Aula 09. Bibliograa: Kreps, Cap. 06. Cláudio R. Lucinda FEA-RP/USP. Equilíbrio Geral Eciência do Equilíbrio Geral Existência e Número de Equilíbrios
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- Benedito Faria Sabrosa
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1 Aula 09 Bibliograa: Kreps, Cap. 06 Cláudio R. Lucinda FEA-RP/USP
2 Objetivos da Aula Equilíbrio Geral 1 Equilíbrio Geral Economia de Trocas e o Equilíbrio de Preços
3 Objetivos da Aula Equilíbrio Geral 1 Equilíbrio Geral Economia de Trocas e o Equilíbrio de Preços 2
4 Objetivos da Aula Equilíbrio Geral 1 Equilíbrio Geral Economia de Trocas e o Equilíbrio de Preços 2 3
5 : Equilíbrio Geral Economia de Trocas e o Equilíbrio de Preços Nesta aula, iremos continuar trabalhando a questão do equilíbrio de mercado, mas em um contexto bastante diferente. Aqui iremos modelar os mercados de forma integrada; neste caso, as alterações nos elementos relevantes para um mercado em particular possuem efeitos que se irradiam para outros mercados. Essa é a idéia de Equilíbrio Geral
6 O problema Equilíbrio Geral Economia de Trocas e o Equilíbrio de Preços Considere: I consumidores: i = 1,, I J empresas: j = 1,, J L produtos: l = 1,, L u i : X i R, sendo que X i R + L i X i X i, em que X i R +, e é representado por uma função utilidade u i ( ) ω = (ω 1, ω 2,, ω I ), que representa o vetor de dotações Y j R L é o conjunto de produção para a empresa j
7 Economia de Trocas: Economia de Trocas e o Equilíbrio de Preços Por enquanto, vamos abstrair do lado da produção. Ou seja, a atividade econômica relevante envolve a troca de bens pertencentes às dotações dos diferentes indivíduos. Neste sentido, a soma dos consumos tem que ser igual às somas das dotações: ω l = i ω l i = i x l i = x l Representação Gráca: Caixa de Edgeworth:
8 Caixa de Edgeworth: Economia de Trocas e o Equilíbrio de Preços
9 Caixa de Edgeworth Equilíbrio: Economia de Trocas e o Equilíbrio de Preços
10 Denição de Equilíbrio Geral Economia de Trocas e o Equilíbrio de Preços Denição Um Equiíbrio Geral, também conhecido como Equilíbrio Walrasiano, para uma economia de trocas consiste em um vetor de preços p e um vetor de cestas de consumo competitivas x i tais que: (1) aos preços p, x i é uma cesta que maximiza a utilidade do consumidor: (2) I x i I i=1 i=1 ei O conjunto de vetores x i que satisfazem a estas condições caracterizam a alocação de consumo nal deste equilíbrio.
11 Implicações: Equilíbrio Geral Economia de Trocas e o Equilíbrio de Preços Se multiplicarmos todos os preços por um mesmo múltiplo λ, a alocação de consumo nal deste equilíbrio ca inalterada Uma vez que as preferências dos consumidores não são decrescentes, temos que o preço de todos os bens tem que ser positivo: p l 0. Uma vez que assumimos não saciedade local, temos que eles gastarão toda sua renda no processo de maximização de sua utilidade. Ou seja, px i = pω i. Somando entre todos os indivíduos, temos: px i = pω i i i
12 Implicações (II): Equilíbrio Geral Economia de Trocas e o Equilíbrio de Preços Observação importante. Do ponto de vista de quantidades, apenas dissemos que I x i I i=1 i=1 ei, ou seja, pode haver um bem que tem sobra, ou seja, que o total de dotações é maior do que o total de demandas. Estes bens devem ter o preço igual a zero. Da mesma forma, pela igualdade do slide anterior, se L 1 mercados estiverem em equilíbrio, o L-ésimo também estará. Não podemos ter um equilíbrio walrasiano em que todos os preços sejam zero, desde que os consumidores sejam localmente não saciados. A alocação Walrasiana será ao longo da curva de contrato, e em especial, no núcleo (Core)
13 Economia de Trocas e o Equilíbrio de Preços Até o momento, apenas nos preocupamos com as propriedades do equilíbrio e os seus elementos básicos, e não como se chega de um ao outro. Por isso o Kreps enfatiza que esta é uma análise de forma reduzida. Uma forma de racionalizar este processo é introduzindo o conceito de leiloeiro Walrasiano. Imagine que exista um indivíduo que que defronte à população como um todo e anuncie um vetor de preços p. Cada consumidor faz uma meditação toda pessoal e determina qual seria sua oferta ou demanda líquida a estes preços: z i (p) = x i (p) ω i.
