Relatório - Plano de Aula 30/01/ :52
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- Eduardo Almada Aires
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1 Página: 1/9 Disciplina: CCJ TÓPICOS INTERDISCIPLINARES Semana Aula: 2 Direito do Trabalho e Processual do Trabalho (Aula 1/5) Ao final da aula, o aluno deverá ser capaz de: DESCRIÇÃO DO PLANO DE AULA OBJETIVO compreender as hipóteses em que as alterações dos contratos de trabalho são lícitas; distinguir, no caso concreto, as alterações contratuais lícitas e ilícitas; conhecer as Normas de Proteção ao Salário, especialmente aquelas destinadas à equiparação salarial e à intangibilidade salarial; manter-se atualizado acerca das Súmulas e Orientações Jurisprudenciais editadas pelo Tribunal Superior do Trabalho sobre os temas da aula. Direito do Trabalho e Processual do Trabalho (Aula 1/5) 1. Alteração do Contrato de Trabalho 2. Normas de Proteção ao Salário 2.1. Equiparação Salarial 2.2. Intangibilidade Salarial TEMA ESTRUTURA DO CONTEÚDO Nesta aula serão tratados dois temas de Direito do Trabalho recorrentes nos Exames Unificados da OAB: Alteração do Contrato de Trabalho e Normas de Proteção ao Salário. No tema "Alteração do Contrato de Trabalho" é importante verificar se a alteração respeita os parâmetros previstos no art. 468, da CLT, exceto naquelas hipóteses em que a alteração decorre do jus variandi (poder de variar do empregador), em razão do menor grau de complexidade, ou do Poder Diretivo do empregador. Art. 468, CLT: Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. O tema é disciplinado também pelo art. 469, da CLT e tem entendimento uniformizado pelo TST na Súmula 372. Art Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência, para localidade diversa da que resultar do contrato, não se considerando transferência a que não acarretar necessariamente a mudança do seu domicílio. 1º - Não estão compreendidos na proibição deste artigo: os empregados que exerçam cargo de confiança e aqueles cujos contratos tenham como condição, implícita ou explícita, a transferência, quando esta decorra de real necessidade de serviço. 2º - É licita a transferência quando ocorrer extinção do estabelecimento em que trabalhar o empregado. 3º - Em caso de necessidade de serviço o empregador poderá transferir o empregado para localidade diversa da que resultar do contrato, não obstante as restrições do artigo anterior, mas, nesse caso, ficará obrigado a um pagamento suplementar, nunca inferior a 25% (vinte e cinco por cento) dos salários que o empregado percebia naquela localidade, enquanto durar essa situação SUM-372 GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO. SUPRESSÃO OU REDUÇÃO. LIMITES I - Percebida a gratificação de função por dez ou mais anos pelo empregado, se o empregador, sem justo motivo, revertê-lo a seu cargo efetivo, não poderá retirar lhe a gratificação tendo em vista o princípio da estabilidade financeira. II - Mantido o empregado no exercício da função comissionada, não pode o empregador reduzir o valor da gratificação. No que tange às "Normas de Proteção ao Salário", dois tópicos serão abordados: Equiparação Salarial e Intangibilidade Salarial. O primeiro tópico, Equiparação Salarial, é disciplinado pelo art. 461, da CLT e, especialmente, pela Súmula nº6, TST. Art Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade,
2 Página: 2/9 corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade. 1º - Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço não for superior a 2 (dois) anos. 2º - Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal organizado em quadro de carreira, hipótese em que as promoções deverão obedecer aos critérios de antigüidade e merecimento. 3º - No caso do parágrafo anterior, as promoções deverão ser feitas alternadamente por merecimento e por antingüidade, dentro de cada categoria profissional. 4º - O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência física ou mental atestada pelo órgão competente da Previdência Social não servirá de paradigma para fins de equiparação salarial Súmula nº 6, TST Quadro de Carreira - Homologação - Equiparação Salarial I - Para os fins previstos no 2º do art. 461 da CLT, só é válido o quadro de pessoal organizado em carreira quando homologado pelo Ministério do Trabalho, excluindo-se, apenas, dessa exigência o quadro de carreira das entidades de direito público da administração direta, autárquica e fundacional aprovado por ato administrativo da autoridade competente. II - Para efeito de equiparação de salários em caso de trabalho igual, conta-se o tempo de serviço na função e não no emprego. III - A equiparação salarial só é possível se o empregado e o paradigma exercerem a mesma função, desempenhando as mesmas tarefas, não importando