NEGOCIAÇÃO COLETIVA ( Em conformidade com a Lei /2017)
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- Luzia Cruz Padilha
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1 DIREITO DO TRABALHO NEGOCIAÇÃO COLETIVA ( Em conformidade com a Lei /2017) Aula 4 Professora Bianca Bastos
2 DIREITO DO TRABALHO Convenção Coletiva; Acordo Coletivo; Vigência, prorrogação e denúncia das normas coletivas; Teoria da Flexibilização; Incorporação de cláusulas normativas nos contratos individuais Aula 4
3 Convenção Coletiva do Trabalho: conceito (Art. 611 da CLT) C A R A C T E R E S Convenção coletiva é o negócio jurídico através do qual sindicatos ou outros sujeitos devidamente legitimados estipulam condições de trabalho (Octávio Bueno Magano) Art Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais do trabalho. Ato bilateral que gere acordo de vontades; Cria normas genéricas e abstratas Necessária existência de relação de interesse individual entre integrantes dos grupos
4 Convenção Coletiva do Trabalho: conceito (Art. 611 da CLT) Qdo o artigo 611 CLT diz condições (...) aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, informa: as normas são aplicáveis tanto a associados como não associados. Estendem-se até mesmo àqueles que não integravam a categoria na época de sua edição. Ex.: empregados admitidos posteriormente Isto é RELEVANTE, diante dos termos da Lei /2017 REPRESENTAÇÃO : significa TODA A CATETGORIA!!! Hoje, mesmo que o empregado não seja associado (SINDICALIZADO), ele é beneficiado pelas normas coletivas entabuladas pelo sindicato
5 Convenção Coletiva do Trabalho: natureza jurídica/ sujeitos Convenção coletiva resulta de um poder normativo do sindicato, em representação de vontades privadas. É um contrato-lei (...) a convenção coletiva é um contrato normativo. Normativo, sim, mas contrato e não lei (Orlando Gomes) (...) natureza jurídica complexa, mescla elementos característicos de contrato e de norma (José Augusto Rodrigues Pinto) Sujeitos Associações sindicais representativas das categorias de trabalhadores e empregadores
6 Convenção Coletiva do Trabalho: sujeitos Art. 611 e 1º : o sindicato é o sujeito da negociação coletiva; Pode celebrar CONVENÇÕES e ACORDOS COLETIVOS; Art. 611, 2º : federações e confederações celebram CONVENÇÕES e ACORDOS, quando a categoria não tiver sindicato; É comum negociação coletiva realizada por FEDERAÇÕES e CONFEDERAÇÕES, quando a empresa têm abrangência interestadual ou nacional. Ex: CEF/Bco do Brasil
7 Convenção Coletiva do Trabalho: SETOR PÚBLICO - SUJEITOS- Então: sujeitos da CCT são sindicatos representativos de empregadores e empregados. Todos? Não. No setor público, a CF não previu negociação coletiva. Só permitiu a organização sindical e o direito de greve (Art. 37, VI e VII da CF). Administração pública Na prática tem sido admitida a negociação, salvo com entes da administração pública direta. Direta = entes públicos (U/E/M) Indireta= fundação/autarquia <>personalidade jurídica de direito público Indireta= empresa pública e sociedade de economia mista <> personalidade jurídica de direito privado
8 Administração Pública : EC 369/2005 Há um projeto de EC n. 369/2005 (nova tentativa de reforma sindical) em que haverá uma nova redação ao inciso VII do art. 37 da CF/88, com inclusão da negociação coletiva. Isto para adequar a CF ao texto da Convenção 154 da OIT (da qual o país é signatário) e que é abrangente de todos os sujeitos negociais Mas, por enquanto, prevalece a posição restritiva ao setor público: OJ 5 SDC. Dissídio coletivo contra pessoa jurídica de direito público. Impossibilidade jurídica. Aos servidores públicos não foi assegurado o direito ao reconhecimento de acordos e convenções coletivas de trabalho, pelo que, por conseguinte, também não lhes é facultada a via do dissídio coletivo, à falta de previsão legal.
