Crise freia crescimento de times brasileiros em ranking de sócios

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1 B O L E T I M OFERECIMENTO QUINTA-FEIRA, 3 DE MARÇO DE 2016 NÚMERO DO DIA R$ 103 mi custou a construção da Arena da Juventude, em Deodoro, que terá disputas de esgrima e basquete EDIÇÃO 453 Crise freia crescimento de times brasileiros em ranking de sócios POR ERICH BETING A crise econômica no Brasil prejudicou a ascensão dos times do país no ranking mundial de sócios-torcedores. O ranking foi elaborado pela Máquina do Esporte em parceria com a FS Consulting Sports. O estudo reúne os clubes estrangeiros que concordaram em divulgar o número de associados. Os dados dos clubes brasileiros são do Movimento por um Futebol Melhor, projeto capitaneado pela Ambev que reúne mais de 60 clubes patrocinados. A grande novidade do ranking é que o Bayern de Munique, da Alemanha, assumiu a liderança da lista mundial. Os alemães derrubaram o Benfica, de Portugal, que durante anos foi o líder em associados. Também reflexo da crise econômica que afeta os portugueses, o Benfica foi ultrapassado pelo Arsenal, da Inglaterra. Mesmo sem conseguir ganhar mais espaço na lista, os clubes brasileiros têm obtido ótima performance. Entre os dez clubes com mais associados no mundo, três são do país: Corinthians, Internacional e Palmeiras. Segundo o consultor Fernando Santos, da FS Consulting Sports, responsável pela lista, os clubes brasileiros poderiam estar mais próximos do topo do ranking: Desde o ano passado, Corinthians e Inter registraram queda no número de sócios, e o Palmeiras ficou estável. Este é mais um reflexo da situação econômica do país e da falta de maiores benefícios aos associados, que na grande maioria só se interessam por descontos e preferência na compra de ingressos, afirmou o executivo. Por isso, um dos maiores benefícios do sócio- -torcedor, que é funcionar como um clube de descontos, acaba não surtindo efeito na prática. 1

2 Briga por poder desvia foco da essência de antidoping POR ADALBERTO LEISTER FILHO diretor de da conteúdo da Máquina do Esporte No fundo, a disputa que se vislumbra entre ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem) e STJDs dos diversos esportes se vincula a uma briga por poder (pág. 5). A entidade que controla o antidoping no país quer a constituição de um tribunal centralizado para julgar resultados positivos. Os STJDs temem, com razão, um esvaziamento da pauta de suas cortes. De fato, com exceção dos esportes coletivos, a maioria realiza sessões quando algum atleta é flagrado em exames. No entanto, até advogados especializados no tema e ligados aos STJDs defendem uma instância centralizada, com maior grau de especialização, iniciativa que conta com o apoio da Wada (Agência Mundial Antidoping). A controvérsia é como o processo está sendo conduzido, a toque de caixa, pelo governo federal. A iniciativa foi comunicada aos representantes dos tribunais esportivos há duas semanas. O projeto de reforma foi enviado quatro dias depois aos advogados que tiveram apenas 24 horas para fazer suas considerações. Por compromisso político assumido com a Wada, o Brasil tem até o dia 18 para adequar sua legislação às exigências da agência mundial, o que deve ocorrer nos próximos dias. Com tribunal vinculado a cada modalidade ou corte unificada, o fundamental é que as entidades esportivas de fato testem atletas (poucas o fazem) e punam os fraudadores (as penas frequentemente são leves). O risco de um imbróglio jurídico nesta queda de braço é que, no futuro, julgamentos sejam anulados. Seria uma derrota do esporte. Bahia fecha com Esporte Interativo, que ganha segundo clube para o Brasileirão POR REDAÇÃO O Bahia foi o segundo clube a oficializar o Esporte Interativo como detentor dos direitos de transmissão da TV paga para o Campeonato Brasileiro de 2019 a Atualmente, o clube baiano integra a Série B nacional. O clube se une ao Atlético-PR como segundo time a deixar de ter a transmissão da Globosat após 20 anos. A escolha foi feita pela Diretoria Executiva do Bahia, que apresentou as propostas de Esporte Interativo, do Grupo Turner, e Globo em reunião do Conselho Deliberativo, na noite de terça. Ontem, o clube soltou um comunicado oficial informando a decisão. Segundo o informe, dos cem conselheiros, 80 estiveram presentes na reunião. Desses, 77 aprovaram a escolha. Houve duas abstenções e um conselheiro pela Globo. O Esporte Clube Bahia entende que o modelo adotado a pedido dos clubes e aceito pelo Esporte Interativo (Turner), semelhante ao da Premier League (Liga Inglesa), tem critérios mais justos entre os participantes. O rateio da receita engloba divisão igualitária (50%), classificação (25%) e audiência (25%), disse o clube. O Bahia possui atualmente contrato com a Globo, válido até 2018, cedendo os direitos de transmissão para TV aberta, fechada, exploração internacional, placas, telefonia móvel, internet e pay per view (PPV). O clube mantém ainda contrato com a emissora carioca até 2020 pelos direitos de TV do Campeonato Baiano. Com o Esporte Interativo, o Bahia possui contrato de transmissão da Copa do Nordeste. 2