se os cargos têm, ou não, a mesma denominação. IV - É desnecessário que, ao tempo da reclamação sobre equiparação salarial, reclamante e paradigma estejam a serviço do estabelecimento, desde que o pedido se relacione com situação pretérita. V - A cessão de empregados não exclui a equiparação salarial, embora exercida a função em órgão governamental estranho à cedente, se esta responde pelos salários do paradigma e do reclamante. VI - Presentes os pressupostos do art. 461 da CLT, é irrelevante a circunstância de que o desnível salarial tenha origem em decisão judicial que beneficiou o paradigma, exceto se decorrente de vantagem pessoal ou de tese jurídica superada pela jurisprudência de Corte Superior. VII - Desde que atendidos os requisitos do art. 461 da CLT, é possível a equiparação salarial de trabalho intelectual, que pode ser avaliado por sua perfeição técnica, cuja aferição terá critérios objetivos. VIII - É do empregador o ônus da prova do fato impeditivo, modificativo ou extintivo da equiparação salarial. IX - Na ação de equiparação salarial, a prescrição é parcial e só alcança as diferenças salariais vencidas no período de 5 (cinco) anos que precedeu o ajuizamento. X - O conceito de "mesma localidade" de que trata o art. 461 da CLT refere-se, em princípio, ao mesmo município, ou a municípios distintos que, comprovadamente, pertençam à mesma região metropolitana. "Intangibilidade Salarial" está disciplinada no art. 462, da CLT. Neste dispositivo estão elencadas as hipóteses em que o empregador pode efetuar descontos no salário do empregado. Art Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo. 1º - Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde que esta possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do empregado. 2º - É vedado à empresa que mantiver armazém para venda de mercadorias aos empregados ou serviços estimados a proporcionarlhes prestações "in natura" exercer qualquer coação ou induzimento no sentido de que os empregados se utilizem do armazém ou dos serviços. 3º - Sempre que não for possível o acesso dos empregados a armazéns ou serviços não mantidos pela Empresa, é lícito à autoridade competente determinar a adoção de medidas adequadas, visando a que as mercadorias sejam vendidas e os serviços prestados a preços razoáveis, sem intuito de lucro e sempre em benefício dos empregados.
3 Página: 3/9 4º - Observado o disposto neste Capítulo, é vedado às empresas limitar, por qualquer forma, a liberdade dos empregados de dispor do seu salário. PROCEDIMENTO DE ENSINO Nesta aula serão tratados dois temas de Direito do Trabalho recorrentes nos Exames Unificados da OAB: Alteração do Contrato de Trabalho e Normas de Proteção ao Salário. É importante que o docente, em sala de aula, debata com a turma cada uma das questões propostas abaixo, fornecendo, ao final do debate, o gabarito detalhado postado no campo "Avaliação". É imperioso que o debate da questão seja conduzido de forma que o aluno identifique os erros em cada uma das opções de resposta, no caso das questões objetivas. No tema "Alteração do Contrato de Trabalho" é importante verificar se a alteração respeita os parâmetros previstos no art. 468, da CLT, exceto naquelas hipóteses em que a alteração decorre do jus variandi, em razão do menor grau de complexidade, ou do Poder Diretivo do empregador. Art. 468, CLT: Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. O tema é disciplinado também pelo art. 469, da CLT e tem entendimento uniformizado pelo TST na Súmula 372. Art Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência, para localidade diversa da que resultar do contrato, não se considerando transferência a que não acarretar necessariamente a mudança do seu domicílio. 1º - Não estão compreendidos na proibição deste artigo: os empregados que exerçam cargo de confiança e aqueles cujos contratos tenham como condição, implícita ou explícita, a transferência, quando esta decorra de real necessidade de serviço. 2º - É licita a transferência quando ocorrer extinção do estabelecimento em que trabalhar o empregado. 