pesquisas realizadas no ambiente acadêmico, a precisa relação entre campo-cidade. Dessa forma, é desnecessário pensar que ambos os espaços caminhem isolados, mas é, também, necessário analisar que tais espaços possuem as suas especificidades e são diferenciados. Wanderley (2001), ao retratar a ruralidade no Brasil, o considera moderno por sua característica econômica e política, porém diz ser necessário ater-se ao desenvolvimento da estrutura agrária-rural e afirma que o rural é entendido em sua dupla face, sendo a primeira, enquanto espaço físico e a segunda, enquanto um lugar de vida, ou seja, sua particularidade condizente ao modo de vida referente à identidade de indivíduos ou grupos que a compõem. Do mesmo modo que Wanderley (2001) apresenta a distinção de rural no aspecto material e imaterial, é pertinente aplicá-los no âmbito do urbano e analisar ambas as representações no espaço de acordo com a sua localidade de ocorrência, no abandono do
3 todo, haja vista que o Brasil não é totalmente urbano, da mesma forma que também não se constitui estritamente rural. No século XIX, a estrutura econômica do Brasil passa por significativas transformações que Endlich (2006, p. 21) caracteriza como duplo processo industrialização/urbanização, sendo o primeiro responsável pelas mudanças ocorridas no segundo. Os dados apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no primeiro senso de 1872, mostram o baixo índice urbano. Mais de um século depois, o quadro se inverte. Analisar: (Quadro 1): Quadro 1 - Crescimento da população urbana e total do Brasil Ano População total População Urbana % da População Urbana , , , , , , ,34 Fonte: Oliven (1984, p. 69); Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Brasil, em pouco mais de um século, mudou consideravelmente o status de um país rural para urbano, reflexo do processo de industrialização que intensificou a migração das famílias residentes no campo para a cidade com a perspectiva de melhores condições de vida, o que provocou o inchaço dos centros urbanos e, ao mesmo tempo, problemas sociais. Ao considerarmos a existência de espaços rurais, afirma-se que este espaço é composto por aspectos nos quais o modo de vida de determinado indivíduo ou grupo é, em sua grande parte, característica rural, não isentando a representatividade do urbano. Assim sendo, o Brasil pode apresentar o quadro de ruralidade maior do que imaginamos, até porque os critérios utilizados para a delimitação de tais espaços como cidade e urbano são estritamente induzidos por questões políticas, econômicas, etc. Atualmente, apesar da migração crescente da população para as áreas urbanas, outro fator contribui para que o índice rural brasileiro seja maquiado por falta de critérios que melhor caracterizem e delimitem, de forma clara, o que é rural e o que é urbano no Brasil. Endlich (2006) aponta a falta de definição do que seja cidade no Brasil. O
4 documento que define e delimita cidade no Brasil é o Decreto-Lei 311/1938. Desse modo, o que estiver além do limite de circunscrição é definido como campo. Bernardelli (2006), ao fazer análise do Decreto-Lei 311/1938, ressalta que o mesmo traz consigo falhas. Pois, a nível mundial houve evolução nas abordagens delimitativas, enquanto que no Brasil, desde a instauração do citado decreto, permanece o mesmo. Sendo o Brasil um dos poucos países que utiliza tal critério na definição do que é cidade. Nessa perspectiva, a autora ressalta, [...] o Decreto-Lei 311, 1938, que transformou em cidades todas as sedes municipais existentes, independente de suas características estruturais e funcionais. Da noite para o dia, ínfimos povoados, ou simples vilarejos, viraram cidades por normas que continua em vigor, apesar de todas as posteriores evoluções institucionais. [...] (VEIGA, 2002, p. 63, apud BERNARDELLI, 2006, p. 37). Dentre a conformidade do Decreto-Lei 311 instaurado em 2 de março do ano de 1938, na definição clara do que é campo e o que é cidade no Brasil. De acordo com o Art. 3º a sede do município tem a categoria de cidade e lhe dá o nome. (BISPO, 2010, p. 9). Assim, o local onde está fixada a sede administrativa do município é caracterizado como cidade e tudo que estiver fora da circunscrição do território é campo. Nesse sentido, campo e cidade estariam com seus limites definidos. Contudo, a perspectiva de definição campo e cidade, no que diz respeito à delimitação, fixa fronteiras instáveis que podem ser alteradas pela administração pública na medida em que houver a expansão da cidade. O Decreto-lei 311/1938 engessa cidade e campo na sua delimitação, deste modo compreende-se a criação de fronteiras ou linhas imaginárias que os separam, de acordo com o decreto urbano e rural, todavia permanecem do mesmo modo, uma vez que urbano é ligado à cidade e o rural ao campo. O fato de haver ligação de cidade com urbano e campo com rural não implica que sejam conceituadas ou utilizadas as categorias como iguais. Biazzo (2008, p. 137), ao trabalhar aspectos da ruralidade brasileira, menciona que apesar de estudiosos realizarem a distinção entre rural e agrícola, não se preocuparem com as duas importantes distinções entre campo e rural e entre cidade e urbano. A reflexão de Biazzo (2008) parte de uma preocupação fundamentada nos equívocos cometidos em que cidade e urbano campo e rural são a mesma coisa, impedindo que a modernização tecnológica agropecuária suprima o rural. O autor argumenta que campo
