DIREITO DO TRABALHO. Direito Coletivo do Trabalho. Prof. Hermes Cramacon
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- Marta Barateiro Amaro
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1 DIREITO DO TRABALHO Direito Coletivo do Trabalho Prof. Hermes Cramacon
2 Conceito: complexo de institutos, princípios e regras jurídicas que regulam as relações laborais de empregados e empregadores e outros grupos jurídicos normativamente especificados, considerada sua ação coletiva, realizado autonomamente ou através das respectivas entidades sindicais. Maurício Godinho Delgado (2006, p. 1277)
3 Liberdade sindical - art. 8º CF. Direito dos empregados e empregadores de constituir entidades sindicais, por sua conveniência, da forma que desejarem, definindo as regras de funcionamento, podendo nelas ingressar ou não e permanecer de acordo com sua vontade. Funda-se, portanto, na liberdade de fundação, organização, filiação, administração e atuação dos entes sindicais. ATENÇÃO! A liberdade sindical encontra-se regulada na Convenção 87 da Organização Internacional do Trabalho OIT de 1.948, norma internacional NÃO ratificada pelo Brasil.
4 Sistema sindical Base: princípio da unicidade sindical consagrado no art. 8º, II, da CF que ensina ser livre a associação profissional ou sindical, sendo vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um município.
5 Entidades sindicais Sindicatos - art. 511 CLT. Federações - art. 534 CLT. Confederações - art. 535 CLT. Sindicatos: entidades associativas que representam os grupos coletivos, tanto laborais, quanto patronais. Cabe ao sindicato defender os direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas.
6 Natureza jurídica: direito privado. Associação. Aquisição da personalidade jurídica: desde sua inscrição e registro no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas, não conferindo personalidade jurídica, ou qualquer consequência jurídica, o simples arquivamento no Ministério do Trabalho e Emprego. Aquisição da personalidade sindical: depende do registro da pessoa jurídica no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A obtenção da personalidade sindical, portanto, depende da prévia aquisição da personalidade jurídica.
7 Sistema de custeio Contribuição sindical: contribuição de natureza compulsória, devida por todos os membros de uma categoria econômica ou profissional. Valor: a) para empregados: a remuneração de um dia de trabalho. b) para empregadores: proporcional ao capital social da empresa.
8 Contribuição confederativa: art. 8º, IV, CF Objetiva custear o sistema confederativo. Só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo, súmula 666 STF. Contribuição assistencial: art. 513, e, da CLT. Dada em favor do sindicato, em razão dos custos decorrentes da negociação coletiva. ATENÇÃO! Somente pode ser cobrada dos associados Contribuição voluntária: prevista no estatuto da entidade sindical. Devida somente pelos sócios do sindicato.
9 Conflitos coletivos de trabalho Conceito São conflitos onde estão em disputa interesses gerais e abstratos das categorias profissional e econômica.
10 Negociação coletiva Convenção coletiva: é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de trabalho, art. 611 CLT. Acordo coletivo: acordo pactuado entre uma ou mais empresas com o sindicato da categoria profissional, em que são estabelecidas condições de trabalho, aplicáveis às empresas envolvidas, art. 611, 1º, CLT.
11 Poder normativo da Justiça do Trabalho Conceito consiste na competência constitucionalmente assegurada aos Tribunais laborais de solucionar os conflitos coletivos de trabalho, estabelecendo, por meio da denominada sentença normativa, normas gerais e abstratas de conduta, de observância obrigatória para as categorias profissionais e econômicas abrangidas pela decisão, repercutindo nas relações individuais de trabalho. Renato Saraiva (2007, p. 823) Fundamento legal: art. 114, 1º e 2º, da CF/88
12 Competência TRT: quando a base territorial do sindicato limitar-se a um Estado. TST: base territorial do sindicato exceda a jurisdição dos Tribunais Regionais do Trabalho. ATENÇÃO: Não existe dissídio coletivo nas Varas do Trabalho.
13 Processamento Havendo convenção, acordo ou sentença normativa em vigor, o dissídio coletivo deverá ser instaurado dentro dos 60 dias anteriores ao respectivo termo final, para que o novo instrumento possa ter vigência no dia imediato a esse termo. Recebida e protocolizada a petição do dissídio, o Presidente do Tribunal designará a audiência de conciliação, dentro do prazo de 10 dias, determinando a notificação dos dissidentes. OBS: no caso de greve a audiência será designada o mais breve possível. OBS: o empregador pode ser substituído pelo preposto, art. 861 CLT.
14 Em dissídios coletivos não há contestação nem, tampouco, há que se falar em revelia, tendo em vista não haver pedido, mas sim propostas de criação de novas normas. Na audiência marcada, comparecendo ambas as partes, o Presidente do Tribunal as convidará para se pronunciarem sobre as bases da conciliação. Caso não sejam aceitas as bases propostas, o Presidente submeterá aos interessados a solução que lhe pareça capaz de resolver o dissídio. ATENÇÃO! Não fica restrito as bases da conciliação.
15 Havendo acordo, o Presidente o submeterá à homologação do Tribunal na primeira sessão, art. 863 CLT. Não havendo acordo, ou não comparecendo ambas as partes ou uma delas, o Presidente submeterá o processo a julgamento, depois de realizadas as diligências que entender necessárias e ouvido o MPT.
16 Greve Suspensão coletiva temporária, total ou parcial da prestação pessoal de serviços a empregador. Fundamento legal: art. 9º CF. Regulamentação: Lei 7.783/89.
17 Natureza jurídica: hipótese de suspensão do contrato de trabalho. Exceção: interrupção do contrato, desde que conste no instrumento de negociação coletiva. Legitimidade: sindicato. Na ausência, a legitimidade será da federação e na falta dessa da confederação. ATENÇÃO! O Ministério Público do Trabalho tem legitimidade para instaurar dissídios coletivos de greve em atividades essenciais, com possibilidade de lesão ao interesse público.
18 Processamento 1ª - Fase preparatória Prévia tentativa de conciliação. OJ 11 SDC TST. Arbitragem. 2ª - Convocação Convocação da assembleia geral para definir as reivindicações da classe. 3ª - Prévio aviso: serviços gerais ou não essenciais, comunicação com antecedência de 48 horas. Nas atividades essenciais (art. 10 da Lei 7.783/89) o prazo é de 72 horas.
19 ATENÇÃO! nosserviçosouatividadesessenciais,os sindicatos, os empregadores e os trabalhadores ficarão obrigados, de comum acordo, a garantir, durante a greve, a prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. ATENÇÃO! Não poderá haver rescisão ou contratação de trabalhadores.
20 QUESTÃO Joaquim, empregado da empresa Delta, aderiu à greve organizada pelo sindicato de sua categoria. A empresa demitiu Joaquim por justa causa, considerando que o fato de ter aderido à greve poderia ser considerado falta grave. Considerando a situação hipotética acima e a súmula 316 do STF, assinale a opção correta. (A)A simples adesão à greve não pode ser considerada falta grave. (B) A adesão à greve justifica um motivo de suspensão do empregado, mas não motivo imediato para a aplicação da justa causa.
21 (C) A atitude de aderir à greve e de não comparecer ao trabalho é incompatível com o abandono de emprego. (D) Joaquim praticou ato de insubordinação ao aderiràgreve,masajustificativaparademissão deveria ser a incontinência de conduta ou o mau procedimento.
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