3º - Em caso de necessidade de serviço o empregador poderá transferir o empregado para localidade diversa da que resultar do contrato, não obstante as restrições do artigo anterior, mas, nesse caso, ficará obrigado a um pagamento suplementar, nunca inferior a 25% (vinte e cinco por cento) dos salários que o empregado percebia naquela localidade, enquanto durar essa situação. SUM-372 GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO. SUPRESSÃO OU REDUÇÃO. LIMITES I - Percebida a gratificação de função por dez ou mais anos pelo empregado, se o empregador, sem justo motivo, revertê-lo a seu cargo efetivo, não poderá retirar lhe a gratificação tendo em vista o princípio da estabilidade financeira. II - Mantido o empregado no exercício da função comissionada, não pode o empregador reduzir o valor da gratificação. No que tange às "Normas de Proteção ao Salário", dois tópicos serão abordados: Equiparação Salarial e Intangibilidade Salarial. O primeiro tópico, Equiparação Salarial, é disciplinado pelo art. 461, da CLT e, especialmente, pela Súmula nº6, TST. Art Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade. 1º - Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço não for superior a 2 (dois) anos. 2º - Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal organizado em quadro de carreira, hipótese em que as promoções deverão obedecer aos critérios de antigüidade e merecimento. 3º - No caso do parágrafo anterior, as promoções deverão ser feitas alternadamente por merecimento e por antingüidade, dentro de cada categoria profissional. 4º - O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência física ou mental atestada pelo órgão competente da Previdência Social não servirá de paradigma para fins de equiparação salarial Súmula nº 6, TST Quadro de Carreira - Homologação - Equiparação Salarial
4 Página: 4/9 I - Para os fins previstos no 2º do art. 461 da CLT, só é válido o quadro de pessoal organizado em carreira quando homologado pelo Ministério do Trabalho, excluindo-se, apenas, dessa exigência o quadro de carreira das entidades de direito público da administração direta, autárquica e fundacional aprovado por ato administrativo da autoridade competente. II - Para efeito de equiparação de salários em caso de trabalho igual, conta-se o tempo de serviço na função e não no emprego. III - A equiparação salarial só é possível se o empregado e o paradigma exercerem a mesma função, desempenhando as mesmas tarefas, não importando se os cargos têm, ou não, a mesma denominação. IV - É desnecessário que, ao tempo da reclamação sobre equiparação salarial, reclamante e paradigma estejam a serviço do estabelecimento, desde que o pedido se relacione com situação pretérita. V - A cessão de empregados não exclui a equiparação salarial, embora exercida a função em órgão governamental estranho à cedente, se esta responde pelos salários do paradigma e do reclamante. VI - Presentes os pressupostos do art. 461 da CLT, é irrelevante a circunstância de que o desnível salarial tenha origem em decisão judicial que beneficiou o paradigma, exceto se decorrente de vantagem pessoal ou de tese jurídica superada pela jurisprudência de Corte Superior. VII - Desde que atendidos os requisitos do art. 461 da CLT, é possível a equiparação salarial de trabalho intelectual, que pode ser avaliado por sua perfeição técnica, cuja aferição terá critérios objetivos. VIII - É do empregador o ônus da prova do fato impeditivo, modificativo ou extintivo da equiparação salarial. IX - Na ação de equiparação salarial, a prescrição é parcial e só alcança as diferenças salariais vencidas no período de 5 (cinco) anos que precedeu o ajuizamento. X - O conceito de "mesma localidade" de que trata o art. 461 da CLT refere-se, em princípio, ao mesmo município, ou a municípios distintos que, comprovadamente, pertençam à mesma região metropolitana. "Intangibilidade Salarial" está disciplinada no art. 462, da CLT. Neste dispositivo estão elencadas as hipóteses em que o empregador pode efetuar descontos no salário do empregado. Art Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo. 1º - Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde que esta possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do empregado. 2º - É vedado à empresa que mantiver armazém para venda de mercadorias aos empregados ou serviços estimados a proporcionarlhes prestações "in natura" exercer qualquer coação ou induzimento no sentido de que os empregados se utilizem do armazém ou dos serviços. 3º - Sempre que não for possível o acesso dos empregados a armazéns ou serviços não mantidos pela Empresa, é lícito à autoridade competente determinar a adoção de medidas adequadas, visando a que as mercadorias sejam vendidas e os serviços prestados a preços razoáveis, sem intuito de lucro e sempre em benefício dos empregados. 4º - Observado o disposto neste Capítulo, é vedado às empresas limitar, por qualquer forma, a liberdade dos empregados de dispor do seu salário. Webaula, internet, data show, retro-projetor, Quadro (ou similar). ALTERAÇÃO CONTRATUAL Questões Objetivas RECURSO FÍSICO APLICAÇÃO PRÁTICA/ TEÓRICA 1. (VIII Exame Unificado da OAB) Um determinado empregador paga os salários dos seus empregados no primeiro dia útil do mês seguinte ao vencido. Encontrando-se em situação financeira delicada, pretende passar a honrar esta obrigação no 5º dia útil do mês subsequente ao vencido, como normalmente fazem os seus concorrentes.