9 Administração Pública : negociação coletiva x jurisprudência (1) Dissídio Coletivo ajuizado em face da Fundação Parque Zoológico de São Paulo. Impossibilidade jurídica do pedido. As pessoas jurídicas de direito público, integrantes da administração indireta, estão submetidas às regras da administração pública, nos aspectos patrimonial, orçamentário e financeiro, consoante a previsão dos arts. 37, 41 e 163 e 169 da CF, bem como às regras específicas de gestão de pessoal, conforme dispõem leis em vigor. (...) RO Data de julgamento: , Relatora Ministra: Dora Maria da Costa, SDC. Pu/DEJT (2) Recurso Ordinário. Dissídio Coletivo. Fundação. Análise das cláusulas sociais. Vedação constitucional à análise das cláusulas de natureza econômica. A jurisprudência desta Corte é no sentido de restringir a legitimidade das entidades de caráter público para figurar no pólo passivo de dissídio coletivo de natureza econômica. Isso porque as pessoas jurídicas de direito público integrantes da administração indireta sujeitam-se às regras constitucionais referentes aos servidores públicos, notadamente a exigência de lei específica para alteração da remuneração (art. 37, X, Cf/88), dever ser observados, ainda os limites dos arts. 39 e 169 da Carta Magna. Ressalte-se que tal entendimento independe de o regime adotado pela entidade para seus servidores serem celetista ou estatutário. Entretanto essa restrição é válida apenas para as cláusulas de conteúdo econômico, em razão da expressa vedação constitucional, sendo possível a análise das cláusulas sociais.
10 Convenção Coletiva do Trabalho:conteúdo (Art. 613 da CLT) Diante da liberdade sindical impugna-se a aplicação do Art. 611 da CLT (quorum), sustentando-se que a assembleia deve obedecer previsão do estatuto do sindicato. E o mesmo em relação ao conteúdo da CCT: Art. 613 CLT Mas o conteúdo do Art. 613 é atual e orienta requisitos básicos do ato jurídico. Prevê: Identificação dos convenentes; categorias ou segmentos alcançados; Termo do início e final de vigência; Prevê a transcrição das condições ajustadas Disposição sobre forma de prorrogação ou de revisão das normas; Estabelecimento de direitos e obrigações de empregados e empresas; Penalidades em caso de violação do texto
11 Convenção Coletiva do Trabalho:conteúdo (Art. 613 da CLT) Texto coletivo = 8 requisitos: Designação dos Sindicatos convenentes e Sindicato e empresas acordantes; Prazo de vigência; Categorias ou classes de trabalhadores abrangidos; Condições ajustadas para reger relações individuais durante a vigência; Normas para a conciliação das divergências surgidas em razão do cumprimento das normas; Disposições sobre o processo de prorrogação ou revisão; Direitos e deveres de empregados e empresas; Penalidades
12 Convenção Coletiva do Trabalho:tipos de cláusulas Há diversidade de natureza das cláusulas da CCT: Cláusulas normativas: fixam condições genéricas e abstratas a serem observadas na celebração dos contratos individuais Cláusulas obrigacionais Tratam de obrigações recíprocas entre as associações convenentes Cláusulas de garantia econômicas: retribuição ao trabalho. Ex.: reajuste salarial/valor hora noturna/duração jornada sociais: apoio social ao empregado. Ex.: assistência médica e odontológica, manutenção de creches, etc Asseguram eficácia e cumprimento da CCT. Ex.: duração, início vigência, etc
13 CCT: vigência/ duração Vigência: na primeira negociação se estabelece a data base (escolha de uma data para início de vigência). A partir de então, as sucessivas CCTs deverão observar o início de vigência, segundo a data base. As normas coletivas, uma vez vigentes, são de cumprimento obrigatório, para os integrantes das categorias representados pelos celebrantes Qual a duração de uma Convenção Coletiva do Trabalho?