14 Leiloeiro (II): Equilíbrio Geral Economia de Trocas e o Equilíbrio de Preços O leiloeiro pega os relatórios de cada um dos indivíduos e os soma. Se as demandas líquidas somadas forem iguais ou menores a zero, i zi (p) 0, tudo ca bem e as transações se realizam. Este vetor seria, então, o vetor de preços de equilíbrio. E se isso não acontecer? Caso isso não ocorra, o leiloeiro irá tentar um novo vetor de preços, tal como p, sendo que os elementos de p que exibem excesso de demanda têm seus preços aumentados e os elementos que possuem excesso de oferta têm os seus preços reduzidos. Este é o mecanismo de tateamento ou Tatônnement Note que este não é o único método para se determinar um equilíbrio geral
15 Uma Forma Alternativa: Economia de Trocas e o Equilíbrio de Preços Uma alternativa para isto poderia ser a seguinte: Imagine que um determinado produto seja considerado como numerário (padrão de troca). Cada um dos dias são abertos mercados - em formato eletrônico - em que cada indivíduo pode lançar ordens de compra e venda de qualquer um dos bens em termos do bem estabelecido como numerário. Existe uma grande literatura em Desenho de Mercados (market design).
16 Perguntas: Este Equilíbrio Geral é uma boa forma de alocar os bens na economia? Se conscássemos todas as dotações dos indivíduos, poderíamos chegar a uma alocação Pareto Superior àquela que foi alcançada no Equilíbrio Geral? Vamos discutir o que entendemos por alocação Pareto Superior.
17 Alocação Pareto Superior Denição Um resultado x é Pareto Superior a um resultado x se V (x i ) V (x i )para qualquer consumidor i, com desigualdade estrita para pelo menos um dos consumidores. A situação x é Estritamente Pareto Superior se a desigualdade se manter de forma estrita para todos os indivíduos
18 Eciência de Pareto Denição Dado um conjunto X de possíveis alocações de produtos, podemos chamar uma alocação x X como sendo Pareto Eciente ou Pareto Ótima se nenhuma outra alocação x X seja Pareto Superior a x. O conjunto de cestas (pode sim, haver mais de uma) que satisfaz esta propriedade é chamada de Fronteira de Pareto.
19 Primeiro Teorema do Bem-Estar Denição Um equilíbrio walrasiano como o descrito anteriormente sempre é uma alocação Pareto Eciente da dotação inicial ω. Demonstração. Vamos provar por contradição. Suponha que (p, (ˆx i )) seja uma alocação competitiva e (ˇx i ) uma alocação pareto superior. Mostraremos que isso leva a uma contradição. Uma vez que ˇx i é uma realocação da dotação inicial ω, temos que i ˇx i ω. Uma vez que os preços não são negativos, temos que i pˇx i pω
20 Prova - Cont Equilíbrio Geral Demonstração. (continuação). Pela Lei de Walras, e pela não saciedade local, na cesta de equilíbrio competitivo ˆx i temos que a somatória vale como igualdade: pˆx i = pω i Por hipótese, temos que cada consumidor i prera ˇx i a ˆx i, e algum (ou alguns) preferem estritamente ˇx i a ˆx i. Por preferência revelada, temos que para estes sujeitos, neste vetor de preços, pˇx i pˆx i = pω. Somando estes negócios, temos que i pˇx i i pˆx i, o que está em contradição com as relações anteriores,
21 Segundo Teorema do Bem-Estar Denição Supondo que as preferências são convexas, contínuas e localmente não saciadas e não decrescentes. Seja ˆx i uma alocação Pareto Eciente da dotação social que é estritamente positiva: ˆx i k > 0 i, k. Neste caso, ˆx i é parte da alocação resultante de um equilíbrio competitivo, desde que redistribuamos adequadamente ω entre os seus consumidores.