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4 Vôlei é esporte mais desejado por cariocas nas Olimpíadas POR DUDA LOPES Nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, o vôlei é o esporte favorito. Pelo menos para os cariocas. Pesquisa da Bradesco Seguros, patrocinadora do evento, com a consultoria Troiano Branding, mostra que o vôlei é apontado como o que mais gera interesse do público na sede do evento. Segundo a pesquisa, 44% dos cariocas querem assistir ao vôlei, ao vivo ou pela televisão. O resultado mostra a força da modalidade no contexto olímpico. Em comparação, o futebol, esporte mais popular do país, ficou em segundo: 39% da preferência. A terceira colocada foi a ginástica artística; a modalidade ganhou 29% das respostas da pesquisa. Outra ginástica, a rítmica, também apareceu entre as mais citadas, com 22%. Ela fica atrás da natação, que teve 24% de adeptos. Não é por acaso, portanto, que a Bradesco Seguros tenha escolhido dois embaixadores do vôlei para ativar o aporte aos Jogos Olímpicos: Giba e Leila. Os dois ex-jogadores foram escolhidos pela empresa para representa-la durante o evento de Outro dado levantado pela pesquisa foi a percepção de marca desde que a seguradora passou a patrocinar o Rio Entre os entrevistados, 67% respondeu que o aporte torna a marca mais atrativa aos consumidores. Além das ativações, a Bradesco Seguros tem apostado em campanhas publicitárias para comunicar o patrocínio ao público final. Com o conceito Preparação: é melhor ter, a empresa tem se associado a diversas modalidades para se aproximar do esporte. Vela fecha patrocínio com empresa de energia O Grupo Energisa é o novo patrocinador da Confederação Brasileira de Vela. A distribuidora de energia elétrica será parceiro oficial do programa Vela Jovem nacional, investindo no desenvolvimento das categorias de base do esporte. Essa parceria é fundamental. Mostra que existem empresas que acreditam na formação de novos atletas, mostra que estamos comprometidos com o futuro da modalidade, afirmou Marco Aurélio de Sá Ribeiro, presidente da CBVela. O patrocínio via Lei de Incentivo ao Esporte engloba as principais ações voltadas para a vela jovem: equipe que representará o país nas principais competições internacionais, Copa da Juventude do Rio de Janeiro- 2016; Campeonato Brasileiro de optimist, em Vitória Além disso, também irá financiar o projeto Conhecendo Novas Velas e dez clínicas, pelo país, neste ano. O programa Vela Jovem é uma maneira de incentivar os talentos e formar uma nova geração. Com esta nova iniciativa, nosso grupo pretende descobrir futuros Torbens [Grael]. Queremos estimular novos talentos à prática da vela, atividade que também é ambientalmente sustentável, explicou Ricardo Botelho, presidente da Energisa. O contrato é válido até o final deste ano. 4

5 Wada confirma que doping terá de ter tribunal único no Brasil POR ADALBERTO LEISTER FILHO A queda de braço entre ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem) e os STJDs (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) das diversas modalidades ganhou contornos mundiais. A ABCD quer a constituição de um tribunal centralizado para julgar casos de doping no país. Os tribunais esportivos são contra. Questionada, a Wada (Agência Mundial Antidoping) diz, pela primeira vez, que apoia a implantação da corte unificada. A Wada reuniu- -se, recentemente, com as autoridades brasileiras para discutir a implementação do Código da organização nacional antidoping no sistema jurídico brasileiro. A Wada reitera seu apoio à ABCD, Casa Civil e Advocacia-Geral da União para garantir que eles desenvolvam um tribunal unificado para antidoping no Brasil. Esse é um passo significativo e importante para o esporte limbo no país, afirmou Ben Nichols, diretor de comunicação da Wada, em entrevista à Máquina do Esporte. A agência, porém, não condicionou a adoção da medida à manutenção do credenciamento do LBCD (Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem), como chegou a ser divulgado. O laboratório da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) terá a tarefa de fazer a análise de todas as amostras coletadas durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. A ABCD foi colocada, em novembro, em uma lista de observação pelo Conselho da Wada, mas não o laboratório. Isso foi devido a problemas com suas regras não estarem em conformidade com o Código [Mundial Antidoping], disse Nichols. Segundo o diretor da agência, caso não cumpra as exigências, o Brasil passará pelo Comitê de Revisão de Compliance da Wada para adequar as normas à legislação internacional. Os STJDs, contrários à proposta, enviaram ao Ministério do Esporte semana passada projeto que estabelece que apenas o pleno dos tribunais esportivos julgue os casos. Com isso, os processos poderiam ser finalizados em 21 dias, como quer a a Wada. O STJD do futebol é absolutamente contra tribunal único ou qualquer proposta que retire de sua competência o processo e julgamento em matéria de doping, disse Paulo Schmitt, procurador-geral do STJD do futebol. Em um indicativo de que a situação só se complica, nesta quarta-feira o assunto foi examinado em reunião da Fifa e, segundo a Máquina do Esporte apurou, a federação teria dado aval à manutenção do atual sistema. Isso deve ser divulgado hoje. Iremos cumprir o que for determinado pela federação internacional da modalidade. É o que diz a lei brasileira ao prever a necessidade de observância de normas nacionais e internacionais em cada modalidade esportiva. Eventual conflito devemos tentar harmonizar, mas com prevalência de normas internacionais nessa temática, completou Schmitt, que diz que o STJD deixaria de julgar os casos apenas se as normas internacionais obrigarem. 5