5 Página: 5/9 A partir da hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. A) A alteração contratual, por ser lesiva à classe trabalhadora, é inválida diante do princípio da proteção. B) A alteração é válida, pois a nova data pretendida encontra-se no limite legal. C) A alteração somente pode ser realizada se houver previsão em acordo coletivo. D) A alteração de data somente prevalecerá para os admitidos posteriormente à mudança pretendida. 2. (FGV/OAB ) - Relativamente à alteração do contrato de trabalho, é correto afirmar que: a) é considerada alteração unilateral vedada em lei a determinação ao empregador para que o empregado com mais de dez anos na função reverta ao cargo efetivo. b) o empregador pode, sem a anuência do empregado exercente de cargo de confiança, transferi-lo, com mudança de domicílio, para localidade diversa da que resultar do contrato, independentemente de real necessidade do serviço. c) o empregador pode, sem a anuência do empregado cujo contrato tenha como condição, implícita ou explícita, transferi-lo, com mudança de domicílio, para localidade diversa da que resultar do contrato, no caso de real necessidade do serviço. d) o adicional de 25% é devido nas transferências provisórias e definitivas. Questão Discursiva 1. João Felix exerceu, durante 05 (cinco) anos, uma função comissionada no Banco Brasileiro S/A. Afastou-se do cargo efetivo e da função comissionada para exercer o cargo de presidente do sindicato dos bancários. Durante o período de 08 (oito) anos, em que esteve afastado do emprego, por causa do exercício de dois mandatos sindicais, recebeu remuneração paga pelo Banco, na qual estava incluída a gratificação de função comissionada, por força de previsão em acordo coletivo de trabalho. Ao término do segundo mandato sindical, João Felix retornou ao serviço no Banco, que o reverteu para o cargo de carreira, com perda da função comissionada. João Felix requereu judicialmente a incorporação da gratificação de função comissionada suprimida. De acordo com a jurisprudência pacificada do TST, há fundamento jurídico para a pretensão de João Felix? NORMAS DE PROTEÇÃO AO SALÁRIO Questões Objetivas 1. (VI Exame Unificado da OAB) No direito brasileiro, a redução do salário é: (A) impossível. (B) possível, em caso de acordo entre empregado e empregador, desde que tenha por finalidade evitar a dispensa do empregado sem justa causa. (C) possível, mediante autorização da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego. (D) possível, mediante convenção ou acordo coletivo de trabalho. 2. Carlos Manoel Pereira Nunes foi chamado pelo seu chefe Renato de Almeida para substituí-lo durante as suas férias. Satisfeito, Carlos aceitou o convite e, para sua surpresa, recebeu, ao final do mês de substituição, o salário no valor equivalente ao do seu chefe, no importe de R$ ,00. Pouco tempo depois, Renato teve que se ausentar do país por dois meses, a fim de representar a empresa
6 Página: 6/9 numa feira de negócios. Nessa oportunidade, convidou Carlos mais uma vez para substituí-lo, o que foi prontamente aceito. Findo os dois meses, Carlos retornou à sua função habitual, mas o seu chefe Renato não mais retornou. No dia seguinte, o presidente da empresa chamou Carlos ao seu escritório e o convidou para assumir definitivamente a função de chefe, uma vez que Renato havia pedido demissão. Carlos imediatamente aceitoua oferta e já naquele instante iniciou sua nova atividade. Entretanto, ao final do mês, Carlos se viu surpreendido com o salário de R$ ,00, metade do que era pago ao chefe anterior. Inconformado, foi ao presidente reclamar, mas não foi atendido. Sentindo-se lesado no seu direito, Carlos decidiu ajuizar ação trabalhista, postulando equiparação salarial com o chefe anterior, a fim de que passasse a receber salário igual ao que Renato percebia. Com base na situação acima descrita, é correto afirmar que Carlos: A) faz jus à equiparação salarial com Renato, uma vez que passou a exercer as mesmas tarefas e na mesma função de chefia que o