22 Existência Equilíbrio Geral Até agora, supusemos as características de um equilíbrio, mas a pergunta que não quer calar é: anal de contas, existe uma situação com estas propriedades? Pode existir mais de uma situação assim? Vamos analisar a situação com dois bens, e todas as premissas anteriormente discutidas são válidas.
23 Algumas Considerações 1 Se (p 1, p 2 ) é um vetor de preços de equilíbrio, (λp 1, λp 2 ), para λ > 0. Também sabemos que estes preços são não negativos, sabemos que p 1 + p 2 > 0. Ou seja, podemos multiplicar qualquer preço de equilíbrio por 1/(p 1 + p 2 ), de forma a garantir que p 1 + p 2 = 1 2 A partir desta premissa, podemos escrever a demanda por um dos bens - por exemplo, x i, como sendo: 2 x i 2 = p 1ω i 1 + p 2ω i 2 p 1x i 1 p 2
24 Mais Considerações 3. Agora imagine que, neste vetor de preços, x i é parte do 1 equilíbrio competitivo e os mercados clear para o bem 1 apenas, ou seja i x i = 1 i ωi, Pela denição do slide anterior: 1 x i 2 = p 1 ω i + p 1 2ω i p 2 1x i 1 p 2 i i [ = 1 p 1 (ω i 1 x i p 1) + p 2 2 = 1 p 2 p 2 i i ω i 2 i ω i 2 ]
25 Hipóteses Equilíbrio Geral 1 Para cada par de preços estritamente positivos p 1 e p 2, para cada consumidor i, o problema de maximização da utilidade possui uma solução única. Vamos denir a Demanda Agregada pelo bem 1 como sendo X 1 (p 1 ) = i x i 1 (p 1), com preços (p 1, 1 p 1 ) 2 Para algum valor de p 1 > 0,,X 1 (p 1 ) > ω 1 e para algum valor de p 1 < 1, temos que X 1 (p 1 ) < ω 1
26 Gráco de X 1 (p 1 ) Equilíbrio Geral
27 Hipótese e Conclusão: A função X 1 (p 1 ) é contínua para 0 < p 1 < 1 Pelo Teorema do Valor Médio do Cálculo, temos que existe um p 1 tal que X 1 (p 1 ) = ω 1. Se o mercado para o bem 1 está em equilíbrio, como vimos anteriormente, o mercado para o bem 2 também está em equilíbrio.
28 Extensões Equilíbrio Geral A extensão mais comum é a que passa por relaxar a premissa que as escolhas dos consumidores são únicas. Neste caso, X 1 (p 1 ) é chamada Correspondência, no sentido que as respostas de X 1 (p 1 ) não são valores especícos, mas sim conjuntos. Dada a continuidade e convexidade das preferências, temos que a correspondência X 1 (p 1 ) possui os requisitos de continuidade e convexidade. Neste caso, ao invés do teorema do valor médio, é utilizado um resultado da matemática chamado Teorema do Ponto Fixo.
29 Número de Equilíbrios Fato E quantos equilíbrios podem existir? Para uma dada dotação inicial desta economia, podemos demonstrar o seguinte resultado: Uma economia de trocas com dotação aleatoriamente selecionada possuirá um número nito e ÍMPAR de equilíbrios.
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