ESCOLHA INDIVIDUAL. Rafael V. X. Ferreira Março de 2017
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- Rosângela Galindo Domingos
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1 MICROECONOMIA I ESCOLHA INDIVIDUAL Rafael V. X. Ferreira rafaelferreira@usp.br Março de 2017 Universidade de São Paulo (USP) Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) Departamento de Economia
2 Bibliografia Básica A. Mas-Colell, M. Whinston e J. Green Microeconomic Theory Oxford University Press, 1995 G. Jehle e P. Reny Advanced Microeconomic Theory Pearson, A. Deaton e J. Muellbauer Economics and Consumer Behavior Cambridge University Press, 1980
3 Teoria Microeconômica Qual o objeto de estudo? Sequência Tradicional
4 Primitivos do Modelo Objetos endógenos e exógenos Componentes do modelo de Teoria da Escolha: 1. Conjunto de Escolha 2. Conjunto Factível 3. Preferências 4. Hipótese Comportamental
5 Commodities e a Decisão do Consumidor O consumidor (ou indivíduo, de forma mais geral) é a menor unidade de decisão da teoria microeconômica A decisão fundamental do consumidor é escolher níveis de consumo de cada commodity disponível no mercado Supomos haver um número finito L 1 de commodities. Uma commodity l L é tudo o que pode ser usado, consumido, armazenado... bens físicos serviços trabalho (ou lazer) substâncias poluentes
6 Commodities e a Decisão do Consumidor Um mesmo índice l não pode caracterizar mais de uma commodity, de modo que l especifica: características físicas localização geográfica e temporal Hipótese Toda commodity é perfeitamente divisível e homogênea.
7 Commodities, cestas e conjunto de consumo Espaço de commodities: R L + Cada indivíduo escolhe um vetor x R+ L, chamado de cesta (de consumo), que denotamos por: x (x 1, x 2,..., x L ) ou x (x l ) l L ou x (x(l)) l L ou x em que x(l) ou x l é a quantidade da commodity l na cesta x. O conjunto de consumo X R+ L é um subconjunto do espaço de commodities que contém as cestas passíveis de serem escolhidas, dadas as restrições impostas pelo ambiente físico. x 1 x 2. x L
8 Conjunto de Consumo Espaço de Commodities Contém todas as opções de escolha que o indivíduo consegue conceber. Descreve as restrições que o mundo físico ou institucional impõe às escolhas do indivíduo. Teoria do Consumidor: Conjunto de Consumo X R L + Cestas de Consumo x X Lazer 24 Exemplo 1: Restrição Física Comida
9 Conjunto de Consumo Exemplo 2: Racionamento Exemplo 3: Legislação Trabalhista Pão Lazer x 2 Restrição Institucional 24 Restrição Física 8 Restrição Institucional Leite Comida
10 Conjunto de Consumo Exemplo 4: Quantidades Discretas Exemplo 5: X R L + Pão x Leite x 1
11 Conjunto de Consumo: Propriedades Desejáveis X R+ L 0 X Convexo Fechado
12 Conjuntos Factíveis Definição O conjunto factível B X representa não apenas as escolhas que o consumidor consegue conceber, mas também aquelas que ele é capaz, realisticamente, de obter, dadas as suas circunstâncias. Exemplo: Conjunto orçamentário competitivo.
13 Conjuntos Factíveis Definição O conjunto orçamentário competitivo (ou Walrasiano) contém todas as cestas de consumo factíveis para o consumidor que se depara com preços (competitivos) p R L e tem uma renda de w R +. B(p, w) {x X : p x w} Hipóteses subjacentes: Mercados completos: Há um mercado para todas as commodities, negociadas a preços p R L. Price-taking: escolha individual do consumidor não afeta preços de mercado.
14 Conjuntos Factíveis w p 2 x 2 Quando L 2, o conjunto orçamentário competitivo é dado pelo triângulo ao lado. B(p, w) p x L p k x k k 1 p 1 x 1 + p 2 x p L x L w x 1 w p 1 Hiperplano Orçamentário: {x X : p x w} Quando L 2, temos uma reta orçamentária. Quando L 3, temos um plano orçamentário.
15 Conjuntos Factíveis Exemplo 2: Restrição de Sobrevivência Exemplo 3: Custos de Transação w x 2 Roupas p 2 A B Vender comida; comprar roupas A C B Vender roupas; comprar comida w p 1 x 1 C Comida
16 Conjuntos Factíveis Exemplo 4: Desconto por Quantidade Outros bens Exemplo 5: Hora extra e Imposto de Renda x 2 E D C B Gasolina 24 Lazer
17 Escolha não é o mesmo que preferências Escolhas dependem, sim, dos gostos (preferências), mas também das circunstâncias (conjuntos factíveis). Desigualdade de oportunidades Desigualdade de Gênero Desigualdade Racial Mercados Financeiros Incompletos
18 Escolha do Consumidor: Duas Abordagens Foco na tomada de decisão no nível individual. Duas abordagens distintas: 1. Especificação de relações de preferência Descrição dos gostos dos indivíduos Imposição de hipóteses de racionalidade Análise das implicações para comportamento individual 2. Foco no comportamento de escolha Imposição de critérios de consistência sobre as escolhas observadas Interpretação das escolhas observadas como preferências reveladas. Qual a relação entre essas duas abordagens?
19 Preferências Descrevem os objetivos do indivíduo; o que ele pensa a respeito de duas opções mutuamente excludentes. Denotamos por a relação binária entre os elementos do conjunto de consumo que descreve as preferências, de modo que, se x, z X: 1. x z quer dizer que x é ao menos tão bom que z. 2. Relação de preferências estrita: 3. Relação de indiferença x z x z mas não z x x z x z e z x
20 Preferências Conjuntos derivados das preferências Seja x X. Temos: (x) {y X : y x} (x) {y X : y x} (x) {y X : y x} (x) {y X : y x} (x) {y X : y x}
21 Preferências: Racionalidade Completeza: x, y X x y ou y x Transitividade: x, y, z X se x y e y z x z Definição Seja uma relação de preferências. compleza e transitividade. é dita racional se satisfaz Racionalidade é uma hipótese comum em uma parte grande da teoria econômica. Nenhuma das duas hipóteses (completude e transitividade) é fraca.
22 Não-saciedade local Definição Dizemos que a relação de preferências em X é localmente não saciada se, para todo x X e ε > 0, existir um y X tal que y x < ε e y x. x 2 Não-saciedade indica que, para todo x X, há sempre uma cesta y X preferida a x. Não-saciedade local indica que y está numa vizinhança arbitrariamente pequena de x. y x ε 0 x 1
23 Monotonicidade Definição Dizemos que a relação de preferências em X é monótona se y >> x implica y x. Dizemos que é estritamente monótona se y x implica y x. Mais forte que não-saciedade local Monotonicidade implica: Se y R++ L y + x (x) X+R++ L {x+y x X e y RL ++ } (x) Monotonicidade estrita implica: Se y R+ L y + x (x) X + R+ L {x + y x X e y RL + } (x) x 2 x 0 x 1
24 Convexidade Definição Dizemos que as preferências em X são convexas se, para todo x X, o conjunto (x) é um conjunto convexo. Interpretação Econômica: Taxas Marginais de Substituição Decrescentes Inclinação à Diversificação Definição Dizemos que as preferências em X são estritamente convexas se, para todo x X, tivermos que y x, z x e y z implica αy + (1 α)z x para todo α (0, 1).
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