14 CCT: prazo mínimo x PAZ SOCIAL Prazo mínimo: 1 ano (?) x CLÁUSULA DE PAZ SOCIAL: respeito ao acordado e período em que o empresário tem a garantia de não ter que enfrentar instrumentos de pressão: greve e dissídio coletivo Tem um prazo de 3 dias após o depósito para registro no MTE para início de vigência (Art. 614, 1º CLT)
15 CCT: vigência/ duração Alteração da Lei /2017 Art. 614, 3º da CLT - Não será permitido estipular duração de Convenção ou Acordo superior a 2 (dois) anos, sendo vedada a ultratividade. OJ 322 SDI 1 - Acordo coletivo de trabalho. Cláusula de termo aditivo prorrogando o acordo para prazo indeterminado. Inválida. (DJ ) Nos termos do art. 614, 3º, da CLT, é de 2 anos o prazo máximo de vigência dos acordos e das convenções coletivas. Assim sendo, é inválida, naquilo que ultrapassa o prazo total de 2 anos, a cláusula de termo aditivo que prorroga a vigência do instrumento coletivo originário por prazo indeterminado. O prazo de 2 anos é inferior ao prazo da sentença normativa <> fonte heterônoma <> (até 4 anos Art. 868, pu CLT). Por quê? Para fomentar a negociação.
16 CCT: vigência/ duração Alteração da Lei /2017 Art. 614, 3º da CLT - Não será permitido estipular duração de Convenção ou Acordo superior a 2 (dois) anos, sendo vedada a ultratividade. OJ 322 SDI 1 - Acordo coletivo de trabalho. Cláusula de termo aditivo prorrogando o acordo para prazo indeterminado. Inválida. (DJ ) Nos termos do art. 614, 3º, da CLT, é de 2 anos o prazo máximo de vigência dos acordos e das convenções coletivas. Assim sendo, é inválida, naquilo que ultrapassa o prazo total de 2 anos, a cláusula de termo aditivo que prorroga a vigência do instrumento coletivo originário por prazo indeterminado. O prazo de 2 anos é inferior ao prazo da sentença normativa <> fonte heterônoma <> (até 4 anos Art. 868, pu CLT). Por quê? Para fomentar a negociação.
17 Súmula 277 do TST Previsão legal do princípio da temporalidade Teoria da incorporação Teoria da aderência limitada por revogação Vantagem individual adquirida Lei /2017 Jurisprudência do TST
18 Princípio da temporalidade: previsão legal O Art. 613 da CLT adota o princípio da temporalidade das normas coletivas: elas vigem no período de sua vigência; não possuem ultratividade; possuem caráter temporário. Isto está escrito no item II do art. 613 da CLT, que estabelece que a CCT deve ter prazo de vigência E o Art. 614, 3º - Lei / Não será permitido estipular duração de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho superior a dois anos, sendo vedada a ultratividade. (Parágrafo alterado pela Lei n / DOU 14/07/ entrará em vigor 120 dias após sua publicação)
19 Teoria da incorporação Mas há uma outra teoria: teoria da incorporação! As condições estabelecidas nas normas coletivas se incorporarão ao patrimônio individual contratual do empregado. Essa teoria, mesmo antes da Lei /2017, não tinha aceitação A jurisprudência estava CONFLITUOSA antes da REFORMA
20 Incorporação das normas coletivas nos contratos individuais Na verdade: as normas coletivas regem direitos da categoria, portanto não são capazes de gerar direito adquirido pelos indivíduos (trabalhador) da categoria profissional. O direito adquirido no campo coletivo é referente à categoria, em si, e não aos trabalhadores a ela pertencentes. Cláusulas coletivas e cláusulas individuais possuem fontes de natureza jurídica distintas. Na negociação coletiva, há igualdade de condições, que é passível de mudança pela própria autonomia privada coletiva. No contrato individual pode ser aplicado o princípio da inalterabilidade contratual lesiva (Art. 468 da CLT), que não incide em cláusulas coletivas.