5 e cidade estão inseridos nas formas espaciais, e urbano e rural, o conteúdo social destas formas. Bernardelli (2006, p. 33) atribui que ao pensar em cidade, logo são estabelecidas certas associações: [...] primeiro, vem à ideia de uma parcela concreta do espaço, passível de ser delimitada, na maior parte dos casos, que apresenta uma estrutura e uma morfologia peculiar [...] Bernardelli (2006) cita o tamanho demográfico e a densidade como critérios relevantes para a delimitação de cidade. Esses critérios foram utilizados por Ângulo e Domínguez (1991), que reforçam a importância de estabelecer parâmetros pertinentes à definição. Diante disso, salienta-se que os critérios mencionados merecem ser trabalhados com maior ênfase. Veiga (1999) defende a abordagem territorial, tendo como primeiro critério o tamanho demográfico ou patamar demográfico, mesmo porque este é um indicador utilizado à nível internacional com a possibilidade de permitir comparação e simplicidade na obtenção de dados estatísticos. O segundo critério para a proposta de definição da cidade é o da densidade, já que a cidade significa uma concentração espacial e demográfica. Dentre os dois critérios mencionados acima, para a caracterização de cidade, Bernardelli (2006) acrescenta outros cinco, são eles: a) os aspectos morfológicos, b) as atividades, c) o modo de vida, d) a inter-relações e f) a geração de inovações. O primeiro implica em formas urbanas alicerçadas na representação cartográfica das cidades e caracterizadas na expressão material, no formato e na organização das edificações, como também no modo de usos do solo. O segundo refere-se aos tipos de atividades presentes nas áreas urbanas as não-agrícolas. O terceiro está relacionado à ideia de cultura urbana. O quarto remete à relação social dos habitantes com os avanços tecnológicos. E o último critério é referente às inovações tecnológicas articuladas no urbano. A partir desses critérios peculiares da cidade, tem-se a dimensão do que vem a ser cidade na definição de Ângulo e Domínguez (1991). Pode-se, assim, definir que campo é tudo aquilo contrário à cidade, um ambiente onde o indivíduo mantém contato direto com a terra (contato maior com o natural). No entanto campo e cidade se diferem quantos aos aspectos físicos, por exemplo, tipos de atividades, modos de vida, dentre outros. Porém, tais diferenças são complementares
6 e não podem ser vistas isoladamente, tendo de um lado a cidade e de outro o campo. Apesar destas diferenças, outras podem ser percebidas na forma econômica, política, cultural e ideológica, diferenciações estas passíveis de serem identificadas. Os espaços se relacionam, o que não permite tomá-los como dependentes ou de mão única, cada qual ao seu espaço. (SOBARZO, 2006). [...] Essas novas relações cidade/campo não devem ser pensadas como de dependência ou de mão única, já que não é somente a cidade que irradia o conhecimento, a racionalidade ou os comportamentos para o campo, mas é o campo que em função de suas demandas determina alguns processos na cidade [...] (SOBARZO, 2006, p. 56, grifos do autor). Na tentativa de compreender e definir cidade e campo como formas no espaço, resta ainda compreender a necessidade de se analisar a categoria urbana e a rural como conteúdos sociais no espaço. Biazzo (2008, p. 139) salienta que urbano e rural, enquanto conteúdos sociais, podem conviver no mesmo local, nas práticas dos mesmos autores sociais. Bernardelli (2006, p. 33) afirma que [...] a concepção do urbano extrapola a própria cidade, consubstanciando-se na relação cidade-campo, tendo na divisão técnica, social e territorial do trabalho a sua base.. Dentre as abordagens pode-se compreender que as relações constroem-se e desconstroem-se por intermédio da sociedade. Através das relações mantidas entre cidade e campo, o primeiro tem buscado cada vez mais inserir no campo os seus aparatos tecnológicos, novas técnicas e as pluriatividades responsáveis a garantir aos agricultores familiares renda suficiente para sua permanência no campo. O intenso processo de urbanização, industrialização e modernização no Brasil provoca a fuga destas famílias para a cidade. Ao passo que o moderno adentra o campo, os habitantes da cidade também buscam refúgio no campo devido a tranquilidade o contato com a natureza, da mesma forma que festas e hábitos rurais são inseridos na cidade. De um lado, a população da cidade que busca no campo refúgio, e do outro, o morador do campo que migra para a cidade na busca de melhores condições de vida. Os seus hábitos suas identidades, a relação entre os dois espaços se relacionam. Então, serão de fato os municípios brasileiros todos urbanos? Wanderley (2001, p. 34) menciona: [...] no Brasil, parcela significativa da população rural vive nas zonas rurais dos pequenos municípios. Municípios estes realmente possuem maior representação