seu antecessor. B) faz jus à equiparação salarial, uma vez que, quando substituiu Renato nas suas férias e durante sua viagem a trabalho, recebeu salário igual ao seu, devendo a mesma regra ser observada na hipótese de substituição definitiva. C) não faz jus à equiparação salarial com Renato, uma vez que a substituição definitiva não gera direito a salário igual ao do antecessor, além de ser impossível a equiparação salarial que não se relacione a situação pretérita. D) não faz jus à equiparação, uma vez que substituiu Renato apenas eventualmente, não se caracterizando a substituição definitiva geradora do direito ao igual salário para igual tarefa. 3.(VII Exame Unificado da OAB) Um frentista de posto de gasolina sofreu desconto no seu salário referente à devolução de cheque sem provisão de fundos, em razão de não ter observado recomendação prevista em acordo coletivo de trabalho no tocante à verificação da situação cadastral do cliente no ato da venda do combustível. Diante dessa situação hipotética, e considerando que a norma coletiva autoriza o desconto salarial no caso de negligência do empregado, assinale a alternativa correta: A) O empregador não podia ter efetuado o desconto no salário do empregado, em razão do princípio da intangibilidade salarial, sendo inválida a norma coletiva autorizadora. B) O desconto foi lícito, em face da não observância das recomendações previstas em norma coletiva. C) O desconto somente pode ser considerado lícito se comprovado o dolo do empregado. D) O desconto é ilícito, pois o empregador não pode transferir ao empregado os riscos da atividade econômica, sendo inválida a norma coletiva que o autoriza. Questão Discursiva 1. (OAB/FGV) Adalberto Pereira, motorista contratado pela empresa Transporte Seguros Ltda, sofreu descontos no seu salário a título de multas de trânsito. As referidas multas registravam que o empregado foi flagrado, por três vezes, conduzindo veículo a 100 km/h em vias em que a velocidade máxima permitida era de 60 km/h. O contrato de trabalho de Adalberto não tinha qualquer previsão de desconto salarial para essa hipótese. Diante dos fatos apresentados resposta justificadamente se o procedimento do empregador foi correto? Fundamente sua resposta. ALTERAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO Questões Objetivas AVALIAÇÃO 1. B. A alteração é válida, pois a nova data pretendida encontra-se no limite legal. De acordo com o 1º do art. 459 da CLT, o prazo para pagamento de salários vai até o 5º dia útil, subsequente ao mês de competência. Esta alteração encontra-se respaldada no jus variandi (poder de variar) do empregador, uma vez que trata-se de alteração que não traz grandes repercussões ao contrato de trabalho dos empregados. 2. C. Artigo 469, Parágrafo 1º, CLT. O item A trata do parágrafo único do art. 468 da CLT e da Súmula 372 do TST. No caso é possível a reversão ao cargo efetivo do empregado que exerce função e recebe gratificação. De fato, o que não é permitida é a retirada do pagamento da gratificação se o empregado exerceu a função por dez anos ou mais. Assim reza o parágrafo único do art. 468:
7 Página: 7/9 Parágrafo único: Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de confiança. Por sua vez diz a Súmula 372, I: SUM-372 GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO. SUPRESSÃO OU REDUÇÃO. LIMITES I - Percebida a gratificação de função por dez ou mais anos pelo empregado, se o empregador, sem justo motivo, revertê-lo a seu cargo efetivo, não poderá retirar lhe a gratificação tendo em vista o princípio da estabilidade financeira. II - Mantido o empregado no exercício da função comissionada, não pode o empregador reduzir o valor da gratificação. O item B trata das possibilidades de transferência sem a anuência do empregado exercente de cargo de confiança e, ao final diz que a transferência pode ocorrer, independentemente de real necessidade do serviço. Contudo, o 1º do art. 469 informa que a transferência somente pode ocorrer: "quando esta decorra de real necessidade de serviço". Art. 469: Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência, para localidade diversa da que resultar do contrato, não se considerando transferência a que não acarretar necessariamente a mudança do seu domicílio. 