Governo cria tribunal para doping e enfrenta oposição

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1 B O L E T I M OFERECIMENTO SEXTA-FEIRA, 18 DE MARÇO DE 2016 NÚMERO DO DIA R$ 100 é o ingresso máximo para o Fla- Flu no Pacaembu, que começou a ser vendido na quinta-feira EDIÇÃO 464 Governo cria tribunal para doping e enfrenta oposição POR ADALBERTO LEISTER FILHO O governo federal atendeu às exigências da Wada (Agência Mundial Antidoping), com a publicação de uma portaria nesta quinta-feira que determina a criação de um tribunal centralizado para atuar no julgamento de casos de doping no país. A determinação acontece um dia antes do prazo final dado pela Wada para que o Brasil adaptasse sua legislação. Hoje foi dado um enorme passo na luta contra a dopagem no esporte no Brasil e fica assegurado o LBCD [Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem] como laboratório dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio 2016, informou Marco Aurélio Klein (foto), secretário nacional da ABCD (Agência Brasileira de Controle de Dopagem). Às 15h, foi divulgada, através do Diário Oficial da União, a Medida Provisória que alterou a lei e o decreto que regulamentou a mudança na legislação antidoping do país, instituindo o Tribunal de Justiça Antidopagem (TJD-AD). As mudanças, como todos sabem, atenderam às exigências da Wada que, inclusive, se não atendidas, colocariam em risco o credenciamento do LBCD [Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem]. E, sem o LBCD, o próprio controle de dopagem nos Jogos poderia ser prejudicado, afirmou Klein, à noite, após a divulgação da MP e do decreto. A nova legislação, porém, não agradou os integrantes dos STJDs (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), que perderam a competência para julgar casos de doping. Em muitos tribunais esportivos, esse tipo de assunto representa mais de 90% da pauta. À noite, os membros desses tribunais lançaram nota oficial de repúdio à iniciativa do governo federal. Segundo eles, inexiste obrigação que possa ser inovada ou tribunal criado por decretos ou portarias, seja nessa ou em outra temática em matéria disciplinar, inclusive dopagem. Klein, por sua vez, afirma que a nova corte será totalmente independente. A ABCD não tem e não terá influência na Justiça Desportiva Antidopagem, afirmou o secretário. O novo tribunal ficará em Brasília e terá a tarefa de julgar todos os casos de violação por doping das diversas modalidades esportivas, competições e ligas profissionais ou amadoras. 1

2 Tribunal antidoping é positivo, mas tema merecia mais debate POR ADALBERTO LEISTER FILHO diretor de da conteúdo da Máquina do Esporte Conforme prometido, o governo federal soltou uma legislação antidoping que adequa os procedimentos seguidos aqui às exigências da Wada. Para quem, como eu, cobre o tema há 16 anos, o dia foi empolgante: portaria, medida provisória, decreto, falas e justificativas da ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem), nota de repúdio de advogados do outro. Apesar da forte oposição dos STJDs (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) de cada modalidade, para quem sonha com um esporte limpo, é sim, positivo um tribunal centralizado. Mostra que o problema do doping, que mancha o esporte de alto rendimento, ganhou relevância no debate público e importância em nível governamental. O doping fere os valores do esporte em competições de alto rendimento. Mas está presente também no dia a dia das academias, tornando-se problema de saúde pública. É fato que algumas confederações faziam um bom trabalho de prevenção e combate ao doping. É certo que muitos STJDs julgavam com serenidade e critério. Mas é verdade que a maioria das entidades, seja por displicência ou falta de dinheiro, pouco combatia o doping. Alguns tribunais tendiam ao corporativismo, aliviando a barra de seus atletas quando flagrados. Teoricamente, essas influências ficam minimizadas com uma instância superior. Procedimentos serão padronizados. Julgamentos ganharão agilidade. É de se lamentar, contudo, que a comunidade envolvida com o problema pouco tenha sido consultada. NBB se aproxima de Renault e fecha acordo para Jogo das Estrelas POR DUDA LOPES A Liga Nacional de Basquete (LNB) acertou com um novo patrocinador para o Jogo das Estrelas. Com um contrato pontual para o evento do próximo fim de semana, a Renault fará aporte ao jogo que reunirá os melhores jogadores do Novo Basquete Brasil. O acordo faz parte de um processo de aproximação da LNB com a marca francesa no Brasil. A entidade negocia com a Renault um patrocínio mais longo que envolveria o NBB. O plano é impressionar a companhia com o Jogo das Estrelas para tentar um acordo para a fase eliminatória da liga de basquete, ainda neste semestre. No Jogo das Estrelas, a participação da Renault deverá ser tímida, até pela inclusão da marca a pouco tempo do evento. Em Mogi das Cruzes, local das festividades, a empresa terá exposição da marca em propriedades da quadra e terá direito a ingressos para concessionárias da região da cidade paulista. A inclusão de mais uma marca no Jogo das Estrelas é um reforço ao bom momento vivido pela LNB. Nos últimos dias, a entidade apresentou três patrocínios ao NBB: Sky, Avianca e Caixa. No próximo fim de semana, elas deverão fazer a estreia da parceria. O Jogo das Estrelas terá atrações como a participação do americano Ron Harper, além de uma partida entre celebridades. 2