7 urbana do que rural? Quanto ao grau de urbanização é preciso ainda dar margem a outra distinção. Palen (1975, p ) se preocupa com a utilização dos termos urbanismo e urbanização. Para o autor, [...] o uso desses termos na literatura da sociologia pode dar margem a dúvidas, já que às vezes são usados como sinônimos e às vezes usados para representar dois conceitos totalmente diversos [...] Palen (1975, p. 23) argumenta que o termo urbanização é utilizado para designar a percentagem de população que vive em regiões tidas como urbanas, resultante da concentração de população, ainda enfatizando que urbanização é o processo no qual a região rural se transforma em regiões urbanas. Dessa maneira, [...] urbanização, é um aumento na concentração populacional; em termos de organização, é uma alteração na estrutura e nas funções [...] Já urbanismo é empregado para referir-se a uma condição de vida, e não a um processo. [...] O termo se refere aos aspectos de comportamento da vida urbana aos estilos de vida típicos da população da cidade [...] (PALEN, 1975, p. 23). A partir das definições de Palen (1975, p ), sobre urbanização e urbanismo, compreende-se a diferença entre ambos os conceitos, refletindo que o primeiro está ligado à quantidade e o segundo à qualidade. O autor em suas reflexões afirma, ainda, [...] que é bem possível que uma área apresente um alto índice de urbanização e um baixo índice de urbanismo. [...] abriga muitas pessoas que ainda vivem uma vida basicamente rural. Não há dúvida que a definição de que a urbanização implica na artificialização do espaço na medida em que há a concentração de população em determinada localidade, no entanto a concentração não indica elevado índice de urbanismo. A partir da linha de raciocínio de Palen (1975), para o âmbito da realidade brasileira, nota-se que no Brasil cidades e vilas definidas como urbanas podem ser caracterizadas como rural pelo modo de vida levado pelos indivíduos ou grupos, principalmente porque várias cidades ou vilas apresentam baixo contingente demográfico e comportam baixo índice de urbanismo. Rural e urbano devem ser vistos como modos de vida, tipo de representação e, principalmente, a nível cultural, condicionados pela economia de determinada localidade. Estatística e ideologicamente o Brasil atingiu no ano de 2010 o índice de 84,34% de urbanização, o fato não é de como este processo ocorre, mas como ele
8 mascara a verdadeira natureza brasileira, o modo de vida rural e o urbano não são estáticos, muito menos se restringem a determinado espaço. Um meio rural dinâmico supõe a existência de uma população que faça dele um lugar de vida e de trabalho e não apenas um campo de investimento ou reserva de valor (WANDERLEY, p 36). Porém, o que faz com que os moradores das áreas rurais abandonem as suas terras, a sua cultura, sua identidade e se mudem para as cidades? Segundo Wanderley (2001), as grandes propriedades patronais do Brasil estão promovendo o esvaziamento social do campo, o que permite que o rural também o abandone. Vinculados às atividades agrícolas, alguns não conseguem assegurar a construção e a reprodução de seu patrimônio, muito menos paridade socioeconômica em relação à população urbana, como resultado as famílias agricultoras, estas pequenas fundiárias, abandonam a propriedade. No Brasil, os agricultores familiares e trabalhadores moradores no/do campo representam 15,66% da população total, parcela significativa da população que resiste e evita que o senso atinja o índice de 100% de urbanização, mas a falta de políticas públicas, direcionadas para os interesses destes pequenos agricultores na luta cotidiana, promove e constitui um modo de vida estreito à ruralidade. Para Wanderley (2001), o fator contribuinte para a permanência de muitos agricultores familiares no campo, são as pluriatividades que não os permite abandonar a agricultura e nem o campo, de modo que são socialmente famílias pluriativas, todavia depositárias de uma cultura ainda rural. As indistinções entre campo/cidade e rural/urbano provocam incessantes inquietações quanto ao índice de urbanização de 84,34%. A quantificação de população no Brasil, realizada em consonância, penaliza maiores índices de ruralidade no Brasil? Seria então o Decreto-Lei 311/1938 critério definidor de urbanização? Ou seria a forma como este decreto é aplicado que define? Pensar a ideia de permanência do rural no Brasil não é de forma alguma querer retomar a origem do país, mas fazer com que tal essência continue. A ideologia de uma total urbanização significa levar ao esquecimento raízes formadas no cotidiano de indivíduos e grupos que se veem sufocados pelo intenso processo de urbanização, industrialização e modernização, ao maquiar que determinado munícipio ou vila são em si mais rurais que urbanos. O modo de vida pertencente à determinada localidade também é moldado quanto aos seus princípios ideológicos e culturais.