1º - Não estão compreendidos na proibição deste artigo: os empregados que exerçam cargo de confiança e aqueles cujos contratos tenham como condição, implícita ou explícita, a transferência, quando esta decorra de real necessidade de serviço. O item C trata da hipótese similar a do item anterior, todavia, obedece aos comandos do art. 469 e 1º. Art. 469: Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência, para localidade diversa da que resultar do contrato, não se considerando transferência a que não acarretar necessariamente a mudança do seu domicílio. 1º - Não estão compreendidos na proibição deste artigo: os empregados que exerçam cargo de confiança e aqueles cujos contratos tenham como condição, implícita ou explícita, a transferência, quando esta decorra de real necessidade de serviço. O item D trata da hipótese do 3º do art. 469 e da OJ 113 do SDI1, TST, em que somente é devido o adicional de 25% no caso da transferência ser provisória. Art. 469, 3º - Em caso de necessidade de serviço o empregador poderá transferir o empregado para localidade diversa da que resultar do contrato, não obstante as restrições do artigo anterior, mas, nesse caso, ficará obrigado a um pagamento suplementar, nunca inferior a 25% (vinte e cinco por cento) dos salários que o empregado percebia naquela localidade, enquanto durar essa situação. OJ-SDI1-113 ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA. CARGO DE CONFIANÇA OU PREVISÃO CONTRATUAL DE TRANSFERÊNCIA. DEVIDO. DESDE QUE A TRANSFERÊNCIA SEJA PROVISÓRIA O fato de o empregado exercer cargo de confiança ou a existência de previsão de transferência no contrato de trabalho não exclui o direito ao adicional. O pressuposto legal apto a legitimar a percepção do mencionado adicional é a transferência provisória. O item correto é o C. Questão Discursiva 1. No que tange a reversão, o aluno deverá abordar que não é considerada alteração unilateral a reversão para o cargo anteriormente ocupado, conforme artigo 468, parágrafo, CLT. Com relação á gratificação pelo exercício do cargo de confiança, uma vez que o empregado não deu causa à reversão, é devida a manutenção porque recebida por mais de 10 anos, conforme Súmula 372, I, TST. Súmula nº TST - Res. 129/ DJ 20, 22 e Conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 45 e 303 da SDI-1 Gratificação de Função - Supressão ou Redução - Limites I - Percebida a gratificação de função por dez ou mais anos pelo empregado, se o empregador, sem justo motivo, revertê-lo a seu cargo efetivo, não poderá retirar-lhe a gratificação tendo em vista o princípio da estabilidade financeira. (ex-oj nº 45 - Inserida em ) II - Mantido o empregado no exercício da função comissionada, não pode o empregador reduzir o valor da gratificação. NORMAS DE PROTEÇÃO AO SALÁRIO Questões Objetivas
8 Página: 8/9 1. D. REDUÇÃO SALARIAL. A Constituição da República consagra no art. 7º, inc. VI, o Princípio da Irredutibilidade Salarial, ressalvando, contudo, "o disposto em convenção ou acordo coletivo", cuja aplicação excepcional deve ser parcimoniosa e restritiva à categoria representada na negociação coletiva que deu ensejo à redução de ganhos. 2. C. A questão abordou o salário-substituição. Ele ocorre durante períodos previamente estabelecidos de substituição em que o substituto assume as atribuições e responsabilidades do substituído. O empregado substituto terá direito ao salário contratual do substituído, como ocorre em casos de substituição provisória (nas férias, durante a licença-maternidade etc.). A Súmula 159 do TST estabelece que a substituição não pode ser meramente eventual para ensejar o pagamento do salário-substituição. Assim, a substituição por cinco dias, por exemplo, não ensejará o recebimento do salário igual ao do substituído. Geralmente, a doutrina e