PROJETO: A CIDADE DO FUTURO: URBANIDADE, DESENHO URBANO E MOBILIDADE. Isabella PEIXOTO (Arquitetura e Urbanismo,

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1 PROJETO: A CIDADE DO FUTURO: URBANIDADE, DESENHO URBANO E MOBILIDADE. Isabella PEIXOTO (Arquitetura e Urbanismo, isabella.gpeixoto@gmail.com) 1. INTRODUÇÃO Dentre os diversos conceitos e definições de mobilidade urbana, a Lei Federal /2012 dita que o termo se refere a toda condição de deslocamento de pessoas ou cargas no espaço urbano. Para que isto seja possível, a cidade deve disponibilizar recursos de infraestrutura e as ferramentas necessárias para tal movimentação. Entre elas estão os veículos leves sobre trilhos (VLT), bus rapid transit (BRT), ciclovias, metrôs entre outros (figura 1). Figura 1: Exemplos de diferentes tipos de transportes existentes. Fonte: De acordo com a Política Nacional de Mobilidade Urbana Sustentável (PNMUS), deve-se priorizar pedestres, ciclistas e passageiros de transportes coletivos de forma a promover a circulação não motorizada e o uso racional do

2 automóvel (figura 2). Apesar disto, essa não é a realidade de diversas cidades no mundo nas quais o aumento do transporte individual motorizado gera transtornos, acidentes, degrada o meio ambiente e gera poluição e dificuldades crescentes no deslocamento. Figura 2: A pirâmide inversa do tráfego. Fonte: bicicleinnovationlab.dk, traduzido e adaptado por vadebike.org Atualmente, tanto no cenário nacional quanto internacional, procuramse soluções para os problemas de mobilidade urbana de forma sustentável, visando o bem estar da população atual e futura e minimizando os impactos ambientais. Para isso, deve-se reduzir o uso de automóveis individuais e apostar na melhoria dos transportes coletivos e calçadas e na implantação de ciclovias. O presente trabalho possui como objetivo geral analisar a situação atual da mobilidade urbana e sugerir propostas de mobilidade para cidade do futuro, propondo um sistema de mobilidade para uma hipotética cidade do futuro e ser desenvolvido.

3 2. OBJETIVO O presente trabalho possui como objetivos gerais analisar a conjuntura atual urbana e elaborar um inventário de ideias urbanísticas para cidades do futuro propondo uma nova cidade em um local a ser definido na mesorregião do Triângulo Mineiro e alto Paranaíba para implantação da experiência. 3. JUSTIFICATIVA Apesar de ser um termo que veio a ser discutido apenas recentemente, a mobilidade urbana sustentável possui diversas variáveis que a envolvem no cenário contemporâneo. De acordo com Kneib (2012), a solução para os problemas das cidades é simples: deve apoiar-se na reversão da matriz modal atual baseada no deslocamento motorizado individual a partir da priorização e valorização dos modos coletivos e não motorizados de deslocamento. Mas por que este é um dos grandes problemas da cidade contemporânea? Porque a melhoria da modalidade pressupõe uma quebra de paradigma adotado nas cidades atuais. Em tempos nos quais o uso de automóveis individuais cresce constantemente, cidades como Tóquio, Paris e Moscou apostam em soluções diversificadas de transporte público para descongestionar o trânsito de veículos. Na capital do Japão, um dos maiores centros urbanos do mundo, foi adotada uma mistura de diversos tipos de transporte público como VLTs, BRTs, metrôs e barcas que atentem a superpopulação de 13,3 milhões de pessoas. Já na cidade luz são encontradas estações de metrôs a cada 500 metros e um sistema de aluguel de bicicletas que proporcionam um trajeto rápido e confortável ao ciclista. Apesar de ter sido inaugurado em 1935, o sistema metropolitano de Moscou é rápido, eficiente e um dos mais pontuais do mundo, chegando a transportar mais de oito milhões de passageiros diariamente nos seus 305 km de extensão (Figura 3).

4 Figura 3: Exemplos de mobilidade urbana. Fonte: A qualidade visual é um elemento responsável pela visão ótica do observador e tem um forte significado, tanto quanto por ela possamos identificar pontos representativos no processo de transformação da cidade. Esse processo codificado por signos, referenciais, pode levar a que reconheçamos os espaços, segundo uma ordem visual que é comandada, principalmente, pelos técnicos e planejadores urbanos, que selecionam e põem em evidência lugares aprazíveis da paisagem urbana, mas que não raro, escondem os pontos mais desagradáveis aos nossos olhos. (SOARES, 1995). De acordo com Soares (1995), ao analisar a estrutura de uma cidade, percebe-se que praças, áreas verdes e de recreação são vistas no centro da cidade; enquanto favelas são encontradas nas periferias, encostas de morros e estradas. Desta forma, a imagem da cidade pode ser um exemplo tanto de vitalidade e poder, como também de decadência, aglomeração e pobreza