9 Conclusões A forma com que as delimitações realizadas pela administração pública, através do Decreto-Lei 311/1938, têm possibilitado ao longo do século XIX e início do XX considerar que o Brasil será em algum momento, de acordo com os dados estatísticos, totalmente urbanizados. Pensar o maior índice de ruralidade brasileira não é apenas questão de debates, mas sim a sustentação de que o Brasil é mais rural do que se pensa. Campo e cidade devem ser vistos e analisados como parte do concreto do material no espaço, enquanto rural e urbano, a construção social no espaço. Deste modo, a definição do espaço como rural ou urbano seria imprecisa, visto que pode haver ruralidade na cidade, ao passo que pode ser encontrada urbanidade no campo, assim convém pensar, analisar e pesquisar rural e urbano dentro da proposta de Biazzo (2008), no local. As delimitações de campo e cidade, ao serem definidas de forma operatória, definem também o que é rural e urbano, de acordo com o Decreto-Lei 311/1938, definindo o espaço como rural ou urbano, ou seja, cidade e vila-urbana e o campo-rural. Mas ao delimitar determinado espaço devia-se analisar o quanto o local tem de ruralidade e urbanidade para, então, defini-lo. Claro que nesse caso, o critério a ser considerado seria o modo de vida da população. Referências BAGLI, P. Rural e urbano: harmonia e conflito na cadência da contradição. In: SPOSITO, M. E. B; WHITACKER, A. M. (Org.). Cidade e campo: relações e contradições entre urbano e rural. São Paulo: Expressão Popular, p (Coleção Expressão). BAUDEL WANDERLEY, Maria de Nazareth. A ruralidade no Brasil moderno. Por um pacto social pelo desenvolvimento rural. Disponível em: < Acesso em: 08 de ago. de BERNARDELLI, M. L. F. da H. Contribuição ao debate sobre o urbano e o rural. In: SPOSITO, M. E. B; WHITACKER, A. M. (Org.). Cidade e campo: relações e contradições entre urbano e rural. São Paulo: Expressão Popular, p (Coleção Expressão). BIAZZO, P. P. Campo e rural, cidade e urbano: distinções necessárias para uma perspectiva crítica em geografia agrária. In: ENCONTRO NACIONAL DE GRUPOS DE PESQUISA-ENGRUP. IV, 2008, São Paulo. Anais... São Paulo: Universidade de São Paulo, p
10 BISPO, C. L. de S. O campo/cidade e o rural/urbano: as identidades territoriais nos distritos de Pires Belo e Santo Antônio do Rio Verde no município de Catalão (GO) f. Projeto (Mestrado em Geografia) Universidade Federal de Goiás, Campus Catalão (GO). BLUME, R. Território e ruralidade: a desmistificação do fim do rural f. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Rural) Faculdades de Ciências Econômicas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, CAMPANHOLA, C; GRAZIANO DA SILVA, J. O novo rural brasileiro: uma análise nacional e regional. Jaguariúna (SP): Embrapa, p. DEGASPARI, S. D. Apostila de normalização documentária: com base nas normas da NBR. Presidente Prudente: UNESP, p. ENDLICH, Â. M. Perspectiva sobre o urbano e o rural. In: SPOSITO, M. E. B; WHITACKER, A. M. (Org.). Cidade e campo: relações e contradições entre urbano e rural. São Paulo: Expressão Popular, p (Coleção Expressão). GRAZIANO DA SILVA, J. O novo rural brasileiro. 2. ed. Campinas (SP): UNICAMP.IE, p (Coleção Pesquisa, 1). INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA ESTATÍSTICA. População e demografia. Disponível em: < Acesso em: 25 de janeiro de OLIVEN, R. G. Urbanização e mudança social no Brasil. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 1984, 136 p. PALEN, J. J. Introdução Histórica. In:. O mundo urbano. Tradução de Ronaldo Sérgio de Biasi e Ruy Jungmann. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, p ROSAS, C. A. da F. A (des)construção da dicotomia rural-urbano no extremo Noroeste Paulista f. Tese (Doutorado). Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, SOBARZO, O. O urbano e o rural em Henri Lefebvre. In: SPOSITO, M. E. B; WHITACKER, A. M. (Org.). Cidade e campo: relações e contradições entre urbano e rural. São Paulo: Expressão Popular, p (Coleção Expressão). SUPERINTENDÊNCIA DE ESTATÍSTICA, PESQUISA E INFORMAÇÕES SOCIOECONÔMICAS. Históricos dos Municípios. Disponível em: Acesso em: 07 de junho de 2011.
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