jurisprudência consideram um mês para descaracterizar o caráter meramente eventual da substituição. É importante ressaltar que quando o cargo é vago em definitivo o empregado que passa a ocupá-lo não terá direito ao salário igual ao do antecessor. - Súmula 159 do TST Empregado Substituto - Caráter Não Eventual - Vacância do Cargo. I - Enquanto perdurar a substituição que não tenha caráter meramente eventual, inclusive nas férias, o empregado substituto fará jus ao salário contratual do substituído. II - Vago o cargo em definitivo, o empregado que passa a ocupá-lo não tem direito a salário igual ao do antecessor. Em relação à equiparação salarial postulada por Carlos, a Súmula 6, IV do TST estabelece que será necessário que equiparando e paradigma tenham exercido numa determinada época, mesmo que em situação pretérita, simultaneamente a mesma função, o que não ocorreu com Carlos e Renato. IV - É desnecessário que, ao tempo da reclamação sobre equiparação salarial, reclamante e paradigma estejam a serviço do estabelecimento, desde que o pedido se relacione com situação pretérita. 3. B. O salário não poderá sofrer desconto, salvo adiantamento, dispositivo de lei ou norma coletiva, conforme estabelece o art. 462 da CLT. Trata-se do denominado Princípio da Intangibilidade Salarial. Art. 462 da CLT: Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo. 1º - Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde que esta possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do empregado. 2º - É vedado à empresa que mantiver armazém para venda de mercadorias aos empregados ou serviços destinados a proporcionarlhes prestações in natura exercer qualquer coação ou induzimento no sentido de que os empregados se utilizem do armazém ou dos serviços. 3º - Sempre que não for possível o acesso dos empregados a armazéns ou serviços não mantidos pela empresa, é lícito à autoridade competente determinar a adoção de medidas adequadas, visando a que as mercadorias sejam vendidas e os serviços prestados a preços razoáveis, sem intuito de lucro e sempre em benefícios dos empregados. 4º - Observado o disposto neste Capítulo, é vedado às empresas limitar, por qualquer forma, a liberdade dos empregados de dispor do seu salário. Quando ocorrer dolo do empregado, ou seja, a intenção de causar o dano ao empregador o desconto salarial será lícito independentemente de ter sido acordado entre o empregado e o seu empregador tal possibilidade. Já quando ocorrer culpa do empregado que acarrete o dano ao seu empregador o desconto somente será lícito quando esta possibilidade haja sido acordada entre o empregado e o seu empregador. São modalidades de culpa a imprudência, a imperícia e a negligência.
9 Página: 9/9 É importante citar a Súmula 342 do TST e, principalmente, a OJ 251 da SDI-1 do TST, por tratar mais especificamente do tema da questão: Súmula 342 do TST Descontos salariais efetuados pelo empregador, com a autorização prévia e por escrito do empregado, para ser integrado em planos de assistência odontológica, médico-hospitalar, de seguro, de previdência privada, ou de entidade cooperativa, cultural ou recreativoassociativa de seus trabalhadores, em seu benefício e de seus dependentes, não afrontam o disposto no art. 462 da CLT, salvo se ficar demonstrada a existência de coação ou de outro defeito que vicie o ato jurídico. OJ 251 da SDI - 1 do TST É lícito o desconto salarial referente à devolução de cheques sem fundos, quando o frentista não observar as recomendações previstas em instrumento coletivo. Questão Discursiva O procedimento do empregador foi correto, pois de acordo com o art. 462, 1º da CLT, o empregador pode descontar do salário do empregado os prejuízos causados por dolo deste, mesmo sem qualquer previsão contratual. No caso, as multas foram geradas por dolo do empregado, ou seja, ao ultrapassar os limites de velocidade assumiu o risco do resultado, razão pela qual responde pelos prejuízos causados. CONSIDERAÇÃO ADICIONAL
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