DIREITO ADMINISTRATIVO. Câmara dos Deputados Prof. Luiz Lima

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Alexandre Santos Filipe
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1 DIREITO ADMINISTRATIVO Câmara dos Deputados Prof. Luiz Lima

2 EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO 1. Cumprimento dos efeitos ou advento do termo: é a extinção natural dos atos administrativos. Ou o ato prevê o término do efeito, ou então porque esgotou o prazo previsto no ato. Será extinto pelo cumprimento dos efeitos, ou porque adveio o termo final previsto no próprio ato. 2. Desaparecimento da pessoa ou da coisa sobre a qual o ato recai; 3. Renúncia: é a abdicação pelo beneficiado do ato. A renúncia se dá apenas sobre os atos ampliativos. 4. Retirada: são situações de extinção precoce do ato. É a extinção antes daquilo que se previa. São elas:

3 a) Anulação: é a retirada do ato em decorrência de um vício de ilegalidade acerca do ato. Se o ato é viciado desde a sua origem, ainda que eu declare sua nulidade, todos os efeitos foram produzidos ilicitamente, por isso a nulidade produz efeitos para o passado (retroativos ou ex tunc). Obs.: quem pode anular? Se há análise da legalidade a administração, através do Princípio da Autotutela, pode anular seus próprios atos, mas também pode o Poder Judiciário declarar a nulidade.

4 Obs.: A administração pode anular seus atos de ofício ou através mediante provocação (que é quando um particular pede para anular o ato): - Reclamação: é a provocação que o particular faz quando o prejuízo do ato viola diretamente seu direito. A intenção é declarar a nulidade do ato que lesa direito próprio. - Representação: é quando o particular requer a nulidade de um ato que viola o interesse público, e o requerente enquanto parte da coletividade requer a declaração de nulidade do ato. Exemplo: impugnação do ato de licitação.

5 Todo o ato deve ser anulado? Não necessariamente! - Importante observar que a anulação é um ato muito severo e que só deve ser utilizado quando não houver outra opção. Afirma-se isso, pois quando a ilegalidade não causar prejuízo, o ato pode ser aproveitado, ou seja, convalidado (é a chamada sanatória). * Para que haja convalidação: o vício tem que ser sanável e não pode haver prejuízos para ninguém, nem para o particular, nem para a Administração Pública. ATENÇÃO: a convalidação só pode ser elaborada pela Administração Pública e não pelo Poder Judiciário. ATENÇÃO: são sanáveis os vícios de competência e de forma, desde que não causem prejuízos a nenhuma das partes. ATENÇÃO: se a prova afirmar que o vício sobre a forma essencial, ou se afirmar que a competência era absoluta, esses atos não serão convalidáveis.

6 Existe prazo para anular os atos ilegais? Atenção: se o ato nulo gerar benefício ao particular, a administração pública tem o prazo decadencial de cinco anos para declarar sua nulidade, salvo casos em que o particular esteja de má-fé (art. 54 da Lei 9784/99). Se o ato foi expedido antes dessa Lei a decadência começa a contar a partir da data de expedição da lei. Esse prazo para anular é de decadência ou de prescrição? - Não se trata de pretensão ao exercício de um direito (prescrição), mas sim de direito da administração pública em anular.

7 b) revogação: é uma forma de retirada de ato válido por motivos de mérito, ou seja, por motivos de conveniência e oportunidade. Se o ato é valido desde a origem, e todos os efeitos foram produzidos legalmente, os efeitos produzidos são válidos. Com isso os efeitos da revogação são não retroativos, ou seja, o que está feito não será alterado. Só será realizado pela Administração Pública e não pelo Poder Judiciário. É possível a revogação de atos vinculados? NÃO! Os atos vinculados não permitem que o administrador analise o mérito, mas apenas a legalidade. Com isso, não cabe revogação no ato vinculado. É possível a revogação de um ato consumado? NÃO! O ato consumado já produziu todos os efeitos ao qual se propunha. Se o ato consumado não tem efeitos futuros, e a revogação não permite os efeitos futuros, não é possível a revogação dos atos consumados.

8 Ato vinculado Legalidade Competência Finalidade Forma Motivo Objeto Ato discricionário Legalidade Competência Finalidade Forma Mérito Administrativo Motivo Objeto

9 QUESTÕES CESPE Ao extinguir por meio de revogação, um ato administrativo discricionário válido, a administração pública tem de fazê-lo em razão de oportunidade e conveniência, respeitando os efeitos já produzidos pelo ato até o momento. A má-fé do destinatário, quando comprovada, afasta a incidência do prazo decadencial conferido à administração para anular o ato administrativo. Praticado ato ilegal por agente da PRF, deve a administração revogá-lo.

10 QUESTÕES CESPE O exercício da discricionariedade tanto pode concretizar- se no momento em que o ato é praticado, quanto, posteriormente, no momento em que a administração decide por sua revogação. A administração pública não pode revogar os atos administrativos inconvenientes ou inoportunos, unilateralmente, só podendo fazê-lo com o aval do Poder Judiciário.

11 QUESTÕES CESPE Após o término de estágio probatório, a administração reprovou servidor público e editou ato de exoneração, no qual declarou que esta se dera por inassiduidade. Posteriormente, o servidor demonstrou que nunca havia faltado ao serviço ou se atrasado para nele chegar. Nessa situação hipotética, o ato administrativo de exoneração é a) nulo por ausência de finalidade. b) anulável por ausência de objeto. c) anulável por ausência de forma. d) anulável por ausência de motivação. e) nulo por ausência de motivo.

12 QUESTÕES CESPE A competência ou sujeito, a finalidade, a forma, o motivo e o objeto ou conteúdo são elementos que integram os atos administrativos. A administração pública pode revogar seus atos por motivos de conveniência ou oportunidade, competindo, no entanto, exclusivamente ao Poder Judiciário a anulação de atos administrativos eivados de vícios de legalidade.

13 QUESTÕES CESPE A respeito da invalidação, anulação e revogação de atos administrativos, assinale a opção correta. a) Atos administrativos, por serem discricionários, somente podem ser anulados pela própria administração pública. b) A administração, em razão de conveniência, poderá revogar ato administrativo próprio não eivado de qualquer ilegalidade, o que produzirá efeitos ex nunc. c) O ato administrativo viciado pela falta de manifestação de vontade do administrado deverá ser anulado, não podendo essa ilegalidade ser sanada por posterior manifestação de vontade do interessado. d) São anuláveis e passíveis de convalidação os atos que violem regras fundamentais atinentes à manifestação de vontade, ao motivo, à finalidade ou à forma, havidas como de obediência indispensável pela sua natureza, pelo interesse público que as inspira ou por menção expressa da lei. e) A anulação de ato administrativo ocorre por questões de conveniência e produz efeitos retroativos à data em que o ato foi emitido.

14 QUESTÕES CESPE Situação hipotética: Lúcio, indivíduo de boa-fé, logrou a manutenção dos efeitos já produzidos por ato administrativo posteriormente declarado nulo. Assertiva: Nessa situação, por força da isonomia, aquele que detiver situação jurídica idêntica à de Lúcio terá direito à extensão dos mesmos efeitos jurídicos produzidos pelo ato anulado. Um ato administrativo pode ser anulado em decorrência de pressupostos de conveniência e oportunidade da administração ou devido à ilegalidade do ato. Nesse caso, será desnecessária a instauração de processo administrativo para a oitiva de interessados.

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