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4 Consultoria de RH fecha com rúgbi e mira crescimento POR DUDA LOPES A consultoria de recursos humanos Robert Walters quer crescer no Brasil e, para isso, resolveu apostar na evolução do rúgbi. A empresa se tornou a nova parceira da CBRu, confederação que controla a modalidade no país. Em conversa com a Máquina do Esporte, o CEO da Robert Walters para a América Latina, Kevin Gibson, explicou a aposta da empresa no país. Eu realmente acredito que, com o modo que a CBRu gera o esporte, o rúgbi será um sucesso no Brasil. O progresso nos últimos dois anos foi incrível, afirmou. Especializado em recrutamento, a Robert Walters acredita no potencial de relacionamento que jogos de rúgbi proporcionam. Além disso, para Gibson, o esporte abre uma janela para chegar a bons profissionais. As pessoas que jogam e que acompanham rúgbi tendem a falar bem inglês. Além disso, há valores no rúgbi, como lealdade e companheirismo, que são importantes para nós, comentou Gibson. Globalmente, a história da Robert Walters no esporte se limita ao rúgbi, mas ela não é recente. A empresa patrocina torneios e três seleções. Uma delas é o Japão, citada como exemplo de boa aposta. Em 2015, a equipe do país foi a grande surpresa da Copa do Mundo, inclusive com uma vitória sobre a África do Sul, tradicional na modalidade. Hoje, a Robert Walters ainda é pequena no Brasil, com apenas 14 funcionários no escritório em São Paulo. Mas, com força global, as expectativas são altas, mesmo com a crise: a companhia espera crescer 60% ao ano. Banco renova com Libertadores por três temporadas O Santander será patrocinador da Copa Libertadores por mais três temporadas. Para celebrar o novo acordo, a empresa lançou um vídeo online que exalta a importância do futebol na vida das pessoas. O filme ainda está todo em espanhol. O novo contrato foi fechado pela sede da companhia, na Espanha. Em contato com a Máquina do Esporte, o Santander apenas confirmou o negócio. Nos próximos dias, a comunicação da filial brasileira deverá passar mais detalhes do novo acordo, fechado recentemente. A história do Santander com a Libertadores não é nova. Em 2008, o banco espanhol desbancou a Toyota e adquiriu o title sponsor do torneio, propriedade mantida até Depois, a Bridgestone passou a dar o nome à disputa, mas o banco não abriu mão do patrocínio à competição. Nos últimos anos, uma das principais ativações do banco com o torneio foi a escolha do melhor jogador da Libertadores. O Santander possuía, inclusive, um acordo com Pelé, que costumava entregar o prêmio. Apesar de confirmar o acerto com a Conmebol por mais três anos, o Santander ainda não divulgou quais propriedades terá direito nas próximas temporadas. Os valores não foram divulgados. 4

5 Jerusalém usa maratona para superar dependência religiosa POR ERICH BETING* A cidade de Jerusalém abriga, nesta sexta-feira, a sexta edição da Maratona de Jerusalém. Prova criada por decisão do prefeito Nir Barkat para explorar pontos históricos e turísticos da cidade, a maratona tenta agora conseguir fazer Jerusalém depender menos do turismo religioso. Tem uma grande comunidade que vem para cá pela questão histórica, religiosa. Mas você tem milhares de corredores que vêm aqui durante mais de uma semana, com a família, com os amigos. Isso é muito bom para o negócio. Aqui não é só religião. Tem várias outras coisas, afirma Amir Halevi, diretor geral do Ministério do Turismo de Israel. Para a edição deste ano, Jerusalém espera receber 26 mil corredores, dos quais cerca de 2 mil na maratona, 4,5 mil na distância de 21km, 9 mil atletas para 10km e o restante divididos em provas de 5km para atletas profissionais e para famílias. Desse total, cerca de 10% é composta por corredores estrangeiros. O número é celebrado pelo governo israelita, que vê no aumento da promoção da prova com jornalistas do mundo todo uma das chaves para tentar reduzir o preconceito em relação à violência do país e, assim, atrair cada vez mais corredores de diversos países. A corrida é muito importante, porque ela acontece num momento em que o turismo está menos aquecido na cidade, complementa Halevi. Na edição de 2016, o grande destaque é a China, que se tornou o terceiro país com o maior número de representantes, atrás de Estados Unidos e Inglaterra. Serão 160 corredores chineses. No ano passado, eram apenas três. O Brasil terá 28 corredores. * O repórter viaja a convite do governo de Israel Redes sociais viram meio de dar fama internacional Na estratégia para promover a Maratona de Jerusalém, o governo de Israel decidiu abraçar as redes sociais. Por meio de hashtags específicas sobre a prova, o departamento de comunicação do governo tem trabalhado para expandir o alcance da maratona. Na expo que serve para a retirada de kits da prova, os participantes são encorajados a posar para fotos para o Instagram, principal plataforma usada. A um dia da prova, já haviam sido feitos 13 mil compartilhamentos de imagens. O Brasil é, depois da China, o segundo país que mais atrai o governo, que considera haver grande potencial do país de arregimentar corredores. 5