Dr. Leandro Villela Cezimbra Analista Técnico FIERGS.

Transcrição

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2 Dr. Leandro Villela Cezimbra Analista Técnico FIERGS

3 JORNADA A jornada de trabalho é de 8 horas diárias, acrescida de mais duas horas extras diárias (art. 59), mediante acordo individual ou coletivo. Em caso de necessidade, por motivo de força maior ou para atender serviços inadiáveis ou cuja inexecução pudesse acarretar prejuízo manifesto era necessário informar o Ministério do Trabalho. Serviços inadiáveis, cuja inexecução gere prejuízo, poderão ensejar extrapolação do limite legal ou convencionado de horas extras, desnecessária a comunicação ao Ministério do Trabalho (art. 59 e 61, 1º, CL T).

4 JORNADA (12 x 36) Em regra, a jornada de trabalho é de 8 horas diárias. A jornada de trabalho de 12 horas trabalhadas por 36 horas de descanso não possuía regulamentação legal, somente a Súmula 444 do TST,, que a considerava válida em caráter excepcional. A jornada de 12 horas trabalhadas por 36 horas de descanso é legalizada, mediante acordo individual escrito, convenção coletiva, ou acordo coletivo de trabalho, sendo desnecessária autorização do Ministério do Trabalho. A jornada insalubre, inclusive, poderá ser objeto desta compensação.

5 REMUNERAÇÃO O salário as comissões, percentagens, gratificações, diárias para viagens (caso excedam 50% dos salário do empregado) e abonos pagos pelo empregador, exceto a ajuda de custo faziam parte da sua remuneração (art. 457, 2º e Súmula 101 TST). Somente a importância fixa, as gratificações legais e as comissões pagas pelo empregador integram o salário. A ajuda de custo, o auxílio alimentação (exceto em dinheiro), diárias, prêmios, abonos e planos de saúde e benefícios desta natureza não integram o salário do empregado nem incidirão contribuição do INSS (arts. 457, 458, 5º, CLT e alínea q do 9º do art. 28 da Lei no 8.212/91).

6 REMUNERAÇÃO POR PRODUTIVIDADE A remuneração por produtividade não pode ser inferior à diária correspondente ao piso da categoria ou salário mínimo. Comissões, gratificações, percentagens, gorjetas e prêmios integram os salários. Há quem entenda que a reforma possibilita a empregados e empregadores fixar remuneração inferior ao mínimo, entretanto, entendo que o salário mínimo e o mínimo por hora não foram alterados, sendo, inclusive, previstos no art. 611-B, IV.

7 TRABALHO A TEMPO PARCIAL Os contratos de trabalho cuja duração não excedesse as 25 horas semanais (art. 58-A). Previsão de férias proporcionais às horas trabalhadas na semana (art A) impossibilitada a realização de horas extras e a conversão parcial (venda) de férias em dinheiro. O trabalho em regime de tempo parcial passa a ter limite de 30 horas semanais, sem a possibilidade de prolongamento da jornada, ou o limite de 26 horas com a possibilidade de 6 horas suplementares, com possibilidade de compensação na semana seguinte, ou pagamento na folha do mês seguinte. As férias serão de 30 dias a cada 12 meses trabalhados e é permitida a conversão de 1/3 do período de férias em dinheiro. (art. 58-A, CLT).

8 NEGOCIADO E LEGISLADO Ainda que o art. 7º, XXVI da CF privilegiasse a convenção coletiva, o judiciário não entendia desta forma e muitas vezes acabava por invalidando o que as partes estabeleciam, gerando grande insegurança jurídica O Art. 611-A estabelece um rol de temas possíveis de negociação entre empregadores e empregados I - pacto de jornada; II - banco de horas anual; III - intervalo intrajornada, IV - adesão ao PSE; V - plano de cargos, salários e funções; VI - regulamento empresarial; VII representante do art. 11 CF; VIII - teletrabalho, regime de sobreaviso, e trabalho intermitente; IX - remuneração por produtividade e por desempenho individual; X - modalidade de registro de jornada; XI - troca do dia de feriado; XII - enquadramento do grau de insalubridade; XIII - prorrogação de jornada insalubres; XIV - prêmios; XV - PLR

9 NEGOCIADO E LEGISLADO IMPORTANTE NÃO PODEM SER OBJETO DE NEGOCIAÇÃO: I normas de identificação profissional ou teor da CTPS; II Benefícios: seguro-desemprego, FGTS, salário mínimo, 13º salário, remuneração do trabalho noturno superior à do diurno, proteção do salário, salário-família, repouso semanal remunerado e remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 50% à do normal; III Férias, adicional de um terço, licença-maternidade e licença-paternidade. IV - aviso prévio, normas de saúde, higiene e segurança do trabalho, adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas; aposentadoria e seguro contra acidentes entre outros...

10 REPRESENTAÇÃO DOS EMPREGADOS O Art. 11 da Constituição Federal estabeleceu que em empresas com mais de 200 empregados, estes tem o direito de eleger representante para fazer a interlocução entre a direção e os trabalhadores. Não havia regulamentação. Nas empresas com mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de uma comissão para representá-los, com a finalidade de promover lhes o entendimento direto com os empregadores.(art. 510-A).

11 BANCO DE HORAS A CLT permitia que o adicional de horas extras poderia ser substituído por compensação de horas em dia posterior, desde que não excedesse, no período máximo de um ano, à soma das jornadas semanais previstas ou 10 horas diárias (art. 59, 2º). O TST entende que somente a convenção pode prever banco de horas (Súmula 85). A novidade é a possibilidade de previsão de compensação de jornada por acordo individual ou coletivo, desde que haja compensação em até 6 meses. Também não será descaracterizado o regime de compensação caso haja habitualidade na realização de horas extras (art. 59, 5º, 59-B, parágrafo único, CLT).

12 RESCISÃO CONTRATUAL Os empregados com mais de um ano de contrato deveriam realizar o procedimento de homologação da rescisão com o auxílio do Sindicato ou de representante do MTb. No ato, o empregador recebia quitação com eficácia liberatória, somente das parcelas discriminadas (Súmula 330 do TST). Revogada a necessidade de homologação da rescisão junto ao sindicato ou MTb, o recibo de quitação tem eficácia liberatória e o prazo de 10 dias a partir do fim do contrato é o estabelecido para os pagamentos e a CTPS passa a ser documento hábil para requerer o benefício do seguro-desemprego e o levantamento do FGTS (art. 477 da CLT).

13 PRORROGAÇÃO DE JORNADA EM ATIVIDADE INSALUBRE O art. 60 da CLT prevê que atividades desenvolvidas em ambientes insalubres não é passível de compensação de jornada, salvo autorização dos órgãos governamentais. O art. 611-A, XII estabeleceu a desnecessidade de autorização para a compensação de jornada para atividades insalubres, assim como as jornadas de 12 x 36, também estão expressamente autorizadas.

14 QUITAÇÃO ANUAL Não havia permissivo legal. Possibilita às partes, independentemente da vigência do contrato, a firmatura de termo de quitação anual das obrigações laborais, com o auxílio do sindicato da categoria, o qual discriminará as parcelas, cuja eficácia será liberatória das rubricas ali constantes. (art. 507-B, CLT).