5 Para Mesquita (2008) as cidades sofreram várias transformações espaciais, principalmente no século XX, com a intensificação da industrialização, visto que este é um fenômeno genuinamente urbano. O crescimento espraiado que ocorreu em diversas cidades brasileiras, conhecido como urban sprawl representa um modelo de cidade que evita o adensamento da população e o crescimento vertical. Desta forma, espalham-se pelo território e aumentam as distancias a serem percorridas pelos cidadãos. A falta de qualidade dos serviços de transporte público e o incentivo pela compra do automóvel durante o governo do ex-presidente Juscelino Kubitschek também fazem com que as pessoas recorram ao transporte individual. O crescimento espraiado pode ser visto no Brasil em cidades como o Rio de Janeiro, o qual, muitas vezes, é feito de forma ilegal e não planejada (Figura 4). Entre os fatores que levaram ao crescimento periférico de muitas cidades no país encontram-se: (i) o alto preço da terra nas áreas centrais dotadas de infraestrutura urbana; (ii) a falta de ofertas para um mercado consumidor de baixo poder aquisitivo; e (iii) os próprios programas governamentais de habitação que consolidavam conjuntos habitacionais na periferia das grandes cidades (FRAGOMENI, 2011). Figura 4: As favelas são exemplos de crescimento espraiado no Rio de Janeiro. Fonte: Em comparação a outras cidades brasileiras, Curitiba é considerada modelo por ser pioneira em adotar o sistema BRT para aprimorar o transporte

6 público. Mesmo assim não é perfeita, podendo ser aprimorada com soluções criativas que a tornou referência mundial em transporte urbano eficiente. Uberlândia é um dos aglomerados urbanos de médio porte que mais cresce no Brasil, sendo considerada a quarta maior cidade do interior do país. Também é uma das cidades que obtiveram seu desenvolvimento de forma desorganizada, gerando segregação social e espacial. O espaço urbano fragmentou-se em áreas apropriadas ao trabalho e ao capital; à moradia, ao consumo, ao lazer, sendo que as pessoas e os lugares estão cada vez mais especializados e coesos nos territórios da cidade (SOARES, 1995, p.235). Tais condições geram um sentimento de não pertencimento dos cidadãos. A rede de transportes é um elemento de grande importância para a estruturação de um território. Em relação a isso, a cidade de Uberlândia implantou, em julho de 1997, o Sistema Integrado de Transporte (SIT) que compreende cinco terminais de ônibus (Figura 5). Figura 5: Sistema tronco-alimentador Fonte: Plano Diretor Uberlândia, 2011 A compreensão do desenvolvimento da rede de transporte e a mobilidade em Uberlândia foram de grande auxílio para entender os mecanismos de formação da morfologia e da paisagem das dimensões territoriais presentes na cidade (MESQUITA 2008). Além do SIT, também foram implantadas ciclovias na cidade, porém as mesmas não passam de 2% da malha viária e muitas apresentam problemas.

7 As calçadas, por sua vez, não possuem total acessibilidade (cerca de 80% possuem obstáculos que dificultam a circulação de cadeirantes) Na cidade do futuro, devem ser priorizados os pedestres, ciclistas e usuários de transportes públicos, desincentivando o uso de veículos individuais. Nela, ciclovias ocupam grande parte da malha viária e pedestres circulam pelas calçadas com segurança, sem dificuldades e obstáculos nos caminhos. Acessibilidade também está presente em todo o território (Figura ). Lagos artificiais e parques têm objetivos estéticos e funcionais na cidade do futuro. As grandes áreas verdes entre prédios são utilizadas também para plantio. Lagos são criados para resfriamento da cidade, tratamento de água e de dejetos. O maquinário é movido por turbinas, como uma hidrelétrica, ou por energia eólica. Figura : Rodovias do futuro Fonte: Empresa ARUP, Novembro de Seguindo estas ideologias, os especialistas da companhia ARUP elaboraram o relatório Future of Highways (Futuro das Rodovias). O estudo elenca os desafios à mobilidade urbana e aponta tecnologias que podem solucionar a ineficiência dos meios de transporte, alguns destes já citados no presente trabalho.

8 4. METODOLOGIA Para realização deste trabalho serão utilizados estudos interdisciplinares envolvendo tecnologias aplicadas ao ambiente urbano, práticas de planejamento e desenho urbano, paisagismo e mobilidade urbana, entre outros aspectos. Para o estabelecimento das premissas básicas para o projeto, serão realizadas revisões sobre diversas bibliografias relacionadas à sustentabilidade, utopias urbanas, ecocidades, comunidades sustentáveis entre outras. 5. REFERÊNCIAS BRASIL. Lei nº , de 03 de janeiro de Institui as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana. Disponível em: < Acessado em: -1/11/2015. FUTURE OF HIGHWAYS. Londres: ARUP, FRAGOMENI, Guilherme. Ferramentas de planejamento para a mobilidade urbana sustentável f. Dissertação - Curso de Gestão Urbana, Pontifica Universidade Católica do Paraná, Uberlândia, KNEIB, Érika. Mobilidade urbana e qualidade de vida: do panorama geral ao caso de Goiânia Dissertação, Universidade Federal de Goiás, Uberlândia, MESQUITA, Adailson. Dos fragmentos à totalidade?: Mobilidade e Legibilidade de Uberlândia-MG Tese (Doutorado) - Curso de Geografia, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, SOARES, Beatriz Ribeiro. Uberlândia: da Cidade Jardim ao Portal do Cerrado Imagens e representações no Triângulo Mineiro. Tese de Doutorado, USP/FFLCH/Departamento de Geografia, USP/São Paulo, 1995 Cronograma de execução Atividades mês 1. Levantamento de fontes documentais 3. Elaboração do panorama de ideias 4. Coleta de dados para diagnóstico da área de estudo 5. Registro e organização dos dados Ano: 201/2017 Ma Ab Ma Ju r/1 r/1 i/1 n/1 Jul /1 Ag o/1 Se t/1 Ou t/1 No v/1 De z/1 Ja n/1 7 Fe v/1 7

9 Desenvolvimento das análises e discussão. Análise de dados e revisão bibliográfica 7. Pré-elaboração do relatório final 8. Análise/elaboração do relatório final/ exposição dos painéis e palestras sobre o tema 9. Encerramento da pesquisa