21 Teoria da ADERÊNCIA LIMITADA por revogação Primeiramente, havia orientação pelo princípio da temporalidade; Em , quando a Súmula 277 foi alterada pela Resolução nº 185/2012, DeJT ); passou a vigorar a ultratividade; Daí houve liminar do STF em (Reclamação Ministro Luiz Fux) para sobrestar os efeitos de decisão do TST que manteve em curso processo no qual foram preservados os efeitos de decisão de instância inferior que aplica o princípio da ultratividade das normas coletivas. Entendeu que ofende liminar concedida por Gilmar Mendes a ADPF 323
22 Teoria da ADERÊNCIA LIMITADA por revogação A Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF)323, que determinou a suspensão de todos os processos e efeitos de decisões no âmbito da Justiça do Trabalho que tratem de ultratividade de normas de acordos e convenções coletivas, teve liminar em data anterior: E agora a Lei /2013, consolida o princípio da temporalidade; Vejamos
23 Incorporação das normas coletivas nos contratos individuais Como era a redação antes de , quando a Súmula foi alterada pela Resolução nº 185/2012, DeJT ) SÚMULA 277 do TST redação antiga 277. Sentença normativa, convenção ou acordo coletivos. Vigência. Repercussão nos contratos de trabalho. (Res. 10/1988, DJ ) (Redação alterada na sessão do Tribunal Pleno em Res. 161/2009) I As condições de trabalho alcançadas por força de sentença normativa, convenção ou acordo coletivos vigoram no prazo assinado, não integrando, de forma definitiva, os contratos individuais de trabalho.
24 ULTRATIVIDADE Alteração da Lei /2017 Súmula 277 do TST Teoria ultratividade condicionada 277. Convenção coletiva de trabalho ou acordo coletivo de trabalho. Eficácia. Ultratividade. (Res. 10/1988, DJ ) (Redação alterada na sessão do Tribunal Pleno em Res. 161/ Redação alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em pela Resolução nº 185/2012, DeJT ) As cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções coletivas integram os contratos individuais de trabalho e somente poderão ser modificadas ou suprimidas mediante negociação coletiva de trabalho. A Súmula continua no SÍTIO do TRT!!!
25 CCT: prorrogação/ jurisprudência do Plantão do TRT: feriados Não há prorrogação automática. Para não atrofiar o diálogo. Veja OJ anterior. Caso: para trabalhar em feriados comércio local deve ter autorização de norma coletiva. Sindicato dos comerciário distribui ação civil pública e obtém antecipação de tutela para impedir o funcionamento do comércio em SP (lojas e hipermercados) no dia Empresas entram com mandado de segurança para cassar a antecipação de tutela e garantir o funcionamento. Solução: concessão de liminar em mandado de segurança no Plantão do TRT/SP garantindo o funcionamento do comércio e excluindo a previsão de multa. Fundamento: O prazo do 3º do Art. 614 da CLT tem como finalidade recolocar as partes em negociação. Esta finalidade foi atingida, pq a inicial da ação civil pública relata impasse na fixação de reajuste salarial. A vigência da norma não pode ser usada como instrumento de pressão, pq para isto é previsto a greve e o dissídio coletivo.
26 CCT: prorrogação/ jurisprudência do Plantão do TRT: feriados Haviam várias empresas na ação civil pública: E aquelas que não impetraram mandado de segurança? Ficam prejudicadas? Revoga-se a tutela antecipada para uma e para outra não? Solução processual: Art. 509 do CPC <> efeito expansivo subjetivo dos recursos. É aplicável no MANDADO DE SEGURANÇA, diante do princípio da irrecorribilidade das interlocutórias. Desembargadora responsável pelo Plantão Judiciário: Dra. Bianca Bastos
27 CCT: vinculação a categorias diferenciadas A vinculação às normas coletivas se dá pelo enquadramento sindical da empresa. Este se faz pela categoria econômica preponderante. No caso de categoria diferenciada, o que soluciona é a existência de representação da empresa na norma coletiva específica da categoria diferenciada. Súmula 374 do TST: já vista Exemplos: Médicos Engenheiros Advogados
28 Acordo Coletivo O ACORDO COLETIVO pode ser celebrado diretamente com a empresa ou empresas e o sindicato dos trabalhadores. A diferença está na área subjetiva: CCT: Sindicato trabalhadores x Sindicato de empregadores Acordo Coletivo: Sindicato trabalhadores x Empresas
29 Acordo Coletivo A diferença subjetiva reflete no alcance objetivo da estipulação: fica restrito às relações individuais envolvendo as empresas signatárias e não a categoria econômica. É um ajuste de caráter normativo pelo qual uma ou mais associações sindicais representativas de categorias profissionais estipulam diretamente com empresa ou empresas condições gerais de trabalho aplicáveis às relações individuais mantidas com integrantes da categoria no âmbito destas.
30 Acordo Coletivo e Art. 8º, VI CF/88 Mas o Art. 8º, VI da CF não dispôs no sentido de que é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho? Como fica no caso dos Acordos Coletivos? O dispositivo constitucional vista prestigiar a repesentação sindical dos trabalhadores, a fim de elevá-lo a ente coletivo e assim superar a sua hipossuficiência econômica. O mesmo não ocorre com as empresas, que, isoladamente, constituem entes coletivos. O regramento do Acordo Coletivo é idêntico ao da CCT
31 Vantagem individual adquirida O que é vantagem individual adquirida? Representa exceção ao princípio da temporalidade das normas coletivas? É compatível com a nova redação do 3º do art. 614 da CLT, com a nova redação que lhe deu a Lei /2017.
32 Incorporação das normas coletivas nos contratos individuais: vantagem individual adquirida A vantagem individual adquirida é tratada como exceção ao 3º do Art. 614 da CLT, que contempa o princípio da temporalidade. Trata-se de situação prevista individualmente ao trabalhador em norma coletiva, e que se incorpora em seu contrato de trabalho, com efeitos que se projetam após a vigência da norma coletiva. O trabalhador satisfaz os requisitos da cláusula durante sua vigência, e o prazo de usufruir a vantagem é superior ao previsto para duração da norma coletiva! Exs.: estabilidades previstas a grupos de funcionários (doença profissional/ em razão da idade/ em privatizações, etc); prêmio a ser pago em 48 parcelas mensais; assistência médica por 1 ano após alta médica
33 Incorporação das normas coletivas nos contratos individuais: vantagem individual adquirida A vantagem individual adquirida é tratada como exceção ao 3º do Art. 613 da CLT - princípio da temporalidade. Trata-se de situação prevista individualmente ao trabalhador em norma coletiva, e que se incorpora em seu contrato de trabalho, com efeitos que se projetam após a vigência da norma coletiva. O trabalhador satisfaz os requisitos da cláusula durante sua vigência, e o prazo de usufruir a vantagem é superior ao previsto para duração da norma coletiva! Exs.: estabilidades previstas a grupos de funcionários (doença profissional/ em razão da idade/ em privatizações, etc); prêmio a ser pago em 48 parcelas mensais; assistência médica por 1 ano após alta médica
34 Flexibilização: hierarquia entre fontes normativas Questão: o negociado prevalece sobre o legislado? A autonomia privada coletiva passou a ser considerada sob a ótica da GLOBALIZAÇÃO. Então surgiram 2 (duas) propostas: Desregulamentação: retirada da proteção estatal ao trabalhador, permitindo que a autonomia privada, individual ou coletiva regule as condições de trabalho e os direitos e obrigações advindos da relação de emprego, colocando-se tais questões ao inteiro alvedrio dos particulares Flexibilização traduz-se numa atenuação do nível de proteção emprestado aos trabalhadores, sem contudo implicar em desproteção por completo do trabalhador
35 FLEXIBILIZAÇÃO DAS NORMAS TRABALHISTAS Novo regramento da Lei /2017 Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: (Artigo incluído pela Lei n / DOU 14/07/ entrará em vigor 120 dias após sua publicação) I - pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais; II - banco de horas anual; III - intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas superiores a seis horas; IV - adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE), de que trata a Lei n , de 19 de novembro de 2015; V - plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal do empregado, bem como identificação dos cargos que se enquadram como funções de confiança; VI - regulamento empresarial; VII - representante dos trabalhadores no local de trabalho; VIII - teletrabalho, regime de sobreaviso, e trabalho intermitente;
36 FLEXIBILIZAÇÃO DAS NORMAS TRABALHISTAS Novo regramento da Lei /2017 Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: (Artigo incluído pela Lei n / DOU 14/07/ entrará em vigor 120 dias após sua publicação) (...) IX - remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas percebidas pelo empregado, e remuneração por desempenho individual; X-modalidade de registro de jornada de trabalho; XI-troca do dia de feriado; XII-enquadramento do grau de insalubridade; MP 808 XII -enquadramento do grau de insalubridade e prorrogação da jornada em locais insalubres, incluída a possibilidade de contratação de perícia, afastada a licença prévia das autoridades competentes do Ministério do Trabalho, desde que respeitadas, na integralidade, as normas de saúde, higiene e segurança do trabalho previstas em lei ou normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho XIII - prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia das autoridades competentes do Ministério do Trabalho;
37 FLEXIBILIZAÇÃO DAS NORMAS TRABALHISTAS Novo regramento da Lei /2017 Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: (Artigo incluído pela Lei n / DOU 14/07/ entrará em vigor 120 dias após sua publicação) (...) XV - participação nos lucros ou resultados da empresa. 1 No exame da convenção coletiva ou do acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho observará o disposto no 3 do art. 8 desta Consolidação. 2 A inexistência de expressa indicação de contrapartidas recíprocas em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho não ensejará sua nulidade por não caracterizar um vício do negócio jurídico.
38 FLEXIBILIZAÇÃO DAS NORMAS TRABALHISTAS Novo regramento da Lei /2017 Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: (Artigo incluído pela Lei n / DOU 14/07/ entrará em vigor 120 dias após sua publicação) (...) 3 Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou a jornada, a convenção coletiva ou o acordo coletivo de trabalho deverão prever a proteção dos empregados contra dispensa imotivada durante o prazo de vigência do instrumento coletivo. 4 Na hipótese de procedência de ação anulatória de cláusula de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, quando houver a cláusula compensatória, esta deverá ser igualmente anulada, sem repetição do indébit o. 5 Os sindicatos subscritores de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho deverão participar, como litisconsortes necessários, em ação individual ou coletiva, que tenha como objeto a anulação de cláusulas desses instrumentos. MP 808 5º Os sindicatos subscritores de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho participarão, como litisconsortes necessários em ação coletiva que tenha como objeto a anulação de cláusulas desses instrumentos, vedada a apreciação por ação individual
39 FLEXIBILIZAÇÃO DAS NORMAS TRABALHISTAS Novo regramento da Lei /2017 Art. 611-B. Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, exclusivamente, a supressão ou a redução dos seguintes direitos: (Artigo incluído pela Lei n / DOU 14/07/ entrará em vigor 120 dias após sua publicação) I - normas de identificação profissional, inclusive as anotações na Carteira de Trabalho e Previdência Social; II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; III - valor dos depósitos mensais e da indenização rescisória do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS); IV - salário mínimo; V - valor nominal do décimo terceiro salário; VI - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; VII - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
40 FLEXIBILIZAÇÃO DAS NORMAS TRABALHISTAS Novo regramento da Lei /2017 Art. 611-B. Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, exclusivamente, a supressão ou a redução dos seguintes direitos: (Artigo incluído pela Lei n / DOU 14/07/ entrará em vigor 120 dias após sua publicação) (...) VIII - salário-família; IX - repouso semanal remunerado; X - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 50% (cinquenta por cento) à do normal; XI - número de dias de férias devidas ao empregado; XII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; XIII - licença-maternidade com a duração mínima de cento e vinte dias; XIV - licença-paternidade nos termos fixados em lei; XV - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
41 FLEXIBILIZAÇÃO DAS NORMAS TRABALHISTAS Novo regramento da Lei /2017 Art. 611-B. Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, exclusivamente, a supressão ou a redução dos seguintes direitos: (Artigo incluído pela Lei n / DOU 14/07/ entrará em vigor 120 dias após sua publicação) XVI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; XVII - normas de saúde, higiene e segurança do trabalho previstas em lei ou em normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho; XVIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres perigosas; XIX - aposentadoria; XX - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador; XXI - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; XXII - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador com deficiência; ou
42 FLEXIBILIZAÇÃO DAS NORMAS TRABALHISTAS Novo regramento da Lei /2017 Art. 611-B. Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, exclusivamente, a supressão ou a redução dos seguintes direitos: (Artigo incluído pela Lei n / DOU 14/07/ entrará em vigor 120 dias após sua publicação) XVI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; XVII - normas de saúde, higiene e segurança do trabalho previstas em lei ou em normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho; XVIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres perigosas; XIX - aposentadoria; XX - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador; XXI - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; XXII - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador com deficiência; (...) ou
43 Previsão de CCT e Acordo Coletivo Lei /2017, art. 620 Alteração da aplicação do princípio da NORMA MAIS BENÉFICA Art As condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre prevalecerão sobre as estipuladas em convenção coletiva do trabalho
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